Ainda em maio, a Caoa Chery pegou o mercado um tanto de surpresa. Ela anunciou o fechamento temporário da fábrica de Jacareí (SP), que foi feita pela marca chinesa antes da junção das operações com a empresa brasileira. Com isso, encerrou a produção do Tiggo 3X, carro tinha cerca de 1 ano de mercado apenas.

Na ocasião, a empresa alegou que a linha de montagem do interior paulista seria adaptada para seguir a "demandas globais em relação à mobilidade sustentável". Com isso seu retorno deve ocorrer daqui cerca de dois anos, tempo necessário para realizar as mudanças de propósito da fábrica. Porém, será difícil vermos um Caoa Chery saindo de Jacareí antes de 2025.

Galeria: Caoa Chery (anúncio de eletrificação no Brasil)

Agora, Mauro Correia, presidente da Caoa Chery, deu uma entrevista aos colegas do Automotive Business onde explicou com um pouco mais de detalhes as alterações nas operações da empresa, especialmente no que tange suas fábricas no Brasil. Além de Jacareí, a Caoa ainda mantém uma linha produtiva em Anápolis (GO), onde monta e fabrica veículos da Chery e também da Hyundai.

Correia começou explicando que, enquanto Jacareí foi uma fábrica feita para construir somente os veículos da Chery, a operação em Anápolis permitia a produção de 5 SUVs diferentes, derivados de 3 plataformas originárias de duas marcas. O executivo justificou que, há quatro ou cinco anos, a Caoa teria identificado uma tendência de mudança no mercado brasileiro.

Galeria: Caoa Chery Tiggo 5X - Produção em Anápolis (GO)

A demanda por aqui estaria mudando de grandes volumes concentrados em poucos modelos para uma dinâmica onde o público exigiria uma maior variedade de veículos com números menores de vendas. Anápolis então passou por uma reforma que permitiu tal flexibilização das linhas de montagem, que ainda incluem a produção dos comerciais HR e HD80. Por outro lado, as condições postas na fábrica de Jacareí não permitiam isso.

Juntando a falta de flexibilidade com os planos da Caoa Chery em eletrificar toda a sua linha, culminando no lançamento de diversos modelos híbridos-leves, um plugável e um elétrico, resultaram na paralisação de Jacareí. O tempo em que ela passará fechada será usado para realizar as reformas necessária para receber "futuros lançamentos" de carros eletrificados da marca, segundo Mauro Correia. Até lá, os modelos auxiliados por eletrificação seguem importados da China.

O imbróglio da Exeed

Exeed LX ET-i
Exeed LX ET-i

Os rumores no início de 2022 apontavam para que o próximo passo da Caoa Chery no mercado brasileiro poderia ser o investimento na Exeed, divisão de luxo da marca chinesa. Houve até anúncio para sua chegada em 2021. No entanto, os planos podem estar mudando para além do controle da Caoa.

Há algum tempo que existe uma movimentação da própria Chery, sem a Caoa, sobre os Exeed no Brasil. A imprensa foi contatada pela empresa e a Chery até anunciou uma vaga para Branding Manager atendendo o mercado brasileiro em seu LinkedIn. Para o público, já existe a página no Facebook da Exeed Brasil, com postagens sobre seus modelos e apontando para um lançamento não muito longe.

Na entrevista, Mauro Correia não se alongou muito nesse tema, afirmando apenas que "A marca de luxo Exeed é uma discussão que temos com a marca Chery em separado. Tem muita polêmica sobre o tema sendo criada. Mas isso é um discussão que estamos tendo, mas mais para frente. Nosso foco hoje é fazer o crescimento da marca Caoa Chery".

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