Plano Conservação Lagarto-de-água

Giulia Resta
geologicalthings

--

Lacerta schreiberi (macho) EUROLIZARDS

O Lacerta schreiberi, mais conhecido como Lagarto-de-água. É uma espécie nativa em Portugal que carece de atenção quanto ao seu estatuto de conservação. O seu estudo mais relevante da sua distribuição no país tem 22 anos apesar do seu estatuto de conservação a nível nacional ser de 2005.Observa-se um declínio populacional, e uma igual diminuição da área de habitat. Habita perto de cursos de água, sendo que apoluição e outros factores que prejudiquem a qualidade destes locaistambém influenciam a sua presença. A construção de barragens que alteram a configuração destes cursos de água afeta igualmente esta espécie. Assim sendo, torna-se essencial a recuperação e manutenção destes habitats tal como a manutenção da densidade populacional a fim de evitar perdas de variabilidade genética essencial para a sobrevivência da espécie.

Devido a ausência de dados, procurou-se propor um plano de conservação mais geral mas, ainda assim, incluindo os aspetos importantes para a preservação e os alertas para o Estado Português.

O Lacerta schreiberi, mais conhecido como Lagarto-de-água. É uma espécie existente em Portugal e cujo estatuto de conservação é uma incógnita devido a falta de dados atualizados. Este artigo descreve a espécie, nomeadamente, o seu habitat, características, hábitos, entre outros. Também descreve as ameaças atuais para a espécie, o seu estatuto de conservação desatualizado utilizando a região do Cercal como caso de estudo. Por fim, são propostos objetivos, orientações e execução do plano de conservação da espécie.

O problema para a conservação do Lacerta schreiberi fixa-se na falta de dados atualizados acerca da população e da avaliação dos parâmetros ambientais de forma livre. Isto juntamente com os dados desatualizados no ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas), torna volátil a continuação da existência dessa espécie nas regiões onde as ameaças para o seu desaparecimento são mais propícias.

É importante que os dados estejam atualizados para que as entidades competentes do Estado Português possam ter estratégias específicas para uma preservação eficaz da espécie e de outras que estejam na mesma situação antes que seja tarde.

Descrição da Espécie e do Local

Lacerta schreiberi © 2008 Gabri Mtnez

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Família: Lacertidae
Género: Lacerta
Espécie: Lacerta schreiberi

Lacerta schreiberi, mais conhecido como lagarto-de-água, é uma espécie de réptil endémica na Península Ibérica.

É uma espécie que habita principalmente junto de linhas de água como rios e ribeiras, mas também se encontra em florestas temperadas e locais com vegetação arbustiva.

São também muito sensíveis à qualidade da água, estando ausentes de linhas de água contaminadas.

A sua dieta inclui coleópteros, formicídeos e aracnídeos, mas pode ocasionalmente alimentar-se também de frutos silvestres.

Atingem a maturidade sexual por volta dos 3/4 anos, sendo que as fêmeas atingem 1 ano após os machos.

Os machos apresentam dimorfismo sexual durante a época reprodutiva, a zona da cabeça dos machos fica azulada nesta altura.

É uma espécie ativa de fevereiro a outubro sendo que depois entra em repouso invernal.

Em média, as fêmeas são capazes de colocar em média entre 11 e 18 ovos.

Estatuto de Conservação

Lacerta schreiberi museubiodiversidade.uevora

Global (IUCN 1994): LR/NT (Baixo risco/próximo de ameaça)

Nacional (Cabral et al., 2005): LC (Pouco preocupante)

Espanha (Blanco & González 1992): NT (Quase Ameaçada)

De acordo com a Red List da IUCN (International Union for Conservation of Nature), a espécie é listada como Quase Ameaçada devido ao seu declínio significativo pela perda generalizada de habitat, tornando assim a espécie perto de se qualificar como “Vulnerável”.

Os isolados populacionais no Sul, tanto na Espanha quanto em Portugal, são raros.

