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Acervos

Pablo Picasso

Natureza-morta com melancia e cacto,

1948

  • Autor:
    Pablo Picasso
  • Dados biográficos:
    Málaga, Espanha, 1881-Mougins, França ,1973
  • Título:
    Natureza-morta com melancia e cacto
  • Data da obra:
    1948
  • Técnica:
    Litografia
  • Dimensões:
    75 x 92,5 cm
  • Aquisição:
    Sem data
  • Designação:
    Gravura
  • Número de inventário:
    MASP.05071
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

Acervos

Pablo Picasso

Busto de homem (o atleta),

1909

  • Autor:
    Pablo Picasso
  • Dados biográficos:
    Málaga, Espanha, 1881-Mougins, França ,1973
  • Título:
    Busto de homem (o atleta)
  • Data da obra:
    1909
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    91 x 73,5 x 3 cm
  • Aquisição:
    Aquisição, 1958
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00144
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

Acervos

Pablo Picasso

Toalete (Fernande),

1906

  • Autor:
    Pablo Picasso
  • Dados biográficos:
    Málaga, Espanha, 1881-Mougins, França ,1973
  • Título:
    Toalete (Fernande)
  • Data da obra:
    1906
  • Técnica:
    Oleo sobre tela
  • Dimensões:
    53 x 31 x 2 cm
  • Aquisição:
    Aquisição, 1953
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00143
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

Acervos

Pablo Picasso

Retrato de Suzanne Bloch,

1904

  • Autor:
    Pablo Picasso
  • Dados biográficos:
    Málaga, Espanha, 1881-Mougins, França ,1973
  • Título:
    Retrato de Suzanne Bloch
  • Data da obra:
    1904
  • Técnica:
    Óleo sobre tela
  • Dimensões:
    65 x 54 x 2,5 cm
  • Aquisição:
    Doação Walther Moreira Salles, 1947
  • Designação:
    Pintura
  • Número de inventário:
    MASP.00142
  • Créditos da fotografia:
    João Musa

Exposições

Lucia Laguna: Vizinhança

A paisagem é o ponto de partida para as pinturas de Lucia Laguna (1941, Campos dos Goytacazes, RJ, vive no Rio de Janeiro). Dos arredores de seu ateliê, no bairro de São Francisco Xavier, subúrbio do Rio de Janeiro, a artista extrai o vocabulário de formas, de cores e de imagens que vão compor suas pinturas. Laguna passou a dedicar-se à pintura depois de se aposentar como professora de literatura portuguesa e latina, e frequentar os cursos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, nos anos 1990. A artista buscou na janela de sua casa-ateliê – com vista para o morro da Mangueira – a paisagem, os modos de construção e a arquitetura do subúrbio para definir sua maneira de pintar. 

Exposições

HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

A classificação indicativa de Histórias da sexualidade é de 18 anos. Dessa forma, de acordo com a regulamentação vigente, menores de 18 anos poderão visitar a exposição desde que acompanhados dos pais ou responsáveis.

A exposição Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP; Camila Bechelany, curadora assistente do MASP; Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP; e Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP.

Exposições

ARTE DA FRANÇA: DE DELACROIX A CÉZANNE

ARTE DA FRANÇA: DE DELACROIX A CÉZANNE

Esta exposição atravessa quase duzentos anos de produção artística na França, dos séculos 18 ao 20, exibindo retratos, paisagens, naturezas-mortas e cenas históricas e do cotidiano, do mais importante acervo do período no Hemisfério Sul. Estão representados artistas de herança neoclássica, como Ingres, e romântica, como Delacroix; além de nomes ligados aos movimentos precursores do modernismo, como o realismo, de Courbet; o impressionismo, de Monet e Degas; o pós-impressionismo, de Cézanne, Van Gogh e Gauguin; o grupo dos Nabis, de Vuillard; e o cubismo, de Picasso e Léger.

Grande parte dessas obras é testemunha das rupturas de natureza política, social e cultural que marcaram a Europa do século 19 e início do 20, quando a arte ganhou outros circuitos de produção e veiculação para além dos salões e encomendas oficiais, como a imprensa e a crítica especializada; os bares onde fervilhava a vida da nova burguesia e intelectualidade; os ateliês e a importância de sua dimensão expandida, especialmente no caso de Picasso; as academias alternativas, como Julian e Suisse, que ofereceram opções à formação mais tradicional da École de Beaux-Arts.

A exposição privilegiou reunir conjuntos completos do acervo, com destaque para Renoir, Toulouse-Lautrec, Modigliani e Manet. Delacroix e Cézanne, juntos no mesmo espaço, na entrada, funcionam como vetores para todo o percurso, uma vez que apontaram, cada um em seu tempo, tanto para o passado quanto para o futuro da história da arte, pontuando transições entre a tradição e o moderno; o antigo e o novo; entre, por exemplo, Ingres e Léger.

Cézanne, que via em Delacroix um mestre e estudava pintura fazendo cópias de suas telas, soube perceber nele qualidades modernistas. Cézanne não só retomou algumas dessas qualidades como emprestou a elas novo significado, caso do encontro entre figura e fundo; do maior protagonismo dado aos elementos do quadro e da pintura, como a pincelada, em detrimento dos temas; e, sobretudo, da maneira como se valeu de um caráter supostamente inacabado de suas pinturas.

Também são exibidos itens do arquivo histórico e fotográfico do MASP, como correspondências sobre doações, aquisições, convites, folhetos de exposições, recortes de jornais, revistas e fotografias que recuperam parte da história das obras e do próprio museu. Apresentados no mesmo plano que as pinturas, apontam para uma redefinição de lugares e hierarquias entre os trabalhos de arte e sua história dentro da instituição, oferecendo um novo estatuto para materiais comumente distantes dos olhos do público.

A disposição dos painéis, dos cabos de aço e das obras, bem como a relação deles entre si e com o espaço, retoma projeto de Lina Bo Bardi, arquiteta do MASP. Em 1950, na antiga sede da rua 7 de Abril, sua expografia já antecipava noções de transparência, leveza e suspensão, sem divisões em salas nem cronologias rígidas. Essas escolhas foram fundamentais e prepararam o terreno para a radical solução das telas dispostas sobre cavaletes de vidro que, ausentes desde 1996, retornarão ao segundo andar do MASP no final deste ano.

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Curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico; Eugênia Gorini Esmeraldo, coordenadora de intercâmbio; e Fernando Oliva, curador assistente

Exposições

DO CORAÇÃO DA ÁFRICA - ARTE IORUBÁ

Marco da arte moderna ocidental, arte da 

África negra chega ao MASP pelo cosmo Iorubá

 

O MASP abre na próxima sexta-feira, 11 de julho, DO CORAÇÃO DA ÁFRICA, mostra inédita de arte iorubá com 49 obras extraídas da coleção Robilotta, doada recentemente ao museu. Dividida em dez grupos, a exposição apresenta peças que expressam as manifestações centrais das tradições culturais e religiosas da nação Iorubá. São obras produzidas até os anos 1960, portanto anteriores à pressão globalizante que de lá pra cá passou a influenciar a produção de países como Nigéria e Benin, entre outros que abrigam a nação Iorubá. “A cultura africana está na origem de um dos marcos da arte moderna ocidental, aquele proposto pelo Picasso cubista de 1907 que buscou suas então escandalosas formas humanas nas máscaras e figuras das esculturas tradicionais da África negra”, escreve o curador Teixeira Coelho.

