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O que fazer quando seu chefe começa a adotar um comportamento passivo-agressivo? Responder à altura ou fingir que nada aconteceu? Lidar com esse tipo de situação no trabalho não é incomum e, por mais complicado que pareça, não é um desafio impossível de se contornar. Para isso, é preciso tomar cautela antes de qualquer reação.

Discussão; trabalho (Foto: skynesher/Getty Images)

Erica Dhawan, pesquisadora de Harvard, palestrante, escritora e CEO da Cotential diz que existe um caminho certo a seguir diante da agressividade sutil de alguém, em vez de simplesmente contra-atacar ou ser hostil. Esse tipo de situação levou-a a dedicar parte de sua carreira pesquisando linguagem corporal e comunicação na prestigiada universidade norte-americana.

Em artigo publicado no CNBC Make It, a autora de “Digital Body Language: How to Build Trust and Connection, No Matter the Dista", sugere três sinais de comportamento passivo-agressivo ou infantil e a melhor forma de responder a cada um.

1. Brevidade extrema

Quando um superior responde a uma mensagem de maneira muito curta e direta, como “sim” ou “Ok”, é importante observar se esse tipo de resposta já faz parte do jeito de se comunicar dessa pessoa.

Caso não seja esse o caso e você perceber que o chefe responde a outras pessoas de forma diferente, Dhawan explica que esse nível de brevidade pode ser uma indicação de passivo-agressividade.

Nestes casos, ela diz que é possível responder com perguntas esclarecedoras. Por exemplo, se a mensagem falava sobre agendar uma reunião com um cliente em potencial, é possível escrever: “Obrigado! Que dia e horário funcionam melhor para você?” ou “Há mais alguém que eu deveria convidar?”.

Além de manter a calma para não “morder a isca”, uma outra possibilidade é usar o humor para tentar amenizar a tensão. No exemplo citado, a pesquisadora sugere dizer algo como: “Se não conseguirmos tê-los como clientes, pelo menos ganhamos uma refeição grátis na empresa!”.

Além disso, você pode abordar essa questão de forma delicada e cuidadosa. Diga que sente que a pessoa pode estar chateada com você, e confirme se isso está mesmo acontecendo.

2. Respostas demoradas

Outro sinal que pode indicar uma atitude passivo-agressiva é quando alguém começa a adotar um tratamento silencioso - ou mesmo ignora as suas interações, como e-mails ou mensagens de texto.

Lidar com essa situação pode desencadear o que a pesquisadora define como “ansiedade de tempo” - uma preocupação intensa gerada pela tentativa de encontrar possíveis significados por trás dessas respostas demoradas.

Dhawan afirma que não há regras rígidas para saber com certeza se alguém está usando o silêncio como um desrespeito deliberado ou se é apenas de um descuido.

Um conselho que ela dá para estes casos é não tirar conclusões precipitadas. A menos que seja fundamental uma resposta o mais rápida possível, é importante lembrar que você nunca sabe realmente o que alguém está passando. Ou seja, é possível que essa pessoa esteja com muito trabalho ou lidando com problemas pessoais.

Assim, uma forma útil de fazer esse tipo de acompanhamento é enviar um lembrete gentil: “Eu sei que você está muito ocupado. Mas quando você tiver uma chance, eu adoraria conversar sobre isso.”

Caso o silêncio persista mais de uma vez, esse acompanhamento pode ser feito por meio de uma mensagem direta, em vez de um e-mail, ou mesmo uma visita ao escritório, casos as ligações por telefone não sejam atendidas.

3. Mudança de linguagem informal para formal

Caso perceba que o seu interlocutor mudou o tom das respostas de informal para formal de modo inesperado, isso pode significar uma tentativa de afirmar poder. Outra possibilidade é quando um colega fica muito frio ou distante em sua linguagem. Por exemplo, de repente a resposta pode passar de “Sim, isso parece divertido!” para “Claro, tanto faz.”

Nesta situação, não assuma automaticamente que a pessoa está com raiva. É fácil levar essa situação para o lado pessoal, mas é possível que esse comportamento não tenha a ver com você.

Uma possibilidade é tentar um contato por telefone, chamada de vídeo ou pessoalmente, já que a comunicação digital nem sempre é fácil de decifrar. Nesta tentativa, é importante “estender a mão” de uma maneira mais pessoal e explicar a fonte de ansiedade. De acordo com Dhawan, demonstrar honestidade e pedir esclarecimentos ajuda a construir confiança e conexão, independentemente da distância.

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