As populações do sul de Espanha estão ameaçadas pela perda de habitat, principalmente devido ao desmatamento, incêndios florestais e pela alteração de habitats ribeirinhos. Fenómenos que também são conhecidos em Portugal. Sendo importante referir que estes dados disponibilizados pela IUCN são de 2008, ou seja, de 12 anos atrás.

Local

Lacerta schreiberi habita principalmente no noroeste da Península Ibérica devido a infl encia do Oceano Atlântico no clima. Contudo, existem populações que sobrevivem mais no centro da Península Ibérica, mas encontram-se isolados e geograficamente muito dispersos pelo facto de se limitarem a regiões montanhosas.

Esta espécie habita zonas relativamente húmidas, próximas de cursos de água com vegetação densa, estrato arbustivo esse com espécies de cariz mais atlânticas típicas de locais com elevada precipitação como o amieiro (Alnus glutinosa).

Os adultos estão mais associados a zonas abundantes em rochas e matos densos enquanto que os jovens preferem habitats herbáceos a fim de terem refúgios próximos.

Em Portugal, encontram-se desde o nível do mar até aos 1800 metros (Na Serra da Estrela) e em Espanha já chega aos 2100 metros (Serra de Gredos).

FMapa com a distribuição da espécie Lacerta schreiberi (2008) — IUCN

Tendência populacional

Em regressão, não só do tamanho populacional, mas também da área de ocupação. Elevado grau de fragmentação, nomeadamente dos isolados populacionais.

Abundância:

De acordo com Brito et al. (1998), as estimativas apontam para 47 000 indivíduos em Monchique, 115 00 em São Mamede e apenas cerca de 3 700 em Cercal.

Cercal é o caso mais preocupante devido ao facto do seu efetivo estar disperso em três ribeiras isoladas entre si.

Ameaças

Regularização dos sistemas hídricos — através da transformação dos cursos de água em valas artificiais com a uniformização do substrato, no intuito de melhorar o escoamento hídrico — leva à destruição da mata ripícola e à reestruturação artificial das margens, provocando a homogeneização do habitat. Como as margens das linhas de água constituem o habitat preferencial da espécie, qualquer ação no sentido da sua destruição ou alteração radical afeta a permanência da espécie (Brito et al., 1998).

Construção de barragens — implica a submersão de grandes áreas de habitat a montante, criando graves descontinuidades entre as populações a montante e a jusante da barragem (Brito et al., 1998).

Poluição resultante de descargas de efluentes não-tratados — de origem industrial, urbana e de unidades de pecuária, a par com fontes de poluição difusa devidas à intensificação da utilização de pesticidas e fertilizantes na agricultura, cria situações de elevada eutrofização do meio, com a consequente perda da qualidade da água. Os pesticidas são facilmente acumulados nos répteis. Por outro lado, a degradação da qualidade da água diminui a diversidade da entomofauna existente, a qual constitui a base da alimentação do Lagarto-de-água (Marco & Pérez-Mellado 1988 in Brito et al., 1998). As descargas de efluentes são particularmente negativas nas regiões litorais, principalmente a Norte da serra de Sintra (Brito et al., 1998).

Destruição da vegetação ripícola — nomeadamente associada a ações de limpeza, aproveitamento de terrenos para fins agropastoris ou plantações florestais com espécies de crescimento rápido — afeta obviamente a presença da espécie. A plantação de eucaliptos atinge proporções alarmantes nos isolados de Monchique e Cercal (Brito et al., 1998).

Fogos florestais — em Monchique, os incêndios consumiram também vários leitos de ribeiras eliminando consequentemente as populações lá existentes, sendo esta situação extensível à Serra do Cercal.

Implantação de infraestruturas — em áreas circundantes às linhas de água são responsáveis pela destruição do habitat da espécie (Brito et al., 1998). Obras de alargamento que aterram as margens das ribeiras destroem completamente a vegetação aí existente e o próprio leito da ribeira criando assim mais uma barreira entre populações já extremamente fragmentadas.

