Os Estados Unidos abateram, nas últimas semanas, três objetos que sobrevoavam os céus do país e um no Canadá, um dos quais identificado como um “balão-espião” chinês. A situação está a gerar uma série de questões a nível de segurança nacional e também entre a população.
Eis o que se sabe até agora sobre estes objetos voadores não identificados.
O que são estes objetos?
O primeiro dos quatro objetos a ser abatido, há cerca de duas semanas, tinha cerca de 60 metros de altura e foi identificado pelas autoridades norte-americanas como um “balão-espião” chinês.
No entanto, Pequim negou esta versão, esclarecendo que este balão pertencia a um civil e era utilizado com uma finalidade metereológica, tendo alegadamente saído da rota original.
Os outros três objetos estão ainda por identificar. Conhecem-se, ainda assim, alguns detalhes sobre eles:
- O que foi abatido na sexta-feira nos céus do Alasca tinha o tamanho de um pequeno carro
- Outro objeto, abatido no Canadá numa operação conjunta com os EUA, tinha um formato semelhante ao do “balão-espião”, mas um tamanho inferior
- O último, abatido este sábado sobre o Lago Huron, no estado do Michigan, tinha um formato octógono
De onde vêm estes objetos?
As autoridades norte-americanas não divulgaram ainda qualquer informação relativa à origem dos objetos não identificados. Sabe-se, no entanto, que os serviços de informação estão a usar canais diplomáticos para saber mais sobre estes mecanismos.
No domingo, e depois de alguma especulação, um general da Força Aérea norte-americana responsável pela supervisão do espaço aéreo garantiu que não está excluída qualquer hipótese, incluindo a possibilidade de atividade extraterrestre.
Porque estão a aparecer tantos objetos?
Depois de ter sido detetado o alegado “balão-espião” chinês, os militares norte-americanos ajustaram os seus radares de forma a poderem detetar objetos voadores que se movam a velocidades reduzidas e a diferentes altitudes.
De acordo com a Reuters, o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) tem ajustado “os filtros e algoritmos” que usa para examinar os dados do radar, tornando-os sensíveis o suficiente para detetar este tipo de objetos.
Como é que os militares abateram estes objetos?
A 4 de fevereiro, o primeiro balão foi abatido por um caça F-22 sobre o Oceano Atlântico, ao largo do estado da Carolina do Sul. Os mesmos tipos de caça foram utilizados para abater outros dois objetos. Já o último, na fronteira com o Canadá, foi abatido por um caça F-16.
Os quatro objetos foram atingidos por mísseis Sidewinder.
Segundo a Reuters, os militares norte-americanos chegaram a considerar o uso de armas de fogo, mas esta hipótese foi posta de lado, devido à dificuldade e perigo que representaria.
Que tipo de ameaça apresentam estes objetos?
Especialmente aqueles detectados perto de instalações militares têm levantado questões em relação a uma possível vigilância por parte de outros países. A situação está até a gerar um aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China.
Para além da questão da vigilância, alguns destes objetos foram detetados às mesmas altitudes utilizadas por aviões comerciais, obrigando a sucessivos encerramentos do espaço aéreo numa tentativa de evitar colisões.
Os EUA também enviaram balões para a China?
Na segunda-feira, Pequim afirmou que balões norte-americanos sobrevoaram pelo menos dez vezes a China em 2022. No entanto, a acusação é negada pelas autoridades norte-americanas.
Há outros países envolvidos?
Os Estados Unidos acreditam que o “balão-espião” fazia parte de um conjunto de balões enviados por Pequim para mais de 40 países dos cinco continentes para fins de espionagem.
Washington advertiu que, além dos Estados Unidos, a China tem usado balões sobre bens militares em países e áreas de interesse estratégico emergente para o gigante asiático, incluindo Japão, Índia, Vietname, Taiwan e Filipinas, de acordo com o diário The Washington Post.
Na segunda-feira, o governo de Taiwan revelou ter observado, nos últimos anos, vários alegados balões chineses no espaço aéreo da ilha.