O documento fornece informações sobre a cultura do figo, incluindo sua origem no Oriente Próximo, importância econômica como uma das principais frutas exportadas pelo Brasil, e requisitos para cultivo como preferência por climas quentes e solo úmido.
1. Universidade Estadual do Piauí - UESPI
Campus Cerrado do Alto Parnaíba
Curso: Bacharel em Agronomia
Disciplina: Fruticultura
Docente: Prof. Dr Francisco de Assis
Cultura do Figo-Ficus carica
Discente: Inaria Souza, Katarine Miranda.
Uruçuí
Setembro 2021
2. Cultura do Figo-Ficus carica
Origem
Oriente Próximo (Região Arábica Mediterrânea Mesopotâmia,
Armênia e Pérsia).
Nome Científico: Ficus carica
Classificação Botânica
Família: Moraceae
Abrange em torno de 2000 espécies Ficus carica L. é o
figo comestível e apresenta maior importância
3. Classificação Botânica
• Porte arbustivo, bastante
ramificada.
• Pode alcançando até 10
metros de altura quando
não podada.
Cultura do Figo-Ficus carica
4. Cultura do Figo-Ficus carica
Importância Econômica
O figo está entre as vinte principais frutas exportadas pelo Brasil e vem mantendo a terceira posição
no ranking de volume comercializado, entre as frutas de clima temperado, com 0,9 mil toneladas. Fica
atrás apenas da maçã com 153,0 mil toneladas e da uva com 28,8 mil toneladas, atingindo o patamar de
US$ FOB 2,109 milhões1 em 2004. Os maiores importadores do figo brasileiro são Alemanha, França,
Países Baixos, Reino Unido e Suíça, dentre mais de dez países para onde, costumeiramente, são feitos
embarques aéreos.
Os maiores produtores são:
Egito 304 mil toneladas
Turquia 205 mil toneladas
Argélia 79 mil toneladas
(FAO, 2012)
5. Cultura do Figo-Ficus carica
Valor Nutricional
Fonte: https://saberhortifruti.com.br/figo/
6. Cultura do Figo-Ficus carica
Propagação
No Brasil, as variedades cultivadas produzem frutos
partenocárpicos, isto é, com sementes estéreis. A figueira
pode ser propagada por estaquia, mergulhia, rebentões e
enxertia.
A estaquia é o processo mais indicado.
É o processo mais usado para a multiplicação da figueira. A estaquia é, em geral, feita logo após a poda
de inverno, nos meses de julho e agosto. São utilizados ramos com um ano de idade, devendo-se evitar
que se desidratem antes do preparo das estacas.
7. Cultura do Figo-Ficus carica
Frutificação
Geralmente os figos crescem solitários nas axilas das
folhas, porém, certas cultivares podem apresentar dois figos
num mesmo nó, um de cada lado da gema vegetativa.
8. Cultura do Figo-Ficus carica
Frutificação
Existem quatro tipos pomológicos de Ficus carica: Caprifigo, Smirna, Comum e São Pedro Branco.
Caprifigos e Smirna são aqueles que necessitam de polinização para desenvolver os frutos. Nas figueiras
pertencentes ao tipo pomológico comum, a fixação e o desenvolvimento dos frutos ocorrem
partenocarpicamente. Variedades deste tipo são cultivadas em todas as regiões produtoras do mundo.
A cultivar Roxo de Valinhos pertence a este grupo, portanto, não é necessário o estímulo da polinização.
