O que você faz com caixinhas de leite, palitos de picolé e garrafas PET? Se a resposta foi “faço coleta seletiva”, você está no caminho certo! Mas já pensou que todos esses materiais podem se tornar um robô? A robótica facilita o aprendizado de disciplinas como física e matemática, torna as aulas mais divertidas e estimula a criatividade do aluno.  

Como nem toda escola tem acesso a kits, que têm um custo, desenvolver um protótipo a partir de materiais que temos em casa é uma alternativa para tornar o ensino de programação mais acessível. Esse é o objetivo do projeto de iniciação científica de estudantes do 9º ano do Serviço Social da Indústria (SESI) Jardim Planalto, em Goiânia (GO). 

Prototipagem com materiais de baixo custo: uma alternativa para o ensino de programação e robótica é de autoria de Júlia de Souza Santos, 14 anos, Maria Eduarda de Jesus Santos, 14, e Paulo Filipe de Lima, 15.  

Na escola, os estudantes trabalham com um kit da LEGO composto por maletas com blocos para construir e programar um robô, mas eles queriam ir além: democratizar as aulas de robótica para que outros também pudessem se beneficiar da prática  

"Na nossa escola, temos aulas, mas percebemos que são materiais caros. A nossa motivação é conseguir ajudar alguém a ter o mesmo acesso que temos", explica Julia. 

Os estudantes já conheciam o Arduíno, um microcomputador, com custo médio de R$ 60 e fácil de programar. Mas como juntar papel, papelão, cola, fitas, palitos, um bloco programável e colocar esse robô de pé? Julia, Maria Eduarda e Paulo, sob orientação do professor de biologia Lucas Salvino, optaram por construir um carro capaz de transitar em superfícies diferentes. Mas são muitas as possibilidades! Dá um play no vídeo para conferir: 

Agora é a sua vez! Quer aprender a montar e colocar esse carro para funcionar? Veja o passo a passo e se inspire. 

Depois de tudo pronto, é só ligar o Arduíno, transferir a programação feita no SCRATCH e dar o play! Lembre-se: esse é apenas um guia básico. Explore diferentes materiais recicláveis e técnicas de montagem para criar um robô único e personalizado. Já pensou em montar seu próprio WALL-E para aprender um pouco mais sobre programação? 

Caso encontre dificuldades, não desanime! Maria Eduarda de Jesus dá um spoiler: é desafiador desenvolver seu primeiro robô. "Nosso maior desafio foi a questão prática de desenvolver o protótipo, mas conseguimos. A apresentação e falar em público nas feiras que apresentamos também foi difícil”, conta. “A gente teve que aprender bastante.” 

Liga de Ciências: um espaço para todos 

Um lugar onde os estudantes do SESI Jardim Planalto podem aprender além da sala de aula e descobrir novas habilidades é a Liga de Ciências. A escola tem uma cultura muito forte na robótica, segundo o professor Lucas Salvino, mas acaba não tendo espaço para todo mundo. Foi aí que surgiu a Liga, um espaço para que os estudantes possam também desenvolver ideias e conhecer mais o universo da programação.  

“Queria abrir espaço e incentivar os estudantes a participarem de competições e agregar outros que quisessem participar de robótica, mas pelas equipes em si serem muito restritas, não conseguiam”, compartilha o professor de Ciências da Natureza. 

Hoje, a Liga tem 30 estudantes divididos no preparo para a Olimpíada de Astronomia, no Desafio Liga Jovem Sebrae e na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Este ano, Júlia, Maria Eduarda e Paulo Filipe foram finalistas da Febrace na categoria Ciências Exatas e da Terra. 

Os estudantes e o orientador gostariam de levar as propostas desenvolvidas para outras escolas, mas, além desse grupo de iniciação científica, Lucas também orienta outros. Com novos membros todo ano, fica difícil dar conta de todas as demandas dos projetos e as de professor. A vontade de Lucas é que "mais docentes venham para a Liga de Ciências e a gente consiga divulgar os projeto