Milénio Stadium - Edição 1613-2022-11-04

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Créditos: David Ganhão

Ano XXXI edição nº 1613

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Ottawa quer 500 mil imigrantes por ano até 2025

Convidado

com Cristina Da Costa

Francisco Pegado

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Advogada – falamos português

Temas em discussão

Alunos em casa Tensão continua entre CUPE e Stephen Lecce

P26

Patinagem artística O melhor par do mundo é português

P44

Discussão de temas da atualidade O aumento da pobreza e fome no Canadá: como se explica o número de pessoas que recorrem aos Food Banks?

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EDITORIAL

Os Bancos Famintos Manuel DaCosta Editorial

É até irónico que a palavra ‘banco’ tenha sido escolhida para se juntar à palavra ‘fome’ para prenunciar uma calamidade que aflige o mundo atualmente. Enquanto os bancos batem recordes de lucro à custa dos cidadãos, muitos dos quais que ficaram sem opções económicas e veem-se obrigados a escolher entre a renda e a alimentação, o banco onde 1.5 milhões de canadianos recorrem para aceder ao seu sustento diário não está a arrecadar milhões em lucro.

A

s visitas aos bancos alimentares aumentaram em 35% desde o ano passado e a tendência é que continuem a aumentar. Os Food Banks Canada, que analisaram dados referentes a 4,750 bancos alimentares espalhados pelo país, concluem que existiram cerca de 1.5 milhões de visitas a bancos alimentares em março de 2022. A inflação elevada e a fraca assistência social estão a alimentar a necessidade, particularmente daqueles que se

encontram com rendimentos fixos como os reformados. Contudo, recentemente, vários jovens, especialmente aqueles que vivem sozinhos em áreas urbanas, têm vindo a recorrer a bancos alimentares a ritmos alarmantes. O que quebrou a rede de segurança da sociedade de um país como o Canadá e outras “economias ricas” a nível mundial? O Canadá está a experienciar uma elevada inflação e os seus efeitos estão decididamente a ter um papel no desenvolvimento de uma crise. Ao mesmo tempo, o Canadá tem milhares de ofertas de emprego por preencher, e a economia está a produzir impostos para os governos ao ponto de Ontário declarar que está financeiramente saudável e que pode eliminar o seu deficit. A questão coloca-se em como equilibrar o aumento da fome no Canadá em comparação com outros indicadores económicos saudáveis. É uma crise estranha que afeta os mais desfavorecidos, mas porque é que empregos que pagam bem não estão a ser preenchidos e milhares de empresas se encontram a implorar por trabalhadores? O governo federal não está a acelerar as aprovações de imigração para acomodar trabalhadores para as indústrias mais necessitadas. O Governo de Ontário está a tornar as

regras do programa de nomeados mais complexas, piorando ainda mais as hipóteses de ganhar bons imigrantes dispostos a trabalhar nesta província. A matemática é simples, sem trabalhadores o país não progride, e a nossa economia sofre, pondo em causa a independência dos desfavorecidos. Para aqueles de nós que passam fome devido ao seu posicionamento social ou agitação política, essa experiência cria um complexo de inferioridade, vergonha e negativismo. Implorar ou pedir bens básicos, como comida e abrigo, conduz um ser humano a um lugar mentalmente desolador. “A maré crescente da tristeza global”, tal como David Brooks sugeriu na sua coluna no New York Times, está a intensificar-se, à medida que as emoções negativas se difundem e os problemas de saúde mental crescem. O mundo cheio de pressões e emoções negativas devido a guerras, fome, violência e desigualdades sociais está a “A recompensa de um trabalho bem feicriar uma subcultura que está a adotar uma to, é fazer mais” (Jonas Salk). É disto que o atitude derrotista sobre a sua capacidade Canadá necessita. de conquistar o sucesso na sua vida. A fome alimenta impulsos negativos e um inquérito da Gallup afirma que 62% das pessoas sentem-se indiferentes no seu trabalho e 18% sentem-se miseráveis, portanto, a Versão em inglês P. 13 maioria dos trabalhadores vive num idea-

Leia a qualquer hora do dia mileniostadium.com @mileniostadium Siga-nos nas redes sociais Ano XXXI- Edição nº 1613 4 a 10 de novembro de 2022 Semanário. Todas as sextas-feiras, bem pertinho de si! Propriedade de: Milénio Stadium Inc./MDC Media Group 309 Horner Ave. Etobicoke, ON M8W 1Z5 Telefone: 416-900-6692 Direção: Manuel DaCosta Presidente, MDC Media Group Inc. info@mdcmediagroup.com Madalena Balça Diretora, Milénio Stadium m.balca@mdcmediagroup.com

Assistente de Direção: Carlos Monteiro c.monteiro@mdcmediagroup.com

Redação: Adriana Paparella, Adriana Marques, Inês Barbosa, Inês Carpinteiro, Lizandra Ongaratto.

Marketing: José M. Eustáquio jm.eustaquio@mdcmediagroup.com

Colaboradores do jornal: Adam Care, Adriana Marques, Aida Batista, Augusto Bandeira, Cristina Da Costa, Daniel Bastos, Luís Barreira, Paulo Gil Cardoso, Raul Freitas, Vincent Black, Vítor M. Silva.

Diretor Criativo: David Ganhão d.ganhao@mdcmediagroup.com Edição Gráfica: Fabiane Azevedo f.azevedo@mdcmediagroup.com Publicidade: Rosa Bandeira Telefone: 416-900-6692 info@mdcmediagroup.com

lismo insatisfeito, logo, com vidas infelizes. Os bancos alimentares não são a resposta para um dilema social que está a atingir proporções críticas. Aqueles que contribuem regularmente para os bancos alimentares estão a alimentar um problema que não pode continuar, mesmo que a nível pessoal satisfaçam uma necessidade social. Este problema requer uma abordagem integrada entre todos os níveis de governo. Quando os políticos escolhem gastar $7,000.00 por noite num quarto de hotel, mas não conseguem resolver questões básicas de fome e problemas sociais nos seus países, então as prioridades tornam-se redundantes à medida que a visão do serviço público se desintegra. Tem que se parar com o autoengrandecimento na política e o público tem de forçar o fim da participação de figuras públicas que contribuem muito pouco para o melhoramento deste país. Vamos alimentar os pobres, pôr os preguiçosos a trabalhar e adotar medidas sociais que, a longo prazo, trarão felicidade em vez de dor.

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Cartoonista: Stella Jurgen Traduções: Inês Carpinteiro e David Ganhão Parcerias: Diário dos Açores e Jornal de Notícias A Direção do Milénio Stadium não é responsável pelos artigos publicados neste jornal, sendo os mesmos da total responsabilidade de quem os assina.

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Bancos alimentares no Canadá

Quem são aqueles que buscam por ajuda Os números tendem a ser precisos e frios. Esses no caso, nos apontam a dimensão real de uma situação que parece só aumentar nesse país, considerado um dos mais ricos do mundo. No mês de março deste ano 1,5 milhão de canadianos se viram sem alternativa e tiveram que recorrer aos bancos alimentares, espalhados pelo Canadá, para se alimentar ou colocar comida na mesa da família.

O

dado revelado pelo mais recente relatório do Food Banks Canada repercutiu nacionalmente, não só por se tratar do maior número já registrado por essas organizações, mas também porque expôs uma dura realidade: afinal, como num país desenvolvido como este, é possível que milhares de cidadãos não tenham condições financeiras para o básico, comprar alimentos? A resposta dessa questão passa por diferentes aspectos econômicos e sociais. Segundo esse mesmo relatório, a maioria dos clientes que recorreram aos bancos alimentares, não importa a região do país, tem um perfil socioeconômico parecido.

São grupos que possuem renda fixa, tal como idosos e empregados que ganham o salário-mínimo, estudantes e deficientes que dependem de benefícios sociais. Essa parcela da população está entre a mais atingida porque os salários não conseguem acompanhar o ritmo da inflação, segundo especialistas. O relatório mostrou que cerca de 500 mil clientes de bancos de alimentos - cerca de um terço - são crianças, o que representa cerca de 20% da população total do país. Além de expor esses números e dados o documento elaborado pelo Food Banks Canada também enumera algumas sugestões a curto e longo prazo para que a necessidade do uso dessas instituições possa diminuir. Entre elas se destacam a criação de um piso de renda mínima universal para os canadianos de baixa renda, fornecimento de moradias mais acessíveis e com aluguel assistido além de reformas no seguro de emprego e nos programas de Benefícios dos Trabalhadores Canadianos. Em Ontário, um grupo em particular, o de pessoas que recebem os benefícios do Ontario Disability Support Program, vem pedindo há anos por aumentos no subsí-

dio, já que sobreviver com essa renda está sendo um desafio cada vez mais difícil de ser transposto. Atualmente são mais de 380 mil pessoas nessa condição e muitos dizem recorrer frequentemente aos bancos alimentares, já que o que ganham não basta. Nossa reportagem questionou o Governo de Ontário sobre a situação, e numa nota enviada pelo Ministério da Infância, Comunidade e Serviços Sociais alegou que recentemente, no mês de setembro o benefício foi alterado: “Nosso governo fez o maior aumento no Programa de Apoio à Deficiência de Ontário (ODSP) em décadas. Este aumento ajuda os clientes do ODSP a cobrir os custos crescentes das despesas diárias, tais como compras e aluguel. As futuras taxas do ODSP também serão ajustadas à inflação para proteger contra o aumento dos custos de vida que se avizinha. Teremos mais a dizer sobre isto nos próximos dias e semanas.” Nessa mesma nota o governo provincial destacou que introduziu programas como o Imposto de Renda Individual e Familiar de Baixa Renda (LIFT) e os créditos fiscais para Crianças em Risco de Exploração (CARE), que devolveu o dinheiro aos bolsos de 1,7