 

O contato da África com a Europa é milenar, intensificando-se desde o início das navegações portuguesas na segunda metade do século 15. No século 17, os europeus atingiram o interior do continente e existem indícios de que artesãos africanos produziam objetos de marfim por encomenda para comercialização na Europa. Mesmo nos tempos coloniais, apesar das invasões dos missionários cristãos e da influência muçulmana, muitos aspectos da cultura africana  abaixo do Saara evoluíram em dinâmica própria.

 

DO CORAÇÃO DA ÁFRICA – Arte Iorubá

Coleção Robilotta MASP

 

A cultura africana está na origem de um dos marcos da arte moderna ocidental, aquele proposto pelo  Picasso cubista de 1907 que buscou suas então escandalosas formas humanas nas máscaras e figuras das esculturas tradicionais da Africa negra. Outra vez, o velho formava o novo. As dimensões desse aporte africano para a arte moderna ficam mais claras e próximas para o visitante do MASP com a primeira mostra da recém doada coleção Robilotta. Com ela e com a coleção de arte asiática a ser exibida futuramente, o MASP explora melhor as relações globais e as versões da arte num mundo cada vez menor.

 

Mas, o que se vê nesta mostra é arte ou cultura? Estas peças têm um caráter utilitário há muito ausente da arte ocidental. Esta ainda serve para alguma coisa, é fato: adorno, distinção social, lucro econômico; residualmente, até para culto religioso. Esses usos, porém, não mais a definem nem lhe são necessários: sua simples existência basta para justificá-la. Inversamente, estas peças africanas servem a fins específicos, da cura de um mal ao aplacamento de alguma ira divina. De pelo menos uma delas pedaços foram retirados, por seu poder místico, para serem usados como amuleto. Nada análogo em relação à arte moderna ocidental: o caso seria de vandalismo ou insanidade econômica. Assim, para a antropologia tradicional estas peças seriam um caso de cultura, não de arte. A modernidade avançada, contudo, sugere que é arte o que se vê como arte.

 

Sem prejuízo de sua dimensão cultural, de resto congelada quando entram para um museu, é como arte que o MASP as apresenta, compartilhando com seus visitantes o prazer de contemplar as formas de uma parceira da modernidade e de conhecer melhor uma outra visão de mundo, menos extinta do que parece.

                                                                                                                                                             Teixeira Coelho, junho 2014

 

Exposições

SÉRIES BÍBLICA E RETIRANTES

Apresentação pelo curador, Teixeira Coelho:

As obras aqui expostas põem em evidência os motivos pelos quais Portinari foi considerado um dos pintores brasileiros por excelência da primeira metade do século XX.

A série Bíblica foi executada entre 1942 e 1944 para a sede da Rádio Tupi de São Paulo a pedido de Assis Chateaubriand. São oito telas de grandes dimensões que ilustram passagens do Velho e do Novo Testamento.

A marca de Guernica - feita por Picasso em 1937 em reação à destruição daquela cidade basca pela aviação alemã com a cumplicidade da própria ditadura espanhola à época, encabeçada por Franco - é evidente e nunca foi negada por Portinari. Ele de fato quis pintar como Picasso naquela tela, por ele vista em Nova York por ocasião de sua estada em Washington com a finalidade de realizar painéis para a Biblioteca do Congresso. Guernica, hoje no Reina Sofia de Madrid, causou forte impacto sobre Portinari e o levou a adotar e adaptar o estilo do colega espanhol.

A série seguinte, Retirantes, foi produzida entre 1944 e 1945. Das cinco pinturas iniciais, o MASP tem estas três – que deixam de lado o estilo da série anterior em busca de outra linguagem, mais próxima da adotada pelos muralistas expressionistas mexicanos Orozco e Siqueiros.

Mostradas em conjunto, estas onze peças são um exemplo singular da arte pública engajada que, à época, se identificava com a vanguarda política e estética.


Serviço Educativo:

Como para as demais exposições temporárias e mostras de obras do acervo realizadas pelo MASP, Portinari tem um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas públicas e privadas. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações: 3251.5644, ramal 2112. 

Exposições

A INUSITADA COLEÇÃO DE SYLVIO PERLSTEIN

EXPOSIÇÃO TRAZ OBRAS EMBLEMÁTICAS DE ALGUNS DOS MAIS IMPORTANTES NOMES
DAS ARTES PLÁSTICAS DO SÉCULO XX

Nascido no Brasil, mas de origem belga, Sylvio Perlstein desde cedo acompanhou pessoalmente jovens artistas plásticos que meio século depois se tornaram ícones de uma geração: Rauschenberg, Sol LeWitt, Jasper Johns entre outros. A partir de uma visão muito própria sobre arte, foi adquirindo aquilo em que o mercado de arte não apostava em tal ou qual época. Seu olhar o levou a reunir o que se criava e saía do banal, sem seguir modas ou tendências artísticas estabelecidas, colecionando durante 50 anos o que lhe parecia inusitado e reunindo raridades de grande importância no percurso da arte do século 20. Sua coleção resultou por traduzir o melhor de cada vanguarda desse período.

“Eu não sei o que é arte. Eu não sei o que é ‘bom’ ou não. Eu passeio. Eu flano. Eu não quero nada em particular. Eu não sei exatamente o que eu fiz. Eu não sei exatamente como tudo começou. Há coisas que me intrigam e me perturbam. Para que algo se ative, é preciso que seja enigmático. E difícil, também. Senão não é interessante. Não é excitante”, afirma Perlstein.

A mostra “A Inusitada Coleção de Sylvio Perlstein” é a primeira feita no Brasil a partir de seu acervo e chega ao MASP depois de dois meses em cartaz no Rio de Janeiro. No total, cerca de mil trabalhos compõem sua coleção, dos quais cerca de 150 foram selecionados pelos curadores Teixeira Coelho, do MASP, Luiz Camillo Osório, do MAM-Rio, e Leonel Kaz, idealizador do projeto, em parceria inédita.

Pensada de forma a oferecer um passeio livre do olhar, a exposição é dividida nas seções: Dada / Surrealismo; Fotografia Vintage; Novo Realismo / Pop Art; American Painting; Minimal Art; Arte Conceitual / Land Art / Arte Povera. Com isso, “oferece uma descoberta para o visitante de como tudo pode ser arte e de como o que se considera arte foi mudando de forma e sentido, década a década, durante todo o decorrer dos últimos 100 anos”, conforme explica Leonel Kaz.