Seca — a espécie é ausente em ribeiras sem água. A espécie também tem tendência a evitar climas como o Mediterrânico que é conhecido por ser muito seco no verão.

Caso de Cercal

No Alentejo, o Cercal é um dos locais onde a espécie tem maior probabilidade de desaparecer. A espécie está fragmentada em três cursos de água: as ravinas de Sedas e Godins, e pela Ribeira do Torgal. A vegetação adjacente aos cursos de água é constituída por sobreiros e por sistemas áridos de agricultura.

Devido ao aproveitamento agrícola das margens do rio, o habitat ao qual a espécie está restrita são as margens dos cursos d’água. No entanto, em áreas de elevada altitude, onde o habitat circundante de riachos encontra-se preservado.

De acordo com os dados do IPMA, no final do mês de agosto de 2020, verificou-se, em relação ao final de julho, uma diminuição de percentagem de água no solo em todo o território. Sendo que em algumas regiões, nomeadamente, o Baixo Alentejo, onde o Cercal se integra, valores próximos do ponto de emurchecimento permanente. Sendo que a situação de seca severa se prolongou em setembro.

Devido ao passado mineiro da região (século XIX), é importante promover medidas de controlo das escorrências ácidas com origem em escombreiras ou lagoas de estéreis da exploração de diversos minérios. Contudo, são escassos os artigos que façam referência a contaminantes conhecidos na região e uma carta geológica detalhadas que permita uma análise geral da litologia para observar padrões de escorrência. Também são escassas fontes de informação acerca da qualidade da água da bacia hidrográfica abrangida.

Contudo, verifica-se que se não forem efetuados métodos de conservação ativa, muito provavelmente a espécie será extinta.

Também é importante referir que o estudo acerca da espécie no território nacional está desatualizado. O último estudo relevante tem 22 anos. O que prejudica o acompanhamento do estatuto de preservação da espécie.

Proposta do plano de gestão

Objetivos de conservação

● Manter/incrementar as populações de Lacerta schreiberi e a sua variabilidade genética

● Manter a área de ocupação atual

● Recuperar o habitat para alimentação, reprodução e abrigo.

Orientações de gestão

  1. Proteger os seus habitats preferenciais, nomeadamente, as zonas ribeirinhas;
  2. Manutenção/Incremento da vegetação ripícola;
  3. Retirada de plantas invasoras, como o eucalipto, prejudiciais das zonas ribeirinhas;
  4. Recuperação dos sistemas hídricos em áreas de ocorrência da espécie;
  5. Manutenção da qualidade da água, verificando os seus parâmetros e restringindo o uso de químicos nas proximidades das linhas de água e dos aquíferos;
  6. Evitar a construção de novas infraestruturas próximas às zonas de linha de água ou propor alternativas menos invasivas aos habitats naturais;
  7. Informar e sensibilizar o público para a importância da espécie bem como da conservação do seu habitat;
  8. Monitorização das populações para avaliar o seu futuro crescimento e dispersão;
  9. Estabilização de taludes adjacentes às linhas de água e vigilância dos mesmos;
  10. Estabelecimento de um caudal mínimo — caudal ecológico, a ser descarregado nos troços a jusante das barragens, principalmente nos períodos de seca;
  11. Diminuição do desmatamento do montado de sobro (já sob medidas de proteção legais);
  12. Colaboração entre engenheiros civis, engenheiros do ambiente, biólogos e geólogos para conhecer o impacto ambiental das estruturas e propor possíveis alternativas que beneficiem a população sem degradar significativamente os ecossistemas ribeirinhos.