Não há formação de sementes viáveis
11. Cultura do Figo-Ficus carica
Exigências Edafoclimáticas
Espécie caducifólia
Temperatura
Acima de 40º C
Entre -3 a -6 no final do inverno
Chuvas
Bastante sensível a falta de umidade no solo, principalmente no período de
frutificação (Devido seu sistema radicular superficial)
Ventos
Ventos fortes podem provocar danos mecânicos aos frutos causados pelas
batidas das folhas
14. Cultura do Figo-Ficus carica
Poda
Poda de frutificação (produção) Poda verde Cuidados após a poda
15. Cultura do Figo-Ficus carica
Tratos culturais
Cobertura morta
Controle de plantas daninhas
Irrigação
Aplicação de reguladores de crescimento
16. Cultura do Figo-Ficus carica
Pragas
Broca dos ramos (Azochis gripusalis)
Coleobrocas
Broca da seca da figueira (Phloetribus
picinennis, Phloetribus ficus)
Cochonilha ( Asterolecanium
pustulans)
17. Cultura do Figo-Ficus carica
Doenças
Ferrugem (Cerotelium fici)
Vírus do mosaico
Mancha da Cercospora
Murcha ou seca da figueira ( Fungo –
Ceratocystis fimbriata)
Nematóide ( Meloidogyne incognita)
18. Cultura do Figo-Ficus carica
Colheita e pós-colheita
Colheita
Maior intensidade: novembro à maio
Feita diariamente: fruta é delicada e
altamente perecível
Recomenda-se o uso de pequenas cestas
Rendimento:
Figo para mesa: 20 a 22 ton/ha
Figo indústria: 10 ton/ha
19. Cultura do Figo-Ficus carica
Pós-colheita
É um fruto climatérico
É recomendado o pré-resfriamento
Armazenamento
Figo de mesa maduro “de vez”: 0ºC, 85% UR (7 dias), após armazenamento
consumo imediato devido ao risco apodrecimento ( o uso de filme
polipropileno > esse período)
Desordens fisiológicas
“GrowthCrakers” e “Splitting”: são rachaduras que ocorrerm no figo na
região do estíolo.
“Sunscald” ou “Sunburn”: ocorre em numerosos produtos, (exposição direta
e prolongada à luz solar).
20. Cultura do Figo-Ficus carica
Classificação
O lote de figo é caracterizado por: sua coloração da película (Grupo), seu tamanho (Classe), sua
coloração de cobrimento (Subclasse) e qualidade (Categoria).
22. PINHEIRO, R.V.R.; CONDE, A.R.; PINHEIRO, J.B.F. Influência de substâncias indutoras de crescimento e de dois
diferentes leitos de pegamento, enraizamento e desenvolvimento de estacas de figueiras. Revista Ceres,Piracica-ba,
v.18, n.97, p.210-222, 1977.
RAIJ, B. van.; SILVA, N.M. da; BATAGLIA, O.C.; QUAGGIO, J.A.; HIROCE, R.; CANTARELLA, H.;
BELLINAZZI JUNIOR, R.;
DECHEN, A.R.; TRANI, P.E. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto
Agronômico, 1985. 107p. (IAC. Boletim técnico, 100).
RIGITANO, O. A figueira cultivada no Estado de São Paulo. Piracicaba: ESALQ, 1955. 59p. Tese de Doutoramento.
RIGITANO, O. Instruções para a cultura da figueira.Campinas: Instituto Agronômico, 1964. 30p. (IAC.Boletim, 146).
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Núcleo Regional Sul.
Recomendações de adubação e de calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 3 ed. Passo
Fundo, 1995. 223p. SIMÃO, S. Manual de fruticultura. São Paulo: Agronômica. Ceres, 1971. 530p.
Referencias Bibliográficas
23. Obrigada pela atenção !!!
E-mail:inariasouza@aluno.uespi.br
katarinerodrigues@aluno.uespi.br
Notas do Editor
Os primeiros povos a cultivarem o figo foram os Árabes e os Judeus 9000 a.c foram introduzidas no Egito, Grécia e Itália. Durante a invasão da Península Ibérica pelos árabes, a figueira se estabeleceu na Espanha e em Portugal. Dessas regiões, foi gradativamente sendo disseminada para outros países europeus, asiáticos, norteafricanos e, por fim, pelos demais continentes
Considerada arvore sagrada para os egípcios Homenagem ao Deus Baco (introdutor da uva e do figo) Símbolo de honra: usado como alimento de atletas olímpicos Símbolo de fecundidade e fertilidade.