Artistas presentes na mostra:

Ad Reinhardt; Agnes Martin; Alan Bizos; André Breton; André Kertész; Andy Warhol; Anton Bruehl; Antoni Miralda; Arman; Barbara Kruger; Berenice Abbott; Bernd & Hilla Becher; Bill Brandt; Brice Marden; Bruce Nauman; Candida Höfer; Carl Andre; César; Christo; Claude Cahun; Cy Twombly; Dan Graham; Daniel Buren; Dora Maar; Edward Quigley; Edward Steichen; Edward Weston; Erwin Blumenfeld; Georges Hugnet; Germain Krull; Günther Uecker; Haim Steinbach; Hanna Höch; Hannes Beckmann; Hans Bellmer; Henri Cartier-Bresson; Imogen Cunningham; James Edward Abbe; Jan Dibbets; Jaqueline Lamba; Jaromir Funke; Jasper Johns; Jean Moral; Jean Tinguely; Jean-Michel Basquiat; Josef Albers; Joseph Kosuth; Keith Haring; Keith Sonnier; Kevin Carter; Leo Dohmen; Lucio Fontana; Man Ray e Picasso; Manasse; Manuel Alvarez Bravo; Marcel Broodthaers; Marcel Duchamp; Marepe; Mario Merz; Martin Munkacsi; Maurice Tabard & Picasso; Maurizio Cattelan; Max Ernst; Mel Bochner; Meret Oppenhein; Michael Heizer; Michelangelo Pistoletto; Nan Goldin; Nusch & Paul Éluard; On Kawara; Paul Joostens; Pere Catalan Pic; Piero Manzoni; Pol Bury; Raoul Ubac; René Magritte; Richard Long; Richard Serra; Robert Doisneau; Robert Frank; Robert Mangold; Robert Mapplethorpe; Robert Morris; Robert Ryman; Roy Lichtenstein; Salvador Dalí; Sarah Morris; Sol LeWitt; Takis; Tunga; Valentine Hugo; Vik Muniz; Vito Acconci; Wassily Kandinsky; Weege; William Keck; Yves Klein; Yves Tanguy.


Serviço Educativo:

Como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições temporárias realizadas pelo MASP, a exposição A Inusitada Coleção de Sylvio Perlstein  tem um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas das redes pública e privada. As visitas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações: 3251 5644, r 2112.

Exposições

PASSAGENS POR PARIS - ARTE MODERNA NA CAPITAL DO SÉCULO XIX

O título da mostra inspira-se em uma citação de Walter Benjamin em seu ensaio Paris, capital do século XIX. Nele aparece a célebre menção às passagens, galerias comerciais levando de uma rua a outra, cheias de lojas atraentes, cenário singular da vida moderna, parte do mito da Cidade Luz. Os artistas aqui incluídos viveram, produziram, passaram por Paris, cidade criativa antes mesmo que o termo existisse. A exposição interage com A arte do detalhe (e depois, nada), em cartaz desde o inicio de novembro, igualmente patrocinada pelo Banco BTG Pactual.

Nos anos 1920, a expressão Escola de Paris veio a designar a arte imediatamente anterior e aquela logo posterior feita nessa cidade, farol do mundo cultural até que se impusesse outra “Escola”, a de Nova York, com uma arte abstrata em tudo oposta à de Paris que, porém, continuou a fascinar. Àquela época Paris era considerada a capital do mundo e sua força criativa e inspiradora atraía (e ainda hoje atraem) artistas de todas as partes. Suas passagens, galerias comerciais levando de uma rua a outra, cheias de lojas atraentes e cenário singular da vida moderna, eram parte do mito da Cidade Luz.

Passagens por Paris propõe um passeio pela arte moderna, com obras feitas entre 1866 e 1948 por artistas icônicos do período: Manet, Degas, Cézanne, Gauguin, Van Gogh, Matisse, Renoir, Toulouse-Lautrec, Picasso, Modigliani, Portinari, Rego Monteiro... Todos os aqui incluídos viveram, produziram, passaram por Paris. A exposição dá aos visitantes a oportunidade de apreciar algumas das obras mais representativas desse período.

Exposições

O TRIUNFO DO DETALHE (E DEPOIS, NADA)

 “Toda obra tem seu sentido próprio, aquele de início buscado pelo artista, e adquire outro ou outros significados conforme seu lugar no cenário amplo da história e nas mostras de que participa. Aqui se propõe uma ocasião para o desfrute dessa dupla experiência”, aponta Teixeira.

O triunfo do detalhe (e depois, nada) é dividida em três seções, cada uma referente a um momento específico da arte, que retratam a mudança da valoração do detalhe como elemento da concepção artística. Nas palavras do curador, “durante largo período a arte foi, primeiro, a arte do detalhe, de reproduzir o detalhe ou criar detalhes imaginários. O sentido da arte estava não raro no detalhe, um dos indícios fortes do valor do artista. Seguiu-se um período em que o detalhe começa a dissolver-se, e com ele toda a pintura; e, depois, um terceiro tempo em que sai de cena”.

Obras icônicas, e outras em busca de novos caminhos, permitem um exercício essencial em arte: vê-las sempre desde outra perspectiva. Entre os destaques, trabalhos de Monet, van Gogh, Cézanne, Velázquez, Tiziano, Frans Hals, Picasso, Regina Silveira e Leon Ferrari.

Exposições

SÉRIES BÍBLICA E RETIRANTES

As séries serão mostradas em sala especialmente desenhada, o que permite extrair todo o potencial formal e humano das obras. O conjunto abrange o período em que a denúncia social marcou a pintura de Candido Portinari, que reflete a situação brasileira a reboque das calamidades da guerra, que sensibilizaram tantos pintores europeus.


Apresentação pelo curador, Teixeira Coelho:

As obras aqui expostas põem em evidência os motivos pelos quais Portinari foi considerado um dos pintores brasileiros por excelência da primeira metade do século XX.

A série Bíblica foi executada entre 1942 e 1944 para a sede da Rádio Tupi de São Paulo a pedido de Assis Chateaubriand. São oito telas de grandes dimensões que ilustram passagens do Velho e do Novo Testamento.

A marca de Guernica - feita por Picasso em 1937 em reação à destruição daquela cidade basca pela aviação alemã com a cumplicidade da própria ditadura espanhola à época, encabeçada por Franco - é evidente e nunca foi negada por Portinari. Ele de fato quis pintar como Picasso naquela tela, por ele vista em Nova York por ocasião de sua estada em Washington com a finalidade de realizar painéis para a Biblioteca do Congresso. Guernica, hoje no Reina Sofia de Madrid, causou forte impacto sobre Portinari e o levou a adotar e adaptar o estilo do colega espanhol.

A série seguinte, Retirantes, foi produzida entre 1944 e 1945. Das cinco pinturas iniciais, o MASP tem estas três – que deixam de lado o estilo da série anterior em busca de outra linguagem, mais próxima da adotada pelos muralistas expressionistas mexicanos Orozco e Siqueiros.

Mostradas em conjunto, estas onze peças são um exemplo singular da arte pública engajada que, à época, se identificava com a vanguarda política e estética.


