Com seis quartos duplos para internamento e uma sala de «consultas» para os «doentes espirituais», o primeiro Centro de Ciências Ocultas português deve começar a funcionar até ao final do ano, gerido por Fernando Nogueira, conhecido como o «bruxo de Fafe».

«As obras de remodelação da antiga casa de habitação estão a ficar concluídas», disse à Lusa o responsável do Centro de Ciências Ocultas, que vai funcionar em Fafe.

Fernando Nogueira é conhecido como o «bruxo de Fafe» e, sobretudo, pelo «trabalho» que afirma ter feito ao Vitória Sport Clube, de Guimarães. «Se não fosse eu ter trabalhado tanto para afastar todos os males, o Vitória nunca tinha saído da crise», afirma.

O novo centro vai ter seis quartos duplos e várias salas para «tratamentos». «Cada quarto terá uma cama para a pessoa que está doente do espírito e outra para um acompanhante», referiu Fernando Nogueira.

Na casa onde vive e onde atende entre «40 a 50 pessoas por tarde», existe já um pequeno quarto para a prática de exorcismos. «É um espaço muito pequeno e acanhado e, a maior parte das vezes, tenho que atender as pessoas deitadas no chão do consultório ou da sala de espera», disse o «bruxo».

As novas instalações vão permitir «mais qualidade no atendimento aos doentes espirituais» e vão acabar «com a desumanidade de ter que curar pessoas em público e, muitas vezes, no chão».

Apesar de se considerar «bruxo», Fernando Nogueira, perante as Finanças, exerce a profissão de Astrólogo. «É uma pena que, nas Finanças, não exista no Código das Actividades Económicas o código de bruxo porque é isso que sou», frisou.

A abertura do espaço de internamento, de acordo com Fernando Nogueira, não está dependente de «nenhuma autorização especial». «Vou fazer os tratamentos que já faço agora mas com melhores condições e sempre na base das ciências ocultas e de chás que eu próprio elaboro», referiu.

O internamento não irá necessitar de apoio externo nem da contratação de funcionários, embora «existam doentes que tenham que ficar três ou mais dias a receber tratamento». «O meu consultório é no piso de baixo do internamento e os familiares dos doentes ficam com o meu número de telefone. Se precisaram de alguma coisa, é só telefonar», disse Nogueira.

«Ganho para o turismo da região»

Das dezenas de pessoas que atende diariamente, a maioria apresenta «problemas de espírito que não têm tratamento médico». «Não levo dinheiro pelas consultas, as pessoas só pagam o tratamento que recebem», salientou o bruxo.

Após 22 anos de «trabalho», Fernando Nogueira foi considerado pelo presidente da Câmara de Fafe, José Ribeiro, como um «ganho para o turismo da região» tal é o número de pessoas que o procuram.

Oriundos de todo o país e terras longínquas como a Polónia, os clientes do bruxo pedem «os mais variados tipos de ajuda». «Muitas vezes pedem-me ajuda para resolver problemas financeiros e eu mando-os trabalhar: os problemas financeiros só se resolvem com trabalho e não com bruxarias», afirma.