Placar Maio 2009

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Contratado pelo Inter em julho, D’Alessandro chegou a Porto Alegre como o grande nome do futebol gaúcho. No vestiário, encontrou o conterrâneo Guiñazu, o primeiro a dar-lhe as boas-vindas. Aos poucos, porém, percebeu que um guri curioso se aproximava. Era Taison. Dos primeiros dias de convivência nasceu uma grande amizade. Taison ensinou os primeiros palavrões a D’Alessandro, que em troca abriu sua casa para o guri. Taison passou a conviver com a esposa do meia, Erika, e os Com Nilmar: a dupla mais rápida do futebol brasileiro

filhos, Martina e Santín. Taison ensinou D’Alessandro a gostar de pagode. “Taison é um menino de ouro. Teve uma infância sofrida, certamente muito

k um trabalho de reforço muscular. Mas ele foi para casa, sentia muita falta da mãe e sabia que precisava trabalhar para ajudar a família”, diz Jorge Macedo, diretor da base do Inter. “Só conseguimos convencê-lo a voltar quando dissemos a ele que a melhor forma de ajudar em casa seria se tornando profissional.” Assim que começou a ganhar melhor, logo nos primeiros meses de profissional, Taison comprou um apartamento de dois quartos próximo ao Beira-Rio e trouxe dona Rosângela para a capital — junto com o irmão caçula, Humberto. Adquiriu também um Ford Fiesta, mas ainda não tem carteira para dirigir. “Sempre ouço a mãe. Ela costuma dizer para eu jamais esquecer de onde saí. Nunca vou mascarar”, assegura ele, garantindo que, se um dia for para a Europa, dona Rosângela embarcará junto. 70

Por enquanto, o Inter pode curtir o ídolo à vontade. Ele é o jogador do ano do Colorado. Por conta dele, o clube abriu mão de Alex, principal atleta da equipe em 2008. “Ele amadureceu muito rápido”, elogia o técnico Tite. O dirigente Fernando Carvalho acredita que Taison será a grande revelação do ano no Brasil. Nilmar até pode ser vendido na abertura da janela européia. Taison, não. A multa contratual é de 40 milhões de euros — os direitos federativos do jogador pertencem 80% ao Inter e 20% a Alcione Dornelles, seu descobridor. Nos próximos dias, Taison terá personalizada a camisa 7 — assim como D’Alessandro é o 10, e Guiñazu, o 5. Com a autoridade de capitão do time, Guiña vai além. “Não quero me meter com a seleção de vocês, mas, em breve, Taison estará pedindo passagem no time de Dunga.” Alguém duvida?

mais dramática que a de qualquer um de nós. Hoje é ídolo do Inter, algo difícil para qualquer um”, diz D’Alessandro. “Eu me inspiro muito nele. Quero ter uma carreira tão bonita quanto a do Dale”, devolve Taison.

D’Alessandro: fã incondicional de Taison

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