Execução das Orientações de Gestão

Controlo e incentivo do número de indivíduos Lacerta schreiberi

  1. A seleção de habitats é importante para a monitorização da população a ser protegida ao longo dos anos. É importante verificar se é alcançado o efetivo populacional de 500 000 indivíduos para garantir a variabilidade genética da população, ou, se mais meios são necessários para garantir a sua preservação. O tamanho populacional geneticamente efetivo pode ser feito através da fórmula:
    Ne= (4 X nº de machos / nº de fémeas) / (nº de machos X nº de fémeas);
  2. A construção de barragens e as obras de regularização das margens das linhas de água são responsáveis pelo isolamento das populações. Uma solução seria optar pela construção de pequenos açudes com materiais presentes nos habitats, nomeadamente, solo e rochas para evitar contaminação das águas. Estes açudes podem também ajudar a diminuir o isolamento da população.

Redução do desmatamento

  1. Proibição do corte excessivo da vegetação ripícola e construção de infraestruturas que afetem as linhas de água sem um motivo importante. Estes dois factores podem ser executados através do Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP) e da Rede Natura 2000 (RN2000);
  2. É necessário conhecer as espécies vegetativas locais, número de indivíduos e a sua importância ecológica para definir o plano ideal de manutenção ou incremento da vegetação ripícola de modo a aperfeiçoar o habitat do lagarto-de-água. Existem ajudas financeiras para florestação, por parte da Direção Regional de Agricultura e Pescas de uma respetiva zona, e também existem organizações (associações ou cooperativas) de produtores florestais existentes que podem prestar um valioso auxílio no processo;
  3. Indivíduos vegetativos como o eucalipto segregam óleos prejudiciais para o crescimento de outras espécies vegetativas e podem até mesmo envenenar alguns animais. É importante ações periódicas de retiradas das espécies prejudiciais. A sensibilização e engajamento da população para estas ações é importante e barata.

Manutenção dos caudais e da qualidade da água

  1. Os estudos hidrogeológicos fornecem evidências da variação de caudais e elucidam acerca dos possíveis métodos de reabilitação de margens afetadas;
  2. Para a monitorização da qualidade das águas, os estudos hidrogeológicos são essenciais para compreender como os efluentes de resíduos urbanos, agrícolas, industriais, entre outros atingem as linhas de água que têm relação não só diretamente a espécie a ser protegida, mas também aos seus recursos alimentares. Um estudo preliminar deve ser realizado para compreender, nomeadamente, a porosidade do terreno e a localização dos aquíferos. Monitorizações químicas com a periodicidade de pelo menos duas vezes ao ano devem ser realizadas para controlo da qualidade da água;
  3. Revestimento dos taludes com solo e espécies vegetativas adequadas à região, no mais curto espaço de tempo possível. Os taludes devem ter inclinação suave de modo a contrariar a erosão;
  4. Controlo na manutenção de veículos e máquinas de trabalho, de modo a evitar derrames acidentais de óleos e combustíveis no solo. O local de armazenamento dos estaleiros também deve ser impermeável para evitar a contaminação do solo por derrame de combustível e de outros componentes químicos. Este local não deve estar próximo dos cursos de água, bem como em zonas com o nível freático perto da superfície, ou em áreas de máxima infiltração, incluídas na REN (Redes Energéticas Nacionais);

Sensibilização

  1. Campanhas municipais e atividades lúdicas com crianças e jovens na escola podem ser importantes para cativar o interesse e ativismo para a defesa do habitat da espécie a ser protegida;
  2. Sensibilização dos agricultores, no sentido de promover práticas agrícolas sustentáveis (restrição no uso de fertilizantes e pesticidas, culturas que promovam o controlo da erosão do solo, gestão da rega etc.), de acordo com o Código de Boas Práticas Agrícolas para a Proteção de Água contra a Poluição com Nitratos de Origem Agrícola;
  3. Promoção de campanhas que façam da população um agente que garanta a preservação do ecossistema por meio de campanhas de limpeza ou que denunciem situações irregulares;
  4. Publicação de dados para o acesso académico e público de parâmetros ambientais.