Serviço Educativo

Como para as demais exposições temporárias e mostras de obras do acervo realizadas pelo MASP, Portinari tem um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas públicas e privadas. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações: 3251.5644, ramal 2112.

Exposições

MODIGLIANI - IMAGENS DE UMA VIDA

Autodidata e dono de um estilo inconfundível, Modigliani teve uma vida intensa, marcada por grandes amores e infortúnios. Morto precocemente em 1920, aos 35 anos, conviveu com os principais nomes da cena artística parisiense de sua época. Na mostra, esta intimidade vem à tona no diário de sua mãe, em cartas trocadas com amigos como Pablo Picasso, André Derain, Max Jacob e Léonard Foujita e nas fotos de seu ateliê, de suas modelos e dos lugares onde viveu.

Outro destaque são as 22 obras produzidas pela mulher e amigos de Modigliani, que contribuem para contextualizar o profícuo período vivido pelo artista. São três óleos de sua esposa Jeanne Hébuterne, uma gravura de Picasso, outra de Foujita, pinturas feitas a quatro mãos com Moïse Kisling, além de peças de Marevna, Jacob e outros.

Com curadoria no Brasil de Olívio Guedes, diretor da Casa Modigliani (SP), e internacional do professor Christian Parisot, presidente do Modigliani Institut Archives Légalés Paris-Roma, as obras e peças expostas vêm do acervo deste instituto e de colecionadores particulares, além de telas do acervo do MASP. “Modigliani, que foi definido ‘o artista sem mestres e sem discípulos’, se destaca no panorama de nomes importantíssimos da história da arte por ter sido fiel à sua visão figurativa da arte, conseguindo chegar a um signo identitário, que é síntese perfeita entre a imagem e o sentimento que isso suscita em transferir a alma dos sujeitos, e não apenas as fisionomias deles”, diz o curador.

Após São Paulo, Modigliani: imagens de uma vida segue para o Museu Oscar Niemeyer (MON) em Curitiba. 


Serviço Educativo

Como para as demais exposições temporárias e mostras de obras do acervo realizadas pelo MASP, Modigliani: Imagens de uma vida tem um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas públicas e privadas. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações: 3251 5644, ramal 2112.  

Exposições

UMA SEMANA DE BONDADE

Após uma sequência de cinco exposições de arte vindas da Espanha - entre elas as gravuras de Goya, em 2007; Desenhos Espanhóis do Século 20, em 2008; e Walker Evans, em 2009 - o MASP traz ao Brasil em parceria com a Fundación MAPFRE uma das exposições de maior repercussão na Europa nos dois últimos anos: Max Ernst - Uma semana de bondade, que fica de 23 de abril a 25 de julho, na Galeria Horácio Lafer, 1º andar do Museu.

A mostra - que iniciou em 2008 sua itinerância inédita após mais de 70 anos - passou pelos museus Albertina (Viena), Max Ernst (Brühl), Kunsthalle (Hamburgo), Fundación MAPFRE (Madri) e D'Orsay (Paris) e debuta na América pelo MASP, trazendo suas provocações e preciosidades: entre as 184 colagens originais e de extrema fragilidade estão cinco obras jamais expostas ao público. Sob alegação de blasfêmia, elas não participaram da única exposição realizada com as colagens, em 1936 em Madri, na Biblioteca Nacional, atual sede do Museu Nacional de Arte Moderna.

Terceiro romance-colagem de Ernst - que já havia produzido La femme 100 têtes (1929) e Rêve d'une petite fille qui voulut entrer au Carmel (1930) -, Uma semana de bondade foi criada em 1933, auge do movimento surrealista, durante uma viagem de três semanas à Itália, precisamente ao Castelo de Vigoleno, cidade medieval da Emilia-Romagna. Recortando uma série de imagens de livros, jornais, romances e revistas populares na Europa desde 1850, o artista transformou entretenimento em uma ação de alerta e revolta contra os valores da época.

No entanto, o processo de "colagem" da série já começou bem antes, pela escolha do nome: La semaine de la bonté foi uma associação de ajuda mútua fundada em 1927 para promover o bem-estar social em Paris. Neste período, a capital francesa foi inundada por cartazes da organização buscando apoio da sociedade. Ernst pegou "emprestado" o nome e fez de Uma semana de bondade uma alusão ao relato bíblico da criação da Terra.

A gênese surrealista

A coleção é divida pelos dias da semana e deu origem a cinco livros lançados em 1934 (os três últimos dias - Quinta-feira, Sexta e Sábado - reunidos em um único por não ter a coleção alcançado as expectativas comercias). Nas colagens Ernst afastou-se da concepção bíblica, criando seu próprio Gênesis: o Domingo surrealista é recheado de orgias, violência, blasfêmia e morte, primeiro contraponto significativo ao "dia de descanso". Homens com cabeças de leão, símbolo do poder, é ironia recorrente nas 35 colagens intituladas O leão de Belfort, na qual as obras são individualizas por sequência numérica, recurso utilizado em todos os dias da coleção, além de obedecerem a um elemento chave, neste caso, a "Lama".

Composta por 27 trabalhos, Segunda-feira, cujo nome e elemento são denominados "Água", narra quão insignificante é o poder das autoridades diante a força da natureza: águas invadem e arrasam toda a cidade de Paris, questionando os valores exercidos pela burguesia da época, em críticas ainda coerentes aos dias de hoje. A sequência se mantém na mesma esfera: homens com asas de dragões e serpentes presentes em situações da rotina da classe privilegiada compõem as 45 obras da irônica Terça-feira, representada pela série A corte do dragão dentro do elemento "Fogo".

O caráter mítico de Édipo é abordado sob o elemento "Sangue" nas 29 colagens de Quarta-feira, batizada com o nome do mito grego. O episódio em que Édipo teve o pé ferido por seu próprio pai, seu reencontro fatídico no qual assassina seu progenitor e posteriormente o enigma proposto pela Esfinge, são simbolizados por homens com cabeças de pássaros nas mais diversas situações, num triste sarcasmo que escancara o eterno receio da tragédia por vezes imposto pelo destino, inerente às escolhas.

A Quinta-feira é subdividida em O riso do galo, que conta com 16 colagens, e A Ilha de Páscoa, formada por outras dez. Ambas sob o elemento "Escuridão" abordam as diferentes formas de poder: na primeira, o galo gaulês, símbolo do estado francês, é presente em todas as imagens, inclusive como parte do corpo dos protagonistas da cena. Em A Ilha de Páscoa, situações de intimidade são exibidas sempre com um de seus personagens usando máscaras. Nestas duas séries, Ernst preenche o espaço intermediário das colagens com tinta ou lápis, criando uma cena que evoca paisagem ampla.

Representada por Um poema visível, Dois poemas visíveis e Três poemas visíveis (compostos por seis, quatro e duas colagens, respectivamente), a Sexta-feira obedece ao elemento "Visão". Aqui imagens emblemáticas abordam o interior, a estrutura do humano e do ambiente que o cerca: corvos, caveiras e uma série de símbolos são utilizados nas três divisões. Neste "dia" Ernst retoma o uso da colagem sintética, método utilizado por ele no início de sua carreira, no qual elementos heterogêneos são colocados sobre uma folha de papel branco.