milhões de pessoas - incluindo aquelas em assistência social. Outra reivindicação dos grupos que dependem de assistência do governo e que as atuais dificuldades econômicas trouxeram à discussão novamente, foi a urgência da criação de um Benefício por Incapacidade a nível nacional, que serviria de complemento ao que já é de responsabilidade das províncias. Essa aliás foi uma das sugestões contidas no relatório do Food Banks Canada. Atualmente a aprovação dessa legislação, conhecida como Bill C-22, e que criaria um complemento de renda federal para pessoas de baixa renda em idade de trabalhar e que tenham alguma deficiência, está em discussão na Câmara dos Comuns. Enquanto essas modificações e alterações de facto não saem do papel, aqueles que precisam seguem indo buscar ajuda nos bancos alimentares, que diante desse aumento tão expressivo na procura fazem o que podem, e apelam a boa vontade e doações da comunidade, para continuar ajudando a pôr comida na mesa de tantas famílias no país. Lizandra Ongaratto/MS

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Numa perspetiva internacional, o Canadá é um país desenvolvido com elevadas taxas de pobreza e desigualdades relativamente elevadas Peter Graefe O Canadá é considerado um dos países mais ricos do mundo. Contudo, os números registados pelos Bancos Alimentares atingiram um recorde de 1,5 milhões de utilizadores em março passado. Como se explica uma situação destas? O que se passa com o país de oportunidades para todos? Estas e outras questões tornam-se absolutamente legítimas e as respostas têm que passar por diversos tipos de análise e a perspetiva de um investigador da área social, com especialização em ciência política, afigurou-se-nos como essencial. Afinal, esta é uma questão que terá que ter obrigatoriamente uma decisão ao nível do poder governativo do país, seja provincial ou federal.

P

eter Graefe, professor associado da McMaster University, concretamente no departamento de Ciência Política da Faculdade de Ciências Sociais, aceitou dar-nos a sua perspetiva sobre esta realidade e começou por sublinhar que “não é apenas a riqueza de um país, mas a forma como é distribuída (e redistribuída) que afeta coisas como a utilização dos bancos alimentares. Se as pessoas dependerem do seu trabalho para poderem alimentar-se e pagar o seu alojamento, terão problemas se

os salários não acompanharem o aumento do preço dos alimentos e do aluguer. Por outro lado, o sistema terá também problemas em cuidar de pessoas que não conseguem trabalhar ou encontrar trabalho. No Canadá urbano, as rendas aumentaram tão rapidamente que as pessoas que trabalham com ou em torno do salário mínimo têm muitas vezes pouco dinheiro para a alimentação e por isso podem ter de utilizar bancos de alimentos. Mais importante ainda, as taxas de assistência social para os desempregados e pessoas com deficiência não aumentaram tão rapidamente como a inflação na última década, de modo que os beneficiários de assistência social em muitos casos não têm dinheiro suficiente para se alimentarem”. E se a situação já é difícil neste momento, a tendência será para piorar atendendo à previsão feita pelo Banco do Canadá que aponta para uma recessão nos primeiros meses de 2023, como bem sublinha o professor da McMaster University - “A situação social tende a piorar numa recessão, uma vez que o desemprego retira rendimentos às famílias, o que por sua vez aumenta o stress no seio das famílias à medida que estas tentam fazer face às despesas. As pessoas que estão desempregadas também perdem o seu impulso no mercado de tra-

balho, uma vez que correm o risco de perder as suas competências ou podem ter de aceitar um emprego para o qual estão sobre qualificadas. As recessões são uma época em que as pessoas precisam mais do que nunca do apoio do governo, mas como os governos veem as suas receitas fiscais diminuir (de menos pessoas empregadas e menos atividade económica), estes são muitas vezes momentos em que tentam cortar os apoios”. Um verdadeiro círculo vicioso parece desenhar-se com este quadro de crise acentuada. No entanto, as grandes empresas continuam a apresentar contas com registos de lucros bastante elevados e há uma franja da população que continua a dar mostras de riqueza no seu modo de vida. Estará o Canadá a tornar-se um país de acentuado desequilíbrio social? Peter Graefe responde-nos assim: “numa perspetiva internacional, o Canadá é um país desenvolvido com elevadas taxas de pobreza e desigualdades relativamente elevadas. Tem sido assim desde pelo menos os anos 90, quando o sistema de seguro de desemprego foi reformado para poupar dinheiro, e as taxas de assistência social foram reduzidas com o argumento de que isso ajudaria as pessoas a encontrar trabalho. As recessões tendem a aumentar a de-

sigualdade, pelo que podemos esperar que o Canadá continue neste caminho de elevada pobreza/alta desigualdade”. O estudo recentemente revelado pelos Bancos Alimentares aponta também que as crianças, os idosos e as pessoas com qualquer tipo de deficiência são as que mais sofrem com este quadro económico. A pergunta impõe-se - o que deve ser feito pelos vários níveis de governo para contrariar esta tendência? Na resposta que nos deu, Peter Graefe recorda uma das promessas do atual governo federal, não cumprida até ao momento - “as prestações infantis melhoradas (tais como o abono de família pós2008 do Ontário ou o abono de família melhorado do Canadá) demonstraram ter um forte efeito na redução da pobreza infantil. O atual governo federal liberal prometeu desenvolver um Canada Disability Benefit para melhorar igualmente os rendimentos das pessoas que vivem com uma deficiência, e para facilitar a estas pessoas o trabalho remunerado sem se preocuparem em perder os seus benefícios. Até à data, não demonstraram muito interesse em cumprir esta promessa, mas isso representaria um importante passo em frente”. Madalena Balça/MS

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It’s getting harder to put food on the table

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recent report from Food Banks Canada gave us a dimension of the crisis. Last march, 1.5 million people went to food banks to guarantee their families would have something to eat—they couldn’t afford to buy food. It’s as simple and cruel as that. In Canada, the numbers are staggering and according to economic experts a recession is on the way. To discuss and shed some light on this topic, we interviewed Pedro Antunes, the Chief Economist of the Conference Board of Canada, Canada’s largest independent, not-for-profit applied research organization. In simple terms he explained why food prices are still rising, what we can expect for the coming months, what a recession means to our economy and how to best prepare ourselves for that scenario, if there’s a way, after all. Milénio Stadium: Recently, a report from Food Banks Canada indicates that food bank usage across the country hit all-time high, nearly 1.5M visits last March. When Canada, which is considered a rich country, reaches that situation, where people don’t have money to buy food, what does that mean? How do you analyse that on an economic perspective? Pedro Antunes: I don’t think I can comment on the report from Food Bank except to say that high inflation does hit lower income households harder. We’ve had stable 2% inflation for over 30 years and now, with inflation ramping up very quickly, there’s no doubt that some households are having trouble keeping up.

Pedro Antunes. Créditos: DR.

MS: Why are food prices so high in 2022?

Are inflation and the Ukraine war the only MS: Some experts are saying that a recession is coming. Is that inevitable? ones to blame? PA: It’s not just the war. Agricultural production has been affected by weather issues over the past few years. For example, Canada’s 2021 grains harvest was badly affected by drought, but there have been problems in food production in many other major food producing nations. Oil price increases also contributed to higher food prices because of increased transportation costs. And of course, food prices spiked when Russia invaded Ukraine because Ukraine is an important exporter of grains and oilseeds. The situation is precarious right now because oil prices are rising again, and Russia has reneged on its deal to allow Ukraine to export grains.

PA: We’re quite certain that a slowdown, or rather a pause to economic activity, is coming over the next few quarters. And, quite possibly, we could see small declines in GDP. But this slowdown in economic activity is exactly what government policy is trying to achieve (at least government monetary policy) by raising interest rates. A “soft landing” is meant to help reduce inflation back to the government’s target range. The bigger risk is that central banks are not successful in reducing inflation, continue to raise rates, resulting in a much harder landing down the road.

MS: If a recession is confirmed what would it mean to our economy and how to best MS: Most people that are struggling to buy prepare ourselves to that scenario? food, according to Food Banks Canada rePA: We expect that the cost of this economport, are the ones with fixed-income, senic slowdown will not result in massive job iors, students, people with disabilities and losses like some past recessions. This is bechildren. What can the different levels of cause Canada’s labour market is very tight, governments do to help these groups? the unemployment rate is at record lows, PA: I certainly worry about the Food Bank’s and employers are desperate to fill nearly reporting that there are more people in a million vacancies. This situation should need. And it makes sense that this is having help buffer the impact of weaker economic the most impact on people that are vulner- activity on employment. While that is good able and likely unable to work. We know news for some workers, we do expect job that federal government programs like the losses in coming quarters. There are many Canada Child Benefit, Old Age Security and important risks facing household, the best others have successfully reduced poverty advice is to hold off on spending on things among children, single parents and sen- that aren’t necessary, and avoid taking on iors. At a time when the economy requires new debt, if at all possible, this is a time for cooling to reduce inflation, it’s important prudence. to be targeted if we want to deliver relief Lizandra Ongaratto/MS from inflation. Measures should be income tested.

