E se o seu condomínio gerasse dinheiro?
Na imagem, condomínio Altos do Butantã.

E se o seu condomínio gerasse dinheiro?

Olá! Bem-vindo a mais uma edição da Lellolab News, nosso espaço de debate da vida em comum. Nesta edição vamos falar da ideia de transformar nossos condomínios de centros de consumo em centros de produção. É uma ideia arrojada, para debater com a mente aberta. Você pode, inclusive, conhecer a proposta do Lellolab, o prédio verde, clicando aqui.

Como a newsletter de hoje é pra fazer a cabeça explodir, a trilha sonora adequada é um som doidão do Walter Franco.


Ilhas insustentáveis

A Ilha de Páscoa - onde ficam aquelas estátuas famosas dos moais - não é um lugar que produz muita coisa. O abastecimento de água potável e alimentos, por exemplo, vem do Chile, de navio ou de avião, enquanto o lixo gerado na ilha faz o caminho inverso. Resumindo, a ilha não produz nada do que consome e ainda não dá conta dos resíduos que produz. 

É meio assustador, mas é exatamente assim que funcionam os milhares de condomínios das grandes cidades. São centros de consumo caros e poluidores.

É insustentável, mas não estamos condenados a isso. Uma das possibilidades de mudança está no conceito de habitação produtiva. O cenário ideal dessa ideia é morar em um condomínio capaz de gerar renda para se sustentar sem que os moradores tenham que pagar taxa condominial.

Em linguagem mais engravatada, o objetivo é fazer com que os condomínios deixem de ser um passivo e passem a ser um ativo. Como? O caminho ainda não está todo pavimentado, mas algumas pedras já estão no lugar.


Produzir energia

O "peso" da conta de energia elétrica no orçamento do condomínio varia entre 4% e 10%. Portanto, esforços para reduzir seu consumo podem ter impactos evidentes na taxa condominial. Mas essa não é a única saída: os condôminos podem optar pela produção de energia renovável – o que além de impactar o bolso garante energia limpa, algo especialmente importante em tempos de insegurança hídrica.

Em 2021, o Brasil foi o 4º país que mais adicionou capacidade solar fotovoltaica no mundo. Em maio de 2022, 1,7% de toda oferta de energia elétrica residencial no Brasil foi gerada pela fonte solar fotovoltaica.

Dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), apontam que, quando bem dimensionados, os projetos solares podem trazer uma economia de até 90% em energia para o condomínio. Há que se considerar, claro, o tempo de retorno do investimento inicial.

  • Conforme se difunde, a tecnologia fica mais acessível. Recentemente, um condomínio do Minha Casa Minha Vida instalou uma microusina solar. A economia mensal passará de R$ 3 mil.

Mais alternativas: A fonte solar não é a única possível de gerar energia em residências. Um condomínio em Florianópolis recorreu à instalação de geradores eólicos. A energia gerada é usada para o aquecimento de água e a redução do consumo chega a 50%.


Produzir soluções de mobilidade

Um condomínio residencial pode ser muita coisa, até um espaço de soluções de mobilidade urbana. E pode ganhar dinheiro com isso. Uma ideia é usar vagas de garagem para implantar um sistema de carsharing, modalidade de uso de automóveis por um curto período de tempo.

Uma pesquisa do Departamento de Engenharia Civil do Cefet-MG investigou a viabilidade da implantação desse modelo em condomínios verticais. O estudo considera um cenário hipotético de substituição da frota de propriedade dos condôminos por uma frota compartilhada.

A análise feita em um condomínio residencial de 72 apartamentos e 152 vagas de garagem em Belo Horizonte mostrou que seria possível manter os mesmos níveis de uso dos automóveis com uma redução de 50% no número de carros. Além disso, condomínios com cerca de 70 apartamentos ou mais, de área superior a 100m², que implementem sistema de car sharing podem gerar “significativa economia para o condômino”.


Produzir comida

A relação entre o condomínio e a comida não precisa se limitar a descer para pegar o delivery na portaria. As possibilidades são mais amplas e já tem gente produzindo alimentos nos espaços comuns dos prédios – e tem gente também estudando sobre isso.

Um estudo feito na cidade de Davao, nas Filipinas, olhou para a viabilidade econômica da agricultura urbana em condomínios de uso misto: residencial e comercial. A conclusão é que a prática é “altamente viável”. O estudo destaca que, além dos resultados econômicos, a iniciativa foi bem aceita pelos moradores por gerar um estilo de vida mais saudável e holístico.

Aqui no Brasil também temos exemplos legais. Nós já falamos aqui sobre como o ex-síndico e agora conselheiro Rogério Trava Airoldi, engenheiro e professor, conseguiu mudar muita coisa no condomínio em que mora, em São Paulo. Mas, agora, olhando do ponto de vista econômico, o que eles fazem lá é fabuloso: transformam oito toneladas de lixo em adubo. Todo mês. Assim, o prédio de 400 apartamentos no meio de São Paulo produz alimentos.


Inspiração de pé de página

Caminhos não há, mas os pés na grama os inventarão.

Ferreira Gullar


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Até nossa próxima edição!


Esta edição é uma produção OExpresso + Lellolab

Edição: Gustavo Panacioni e Camila Conti

Texto e pesquisa: Estelita Hass Carazzai e João Frey

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