O Sábado, último dia da semana, batizado A chave das canções, referencia ao elemento "Desconhecido", onde toda a preocupação com a realidade é abolida. Mulheres em transe deixam suas camas e quartos para voar, cenas retratadas nas dez obras em que Max Ernst ilustra o fascínio surrealista com a histeria libertadora e inspiradora.

A narrativa da coleção se apoia unicamente na imagem, convertendo-se no ponto máximo do chamado romance-colagem e num dos maiores expoentes do surrealismo. A técnica empregada por Ernst nesta coleção cuidou para que os pontos de união, onde usou a colagem, fossem imperceptíveis com o objetivo de que a ilusão ótica criada pela colagem fosse completa, dando lugar a uma "nova" realidade.

Com este trabalho, Max Ernst rompeu as fronteiras entre gêneros e técnicas e transformou Uma semana de bondade em um dos temas principais do surrealismo - e ataca reservadamente àqueles que consideravam, naquela ocasião, este um movimento essencialmente literário.

Sobre o artista

Max Ernst (2 de abril de 1891, Brühl, Alemanha - 1 de abril de 1976, Paris, França) é provavelmente um dos poucos artistas que reinventou a si mesmo ao longo de toda sua vida. Ao lado de Picasso, fez parte de alguns dos grupos e movimentos de vanguarda mais importantes do século 20. Porém o que caracterizou em todo momento sua trajetória foi a capacidade de seguir adiante, sempre à frente destes movimentos, convertendo-se assim em referência e influência não só para seus contemporâneos mas também para os artistas atuais, entre eles artistas díspares como Cindy Sherman, Neo Rauch e Julie Nord.

A capacidade de Max Ernst criar um universo e um olhar próprio, diferente e singular, o transforma em um dos artistas de referência no século 20 e também em um dos mais complexos e mutáveis. Dadaísta, surrealista, poliglota e ávido leitor, Ernst desenvolveu um universo absolutamente particular e pessoal. Por conta de sua deslumbrante e afiada inteligência, além da sensibilidade e senso de humor ácido e irônico, é possível encontrar influências de Ernst em toda a história do século. Essa mistura de curiosidade e constância que encaixa o discurso do artista é a base sobre a qual foi construído o olhar de Ernst: uma busca incansável, onde, como diziam os sábios gregos, é muito mais importante o caminho que a chegada.

Serviço Educativo

Como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições temporárias realizadas pelo MASP, Max Ernst - Uma semana de bondade terá um programa educativo elaborado especialmente para atender aos visitantes, professores e alunos de escolas das redes pública e privada. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializados. Informações ao público: 3251-5644, r 2112.

Exposições

DE DENTRO PARA FORA / DE FORA PARA DENTRO

Unidos pela origem e destino - começaram suas carreiras pintando as ruas de São Paulo, fazendo graffiti e outras intervenções urbanas, e hoje apresentam seus trabalhos em galerias e museus nacionais e internacionais - um grupo de seis artistas contemporâneos acaba de ser convidado pelo MASP para apresentar, no Museu, suas trajetórias de quase duas décadas de produção artística.

Com seis grandes murais especialmente concebidos e realizados para a mostra do MASP e que serão apagados no final da exposição, Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff, Titi Freak e Zezão ocuparão todo o Hall Cívico e Mezanino do Museu com instalações interativas, telas e fotografias, além de vídeos que mostram suas trajetórias no cenário da arte urbana contemporânea.

De Dentro para Fora/De Fora para Dentro
tem curadoria de Mariana Martins, Baixo Ribeiro e Eduardo Saretta e a ambiciosa meta de alcançar 150 mil visitantes entre 20 de novembro e 5 de fevereiro de 2010.

Cada um dos seis artistas traz suas contribuições que, no conjunto, totalizam mais de 100 trabalhos de diversos formatos e mídias, buscando interação entre si e com o espectador, que poderá entrar e passear pelas instalações. Grandes paredes falsas e até mesmo o piso serão usados como base para dar a vida aos murais, instalações, telas e fotografias - a maioria produzidas no próprio MASP nas três semanas que antecedem a abertura ao público, resultando numa mostra exclusiva a partir deste diálogo com o espaço do Museu. De Dentro para Fora/De Fora para Dentro traz também os seis vídeos que narram a trajetória de cada artista, desde seus trabalhos pelas avenidas de São Paulo e do Brasil, passando por obras nas ruas e prédios de cidades da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, até a absorção do gênero por grandes galerias de arte nas principais capitais culturais do planeta.


Serviço Educativo


 

Assim como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições temporárias realizadas pelo MASP, a exposição terá um programa educativo elaborado especialmente para atender públicos distintos: visitantes, professores e alunos de escolas das redes pública e privada. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de profissionais especializada.
Mais informações sobre as atividades do Educativo pelo telefone 3251-5644 (ramal 2112).


Sobre os artistas



Carlos Dias http://choquecultural.com.br/blogs/carlosdias/

Carlos Dias também assina ASA (Ao Seu Alcance), que sintetiza sua principal motivação criativa: o desejo de fazer uma arte ao mesmo tempo profunda e expressiva, que qualquer pessoa possa sentir e não necessariamente entender. O artista nasceu em Porto Alegre, em 1974, e morou muitos anos em São Paulo, onde participou ativamente de manifestações culturais juvenis nos anos oitenta e noventa: skate, punk, hardcore, graffiti, street art etc. Carlos construiu um mundo psicodélico, pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários caóticos, que o levou a participar de diversas exposições, incluindo a última coletiva em Los Angeles, chamada São Paulo. Carlos é um artista multimídia, que pesquisa suportes incomuns e o desenvolvimento das ferramentas para lidar com eles. Sua principal linguagem é a pintura em proposta estética suja, contemporânea, pop, energética e barulhenta, que impacta pelos sentidos e não pelo intelecto. No seu trabalho a instalação também é destaque. Sua gráfica é marcante e fortemente ligada à pintura gestual. Rabiscos, escorridos, manchas são elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase ou palavra escrita numa tipografia própria. A cor também é elemento essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o flúor, a purpurina ou a tinta metalizada. Os suportes podem variar muito, das telas aos paineis de madeira, passando por qualquer objeto encontrado e que possa ser pintado. É uma expressividade barulhenta, que dialoga abertamente com a música do Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das últimas décadas. Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns sucessos gravados por bandas pop, como CPM 22 ou Cansei de Ser Sexy.

