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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Aliado de Putin, premier húngaro condena embargos a petróleo da Rússia

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, participa de uma sessão plenária com líderes do grupo V4, organizada pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson como parte da cúpula V4 + UK, na Lancaster House, em Londres, Grã-Bretanha, em 8 de março de 2022 - Leon Neal/Reuters
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, participa de uma sessão plenária com líderes do grupo V4, organizada pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson como parte da cúpula V4 + UK, na Lancaster House, em Londres, Grã-Bretanha, em 8 de março de 2022 Imagem: Leon Neal/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/03/2022 21h42Atualizada em 08/03/2022 22h31

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, criticou, nesta terça-feira (8), a extensão de sanções impostas à Rússia ao petróleo do país, como fizeram os Estados Unidos. Em vídeo divulgado em seu perfil no Facebook, o aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, se mostrou preocupado com o possível desabastecimento da Europa pelo gás russo.

"Uma nova extensão das sanções ao setor de energia, ao setor de petróleo e gás, colocaria um fardo desproporcional sobre a Hungria. Essas sanções não devem ser estendidas à área de petróleo e gás. A maior parte do petróleo e do gás que chega à Hungria vem da Rússia, e 90% das famílias húngaras aquecem suas casas com gás", disse Orban.

Mais cedo, o presidente norte-americano, Joe Biden, suspendeu a importação de petróleo da Rússia pelos Estados Unidos. O Reino Unido acompanhou Biden e disse que irá eliminar gradativamente as importações de petróleo e derivados russos até o final do ano.

Em represália, Putin anunciou que vai paralisar a importação e exportação de matérias-primas a alguns países, que ainda serão divulgados.

Ao dizer que as sanções ao petróleo russo podem prejudicar a Hungria, Orban afirmou que "sem gás e petróleo, a economia húngara simplesmente não pode funcionar". Ele também afirmou que condena os ataques da Rússia à Ucrânia.

Condenamos a guerra, mas não permitiremos que o preço da guerra seja pago pelas famílias húngaras
Primeiro-ministro húngaro

A fala de Orban aconteceu durante viagem do primeiro-ministro húngaro à Inglaterra, onde participou de uma reunião do Grupo de Visegrado —conhecido como V4, que reúne Hungria, Polônia, República Checa e Eslováquia— com o premier britânico, Boris Johnson.

"A questão da guerra acabou com todas as outras questões. É claro que estamos todos interessados em encerrar esta guerra com um fim negociado o mais rápido possível. Tanto eles como nós faremos todos os esforços nas próximas semanas para restaurar a paz", disse Orban.

Aliado europeu mais próximo de Putin

Nos primeiros dias da guerra, o primeiro-ministro húngaro chegou a oferecer a capital do país, Budapeste, como sede para negociações entre russos e ucranianos. As rodadas de conversas entre os dois países acabaram indo para Belarus, outro aliado da Rússia.

No xadrez político da Europa, Orbán tem mantido relações estreitas com Putin, de quem é o líder europeu mais próximo. Os dois estiveram juntos em 1º de fevereiro.

Ao mesmo tempo, seu governo tem relações tensas com os ucranianos por causa de leis sobre a língua pátria que o governo diz discriminar a grande minoria húngara na Ucrânia.

Quando as primeiras sanções à Rússia foram anunciadas, Obran disse que apoiava todas elas. Na ocasião, ele chegou a concordar que a Rússia fosse desligada do sistema internacional de pagamentos chamado Swift, deixando a União Europeia praticamente pronta para executar o movimento.

O premier húngaro está no poder desde 2010, exercendo um segundo mandato. Ele é um ícone do chamado iliberalismo. Ele mesmo cunhou o neologismo, falando de democracias iliberais e citando Putin como grande símbolo do movimento, em oposição ao que chama de decadência do Ocidente.