quarta-feira
29 de março
1939

 

Folha de S.Paulo
O Estado de S.Paulo
O Globo

No dia 29 de março de 1939, após 3 anos de conflito e cerca de um milhão de vidas perdidas, os rebeldes espanhóis (facções monarquistas, católicas e fascistas da Falange Espanhola), liderados pelo general Francisco Franco, venceram a Guerra Civil Espanhola e instalaram o regime autoritário, que, conhecido como “franquismo”, duraria até 1975.

Iniciada em 1936, com o golpe dado pelo Movimento Nacional contra o governo repúblicano de Manuel Azaña Díaz, a Guerra Civil Espanhola marcou a batalha entre duas correntes ideológicas que, na época, pairavam sobre a Europa: o socialismo e o facismo. Durante o conflito, os insurgentes receberam apoio das forças totalitárias da época, Alemanha e Itália, e os republicanos contaram com o suporte da União Soviética – e, sem participação direta, da Inglaterra e da França.

Também durante o confronto, a cidade de Guernica, na região do País Basco, foi bombardeada, o que serviu de inspiração para uma das mais famosas obras do pintor espanhol Pablo Picasso, que leva o nome da cidade. Mesmo hoje, anos após a morte do ditador, o franquismo ainda tem adeptos na Espanha, que fazem atos e manifestações em apoio ao caudilho.

No dia 29 de março, o fato repercutiu nos jornais do Brasil e do mundo. Na Espanha, o “La Última Hora” adotou uma postura pró-franquista. Com uma foto de Franco centralizada na primeira página, o jornal optou por dar destaque a frases de exaltação às forças que assumiram o governo. Nota-se a utilização, em corpo grande, do nome do ditador, “¡Franco!” e, no pé da página, palavras de cunho nacionalista, “Viva España” e “¡Arriba, España!”. Por fim, na manchete, o jornal passa uma mensagem simples e direta: “Terminou a guerra”, com saudações às forças vencedoras na chamada.

No Brasil,  a notícia também repercutiu com destaque. A paulistana Folha da Manhã (antecessora da Folha de S.Paulo) trouxe o fato em sua manchete, com uma foto do general espanhol embaixo. A Folha da Tarde, também paulista, deu manchete para a notícia, porém sem imagens retratando o acontecimento. O carioca O Globo deu um destaque menor ao fato, concedendo-lhe espaço reduzido na primeira página. Também no Rio de Janeiro, o Correio da Manhã deu maior destaque, com o fato na manchete e uma foto de Franco centralizada.

Quanto à linguagem, a Folha da Manhã tratou da tomada de Madri pelos rebeldes com o título “Os Nacionalistas entraram vitoriosos em Madrid” (usando a grafia em espanhol para a cidade, que vigorava no Brasil então). A Folha da Noite optou por trazer nominalmente o lado derrotado em sua manchete, em uma frase mais longa: “Tentaram sublevar-se os comunistas em Ciudad Real”, referindo-se a uma das cidades de La Mancha. O Globo, de maneira mais direta, destacou “Rendição Total”, enquanto o Correio da Manhã manchetou “O último capítulo da guerra que durante três anos ensanguentou a Espanha”.

Veja também:

1943: Soviéticos vencem batalha de Stalingrado

Créditos:

Texto: Gabriel Gomes

Edição: Pedro Aguiar

Fontes:

FGV-CPDOC. Dossiê “A Era Vargas”: 1937-1945. https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/AGuerraNoBrasil/GuerraCivilEspanhola

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