Acompanhe Adriana Marques de segunda a sexta-feira , das 13h às17h na Camões Radio Ouça em camoesradio.com ou faça download da aplicação

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Our everyday lives have been affected by the turbulent economic scenario the world, Canada included, is facing right now. Recently, the inflation has reached the highest rate in this country’s history and the uncertainty provoked by Russia’s invasion in Ukraine was one of the factors that pushed prices of essential products, such as gas and food, to a record high. Before that a lot of Canadians already struggled to pay the monthly bills and to make ends meet, but now the situation seems to be getting worse.


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Food Banks

Não podemos ignorar! Verdadeiros oásis de humanidade, daqueles que salvam vidas, que dão a mão a quem mais precisa, os Foods Banks existem no Canadá desde 1981, mas nesta segunda década do século XXI, mais do que nunca, estão a revelar-se como essenciais à sobrevivência de milhares e milhares de pessoas. Sim, no Canadá, onde nem sequer deveriam existir. Existem e trabalham todos os dias para não falhar na sua nobre missão de salvar vidas humanas.

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esta edição do Milénio Stadium deixamos o testemunho de apenas dois, dos muitos existentes na cidade de Toronto, e os relatos que nos fazem são duros e crus, tal como a realidade que tanta gente prefere fingir que não vê. A fome existe e está a aumentar de forma exponencial. Não podemos ignorar, antes devemos ajudar quem ajuda. Henry Chiu Director of Development & Marketing North York Harvest Food Bank

vida e à insuficiente rede de apoio social. De facto, 1,5 milhões de canadianos visitaram um banco alimentar em março. Para a rede North York Harvest, assistimos a um aumento de 25% nos primeiros 6 meses de 2022, em comparação com 2021. A nossa rede serve mais de 20.000 pessoas, por mês. MS: De que modo conseguem dar resposta às solicitações do dia a dia? HC: Considerar a procura diária na nossa rede como um “desafio” seria um eufemismo. Como a procura continua a aumentar a um ritmo sem precedentes, tanto os nossos recursos financeiros como humanos são tensos. Contamos principalmente com o apoio filantrópico para sustentar o nosso trabalho. Embora a nossa comunidade tenha sido extremamente solidária, esse nível de apoio e procura não é sustentável a longo prazo. MS: O que acha terá que ser feito, nomeadamente pelas autoridades governamentais, para pôr travão a este aumento exponencial de pessoas com necessidades básicas de comida? HC: Sabemos que os bancos alimentares desempenham um papel muito importante, mas trata-se de uma solução a curto prazo/de emergência. Para reduzir a insegurança alimentar, precisamos de uma vontade coletiva de planear e, o mais importante, executar uma estratégia de redução da pobreza. Entre as questões-chave incluem-se uma base salarial que permita que as pessoas vivam, habitação a preços acessíveis e a renovação da nossa rede de assistência social para cuidar dos nossos mais vulneráveis - idosos, crianças e pessoas com deficiência.

Milénio Stadium: Pode dizer-nos, em média, quantas pessoas procuram o vosso Food Bank? Esse número representa um aumento relativamente ao ano passado? Pode dar-nos uma percentagem?

MS: Como cidadão deste país, considerado um dos mais ricos do mundo, como se sente quando está no Food Bank a atender um número cada vez maior de pessoas a pedir comida?

HC: Sim. É verdadeiramente desanimador ver cada vez mais pessoas que precisam de vir ao banco alimentar para apoio de emergência. Mesmo dentro desta província de abundância onde há muita terra fértil, a Henry Chiu: Mais pessoas confiam nos bandisparidade entre o sul do Ontário e a parcos alimentares para alimentos de emerte norte da nossa província está a um nível gência devido às consequências económide crise. Dito isto, é na hora mais negra que cas da pandemia, ao aumento do custo de se vê realmente a verdadeira humanidade,

que fica evidente pelo crescente apoio da comunidade ao longo dos últimos 2,5 anos - seja doação financeira, alimentos, voluntariado ou advocacia. Sacha Michna Senior Manager, Community Partnerships and Events Daily Bread Food Bank

tabeleceu um novo recorde e estamos agora a assistir a quase três vezes mais visitas de clientes por mês do que antes da pré-pandemia. Em setembro de 2022, assistimos a mais de 186.000 visitas de clientes em toda a nossa rede. MS: De que modo conseguem dar resposta às solicitações do dia a dia?

SM: Com o contínuo aumento das visitas aos bancos alimentares em toda a cidade, o Daily Bread Food Bank teve de aumentar significativamente a sua distribuição de alimentos à nossa rede de agências membros. No último ano, distribuímos quase 19 milhões de libras de alimentos, um aumento de 11% em relação ao ano passado, e quase o dobro da nossa produção anual pré-pandémica. Conseguimos satisfazer esta procura graças ao generoso apoio da comunidade através de doações financeiras e alimentares. Por favor, visite dailybread.ca para saber mais sobre como pode apoiar este trabalho e ajudar a garantir que os nossos vizinhos em situação de insegurança alimentar em toda a cidade possam continuar a ter acesso a alimentos frescos e nutritivos. MS: O que acha terá que ser feito, nomeadamente pelas autoridades governamentais, para pôr travão a este aumento exponencial de pessoas com necessidades básicas de comida?

Milénio Stadium: Pode dizer-nos, em média, quantas pessoas procuram o vosso Food Bank? Esse número representa um SM: Embora o Daily Bread forneça apoio aumento relativamente ao ano passado? alimentar de emergência a indivíduos e famílias que passam fome em Toronto, Pode dar-nos uma percentagem? estamos também empenhados em comSacha Michna: Mais pessoas do que nunpreender e abordar as causas profundas da ca estão a aceder aos bancos alimentares insegurança alimentar, e trabalhar no senem Toronto, com um aumento notável de tido de soluções concretas e a longo prazo. novos clientes que visitam os bancos aliO trabalho da nossa equipa de Investigação mentares pela primeira vez. No ano passae Advocacia centra-se em quatro priorido, pela primeira vez, o número de novos dades: combater a pobreza profunda, haclientes a aceder aos bancos alimentares bitação acessível, resiliência económica e de Toronto superou o número de clientes social, e acesso aos alimentos. Com a utiexistentes, com um aumento de 61% em lização dos bancos alimentares a um nível novos clientes em comparação com o ano sem precedentes, e com uma previsão imanterior. Cerca de uma em cada três visiprevisível devido ao impacto da pandemia, tas a bancos alimentares em Toronto são é fundamental que todos os partidos políticrianças e jovens, e um em cada dois cliencos tomem medidas imediatas e fortes. Ao tes de bancos alimentares relatam ter uma trabalharmos no sentido de uma mudança deficiência ou estado de saúde que se espesistémica a longo prazo, estamos gratos ra que dure um ano ou mais. pelo apoio e colaboração com os MPPs em Antes da COVID-19, assistíamos a uma toda a província para fazer avançar a mumédia de cerca de 68.000 visitas de clien- dança política. tes por mês em toda a rede do Daily Bread. Madalena Balça/MS Quase sem excepção, cada mês em 2022 es-


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A pobreza pode acontecer a qualquer um de nós Maureen Fair – West Neighbourhood House A West Neighbourhood House (antiga The St. Christopher House, que continua a ser o seu nome legal) é um centro de vizinhança multi-serviços que serve o centro oeste de Toronto, Ontário, Canadá, desde 1912. A organização de caridade sem fins lucrativos fornece uma vasta gama de programas a todos os grupos etários do centro oeste da cidade de Toronto. A St. Christopher House integra abordagens de desenvolvimento comunitário com a prestação direta de serviços sociais. A comunidade servida pela St. Christopher House inclui os diversos bairros de imigrantes e de rendimento misto de Trinity Bellwoods, Niagara, Palmerston/Little Italy, Little Portugal, Dufferin Grove, Parkdale, Liberty-Exhibition e Roncesvalles.