Daniel Melim http://choquecultural.com.br/blogs/danielmelim/

Daniel Melim nasceu em São Bernardo do Campo, São Paulo, em 1979. Pós graduou-se em Artes Visuais mas foi nas ruas do seu bairro que aprendeu a pintar, fazendo graffiti e intervenções urbanas, quase sempre associadas ao estêncil, técnica de pintura sobre máscaras com imagens vazadas.Trata-se de um pintor formalista, preocupado com a composição, com a distribuição das massas de cores, com a riqueza de texturas e com a impressão do processo em cada trabalho. O imaginário pesquisado por Melim remete ao conforto de figuras retiradas de compêndios de clichês de publicidade antiga e simbolizam o mundo ingenuamente feliz, projetado pela propaganda. O artista transforma os clichês em estêncil e o aplica, às vezes com ironia, às vezes desprezando a qualidade simbólica da imagem, ficando apenas com a textura proporcionada pelas manchas de tinta, muros mal acabados e construções pobres. No caso das intervenções urbanas, as texturas já estão prontas para serem usadas. Pátinas, rabiscos, pinturas descascadas, tudo vai sendo apropriado pelo artista e transformado em composições. A intervenção salta do mural para a instalação, numa ocupação sofisticada do espaço e dos signos urbanos. Daniel Melim teve sua primeira exposição individual na galeria Choque Cultural em 2006 e de lá passou pelo Museu Afro Brasil, representou o Brasil na Bienal de Valência, participou da coletiva The Cans Festival, promovida pelo artista britânico Banksy, em Londres, além da última SP-Arte. Melim desenvolve o Projeto Limpão, um sitio especifico em proporção gigantesca, em São Bernardo do Campo. Trata-se da ocupação de todo um morro, com pinturas nas fachadas das casas, nos corredores e praças do lugar. As casas do bairro são construídas pelos próprios moradores, num típico exemplo da arquitetura urbana paulista, sem pertencer a um projeto urbanístico coerente. Esse trabalho de fôlego não tem data pra acabar: ele vai sendo construído aos poucos, em parceria com "o pessoal da capoeira", nos fins de semana, com a anuência e admiração da comunidade.

Ramon Martins http://choquecultural.com.br/blogs/ramonmartins/

Nasceu em São Paulo, 1980. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola Guignard de Minas Gerais, Ramon funde a experimentação do estúdio com a energia da rua. Faz graffiti, performance, instalações, esculturas, sitio especifico e pintura em telas. É nesse ofício, a pintura, que sintetiza seu estilo fluido, cheio de misturas técnicas surpreendentes. Ramon Martins explora a técnica do estêncil, herdada do graffiti, passeia pela tinta acrílica, aquarela e têmpera, com grande repertório pictórico. Sua obra revela sensualidade, um acento pop-psicodélico, com influência de arte africana e indiana. Recentemente, Ramon Martins participou do projeto R.U.A - Reflexo on Urban Art - Lines, Colours and Forms of Brazilian Urban Art, em Rotterdam, ao lado de artistas brasileiros como Onio, Speto e Onesto, onde pintaram grandes murais nas ruas da cidade.

Stephan Doitschinoff http://www.choquecultural.com.br/?area=bio&aid=11.

Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos. Além de filho de pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas, Stephan conviveu no bairro em que passou sua infância e juventude tanto com um com um centro Hare Chrishna como com um terreiro de umbanda. Já adolescente, Stephan envolveu-se com a cultura pop, do skate aos movimentos punk e hardcore de São Paulo. Elaborava capas de discos de bandas e trabalhava como assistente do cenógrafo Zé Carratú, pintando cenários de grandes shows de rock dos anos 1990. Por meio de desenhos, pinturas, murais, esculturas e instalações, Stephan cria um universo de onde emergem inúmeras questões simbólicas e existenciais, como decadência, redenção, culpa, paz, salvação e transcendência. Tudo se conecta numa composição que leva à reflexão sobre o que é considerado arte e o que é considerado sagrado. A partir de 2002, Stephan passa a interagir e intervir na cidade por meio da pintura e da aplicação de pôsteres, adesivos e estênceis. Seu estilo se destaca na cena da nova arte urbana, gerando convites para participar de exposições em diferentes cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa e uma residência artística na Inglaterra. Em 2005, parte para o desenvolvimento de seu mais audacioso projeto artístico: o de pintar uma cidade inteira. Compondo com as histórias, as crenças e a realidade local da cidade de Lençóis (BA) e dos povoados dos arredores, Stephan realizou intervenções na região, onde morou de 2005 a 2008. As fachadas dos casebres, a igreja e até mesmo o cemitério formaram um conjunto pictórico de dimensões grandiosas. Essa grande instalação urbana, que envolveu toda a população da cidade, é um trabalho de fôlego que desenvolve importantes questões sobre as dimensões político-sociais da arte pública. Esse trabalho foi documentado no filme Temporal, produzido pela Movie Art, e em sua monografia Calma. The Art of Stephan Doitschinof, publicada pela editora alemã Gestalten.

Titi Freak http://choquecultural.com.br/blogs/titifreak/

Hamilton Yokota aka Titi Freak nasceu em 1974. É paulista de ascendência nipônica e mistura o espírito espontâneo dos brasileiros à estética disciplinada dos japoneses. Yokota chegou aos estúdios de Maurício de Souza, produtor brasileiro de inúmeros best sellers dos quadrinhos, ainda adolescente. Desde então o senso de estilo, a habilidade como ilustrador e o profissionalismo adquiridos o mantiveram em atividade, trabalhando como designer gráfico e ilustrador. Titi Freak conheceu o graffiti em 1995. Nas ruas de São Paulo, pôde integrar a excelência técnica do seu desenho ao espírito de improvisação que a cidade impõe. A troca foi justa: Titi soltou o traço enquanto o graffiti paulistano ficou mais sofisticado. Titi Freak é um artista que se deixa influenciar pelo imaginário da moda, dos quadrinhos e mangás, da low brow art e da cultura japonesa em geral, mas também presta atenção em Matisse, Picasso e Portinari, alguns de seus ídolos na pintura. Essa mistura de referências, bem contemporânea e pop, confere a sua obra carisma e empatia com o público de várias idades e procedências, ao mesmo tempo em que explora os vários suportes tão díspares quanto os gigantescos murais públicos e os pequenos desenhos em miniatura. Na verdade, o artista aproveita muito bem as diferenças de linguagem, escala e tratamento que imprime às suas obras, na intenção de envolver a audiência e provocar fortes emoções. Depois de três meses no Japão, Titi voltou ao Brasil para a exposição AmorInsistente, na galeria Acervo da Choque. Antes disso, lançou o livre FREAK, pela editora ZY, em que apresenta imagens de sua trajetória artística.

