A pílula masculina pode estar cada vez mais perto de ser uma realidade. Um estudo divulgado esta semana mostra resultados promissores nos testes feitos em ratos, que ficaram "temporariamente inférteis".
Os investigadores responsáveis pelo estudo, divulgado na revista Nature, acreditam ter encontrada uma via celular que impede o esperma de nadar.
Os testes revelam que a pílula em investigação interrompeu temporariamente a fertilidade nos ratos através da inibição do adenilato ciclase solúvel, uma enzima celular "essencial para a mobilidade e maturação do esperma".
Ou seja, a pílula deixou os espermatozoides "atordoados" o tempo suficiente para os impedir de chegar ao óvulo.
Ao contrário da pílula feminina, esta não envolve quaisquer hormonas. Esta será uma das vantagens desta pílula: não vai eliminar testosterona, nem causar qualquer efeito secundário de deficiência das hormonas masculinas.
Segundo o estudo, os homens tomariam a pílula um pouco antes do sexo.
"A maioria dos esforços atuais para desenvolver novos contracetivos para homens afeta o desenvolvimento do esperma, o que significa que a contraceção requer meses de pré-tratamento contínuo", explica o estudo. "Neste caso, fornecemos uma prova de conceito para uma estratégia inovadora de contraceção sob demanda, em que a pílula seria tomada um pouco antes do sexo, apenas quando necessário."
A equipa de investigadores da Weill Cornell Medicine adianta que ainda são necessários muitos testes a esta nova pílula e, antes de chegar às pessoas, ainda terá de ser testada em coelhos.
Este comprimido pode vir a ser uma alternativa às poucas opções disponíveis para os homens nos métodos contracetivos. Enquanto as mulheres têm vários métodos contracetivos – pílulas, adesivos, dispositivos intrauterinos -, os homens só têm acesso a preservativos de uso único ou a vasectomias.