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sua missão é permitir que os indivíduos, famílias e grupos menos favorecidos da comunidade obtenham um maior controlo sobre as suas vidas e dentro da sua comunidade, trabalhando para que se alcance uma sociedade segura, saudável e acolhedora para todos. Maureen Fair, Executive Director da West Neighbourhood House, explicou-nos que o trabalho desenvolvido pelos técnicos desta casa, em parceria com o Professor David Hulchanski, da Universidade de Toronto, permite que se conclua que a classe média tem vindo a desaparecer de Toronto, estando por isso a sociedade a ficar cada vez mais desequilibrada. Maureen Fair sublinha ainda que os Food Banks não podem ser solução e que é importante que não nos esqueçamos que a pobreza pode acontecer a qualquer um de nós. Milénio Stadium: De acordo com um estudo dos Bancos de Alimentos do Canadá, o número de utilizadores dos seus serviços atingiu um recorde de 1,5 milhões de pessoas em março passado. Os vossos serviços

de apoio social também refletem esta reali- capacitação financeira e resolução de pro- um país socialmente desequilibrado? blemas e do nosso programa de emprego. dade socioeconómica? MF: O nosso trabalho com o Professor DaMaureen Fair: Ainda não tive oportunidade Também tentamos ajudar as pessoas a es- vid Hulchanski na Universidade de Toronde ler este relatório, mas certamente a in- tabilizar as suas vidas e fazer mudanças to (o Neighbourhood Change Project) mosflação está a atingir duramente muitas pes- pessoais para alcançar um futuro melhor trou claramente a perda da classe média ao soas, particularmente as pessoas de ren- através dos nossos programas de interven- longo do tempo em Toronto (e outras cidadimentos mais baixos. Muitos idosos têm ção em situações de crise para pessoas sem des), por isso sim, estamos a tornar-nos um rendimentos fixos e qualquer aumento nos abrigo e para mulheres em relações abusi- país muito mais desequilibrado. Os ricos custos de alimentação e habitação aumenta vas, bem como através dos nossos progra- ficaram muito mais ricos e os pobres ficamas de aprendizagem para adultos. Tam- ram mais pobres e há proporcionalmente a sua instabilidade financeira e stress. bém ajudamos as pessoas a permanecerem menos pessoas no meio. Esta é uma tenEspero que as pessoas se lembrem dos mais em casa na sua comunidade com o nosso dência profundamente perturbadora que pobres dos pobres que estão a receber asprograma de Vida Assistida com a nossa conduz a ressentimentos, polarização e sistência social (Ontário Works) por menos incrível equipa de dedicados trabalhadores conflitos. de $800/mês. Algumas pessoas culpam os de apoio pessoal. O seu trabalho evita que MS: O que poderá acontecer à sociedade pobres por serem pobres, mas pela nossa as pessoas sejam institucionalizadas precanadiana se esta situação de desequilíbrio experiência, muitas pessoas estão tempomaturamente. social persistisse? Poderá aumentar a taxa rariamente em assistência social devido a pura má sorte ou má saúde. A pobreza Também acreditamos no poder da comu- de criminalidade? pode acontecer rapidamente a qualquer nidade para melhorar a vida das pessoas: MF: É difícil e potencialmente inapropriapessoa, pelo que temos de nos certificar de temos apoiado maravilhosos esforços vodo para mim prever o futuro, especialmenque as nossas redes de segurança são fortes luntários para tornar os nossos bairros te porque as pessoas recorrem ao crime por melhores lugares para viver para todos os e sem buracos. uma variedade de razões e quem é apanhagrupos etários. do continua a ser muito desigual. Ainda Os bancos alimentares não são uma solução - são um sinal de que a nossa sociedade está MS: Na sua opinião, como poderiam os go- assim, penso que é razoável acreditar que a falhar em fornecer uma rede de seguran- vernos (federal e provincial) ajudar a re- a retórica que ouvimos e vemos no discurduzir o desequilíbrio social que está a ser so público está a tornar-se muito extrema ça. e tem tons violentos. Preocupa-me que os sentido no Canadá neste momento? MS: Crianças, idosos e pessoas com algum jovens, especialmente os homens jovens, tipo de deficiência física são apontados MF: O Canada Relief Benefit (CRB) durante não estejam a encontrar um lugar na nossa neste estudo como sendo os mais afetados a pandemia tirou temporariamente muitas sociedade para si próprios e possam virarpela necessidade de pedir ajuda para co- pessoas da pobreza, pelo que traz à mente a -se contra os outros através de grupos de mer. Será que esta realidade coincide com oportunidade de um “rendimento básico” ódio. o perfil das pessoas que vos pedem algum ou, pelo menos, de um aumento do renditipo de apoio? Como é que têm podido aju- mento para todos os canadianos. Os peri- Precisamos de construir um sentido de cotos em política pública argumentam alguns munidades inclusivas e acolhedoras para dar? prós e contras aos modelos de Rendimento todos. Precisamos de enviar sinais aos poMF: A West Neighbourhood House serve Básico ou Rendimento Anual Garantido, líticos de que precisamos de discurso civil, diversas crianças, idosos, pessoas com demas a partir da nossa experiência na linha não de culpas escandalosas uns dos outros, ficiência, bem como adultos que passam da frente, a simples entrada de mais di- e precisamos da sua atenção imediata à depor momentos difíceis. nheiro nos bolsos das pessoas de menores terioração das condições sociais e económicas. Conseguir que as pessoas tenham mais di- rendimentos ajudaria enormemente. nheiro nos seus bolsos resolveria muitos dos Madalena Balça/MS MS: Como instituição de apoio social, como problemas das pessoas e nós tentamos ajuvê o facto de o Canadá ser um dos países dar com isso através do nosso programa de mais ricos do mundo? Estará a tornar-se


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Temos registado o dobro, se não o triplo, de utentes que nos chegam com insegurança alimentar Cidália Pereira – Abrigo Centre O Abrigo Centre é uma instituição sobejamente conhecida da nossa comunidade pelo apoio social que presta aos mais desfavorecidos. Numa altura de crise económica acentuada e depois do estudo do Food Banks Canada ter revelado uma cada vez maior procura de ajuda por parte de pessoas residentes neste país, pareceu-nos oportuno tentar perceber se também esta instituição, mais próxima da comunidade portuguesa, está a sentir que há mais pessoas a solicitarem qualquer tipo de apoio.

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idália Pereira, Abrigo Centre Violence Against Women Team Lead, confirmou que, de facto, esta é a tendência que a Abrigo tem vindo a registar, chegando a atingir quase o triplo de número de utentes, relativamente ao que era

habitual, a pedir ajuda, nomeadamente, ao nível da alimentação. Tempo de sermos cada vez mais solidários e, dentro das possibilidades de cada um, ajudarmos os que estão a passar dificuldades. Todos juntos seremos sempre mais fortes. Milénio Stadium: De acordo com um estudo dos Bancos de Alimentos do Canadá, o número de utilizadores dos vossos serviços atingiu um recorde de 1,5 milhões de pessoas em março passado. Os vossos serviços de apoio social também refletem esta realidade socioeconómica? Cidália Pereira: Sim, esta é definitivamente a tendência que estamos a observar na Abrigo. Como instituição de apoio social, temos registado o dobro, se não o triplo, do número de utentes que nos chegam com problemas de insegurança alimentar. Também, o número de pedidos de assistência financeira saltou consideravelmente desde a pandemia. A Abrigo contratou recentemente um Conselheiro de Habitação e Apoio Transitório simplesmente para ajudar o número crescente de mulheres que enfrentam a violência baseada no género à procura de habitação e apoio para necessidades básicas como alimentação e apoio económico. Esta é a realidade que muitos indivíduos da nossa comunidade enfrentam hoje em dia. MS: Crianças, idosos e pessoas com algum tipo de deficiência física são apontados neste estudo como sendo os mais afetados pela necessidade de pedir ajuda para comer. Será que esta realidade coincide com o perfil das pessoas que vos pedem algum tipo de apoio? Como é que têm podido ajudar?

Cidália Pereira. Créditos: Revista Amar

CP: É verdade, estas são algumas das mais vulneráveis da nossa comunidade. Eles, juntamente com indivíduos racializados, novos imigrantes, povos indígenas e pes-

soas com estatuto precário, enfrentam as maiores barreiras em termos de insegurança alimentar. O advento da pandemia deslocou muitos dos serviços sociais normais em linha ou através de aplicações em linha. Os indivíduos com deficiências físicas e de desenvolvimento e questões de trauma têm mais dificuldade em aceder a esses serviços. O pessoal da Abrigo faz uma avaliação completa dos nossos utentes e analisa questões de inclusão e diversidade, e como melhor apoiá-los ou ligá-los aos serviços de que necessitam, como bancos alimentares e outros serviços que apoiam a estabilidade económica. Tudo isto leva mais tempo do que antes e recursos adicionais para apoiar e capacitar os nossos utentes.

mentado. MS: Como instituição de apoio social, como vê o facto de o Canadá ser um dos países mais ricos do mundo? Estará a tornar-se um país socialmente desequilibrado?

CP: Tal como outros países em todo o mundo, enfrentamos a divisão social dos “tem e não tem”. A diferença de rendimentos tem vindo a aumentar silenciosamente desde há décadas. A cada ano que passa, torna-se cada vez mais evidente. A questão é, no entanto, como colmatar este fosso de rendimentos para que todos os indivíduos possam satisfazer as suas necessidades básicas, ter poder para atingir todo o seu potencial e ajudá-los a ligar-se a todas as possibilidades da vida. Empregos mais bem pagos MS: Na sua opinião, como poderiam os gopara trabalhadores com baixos rendimenvernos (federal e provincial) ajudar a retos, ou seja, proporcionar a todos um saláduzir o desequilíbrio social que está a ser rio mínimo condizente com o custo de vida sentido no Canadá neste momento? atual, seria um bom começo. CP: Em primeiro lugar, fornecer assistênMS: O que poderá acontecer à sociedade cia social que realmente satisfaça as necanadiana se esta situação de desequilíbrio cessidades financeiras básicas de aluguer social persistisse? Poderá aumentar a taxa e alimentação, especialmente desde que de criminalidade? os preços dos supermercados subiram em flecha recentemente, seria um bom come- CP: Na nossa experiência, vemos a reço. Neste momento, essa assistência sim- siliência, o engenho e a criatividade dos plesmente não é suficiente para muitos dos nossos utentes ao enfrentarem estes temnossos utentes. É por isso que temos visto pos difíceis e desafiantes. Geralmente, inum aumento de utentes e as complexida- divíduos e famílias que estão sob pressão des dos problemas que estes apresentam. ou se unem para ultrapassar os tempos Os governos podem fornecer ou expandir difíceis ou tomam medidas que por vezes incentivos para que os indivíduos entrem se transformam em estratégias pouco sauem programas de formação, ajudem os jo- dáveis de sobrevivência. A importância da vens a regressar à escola ou ajudem aqueles saúde mental não deve ser negada. Precom mais de 50 anos a encontrar emprego cisamos de investir em programas e renum novo campo. Uma questão que vemos cursos sociais que apoiem o bem-estar de com bastante frequência é o custo flagrante jovens e adultos. A Abrigo continuará a fados serviços telefónicos e de Internet. Al- zer o seu trabalho de apoio aos indivíduos, guns utentes simplesmente não estão on- famílias e comunidades da forma que nos line porque não podem pagar serviços de for possível. Internet. O acesso à Internet a baixo custo Madalena Balça/MS deve ser universal e isso pode ser regula-