O sistema radicular é fibroso, em geral pouco profundo, encontrando condições favoráveis estende-se superficialmente a grandes distâncias do tronco.
Dados do Ceasa de São Paulo
Produção Nacional Brasil é o 10º produtor mundial – Aproximadamente 25.727 toneladas em 2.934 ha
Os cortes devem ser feitos com a utilização de uma tesoura de poda bem afiada, logo abaixo de um nó, na base e, um pouco acima, no ápice, em bisel.
As estacas devem ser enviveiradas logo após o preparo
Dependendo da cultivar, do clima e do sistema de cultivo, a figueira pode produzir mais de uma colheita por ano. Segundo RIGITANO (1955), figueiras submetidas a podas brandas produzem, além da segunda colheita, uma interessante carga de figos precoces sobre ramos de um ano de idade, o que corresponde à primeira colheita, estes figos são chamado "brevas". A segunda abrange os figos produzidos nos ramos do ano, isto é, ramos novos ainda em crescimento. No Brasil, com a cultivar Roxo de Valinhos (cuja sinonímia é: Brown Turkey, San Piero, Negro Largo, etc.), são comercialmente explorados apenas os figos produzidos sobre os ramos do ano, devido ao sistema de condução através de podas drásticas.
Caprifigos e Smirna são aqueles que necessitam de polinização para desenvolver os frutos. Nas figueiras pertencentes ao tipo pomológico comum, a fixação e o desenvolvimento dos frutos ocorrem partenocarpicamente. Variedades deste tipo são cultivadas em todas as regiões produtoras do mundo
O figo, ao contrário do que aparenta, não é um fruto e sim o que, pomologicamente, é denominado "sicônio". Pode ser definido como sendo uma infrutescência na qual as flores ou os frutos individuais crescem justapostos, atapetando o interior de um receptáculo suculento cuja única comunicação com o exterior é feita através de um pequeno orifício apical, o ostíolo. A base alongada do receptáculo, que prende o figo ao ramo, é, em analogia aos frutos verdadeiros, chamada de pedún
Roxo de Valinhos. Esta cultivar é do tipo comum, de grande valor econômico, caracterizando-se pela rusticidade, vigor e produtividade. É, segundo PEREIRA (1981), a variedade que melhor tem se adaptado ao sistema de poda drástica. Os figos desta cultivar, quando maduros, são de coloração roxo-violácea escura, alcançando cerca de 7,5 cm de comprimento, pesando, normalmente, entre 60 e 90 gramas. São considerados grandes, periformes, alongados, com pedúnculo curto .
São formadas na primavera e amadurecem no verão, sendo a parte comestível, o figo, uma infrutescência e não um fruto. Infrutescências são um conjunto de frutos pequenos originados de muitas flores separadamente, enquanto frutos compostos são originados de uma única flor, cujo ovário é formado por diversos carpelos livres ou ligeiramente aderidos entre si. Quando madura emite uma pequena gota de glicose pela extremidade, atraindo abelhas, originando seu nome "Pingo de Mel".
Temperatura-Verifica-se que temperaturas de 40ºC, durante o período de amadurecimento dos frutos, provocam maturação antecipada com alteração na consistência da casca do fruto.
Chuvas-Falta de água durante o período de crescimento causa um "stress" nas plantas. Mesmo que a falta d'água seja suprida, o processo de abcisão não é interrompido. As folhas encarquilham, amarelecem e caem.
O sistema radicular da figueira é superficial, a cobertura do solo com restos vegetais ou com filme plástico faz com que, principalmente em solos rasos, as raízes aflorem, diminuindo a sustentação da planta, conseqüentemente perdendo resistência ao impacto do vento.