Conhecida hoje como uma das 7 maravilhas do mundo, sendo um dos pontos turísticos mais visitados anualmente, a Muralha da China foi erguida com um objetivo muito diferente do turismo. A grande muralha era responsável por defender as fronteiras da China de invasões, principalmente dos mongóis (grupo étnico que habita a Ásia central); e por manter o controle do comércio na região durante a história da China antiga.
Localizada ao norte do País, a muralha se estende por mais de 8.000 quilômetros. Mas quem a construiu e como foi construída? Quais foram os seus benefícios para a nação chinesa? Para entendermos melhor a história que permeia essa extraordinária estrutura, devemos entender o que acontecia na China durante os séculos de sua construção.
A Muralha da China foi uma obra cuja construção durou 1900 anos, passando por diferentes dinastias chinesas. Durante este período, o país foi alvo de diversas invasões, dentre elas, as dos mongóis. Assim, surgiu a necessidade da construção de um sistema defensivo para a proteção das fronteiras chinesas.
O império da China se formou a partir da unificação de diversos reinos, após uma guerra no século V a.C. Com a formação deste império, foram feitas, pelo primeiro imperador, Qin Shihuangdi, as primeiras obras para a consolidação da muralha (259-210 a.C.), que tinham o intuito de unificar as muralhas defensivas que haviam sido construídas nos reinos que se situavam ao norte da China (antes da unificação). Essas obras demoraram décadas para serem concluídas.
Com a morte de Shihuangdi e a queda da dinastia Qin, contudo, a grande muralha se tornou desprotegida e abandonada. Essa situação perdurou até a chegada da dinastia Han (141-87 a.C.). Nesta dinastia, a muralha foi reforçada com a construção de faróis, torres e fortes em decorrência de uma ação contra tribos nômades invasoras e, também, contra os mongóis.
Essas reformas durante a dinastia Han foram muito importantes, já que, além do seu papel principal de proteção às fronteiras da China, elas contribuíram para a exploração de terras e para o aumento de zonas de plantio e de fazendas a norte e a oeste do império.
Essa exploração de terras foi uma das sementes que germinaram no aparecimento de umas das rotas comerciais mais conhecidas da história, a rota da seda. Assim, com as reformas da dinastia Han, a Muralha da China passou a ter um papel importante na economia, pois centralizava o controle do comércio e da entrada e saída do território chinês.
As reformas durantes as próximas dinastias mantiveram o caráter de manutenção e de expansão da Muralha, mesmo existindo alguns períodos em que não houveram reformas, mantendo o seu propósito defensivo e econômico.
Na dinastia Yuan (1206-1368), entretanto, os mongóis passaram a controlar toda a China, assim como partes da Ásia e porções da Europa. Por conta disso, a Muralha passou a ter menos manutenção e menor relevância no papel defensivo, tornando-se mais importante na economia e no controle de rebeliões chinesas.
Com a dinastia Ming (1368-1644), os chineses retomaram o controle da China, começando uma incessante reforma e fortificação da grande muralha, temendo uma nova invasão. As reformas feitas durante a dinastia Ming representam a maior parte da Muralha que temos hoje em dia.
A Muralha era composta, majoritariamente, por 3 estruturas principais: os fortes, as torres de sinais (ou faróis) e as paredes.
Nos dias de hoje, a Muralha da China faz parte da cultura chinesa e se tornou um de seus maiores símbolos. Ela também é considerada uma das 7 maravilhas do mundo e se tornou um patrimônio mundial reconhecido em 1987. Assim, a Muralha da China se consagrou como uma das maiores atrações internacionais, recebendo cerca de 9 milhões de visitantes anualmente.
A Muralha da China foi criada com o propósito de defender o seu território das invasões dos povos do norte, primeiramente pela Dinastia Qin (259 - 210 a.C.). Que evento histórico antecede a criação da Muralha?