Época
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Por Em The New York Times — Missouri, Estados Unidos

Uma freira de Missouri, nos Estados Unidos, tem feito fiéis partirem de diversos lugares do mundo para vê-la. Isso porque quatro anos após sua morte, o corpo de Wilhelmina Lancaster (1924-2019) não se decompôs. Em vida, ela ficou conhecida pela poesia devocional e pelo senso de humor, e uma biografia publicada pela congregação também a descreveu como uma pequena freira “que perseverou na fé”.

Na morte, a Irmã Wilhelmina se tornou algo muito maior para alguns: uma potencial santa, uma atração de peregrinação e um milagre. A transformação começou nesta primavera na Abadia de Nossa Senhora de Éfeso, administrada pelas Beneditinas de Maria, Rainha dos Apóstolos, uma ordem conservadora pequena, mas em crescimento. Quatro anos após enterrar a freira em um caixão de madeira simples, as freiras decidiram mover o corpo dela para um local de honra.

'Incorruptível'

Quando abriram o caixão, esperando encontrar ossos que pudessem ser facilmente limpos e colocados em uma nova caixa, elas encontraram algo que parecia como a própria Irmã Wilhelmina. Seu rosto era reconhecível, mesmo após ter passado anos em um caixão úmido, e as freiras disseram que seu hábito estava “imaculado”. Para as Beneditinas de Maria, isso sinalizou que a freira poderia ser uma “incorruptível”.

O termo é usado na Igreja Católica para descrever pessoas cujos corpos não se decompuseram após a morte. Os crentes no fenômeno dizem que houve mais de 100 casos em todo o mundo, sendo a maior parte na Europa. Michael O'Neill, que apresenta o programa de rádio chamado “The Miracle Hunter”, disse que o caso da Irmã Wilhelmina, que era negra, era especialmente distinto.

— Nunca houve uma incorruptível afro-americana; na verdade, nunca houve um americano de qualquer tipo que seja incorruptível — disse ele. — Então, isso é uma grande notícia.

25 mil visitantes em dois dias

O caso começou a se espalhar nos círculos católicos localmente e, em seguida, mais amplamente. As freiras transformaram um campo de alfafa em um estacionamento improvisado e colocaram placas escritas à mão direcionando os visitantes para o local em que a Irmã Wilhelmina descansava, e também para o seu corpo na igreja. Segundo as freiras, ao menos 25 mil pessoas entraram na abadia em apenas um fim de semana de maio para ver o corpo, tocá-lo e rezar.

— Eu costumava pensar que algo assim só poderia acontecer na Europa — disse Edith Riches, jovem de 13 anos que se voluntariou naquele fim de semana para distribuir água gelada e frutas para os visitantes que esperavam na fila. Outras pessoas também distribuíram véus e saias até o joelho para as mulheres. O objetivo era ajudá-las a cumprir o código de vestimenta, que é rígido na abadia.

O prefeito de Gower, Ken Pike, trabalhou com autoridades de dois condados e a patrulha rodoviária estadual para planejar o influxo de visitantes, transformando temporariamente a estrada de duas pistas que leva à abadia em uma rota de mão única. A cidade também adicionou um grande link para a abadia no topo de seu site em maio, logo abaixo de seu slogan: “Um lugar agradável para chamar de lar”.

'Explicações potenciais'

Depois daquele fim de semana, as freiras fecharam o corpo da Irmã Wilhelmina em uma caixa de vidro, que instalaram na igreja em sua propriedade à vista dos bancos onde os visitantes sentam durante a Missa. O número de visitantes diminuiu, mas depois permaneceu estável. Na abadia, poucos questionam abertamente o que veem diante de seus olhos. Para especialistas, existem explicações potenciais.

— É impossível tirar muitas conclusões — disse Marcella Sorg, antropóloga forense e professora de pesquisa na Universidade do Maine. Segundo ela, uma das explicações é o fenômeno de “múmia seca”, que pode ocorrer naturalmente se os tecidos moles do corpo permanecerem secos o suficiente. Fatores incluem a gordura corporal da pessoa, sua dieta nos dias anteriores à morte e a secura da madeira usada no caixão.

Em vida, a Irmã Wilhelmina era descendente de católicos escravizados e cresceu em uma família católica em St. Louis. Ela pertenceu a uma ordem tradicional de freiras negras por 50 anos, as Irmãs Oblatas da Providência. Mas no final desse período, ela estava desiludida com o que percebia como uma flexibilização dos padrões na adoração e nos estilos de roupas. Ela fundou a nova ordem tradicionalista nos anos 90.

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