• Por Bruna Cezario com Alex Alcantara
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As árvores desta espécie proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras (Foto: Flickr / 小佳 顏 / CreativeCommons)

As árvores desta espécie proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades brasileiras (Foto: Flickr / 小佳 顏 / CreativeCommons)

Pertencente à família botânica Bignoniaceae, do gênero Tabebuia, o ipê-amarelo é o nome popular de algumas espécies de árvores da região Sul e Sudeste do Brasil. Elas proporcionam um belo espetáculo com sua bela floração na arborização de ruas em algumas cidades do país.

Segundo a bióloga e botânica, Pit Passi, existem algumas espécies de ipê-amarelo. Muito semelhantes, elas produzem apenas flores deste tom. “Todas tem a madeira bem resistente, sendo uma das árvores nativas de maior valor econômico”.

As espécies se diferem em detalhes morfológicos, altura, formato da copa e taxa de crescimento. Confira as mais populares:

1. Handroanthus chrysotrichus (Tabebuia chrysotricha)

Handroanthus chrysotrichus é a espécie que tem o crescimento rápido (Foto: Flickr / Rodrigo Borçato / CreativeCommons)

Handroanthus chrysotrichus é a espécie que tem o crescimento rápido (Foto: Flickr / Rodrigo Borçato / CreativeCommons)

Handroanthus chrysotrichus é o ipê que fica mais "baixo", chegando a 10 m quando cultivado e até 20 m de altura na floresta. Pit explica que essa espécie é uma das mais usadas em projetos de urbanização, por seu pequeno porte e pela floração exuberante. Ela acaba sendo impregada com sucesso sob fiações.

“Na medicina popular, o decocto da casca é indicado contra anemia, verminoses e para amenizar a ressaca causada pelo exagerado consumo de bebidas alcoólicas”, diz. Suas flores são melíferas e a espécie tem o crescimento rápido.

2. Handroanthus umbellatus (Tabebuia umbellatus)

Essa espécie é heliófita, ou seja, exige muita luz solar durante todo o seu crescimento (Foto: Flickr / Harry P. Leu Gardens / CreativeCommons)

Essa espécie é heliófita, ou seja, exige muita luz solar durante todo o seu crescimento (Foto: Flickr / Harry P. Leu Gardens / CreativeCommons)

O Handroanthus umbellatus é indicado para o paisagismo em geral. Contudo, é menos cultivado do que outras espécies de ipê-amarelo, pois apresenta um crescimento mais lento. De acordo com a bióloga, a espécie pode e deve ser usada para recuperação de formações ciliares (beira de rio) degradadas.

Não deve ser plantada sob fiação elétrica, pois atinge 20 m de altura. Sua copa tem um formato de pirâmide invertida quando isolada. “Na medicina popular, o decocto da entrecasca é usado para lavagem de ferimentos, tido como cicatrizante e anti-inflamatório”.

Essa espécie é decídua, ou seja, perde as folhas durante o inverno frio e seco; heliófita, que exige muita luz solar durante todo o seu crescimento; e é seletiva higrófita, ou seja, muito exigente quanto à umidade tanto do solo quanto do ar e, por isso, deve ser plantada em regiões de alta pluviosidade ou próximas a rios.

3. Handroanthus albus (Tabebuia alba)

A floração das três espécies se dá entre julho até setembro, e os frutos surgem entre outubro e novembro (Foto: Flickr / Flávio Cruvinel Brandão / CreativeCommons)

A floração das três espécies se dá entre julho até setembro, e os frutos surgem entre outubro e novembro (Foto: Flickr / Flávio Cruvinel Brandão / CreativeCommons)

Essa espécie pode crescer até 30 m de altura. Com a copa mais alongada, é extremamente ornamental, tanto pela exuberante floração, quanto pela bela folhagem levemente prateada, que diferencia essa das outras espécies. É muito usada no paisagismo e arborização em geral. As flores são melíferas e podem ser consumidas cruas ou utilizadas para ornamentação de pratos culinários.

Pit Passi ressalta que, na medicina popular, a infusão da casca é indicada como diurética e suas folhas são usadas como adstringente nas inflamações da mucosa bucal e da garganta. A espécie também é heliófita e decídua. 

Floração e cuidados

O Handroanthus chrysotrichus é considerado o ipê mais "baixo", chegando a 10 metros quando cultivada e até 20 m de altura na floresta (Foto: Flickr / Flávio Cruvinel Brandão / CreativeCommons)

O Handroanthus chrysotrichus é considerado o ipê mais "baixo", chegando a 10 m quando cultivado e até 20 m de altura na floresta (Foto: Flickr / Flávio Cruvinel Brandão / CreativeCommons)

Todas as espécies podem ser propagadas por sementes. Você pode colhê-las quando os frutos (cápsulas alongadas e cilíndricas) já estiverem abrindo. Elas germinam facilmente em até 20 dias, sendo que precisam ser regadas diariamente e mantidas úmidas.

"Antes de plantar, você deve preparar uma cova com bastante matéria orgânica em um local que tenha luz do sol direta o dia todo. Como crescem em média 20 m, farão sombra, portanto escolha o local com cautela, sem fiação por perto”, comenta a bióloga.

“A muda deve ser adubada no mínimo a cada três meses – recomendo adubação orgânica – e deve ser mantida úmida nos primeiros meses depois de transplantada. Por esse motivo, é melhor plantar na primavera ou no verão, quando chove mais”, completa.

A floração das três espécies se dá entre julho até setembro, e os frutos surgem entre outubro e novembro. Apesar de medicinais, não é recomendado que se consuma sem saber exatamente qual espécie é. Tome cuidado e consulte sempre um especialista.