Zezão http://choquecultural.com.br/blogs/zezao/

Zezão é um artista intuitivo e autodidata, tem um trabalho artístico profundo e complexo, com implicações estético-político-sociais. Faz uma arte popular e carismática, vinda da simplicidade com que relaciona o estético e o humano, com força e vibração, manipulando e misturando suportes como instalação, sitio especifico, fotografia, vídeo, performance e pintura. Zezão nasceu em São Paulo, em 1971, de ascendência portuguesa. A adolescência vivida no ambiente do skate, punk e pichação foi marcada pelo trabalho duro. Foi trabalhador rural em Portugal, motorista de caminhão e motoboy em São Paulo. A paisagem urbana, de onde Zezão extrai sua estética, é a de uma São Paulo grande, desleixada com seu espaço público, com seus rios e com o seu lixo. Zezão vai fundo na exploração dessas mazelas e extrai preciosidades simbólicas. Entra na cena, escolhe a locação, se relaciona com o morador da rua. Ele sabe que sua performance precisa agradar aos que ali habitam, pois sua arte é feita para elas, num primeiro momento. Zezão começou a pintar num momento de depressão pessoal e profissional. Saiu das ruas e se enfiou no subsolo dos canais de água pluvial. Foi para um lugar povoado por ratos e baratas e, ali, descobriu os cenários que se tornariam sua marca registrada. Em sua trajetória, Zezão participou de exposições individuais e coletivas, como a Zezão Fotógrafo, na galeria Choque Cultural, São Paulo, na Scion Gallery, em Los Angeles, e Une Estivalle, na LJ Gllery, em Paris, e residiu e participou do evento mundial de graffiti Namefest, em Praga.

Exposições

ARTE NA FRANÇA 1860-1960: O REALISMO

Com esta exposição que reúne mais de cem obras produzidas sob influência do realismo francês, o MASP será sede da significativa exposição de arte do calendário de comemorações do “Ano da França no Brasil”.

Com patrocínio do Carrefour Soluções Financeiras, a mostra Arte na França 1860-1960: O Realismo traz mais de cem obras-primas vindas da Coleção Berardo (Lisboa), de museus franceses, como Musée D’Orsay, Centre Pompidou, Musée de L’Orangerie, Fonds National D’Art Contemporain, Musée D’Art Moderne de la Ville de Paris, e de outras coleções como Museu Nacional de Belas Artes do Rio e Museu Lasar Segall, além de 50 obras do próprio acervo do MASP. A exposição faz um percurso por um século de arte produzida na França e levanta as questões das diversas e contraditórias manifestações do Realismo.

A exposição cobre o período em que o realismo se afirma na arte francesa, e passa a influenciar o panorama cultural internacional, até o momento em que a arte feita nos EUA ascendeu ao primeiro posto. E traz obras de artistas franceses e estrangeiros que produziram na França ou que por lá passaram, como Picasso, Dali, Vieira da Silva e Miró. Estão incluídos trabalhos dos diversos movimentos e escolas, abordadas sob a perspectiva do Realismo - seus pontos de partida, suas versões e propostas.
Nestes cem anos é possível perceber traços sucessivos de percepção do real: o tema desta exposição é a história desta interpretação, desta desfiguração e reconfiguração. No conjunto estarão inseridas obras de Courbet, Miró, Dalí, Douanier Rousseau, Monet, Picasso, Manet, Van Gogh, Degas, Renoir e Cézanne, entre outros, além de outras obras de brasileiros produzidas na França, como as de Cândido Portinari, Almeida Junior, Iberê Camargo, Lasar Segall e Guignard.

A curadoria é do francês Eric Corne, curador independente que já trabalhou para importantes museus do mundo, como o Instituto Valenciano de Arte Moderna e Museu Berardo, entre outros. Serão abordadas estilos compreendidos nos cem anos cobertos pela exposição e que se encerram com as manifestações da nova figuração narrativa no começo da segunda metade do século XX - passando pelo impressionismo, naturalismo, expressionismo, cubismo, surrealismo, dadaísmo e neo-realismo.

Exposições

SÉRIES BÍBLICA E RETIRANTES

As telas que compõem a Série Bíblica, produzidos entre 1942 e 1944, revelam forte influência do Guernica de Picasso. Esta mostra reúne a série completa, composta de oito obras, ao lado das quais estão as três obras da Série Retirantes que o museu possui. As séries serão mostradas em sala especialmente desenhada para esta exposição, que permite extrair todo o potencial formal e humano das obras. O conjunto abrange o período em que a denúncia social marcou a pintura de Cândido Portinari, que reflete a precariedade da situação social brasileira a reboque das calamidades da guerra, que sensibilizaram tantos pintores europeus. Na passagem da série Bíblica para a Série Retirantes, é possível perceber o momento em que Portinari se liberta da influência de Picasso. Complementar a mostra, o Museu apresenta ainda um apanhado de publicaçães de 1940 a 1970, contando um recorte da história de Cândido Portinari por meio de desenhos feitos por ele, catálogos de suas exposiçães, fotografias e cartazes. A vitrine da biblioteca exibe também uma carta original do pintor ao fundador do MASP, Pietro Maria Bardi, datada de 1948, falando sobre os preparativos de sua primeira exposição no Museu, quando ainda estava instalado em sua primeira sede. Depois da mostra de Portinari o MASP segue com uma extensa e rica programação, que inclui Vik Muniz, Manuel Villarino, Yang Shaobin, Vera Chaves Barcelos e Rodin, além da exposição Arte na França 1860-1960: O Realismo e de nova edição da série Pirelli de fotografias. Apresentação pelo curador, Teixeira Coelho s obras aqui expostas põem em evidência os motivos pelos quais Portinari foi considerado um dos pintores brasileiros por excelência da primeira metade do século XX. A série Bíblica foi executada entre 1942 e 1944 para a sede da Rádio Tupi de São Paulo a pedido de Assis Chateaubriand. São oito telas de grandes dimensões que ilustram passagens do Velho e do Novo Testamento. A marca de Guernica feita por Picasso em 1937 em reação à destruição daquela cidade basca pela aviação alemã com a cumplicidade da própria ditadura espanhola da época, encabeçada por Franco é evidente e nunca foi negada por Portinari. Ele de fato quis pintar como Picasso naquela tela, por ele vista em Nova York por ocasião de sua estada em Washington com a finalidade de fazer os painéis para a Biblioteca do Congresso. Guernica, hoje no Reina Sofia de Madrid, causou forte impacto sobre Portinari que, nesta série, não se limita no entanto a copiar o mestre: Portinari interiorizou o estilo do colega espanhol e gerou obras com caráter e força próprios. A série seguinte, Retirantes, se fez entre 1944 e 1945. Das cinco iniciais, o MASP tem estas três que deixam de lado o estilo da série anterior em busca de uma outra linguagem, mais próxima da adotada pelos muralistas expressionistas mexicanos Orozco e Siqueiros. Mas a chave, aqui, é própria de Portinari. Mostradas em conjunto, estas onze peças são um exemplo singular da arte pública engajada que, a época, se identificava com a vanguarda política e estética.

Exposições

DESENHOS ESPANHÓIS DO SÉCULO XX - COLEÇÃO FUNDACIÓN MAPFRE

Vindas da Fundação Mapfre, sediada em Madri, obras de Picasso, Dalí, Chillida, Juan Gris, Tàpies, Torres García, Picabia, Miró, dentre outros, serão apresentados em curta temporada até 27 de julho de 2008.