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MAIOR A FOME, PIOR O FUTURO Dizem que a verdadeira crise ainda está para chegar. Mas o presente já é assustador o suficiente: o mundo já havia levado um primeiro golpe dado pela pandemia e, já “no chão”, é novamente atacado por uma guerra. Isto já para não falar do enorme - e tão desvalorizado por tantos - problema da seca. Portugal não é exceção a esta realidade: esta combinação explosiva de fatores está a conduzir o país para uma possível escassez de matérias-primas e alimentos, que obrigará à necessidade de racionamentos em Portugal, conforme alertam os especialistas. TROCAR MÓVEIS PARA COMER A CNN Portugal revelou recentemente a história de um português que, como tantos outros, também tem passado dificuldades dificuldades essas que já se fazem sentir na quantidade e qualidade de alimentos que coloca na mesa. “Eu não vou roubar para dar de comer aos meus filhos. Prefiro passar por isto a roubar!”, afirmou Filipe - e quando diz “isto” refere-se a trocar artigos de mobiliário, decoração e artigos para bebé por alimentos essenciais como massa, arroz, leite, fruta, legumes, pão ou produtos de higiene para os filhos gémeos, um deles com trissomia 21 e diversos problemas respiratórios. Eduardo é uma criança com necessidades educativas especiais e que precisa de realizar terapias - mais uma despesa que coloca (ainda) mais pressão no orçamento familiar. A mãe, Ana Cristina, deixou de trabalhar por conta de problemas de saúde e, assim sendo, a vida faz-se - ou vai-se fazendo… - com o salário de Filipe, o abono das crianças e o complemento de deficiência de Eduardo. Infelizmente esta história não é caso único e repete-se em muitos lares espalhados por todo o território português. GUERRA AGRAVOU UM PROBLEMA JÁ EXISTENTE Ainda que o aumento generalizado dos preços seja um dos principais motivos para que muitas famílias portuguesas tenham que fazer “ginástica” de forma a conseguir colocar comida na mesa, podemos constatar, analisando os números do Observatório Nacional da Luta Contra a Pobreza, relativos a 2021, que já antes da guerra os indicadores de pobreza (pobreza monetária, intensidade laboral e privação material e social severa) tinham registado um agravamento, ainda que com intensidade diferente entre grupos. Sabe-se que as mulheres, os desempregados, as famílias com filhos e aqueles com mais de 65 anos de idade são os mais afetados, mesmo tendo em conta os apoios sociais que lhes são dirigidos, tais como

pensões de velhice ou subsídios de desem- AUMENTO DOS PEDIDOS DE AJUDA, prego e/ou habitação. Também a popula- MAS LONGE DE 2020 ção estrangeira registou um aumento no Isabel Jonet, presidente do Banco Alique a vulnerabilidade social e económica mentar Contra a Fome (BA), diz que os diz respeito. pedidos de ajuda por parte das famílias portuguesas têm também aumentado, mas E SE QUISERMOS RECUAR AINDA a situação “não tem sequer comparação” MAIS… com aquela que se viveu, por exemplo, no Segundo um outro relatório, este divul- início da pandemia. “Na pandemia, as pessoas ficaram sem gado pela Pordata, em 2020 registou-se um aumento (12,5%) do número de pessoas em dinheiro, porque ficaram sem trabalho ou risco de pobreza ou exclusão social - tal não em lay off”, afirmou. Hoje em dia, acresacontecia desde 2014. O relatório adianta centa, com o aumento gradual da inflação ainda que aumentou o número de famílias as pessoas acabam por se ir adaptando: no escalão mínimo de IRS e que ganham até “Bens que habitualmente consumiam, cinco mil euros anuais… que é o mesmo que agora não consomem. Quase não consodizer 416 euros mensais. De lembrar que mem vaca, consomem pouco porco e peixe o limiar de pobreza se situa nos 554 euros fresco é cada vez menos”. mensais. Em relação a 2019, existiam em 2020 BANCO ALIMENTAR MANTÉM NÚMEmais 58 mil famílias no escalão mais bai- RO DE DOAÇÕES xo, o que se traduz num aumento de 8,5%. A presidente do BA adiantou ainda, em Ainda ao que ao IRS diz respeito, dos 5,5 declarações à imprensa, que apesar de milhões declarados pelos agregados, quase existirem mais pedidos de ajuda, ainda 40% recebiam cerca de 830 euros. não se registou uma redução no número de Mais ainda, registou-se um aumento doações. Para além disso, o volume de bens na desigualdade de rendimentos entre os doados pela indústria e agricultura man20% mais pobres e os 20% mais ricos no teve-se inalterado, o que, segundo Jonet, país - um claro, entre muitos outros, inpoderá significar que estes ajustaram a prodicador da insuficiência das medidas de dução ou mantiveram o volume de vendas. combate à desigualdade. Concluindo, em 2020, primeiro ano de pandemia, a pobreDESPERDÍCIO DE COMIDA za estendia-se a 18,4% da população porSe é uma realidade que os bens começam tuguesa, o que fez com que o país caísse vários lugares nos indicadores de pobreza: a escassear ou que se tornam, para muitos, é, neste momento e a título de exemplo, o mais difíceis de adquirir, também acontece segundo com mais pessoas a viver em más aquilo que parece um enorme contrassencondições materiais e o quinto com mais so: Portugal é o quarto país da União Europessoas incapazes de aquecer a própria peia que mais desperdiça comida. Em 2020, por exemplo, e segundo dados do Instituto habitação. Nacional de Estatística e do Eurostat, cada português desperdiçou, em média, 184 quiINSTITUIÇÕES PROCURAM BANCO los de comida - um valor que está 60 quilos ALIMENTAR acima da média europeia. Já os restauranAtualmente, face ao já referido aumentes desperdiçaram 23 quilos por habitante e to dos encargos relacionados à compra de a agricultura e pesca registaram desperdíalimentos e também das despesas com gás cios de 10 quilos de comida por pessoa. e eletricidade, as instituições de solidarieTudo isto se traduziu em 237 mil toneladade social veem o seu trabalho - que já era das desperdiçadas no setor da restauração, pouco facilitado, convenhamos - tornar-se 214 mil toneladas em comércio de distriainda mais desafiante. buição, mais de 101 mil toneladas em proO número crescente de famílias que sodução primária e cerca de 61 mil toneladas licitam apoio “obriga” estas instituições a na indústria alimentar. recorrer ao Banco Alimentar, de forma a conseguirem fazer face não só a esta reaPROBLEMAS ANTIGOS, O “APERTO” lidade como também para obterem mais ATUAL E O TEMIDO FUTURO fundos para cobrirem as despesas das suas Se é verdade que vemos a inflação bater próprias cozinhas, já que muitas delas não só entregam cabazes com alimentos como recordes, também quem contratou empréstimos bancários treme sempre que se também confecionam refeições. Ainda que durante este ano a Segurança dá conta de um novo aumento nas taxas de Social tenha atualizado o valor das com- juro. Para este mês de novembro as simuparticipações pagas às instituições e refor- lações apontam para agravamentos entre çado a verba que é paga para os acolhimen- os 15% e os 50%. Sabe-se, no entanto, que o Governo irá tos residenciais, como forma de fazer face ao aumento generalizado do custo de vida, anunciar em breve um conjunto de meestas instituições garantem que tal não é didas que têm como objetivo ajudar as famílias mais afetadas por este aumento dos suficiente.