Métodos de Captura e de Contagem

Photo by Mael BALLAND on Unsplash

Para auxiliar na monitorização das espécies é proposto um método simplista emais barato (observação) e um método preciso (capturas e marcações).

Observação

Com dois observadores a caminhar em direções opostas durante cerca de 20 minutos e a contar os répteis observados perto das margens dos rios. Esta ação é realizada em diversos locais para ter uma estimativa da quantidade de indivíduos existentes no local. Podem ser estudadas áreas de 10x10 km para perceber como variam as densidades populacionais em cada local. Este é o método mais rápido e mais barato que o próximo.

Capturas e Marcações

PIT — Passive Integrated Transponder Tess McBride / U.S. Fish and Wildlife Service

Esta é uma forma mais precisa de contar indivíduos pois não secorre o risco de contar o mesmo individuo múltiplas vezes. Podem ser utilizadas técnicas passivas de captura destes répteis como armadilhas (para não haver risco de provocar lesões no animal) e proceder à sua marcação e consequente libertação.

A Marcação seria feita com um dispositivo PIT (Passive Integrated Transponder), o que permite não só contar os animais marcados como avaliar a sua localização após a sua recaptura para contagem e assim inferir um possível padrão na movimentação do individuo.

O plano apresenta várias medidas com o intuito de preservar a espécie, procurou-se abordar esta questão especialmente através da manutenção do habitat desta espécie, com medidas que não focam somente na proibição de certas atividades prejudiciais, mas também em soluções práticas que possam ter um efeito na conservação de Lacerta schreiberi. No entanto, tais medidas demorariam algum tempo até que tivessem um efeito significativo nas populações, tal como algumas das proibições fossem difíceis de aplicar na realidade.
É importante referir que os dados desatualizados podem não transmitir a situação atual da espécie, podendo transmitir uma falsa sensação de segurança de que essa espécie não corre o risco de ser extinta.
Também é importante a coloboração de profissionais das mais diversas áreas para o desenvolvimento de um plano polivalente que contenham medidas inovadoras não só para a preservação do Lacerta schreiberi como também de outras espécies.

Referências

Brito, J.C.; O.S. Paulo e E.G. Crespo (1998). Distribution and Habitats of Schreiber’s Green lizard (Lacerta schreiberi) in Portugal. Herpetological Journal, 8(4): 187–194.

Brito, J.C.; C. Luís; M.R. Godinho; O.S. Paulo e E.G. Crespo (1998). Bases para uma Estratégia de Conservação do Lagarto-de-água e seus Habitats. Estudos de Biologia e Conservação da Natureza, 23. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa. 74pp.

Brito, J. C., Abreu, F. B. E., Paulo, O. S., Rosa, H. D., & Crespo, E. G. (1996). Distribution of Schreiber’s green lizard (Lacerta schreiberi) in Portugal: A predictive model. Herpetological Journal, 6(2), 43–47.

IPMA (2020). Boletim Climatológico — Portugal Continental

http://www.ipma.pt/resources.www/docs/im.publicacoes/edicoes.online/20201002/ZlyHWzqHwKfAzdgVnEqX/cli_20200801_20200831_pcl_mm_co_pt.pdf

Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Código de Boas Práticas Agrícolas

https://www.dgadr.gov.pt/rec-hid/diretiva-nitratos/codigo-boas-praticas-agricolas

ICNF. Plano Sectorial da Rede Natural 2000. fauna, anfíbios e répteis — Lacerta schreiberi

http://www2.icnf.pt/portal/pn/biodiversidade/rn2000/resource/doc/rn-plan-set/anfib-repteis/lac-schreiberi

IUCN Red List. Lacerta schreiberi

https://www.iucnredlist.org/species/11113/3251580#conservation-actions

by. G. Resta e Guilherme Barreto

--

--

Giulia Resta
geologicalthings

I do not sing in the shower, I travel through time and space.