Uma das principais exposições internacionais do MASP em 2008 tem o desenho como protagonista: Desenhos Espanhóis do Século XX - Coleção Fundação Mapfre, com abertura ao público em 13 de junho. Sob a curadoria de Pedro Benito, da Fundação Mapfre, a exposição reúne artistas de técnicas e estilos distintos: Picasso, Miró, Juan Gris, Dalí, Picabia, além de vários artistas de destaque no cenário espanhol como Óscar Dominguez, Viñes, De la Serna, Manuel Ángeles Ortiz e Bores.

Fundamento prévio da pintura, escultura e arquitetura e vistos como anotações e esboços até praticamente o século XV, os desenhos não passavam de um mero procedimento, anterior à pintura, que desapareciam no resultado final. Mas a partir da era moderna passaram a ser contemplados como obras acabadas em si mesmas. A Espanha de Francisco Goya y Lucientes (1746-1828) sobressai-se no quesito e nos últimos cem anos vê surgir alguns dos maiores gênios da técnica. É o que esta Coleção foca através de 82 trabalhos de grandes nomes da arte do século XX.

Antecessores da modernidade espanhola - Regoyos, Piñole, Sunyer - surgem acompanhados de mestres da vanguarda internacional, dentre eles Picasso, Miró, Dalí. Escultores de relevância mundial como Casanovas, Rebull, Ferrant, Julio González e Chillida estão expostos ao lado de artistas de outros países que viveram e produziram na Espanha, com repercussão mundial, como os uruguaios Torres Garcia e Rafael Barradas.

Cada um dos desenhos é acompanhado de um comentário crítico que esclarece o seu sentido dentro da trajetória do artista. Assim, Desenhos Espanhóis do Século XX - Coleção Fundação Mapfre apresenta uma pluralidade de perspectivas que permite contemplar um desenho como esboço e como obra autônoma ao mesmo tempo. 

Exposições

A NATUREZA DAS COISAS

A Natureza das Coisas
– por Teixeira Coelho, Curador Coordenador do MASP

Uma cadeira é uma coisa. E uma pedra, uma nuvem, uma folha. O mundo todo é uma coisa, escreveu Kant. Tudo que existe é uma coisa. Tudo menos, para alguma filosofia e em muita pintura, a figura humana, uma interrupção nesse largo contínuo que é o mundo das coisas.

Mas em pintura há um gênero em que coisas e homens se tornam uma unidade: a paisagem. A partir do século XVIII, a nascente ciência moderna era uma disciplina que dividia a natureza em suas partes para analisá-las. Ao lado, a pintura (e a pintura de paisagens) já era uma atividade de síntese propondo a unidade entre as emoções (a estética), os atos (a moral) e o conhecimento (a lógica) – a unificação de todas as coisas.

Tem sido assim desde a Renascença. Essas pinturas de paisagens contavam uma história importante que as pessoas conheciam. Uma história de conteúdos morais: o carvalho representava a coragem; os álamos, a dor; a salamandra, o mal (no século XXI não sabemos mais ler essas coisas: cultura e natureza se divorciaram). Nesta mostra, porém, não há só paisagens. Nem somente paisagens da natureza identificada com o campo. Há marinhas, naturezas-mortas e as paisagens culturais que são as paisagens urbanas. É a natureza dessas coisas que esta mostra busca revelar. Hoje, é fato, o mistério das coisas se esvaiu, acompanhando o desencantamento do mundo.

Se há uma imagem exata de como se sente o homem contemporâneo diante das coisas (e das "velhas" pinturas de paisagem) são estas palavras de Fernando Pessoa:

"O único sentido oculto das cousas / é elas não terem sentido oculto nenhum [...] as cousas não têm significação, têm existência. / As cousas são o único sentido oculto das cousas".

E o poeta continua para dizer que "Não basta abrir a janela / para ver os campos e o rio./Não é bastante não ser cego /para ver as árvores e as flores. / É preciso também não ter filosofia nenhuma."

O poeta resume assim, sem dizê-lo, a história da arte da pintura de paisagem, uma história da passagem da arte com filosofia para a arte sem filosofia. Esta exposição – a segunda de quatro mostrando a Coleção do MASP sob novo ângulo – é ocasião para reaprender a ver este gênero central da arte ocidental e desaprender outras tantas coisas.



A partir de 24 de abril o MASP apresenta a segunda exposição fruto da reestruturação física e conceitual do modo de apresentar seu acervo: A Natureza das Coisas terá foco em paisagens e naturezas-mortas observadas em épocas distintas. Com a inauguração, o 2º andar ganha novos ares e os contornos do que será o novo conjunto visual de uma das mais preciosas coleções do mundo.

Serão expostas 70 obras, produzidas entre o século XVII e a década de 80. A mostra, que tem o patrocínio da Mercedes-Benz do Brasil, ocupará duas salas da galeria do 2º andar do museu e possibilitará ao público visitante apreciar obras de períodos distintos, do clássico ao moderno, européias e brasileiras, lado a lado.

Trabalhos de Pablo Picasso, Van Gogh, Matisse e Monet, além de artistas brasileiros como Benedicto Calixto, Carlos Prado, Guignard e Almeida Júnior fazem parte do acervo que será exposto em sete grupos distintos - grandes paisagens, arborescências, parques e jardins, marinhas, paisagens urbanas, interiores e naturezas-mortas.

Assim como na exposição A Arte do Mito – primeira exposição com leitura temática do acervo – o público poderá ter uma visão compreensiva com textos explicativos sobre obras específicas da mostra e também seus conjuntos.

O Castelo de Caernarvon (1830-35), de William Turner; Rochedos de L´Estaque (1882-85) e O Grande Pinheiro (1892-96), de Cézanne; Passeio ao Crepúsculo (1889-90), de Van Gogh, e Igreja de Tarrassa (c.1914), de Torres-Garcia, são algumas das obras que ganharam uma abordagem especial na exposição.

Diálogo no acervo

24.4.2018 Terça-feira 16h

Pablo Picasso, Retrato de Suzanne Bloch, 1904
Candido Portinari, O lavrador de café, 1934
Autoria desconhecida, Ibeji, Iorubá, século 20

Diálogo no acervo

6.6.2023

Diálogo entre as pinturas Lunia Czcchwska (c. 1918), de Amedeo Modigliani, e Retrato de Suzanne Bloch (1904), de Pablo Picasso.

Ponto de encontro: entrada do Acervo em transformação, 2º andar, às 16h.

Retire seu ingresso no site para garantir a entrada no Museu.

Diálogo no acervo

24.10.2023



Para a edição do dia 24 de outubro, será proposta uma conversa sobre duas pinturas, uma de Pablo Picasso, Busto de homem (o atleta), de 1909, e outra de Lasar Segall, Interior de indigentes, de 1920. 

Ponto de encontro: na entrada do Acervo em Transformação, 2º piso, às 16 horas.
Retire seu ingresso no site para garantir a entrada no Museu.


Créditos da imagem
Foto: Eduardo Ortega
 

Eventos

OSESP MASP - AS CORES DA JUVENTUDE

  • Período:
    27.10.2015 Ter

Eventos

'PARIS' com a Studio3 Cia de Dança

  • Período:
    05 e 06 de Março Terça-feira e Quarta-feira 20H