“Às vezes o barato sai caro”. Rui Moreira reforça preocupação com arranque tumultuoso da UNIR

“Às vezes o barato sai caro”. Rui Moreira reforça preocupação com arranque tumultuoso da UNIR
| Norte
Fábio Lopes

A nova rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto, UNIR, entrou ao serviço no início do mês de dezembro, depois de um concurso público lançado em 2020. O arranque das operações tem sido, no entanto, alvo de muitas críticas e desconfianças. Escassez de informação, falhas no serviço e milhares de utilizadores deixados apeados refletem as dificuldades de um processo marcado por avanços e recuos.

O tumultuoso arranque deixa apreensivo Rui Moreira que, em entrevista exclusiva ao Porto Canal, critica a impreparação que pautou a implementação do novo sistema.

 

UNIR continua a (des)unir mobilidade na AMP

“O que nos dizem é que o serviço está abaixo das expectativas, neste momento e está pior do que estava e isso é que deve ser avaliado. É evidente que eu acredito que há um período experimental quando as coisas não correm bem e espero que as coisas venham a correr bem. Agora que me preocupa, preocupa, porque temos pessoas que vêm trabalhar para a Câmara do Porto e que por a rede UNIR, neste momento, não estar a funcionar, como funcionavam os transportes anteriormente, chegam atrasados ou não conseguem chegar”, começa por dizer Rui Moreira, afirmando que “há um problema” e caso não se solucionem os obstáculos iniciais, a “consequência será o aumento de carros na estrada”, alerta.

As críticas não ficam por aqui. Rui Moreira censura também a desinformação que circulou relativamente ao valor cobrado pela Câmara do Porto das taxas de toque (tomada e largada de passageiros) no Parque das Camélias.

“Quando nós dissemos que queríamos que essa operação da UNIR tivesse os términos nos nossos terminais logo vimos, quer operadores, quer o sr. Presidente da AMP dizer que a utilização do toque e tomada-largada de passageiros nas Camélias, por exemplo, ia custar 700 mil euros ao ano”, salienta o autarca portuense, desmentindo este valor.

“Nós pedimos à STCP Serviços este elemento: no período entre 1 e 19 de dezembro, em 20 dias, o total de toques foram 1488 toques, o que correspondeu a 223 euros. O tempo de suporte que é aquele tempo de espera que os autocarros têm foi de 149 euros. Ou seja, o custo total do período foi 372 euros em 20 dias. Se multiplicarmos isto por 16, que é a anualização dos 20 dias, estamos a falar em 5 mil euros por ano”, vinca Rui Moreira, criticando os estudos efetuados, que resultaram numa “diferença abissal”.

“Houve tempo para trabalhar isto de outra maneira”, aponta o edil da Invicta, reprovando o processo de contratação pública desta fase do processo de implementação da rede UNIR.

“Como provavelmente tiveram que entregar ao melhor preço, às vezes o barato sai caro. E muitas vezes a contratação pública, como tiveram de contratar mais barato, não contrataram melhor”, rematou Rui Moreira.

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