Em diálogo com SomosTélam, o ex-combatente e protagonista de uma das fotos mais icônicas da agência Télam sobre a guerra, refletiu acerca da importância da Agência de Notícias Pública: “a Télam é incalculável para a história da Argentina e para nossa democracia. A Télam faz parte da nossa identidade diante das notícias no mundo”.
O ex-combatente Saúl Pérez é o protagonista de uma das fotos mais icônicas da agência de notícias Télam sobre a guerra das Malvinas, a qual completa 42 anos na próxima terça-feira, 2 de abril.
Trata-se de uma fotografia em uma das muitas trincheiras das Malvinas, onde se retrata um soldado – juntamente com outros companheiros – lendo o jornal Crónica, à espera de entrar em combate.
“A função que a Télam teve nas Malvinas foi patriótica porque os jornalistas e fotógrafos estavam para o que der e vier, nas posições, nas ruas, arriscando a vida para levar a notícia ao país e ao mundo”, disse o veterano em diálogo com Somos Télam.
Com emoção e orgulho, ele relembra aqueles dias: “Télam faz parte da minha vida porque a foto que tiraram de mim, que hoje é muito reconhecida, serviu naquela época para que meus pais soubessem que eu estava vivo”, afirmou em sua casa da localidade de Merlo, na província de Buenos Aires.
“Por isso, para mim, como veterano da Guerra das Malvinas, a importância da Télam é incalculável para a história da Argentina e para a nossa democracia. Télam é a nossa identidade diante das notícias no mundo”, acrescentou.
Para Pérez, “Télam sempre desempenhou um papel muito importante na história do país. Sem a Télam, muitos momentos da Guerra das Malvinas não teriam vindo à tona. Sem a Télam, a democracia não teria sido capaz de florescer”.
Em relação à importância do federalismo que representa a agência pública de notícias, o ex-combatente reflete: “Sem a Télam seria muito mais difícil para a mídia do interior chegar às notícias. A importância da Télam está no fato de ser uma agência federal e plural que contribui muito com a mídia, principalmente do interior do país”.
A imagem de vários soldados sentados lendo o jornal Crónica nas imediações do aeroporto das ilhas, tirada pelo fotógrafo da Télam, Eduardo Farré, é uma das mais lembradas da guerra que enfrentou a Argentina com o Reino Unido em 1982.
Com as limitações impostas pelo rígido controle do governo militar, chefiado pelo ditador Leopoldo Galtieri, a equipe fotográfica da agência pública de notícias era a única autorizada para realizar a tarefa jornalística desde o desembarque até a entrega das tropas, portanto a maioria das fotos divulgadas da guerra pertencem aos fotojornalistas da agência: o “Pollo” Farré, Román “Polaco” von Eckstein e Eduardo Navone.
Pérez também refletiu sobre os meios de comunicação e a cobertura da guerra: “Parece-me que a mídia desempenhou um papel importante, o que aconteceu é que havia um Governo militar e em uma guerra sob uma ditadura a primeira vítima é a verdade”, remarcou.