encargos com o empréstimo da casa. De salientar que as taxas Euribor têm sofrido, mês após mês, subidas significativas, naquela que é uma estratégia do Banco Central Europeu para tentar contrair a escalada da inflação. A Pordata alerta também para o facto da taxa de inflação estar a subir, mas o salário mínimo nacional e as pensões de velhice e invalidez não acompanharem esse aumento. Mais uma vez, este também já é um problema “com barbas” em Portugal: desde 1978 (primeiro ano a partir do qual há registos) até 2021 o aumento da inflação superou o aumento no salário mínimo nacional em 16 anos. Segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado de 9,28% em setembro para 10,2% em outubro - a mais elevada desde maio de 1992 - tornando a perda de poder de compra cada vez mais evidente: alguém que aufere o salário mínimo, 705 euros, passa a ter na carteira menos 71,29 euros do que em relação ao ano passado. O mesmo acontece a um pensionista, que vê serem “retirados” à sua pensão de velhice ou invalidez de 278,05 euros cerca de 28,4 euros. Com cerca de 2 milhões de portugueses a viver com pouco mais do que 500 euros mensais, multiplicam-se os casos de furtos em superfícies comerciais - o que levou a que algumas delas chegassem mesmo a colocar alarmes em latas de atum e outros alimentos de baixo ou médio valor como garrafas de azeite, latas de atum, salmão congelado ou bacalhau. A Deco Proteste, organização de defesa do consumidor, elaborou um cabaz de 63 produtos essenciais, entre os quais frango, esparguete, banana, arroz, leite, queijo ou manteiga, chegando à conclusão que entre janeiro e outubro de 2022, o preço do mesmo aumentou 26,60€, ou seja, 14,17%. O produto que registou o maior aumento de preço foi a farinha para bolos (0,60€, cerca de 50%), seguida dos brócolos, couve coração e açúcar branco, com aumentos de 48%, 46% e 42%, respetivamente. Com tudo isto é fácil perceber que as expectativas para o futuro estão longe de ser otimistas. Marcelo Rebelo de Sousa afirma que o combate à pobreza em Portugal tem de ser uma prioridade… mas as políticas de apoio social veem-se obrigadas a coexistir com as “contas certas” e com a redução da dívida pública previstas no Orçamento de Estado para 2023. Até melhores dias chegarem, a fome vai-se matando da maneira que se pode - muitas vezes de forma envergonhada ou num bolso que sai mais pesado de um supermercado. Uma fome silenciosa mas que se torna ensurdecedora de tão injusta que é. Inês Barbosa/MS


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Serving up Success for New Canadians V

anh Kalong’s restaurants often have customers in a line out the door, but it’s the people working on the inside; the dish washer, the host, the server, who seem happiest to be there. Because what they have on their menu is not just a job, but an opportunity to be supported by Vanh herself. “Vanh is my Canadian mother here for me” gushes Piya Dol, as she fills a water glass. A newcomer to Canada, Dol is serving at My Thai while in school. She says the job is helping her understand this new country while keeping her connected to Thailand. You’ll find a story like Dol’s in every My Thai location; Ancaster, Brantford, Cambridge, and coming soon, Paris, Ontario, where Vanh fills her restaurant positions with people who are new to the country. Contributing to other’s lives is part of Vanh’s mission, and working with newcomers is a natural fit, since Vanh was once in their shoes, literally. She remembers not

having proper winter boots when she arrived in 1985. “When I first came here from Thailand I only had my little sneakers and I got frostbite” she chuckles and sighs. Originally from Laos, Vanh escaped the communist regime in 1980 when she was in her early teens and entered into Thailand where she lived in a series of refugee camps for five years. Speaking about it now, her voice quivers with emotion, “Even at that age…you want more for yourself”. Not one to give up, she worked within the confines of her situation, showing early signs of entrepreneurial spirit. Like when she snuck out on a particularly boring day in the congested camp. “I was so small. I slipped under the fence. Then, I saw a woman selling bananas at the market and I convinced her that if she gave me the bananas, I could sell them. I went back to the refugee camp and sold all the bananas. In 30 minutes I had doubled her money.” She says, “I learned that sometimes creative thinking makes money.” Vanh often reflects on her immigration journey and the path that led her to owning a restaurant franchise. She explains it’s the people in the community who have made the greatest impact on her life. “If you want to do it fast, do it yourself, if you want to go further, do it with somebody else.”

De segunda a quinta-feira, das 17h às 21h, na Camões Radio Ouça em camoesradio.com ou faça download da aplicação

SCAN ME

The green curry is a delicious dance of slightly spicy and a little sweet. The pad thai is sticky, savoury, and salty to perfection. These dishes are part of the authentic food experience at My Thai, a restaurant franchise in Ontario.

After all, a job is only one piece to finding success here as a new Canadian. Vanh says are many hurdles to overcome that she helps her staff with when they first arrive, like having proper coats and boots to deal with a Canadian winter. And then there’re the administrative tasks that can be tricky to navigate, especially with a language barrier, “They don’t know how to fill out a form, they don’t know how to get an ID card.” But once the basics are covered, Vanh encourages her staff to dream big, “I ask them, what do you want to be? Visualizing is very important.” Vanh credits her entry level job at Harvies for teaching her the skills to start My Thai. Server Piya Dol is already making a positive connection between the job she has right now and the future she sees for herself. “I work here at the restaurant, but Vanh wants me to get into my field of work, into healthcare, it’s really nice.” “Everybody at My Thai starts at an entry level” says Vanh, “but I don’t want them to stop there. I encourage them to go to school and pursue their goals and dreams. I tell them, if you need to come in at 4pm because of school, do that.” Accomplishing her vision of My Thai was tough in the early days. With little to no money, Vanh often slept on the kitchen

floor. She would cook and give out her food for free to local businesses in the area in order to introduce herself to the community, because she believes strongly, that “you must give before you receive.” Living by that motto is something she tries to instill in her staff. “It’s not just me (helping). I help them help each other, we figure it out together.” This week, the federal government says it plans to bring in roughly half a million immigrants each year, for the next three years. The goal? To help curb the labour shortage affecting multiple industries across the country, including the service sector. International students like Dol must work for one year in a position before they can apply for permanent residency in Canada. “When they come here, they have to work, pay taxes, contribute,” says Vanh. Watching her staff achieve that goal one at a time is very satisfying. “It’s a win-win” she says, “I want to live a purposeful and impactful life.” And that’s a job well done. To find out more about My Thai: www. mythai.ca Gina Philips/MS


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Pelos caminhos da incerteza Cristina da Costa Opinião

Bom dia, Como estão? ais uma sexta-feira, já de um novo mês. O mês que nos vem trazer o sabor de um ar mais fresco e também muitas incertezas. Com a época natalícia à espreita, como vai ser? Recessão em iminência e muitos lares sem ter o que comer. Aliás, já muitas famílias só com acesso

M

a uma refeição diária. Para onde vamos? O Milénio desta semana debruça-se sobre esse tema. Os bancos alimentares de Toronto e da nossa província do Ontário há muitos anos não experimentavam tanta procura. Não conseguem lidar. É preocupante. Cerca de um milhão e meio de visitas no mês de março. É isso mesmo, leu bem. Muitas famílias com carências alimentares. Um aumento de 35% na procura de alimentos desde 2019. Uma crise sem precedentes. E pergunto-me eu - se não há dinheiro para comer, que seria o básico, como pode haver para outros bens? Que vai ser feito da nossa sociedade nos próximos meses? Com

Também estamos disponíveis na

o frio à porta. Mais sem abrigo? É assim que os nossos governantes olham e cuidam da própria sociedade? Um dos países mais ricos do mundo. Vergonhoso não dar solução a este grave problema. Um país com tanto e que está a cuidar tão pouco. Cabe a cada um de nós dar uma “mãozinha”. Eu faço-o em várias frentes. Aliás, sempre fiz. Não é necessário muito. É importante e não descuidar do próximo faz bem a alma . Estamos mesmo perante um desafio humanitário sem precedentes e certamente que a guerra entre duas frentes que eram responsáveis pela grande parte da distribuição de alimentos a nível mundial, Ucrânia e Rússia, não vem em nada ajudar. Mui-

to pelo contrário, só vem criar ainda mais fome e incerteza. Se o Canadá não arregaçar as mangas, e muito rapidamente, vamos ficar também na história como um país que deixa a sua população passar fome, enquanto ”esbanja“ dinheiro de ajudas a outros países também eles carenciados, descurando da própria casa. É o que é e vai valer sempre o que vale. Fiquem bem e, se possível, ajudem o próximo. Já lá diz o ditado - “Hoje tu, amanhã eu”. Até mais logo, às 6, no Roundtable. Cristina

, para todo o Canadá,aos domingos, entre as 10 e o meio-dia

Esta semana Aprendemos a construir um Herbário Provamos um misterioso Bacalhau dos Mortos Seguimos o traço do cartoonista Nuno Saraiva Vemos o documentário “A Máscara de Cortiça” do realizador Tiago Cerveira E analisamos os temas da atualidade em mais um Roundtable


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English version

The Hungry Banks in March 2022. High inflation and low social assistance are fueling the need, particularly those in fixed low incomes such as retirees. However, recently many young people, especially those living alone in urban areas, have been using food banks at an alarming rate. What has broken the social safety net of a country such as Canada and other “rich economies” worldwide? Canada is experiencing inflation and its effects are certainly playing a role in this isits to food banks have increased by developing crisis. However, Canada has 35% in the past year and its usage is thousands of jobs that go unfilled, and the trending upwards. The Food Banks economy is producing taxes for governCanada, which obtained data from 4,750 ments to a point that Ontario declared to food banks across the country, reports that be financially healthy and can eliminate its there were 1.5 million visits to food banks deficit. The question is how to balance an

It is ironic that the word banks was chosen to get together with the word food to denote a calamity currently afflicting the world. While banks are making record profits at the expense of citizens, many of whom run out of economic options and have to choose between rent and food, the bank where 1.5 million Canadians get their daily sustenance is not raking in billions in profits.

