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Talibãs condenam novas caricaturas de Maomé no 'Charlie Hebdo'

Emirado Islâmico do Afeganistão diz que publicação provoca sensibilidade de cerca de 1,5 bilhão de muçulmanos
Capa da primeira edição do "Charlie Hebdo" desde o ataque traz desenho de Maomé chorando, acompanhado de uma placa com os dizeres "Sou Charlie", e a mensagem "Tudo está perdoado" Foto: HO / AFP
Capa da primeira edição do "Charlie Hebdo" desde o ataque traz desenho de Maomé chorando, acompanhado de uma placa com os dizeres "Sou Charlie", e a mensagem "Tudo está perdoado" Foto: HO / AFP

CABUL - Os talibãs afegãos condenaram nesta quinta-feira a publicação de novas caricaturas de Maomé no semanário francês "Charlie Hebdo", e cumprimentaram os autores do ataque na semana passada contra a publicação satírica.

Em um comunicado publicado na internet nesta quinta-feira, o Emirado Islâmico do Afeganistão, o nome oficial do Talibã deste país, lamentou a publicação de novas caricaturas que, segundo eles, "provocam a sensibilidade de cerca de 1,5 bilhão de muçulmanos".

"Um ataque foi realizado na semana passada, fazendo justiça com os autores destes atos obscenos", acrescenta o comunicado talibã, fazendo referência aos irmãos Kouachi, os dois muçulmanos armados que mataram 12 pessoas durante o ataque em 7 de janeiro contra "Charlie Hebdo" em Paris.

Os dois homens foram mortos pela polícia em um tiroteio.

Em outro episódio de tensões por conta da nova edição, o grupo Estado Islâmico considerou a publicação um ato “extremamente estúpido”. O Irã, por sua vez, classificou-a de “provocativa” e disse que a caricatura da capa, que mostra Maomé chorando, é um insulto ao Islã e ao profeta. Apesar de seu caráter de Estado laico, a Turquia baniu na quarta-feira páginas na internet que reproduziram a capa.