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For those of us who have experienced hunger due to social positioning or political upheaval, the experience is one that creates complexes of inferiority, shame and negativism. Begging or asking for basic staples such as food and shelter takes a human being to a desolate place mentally. “The rising tide of global sadness” as David Brooks suggested in his New York Times column is intensifying as negative emotions become pervasive and mental health issues increase. The world filled with pressures and negative emotions due to wars, hunger, violence and social imbalances is creating sub-cultures, which are adopting a defeatist attitude about being unable to achieve success in life. Hunger feeds negative impulses and a Gallup survey says 62 percent of people are indifferent on the job and 18 percent are miserable, thus the majority of those working live in an unsatisfied idealism thus unhappy lives. Food banks are not the answer to a social dilemma, which is reaching critical proportions. Those who regularly contribute food to the banks are feeding a problem, which cannot continue even if on a personal level they fulfill a social need. This problem requires a more integrated approach by all levels of government. When politicians choose to spend $ 7,000.00 per night for a hotel room but cannot solve basic hunger and social problems in their countries, the priorities become redundant as the vision of public service disintegrates. There has to be a stoppage of self-aggrandizement in politics and the public has to implement closure of enablement of public figures that contribute very little to the betterment of this country. Let us feed the poor, put the lazy to work and adopt societal measures, which in the longterm will bring happiness instead of pain.

increase in hunger in Canada in comparison to other healthy economic indicators. It is a strange crisis that affects the disadvantaged, but why are good paying jobs being unfilled and thousands of companies begging for workers? The federal government is not accelerating immigration approvals to accommodate workers for the trades that are most in need. The Ontario government is tightening “The reward for work well done is to do rules for the Nominee Program, further exacerbating opportunities to gain good immi- more” (Jonas Salk). This is what Canada grants willing to work in this province. The needs. math is simple, without workers, this country will not progress, and our economies will Manuel DaCosta/MS suffer, further jeopardizing the social independence of those in need.

com Cristina Da Costa

Apresentadora

Convidado

Cristina Da Costa

Francisco Pegado

Tema da semana:

Discussão de temas da atualidade O aumento da pobreza e fome no Canadá: como se explica o número de pessoas que recorrem aos Food Banks? sexta-feira às 18h


Apaixonado pelas rimas do Hip Hop Lecoq-Francisco Rosete esteve no Laboratório dos Talentos a falar da sua vida e das rimas e batidas da sua música. Num universo cultural da música extremamente competitivo, encontrou no Rap a sua forma de expressão artística.

Missa passa a ser transmitida na Camões Rádio e na Camões TV, aos sábados, 9h30 da manhã. A missa vai chegar-nos todas as semanas gravada na Igreja da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Laval (Montreal).

Workshop sobre como construir um herbário. Se tem curiosidade em saber como é que um herbário é feito tem mesmo que assistir a esta reportagem da Camões TV, onde Rosa Pinho, responsável pelo Herbário da Universidade de Aveiro, nos explica tudo!

Dom 17h

Sáb 9h30

Sáb 14h30

This week’s special guest is Daryl Devonish. He is an amazing mentor and business entrepreneur who has an amazing story to tell. He worked his way out of one of the toughest neighbourhoods in the big smoke and lived to tell about it. Catch this interview and see what he is up to today.

A informação, a análise e a opinião na Camões TV. Nesta edição Manuel DaCosta e Vítor Silva trazem para a conversa temas que estão a dominar a atualidade no mundo.

Às segundas-feiras, Vitor Silva, do Benfica, Richard Guinot, do Porto, Ricardo Viveiros, do Santa Clara e Sergio Ruivo, do Sporting, entram em campo, fazem remates certeiros e defesas seguras. Francisco Pegado é o árbitro desta partida onde nada, nem ninguém ficará Fora de Jogo. Todas as segundas-feiras, às 6 da tarde, na Camões Rádio, Camões TV e ainda no Facebook da Camões Radio. Não fique Fora de Jogo.

Fri 19h30

Sáb 21h

Seg 18h

com Cristina Da Costa

A informação do Quebeque todas as terças, quintas e sextas-feiras às 20h. Repetição às 23h30.

Vamos rever o show do Bonde do Tigrão, o grupo brasilero de Funk Carioca, onde a alegria, música e muito Funk, aqueceram a noite Made in Favela na cidade de Toronto. O Espaço Mwangolé esteve presente e irá mostrar como foi o show.Não perca o Espaço Mwangolé na Camões TV! Boa conversa e emoções você encontra no seu programa predileto.

É a falar que a gente se entende! Cristina Da Costa e convidados a partir das 6h00 pm (Toronto/time).

Ter/Qui/Sex 20h

Dom 18h30

Sex 18h

One on One Series

24 horas por dia, 7 dias por semana. Subscreva hoje! Ligue e peça o canal WIN TV.

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MIND THE GAP Throughout our lives, certain headlines, or news items, have echoed relentlessly. Situations that have persisted unchanged, unresolved. Equally everpresent in the headlines was also the promise of resolution to said issue.

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ne example of that is the crisis in the Middle East, no light at the end of that tunnel any time soon, but the one I’ll be referring to today is what, these days, is being called the “wage gap” or, what used to be called the “gap between the rich and the poor”, (economically speaking). Wage gap is cleaner, more streamlined, kind of like when Unemployment Insurance became Employment Insurance, suddenly it doesn’t sound so bad, right? Anyway, the headlines have always, as far as I can recall, mentioned that this gap was getting wider, and the story usually included statements from government officials who claimed they would be looking into the reasons as to why this was happening. Well, most of us know why it happens.

Crises, whether cyclical or spur of the moment, like Covid or the Ukraine, create upheaval in what is called the Market, prices of all goods increase and those of us with the least economic power are the ones who suffer the most. Suffering could include losing your possessions, including your home, and when you lose your stuff because you can’t afford to pay for it, it gets put up for sale. Who buys your stuff at sell-off prices? Those of us who have greater economic power. Easy math. Today’s economic climate is wreaking havoc on the people who live on the threshold, economically, and I’m speaking of probably the vast majority. Things that are absolutely essential for survival are in private hands, at the mercy of a market that has been spooked by volatility in all the major economic powers of the world. Not only unheard-of increases in prices, but recurring increases, in some cases, daily. Yet all the oil companies are issuing reports of record profits and you just know that your friendly neighbourhood supermarket is taking advantage of the situation to its full-

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OPINIÃO

est extent. All of the essentials for human survival are in the hands of those whose goal-above-all-goals is to profit and to make sure those profits keep increasing. How can there ever be a narrowing of the wage gap? The system works against it. What’s happened to Toronto since real estate prices have gone ludicrous? Those who own outright or even those who bought low are elated. They’re all millionaires, on paper. What about those who are just getting started? The only option is to rent, but wait! Renting has also gone awry. Not only do you need tremendous amounts of income to pay the rent, but now you have to apply, like a bank loan. There are so many that need housing and whose only choice is to rent, but there aren’t enough rental units available, even at these ridiculous prices. Wages have never actually accompanied the rise in prices, and at the rate they’re rising today, the result is what we see before us. More people asking for social assistance, going to food banks, and so on.

These lifelines, ironically, are also fed by the everyday person. Food banks count on donations and social assistance money comes from taxes. Us! (Also, remember that everything the government gives us, it will eventually take back). Here in Portugal, the government has reduced taxes on the prices of fuel and issued assistance cheques to lower-income earners, but that’s our own money they’re distributing, while the real culprits are free to do as they wish. The Arabs decided that they needed to maintain the price of oil, so they deemed a reduction in production was in order. They don’t seem to be too concerned about the current plight of the many, they’re busy building cities in the desert and air-conditioned world cup stadiums, off the backs of poorly paid immigrant workers. And what do we do? Nothing. We’ll be too busy cheering for our respective countries at the world cup. They all sure know how to play us. Fiquem bem. Raul Freitas/MS

WE’RE HIRING! Customer Service positions available. Contact us for interview: 416-274-3244 or info@torontovanity.com

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Food… is the silent killer Vincent Black Opinion

One thing that we all take for granted is that when walking into a grocery store whatever we need it will be there in front of us. Food and its availability has not been an issue for me or those around me.

T

he scarcity of many food items and ingredients are becoming much harder to get and many folks are starting to hoard food along with raw ingredients and any form of canned goods that may be available to one. Something that we all have taken for granted in this country is becoming a very common theme that much of what you may need to feed yourself and your family may not always be available to you at an instance. This silent slow killer of having much less available to us is just now starting to sink in and the visibility of when you walk into a grocery store, the shelves are either empty or have very few items there. Is the earth running out of food? This question needs to be asked in relation to how we as a population are going to handle these ongoing issues that may not be front and centre to you now, but

the crash is coming. Experts are predicting that the world population could be too big to feed itself by 2050. By then, there will be almost 10 billion people on the planet and food demand will have increased by 70 % compared to previous years. Scientists put the limit on how many people earth can feed at 10 billion – max! There are limits to earth’s capacity to feed humanity. Even if we use available resources at maximum efficiency the world’s farmland could not support more than 10 billion people, according to many experts. Many are predicting the food crisis is coming and even faster than climate change. The shortage of water, land, and energy combined with the increase demand from population and economic growth, will create a global food shortage over the next 30 years or so. Lack of technology and knowledge will add to the crisis. As part of the food crisis, prices of food such as corn and rice are likely to increase rapidly very significantly over the next twenty to thirty years. WE will need to double food production to feed humanity. But the basic resources for food production are becoming scarce. The world is currently losing billions of tonnes of topsoil a year. Many have said that we have lost a third of the world’s soil in the last 40 years and the loss is happening at an increasing rate. Besides the obvious problems of famine itself, the shortage of food is also likely to cause

other problems such as conflict, mass migration, and even war. In the future, wars are likely to be fought over access of food and water resources. Its not only food we’re running out of. Human consumption and population growth is putting pressure on nature’s regenerative capacity across the biosphere meaning basically all ecosystems. We are exploiting the earth’s ecosystems beyond their limits and producing more waste than the planet can absorb. It sounds too crazy to believe but in a situation of an upcoming food crisis between one third and half of all food produced is lost or wasted before or after it reaches consumers. This crisis is real, and we should all be concerned……l have tried to give you some perspective of how important this crisis is and how it will ultimately effect all of us. The next time you walk into a grocery store for some groceries, please take note of what we are speaking about because it may not have hit you yet, but our crisis will be just around the corner if we do not pull together as a global community. The last thing that l want to bring up is this word “conspiracy” and how a few have all planned these past couple of years and are trying to set forward the next three years. There is an argument to be made that this theory is a prevalent one, but today l want to make sure that my message is clear that we have a shortage and will continue to have issues when it comes

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to food and its availability to all of us. One may ask what is something that we can do to prolong the inevitable…. the experts are telling us to eat smaller portions. Eat less meat, perhaps fewer times per week. And try to reduce the miles that your food has had to travel. Locally sourced, seasonal food is good for your health and good for the environment. People might also think of growing their own food on a balcony, a roof, or in a garden. Not only is it enjoyable, but it is also reconnecting individuals with nature. The war in Ukraine has had an impact on our food chain, together, the two countries provide 30% of the world’s wheat – plus barley, sunflower seed oil and corn – feeding billions of people. This war is tipping our fragile world toward mass hunger. Russia and Belarus are two of the world’s top producers of potash, an ingredient in fertilizer. Farmers worldwide are affected. So, with Russia’s exports blocked by many countries and Ukraine’s planting season impacted by the fighting, a huge supply of the world’s food is trapped or disrupted. We all have known someone who has gone hungry, and, in many cases, we may have just past over it as a one-time thing. Well, I’m hear to tell you that this is something that we will all be seeing much more of and be prepared that it just may hit you or someone close. Feast or Famine!

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Acabar com a pobreza

A solução é distribuir Vítor M. Silva Opinião

Pretendo chamar a atenção que é possível, mesmo com a crescente inflação, inverter a precária situação de tantos e tantos que já mal têm dinheiro para comer. Basta para isso distribuir melhor a riqueza. Assim sendo, vou enumerar uma série de casos que me parecem ilustrativos para uma boa base de reflexão.

O

s lucros da Repsol subiram este ano 66% para 3.222 milhões de euros e a Galp lucrou, dentro do mesmo exercício, 608 milhões, aliás o maior resul-

tado desde que é cotada em bolsa. Um dos grandes problemas da população portuguesa e mundial é o crescente aumento do preço dos combustíveis. Será este aumento necessário? Ao ler o que escrevo acima facilmente concordamos que não. Veja-se que a liquidez da Repsol aumentou 12.426 milhões. Outro custo que pesa muito no orçamento familiar é o da energia elétrica. A EDP Renováveis aumentou o lucro em 181 %, tendo lucros de 416 milhões. A Iberdrola apresenta 3.1 mil milhões de euros de lucros. Claro que a alimentação leva uma grande parte do orçamento familiar. A Jerónimo Martins, detentora do Pingo Doce, atingiu um lucro de 419 milhões de euros, assinalando uma subida de 29.3%. Quero enaltecer e louvar o Governo português que está a preparar uma lei para tributar os lucros extraordinários das grandes

superfícies de bens alimentares, uma decisão inovadora dentro da União Europeia, mas que está a ter grande resistência da parte dos empresários do setor. Nada contra as empresas darem lucro, assim deve ser, mas estes valores atendendo ao que se passa com a restante população não me parecem nem razoáveis nem aceitáveis. Aliás, é muito fácil criticar as grandes empresas e não é ilegítimo ganhar muito dinheiro, desde que seja de forma honesta. Mas a verdade é que os ricos estão cada vez mais ricos, a classe média está cada vez mais pobre, a classe pobre mais miserável, mesmo a passar fome. Mas comecei por falar de empresas de combustíveis, eletricidade, alimentação e termino com a roupa. Não é novidade que o Senhor Ortega, dono de marcas como a Zara e a Massimo Dutti, é um milionário, mas para termos

noção, este vai receber só de dividendos 1718 milhões de euros, e cada vez existem mais portugueses que nem sequer conseguem comprar uma simples camisola na Zara, por exemplo. Todos os valores que apresentei foram publicados pela Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários. Mas também o Estado português está a beneficiar com a subida da inflação. O IVA foi o responsável por 75 % da subida da receita fiscal e, por contrapartida, quanto mais os preços sobem, mais IVA se paga, mais receita fiscal para a máquina estatal. Os tão falados 125 euros são uma esmola que não resolve praticamente nada. Mas quem tem poder de decidir que olhe com olhos de ver para os números descritos acima, neles está a solução para uma redistribuição mais justa e igualitária. Se tiver consigo uma máquina de calcular some todos os milhões de lucros acima e com toda a certeza dará muito mais que 125 euros, se dividirmos esse valor pela população que necessita de apoio em Portugal. ”A desigualdade social é um monstro que se alimenta da inocência do povo.”

A informação, a análise e a opinião na Camões TV Manuel DaCosta e Vitor Silva trazem para a conversa temas que estão a dominar a atualidade no mundo SÁBADOS, ÀS 9PM 24 horas por dia, 7 dias por semana. Subscreva hoje! Ligue e peça o canal WIN TV.

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As heranças dos finados Credito: DR

Por vontade divina/ nos une a memória.

Aida Batista Opinião

Foi mais um dia de finados, dia de limpeza das campas, em que à água da lavagem se misturam as lágrimas das ausências sofridas na memória dos dias: dos pequenos gestos, dos lugares percorridos, dos momentos partilhados e dos muitos que ficaram por partilhar, das palavras ditas e de tantas que ficaram por dizer, dos diálogos falados através do olhar, quando a voz já não se fazia ouvir.

N

ão pratico o culto dos mortos, apesar das visitas esporádicas quando, levada por outras circunstâncias, passo pelo cemitério da aldeia onde os meus repousam. Sempre valorizei a vida e a forma como os tratamos antes de partirem. Que os cuidemos com o carinho que merecem, que estejamos atentos quando de nós

As Mulheres Visíveis

precisam, que respeitemos os pedidos dos seus conceitos de bem-estar, que satisfaçamos as suas vontades e que, sacrificando algum do nosso tempo, arranjemos algum para os ver, lhes dar um beijo, um abraço, um toque de mãos, ou um simples telefonema, que se faça ouvir por trás da gaiola do isolamento de afetos em que vivem fechados. E porque assim penso, não visito o lugar onde, há anos, jazem os vossos restos “imortais”, adjetivo que roubei a Mia Couto. Encher a campa de flores, como se a saudade se medisse pela quantidade e qualidade dos arranjos florais que as decoram, é um jogo que nunca soube jogar. Tudo se joga na roleta da vida, onde temos de saber escolher de forma sensata as peças do tabuleiro e, ainda assim, ficarmos sujeitos ao acaso das voltas, que alternam dias de sorte com os de azar. Não preciso de viagens para vos visitar, porque em permanente viagem estou sempre que convosco dialogo nos retratos, recordando instantâneos que, amiúde, se cruzam no meu caminho, lembrando as

vossas/nossas vidas paralelas ao meu desenvolvimento pessoal. De como continuámos juntos, mesmo depois da minha saída da casa, para construir o meu próprio ninho. De como, forçadamente, fomos separados pelos ventos da História, cujos sinais não soubemos ler. Do reencontro, após um regresso atribulado. Do nosso início (meu e vosso) na reconstrução de novas vidas. Das dificuldades de um outro iniciar, que não passava apenas pelas financeiras, mas pela adaptação ao rigor dos invernos trocados pelo calor de África. Da força e coragem precisas para recomeçar, depois de tudo perdido menos os filhos ainda trazidos pela mão. Quando as peças pareciam encaixar-se todas no xadrez de muita vida para jogar, partiste tu, Mãe, sem que nada o fizesse prever. Em maio, mês de Maria, por quem tinhas especial devoção, deixando-nos numa inesperada orfandade. No tear invisível da tua sabedoria, sempre soubeste manobrar os cordelinhos da trama unida, exceto o fio que um dia se esgaçou. Deixaste o pai, perdido na sua dor, a aprender a

viver a solidão dos dias sem a tua companhia. E foram muitos, até que chegou aquele em que passou a depender dos filhos. Cuidámos dele, o melhor que pudemos, mas conscientes de que ninguém ocuparia o teu lugar, porque assistimos à vossa cumplicidade, entregues um ao outro no amor e na dor, num equilíbrio em que, algumas vezes, a segunda vos atingiu como um raio. Não a dor física, mas a da alma, que vive dentro de nós e que, quando quer sair, há nós que a prendem afogada nas lágrimas presas na garganta. Acompanhei algumas delas e sei o quanto vos doeram. Em dia de finados, e antes que o meu chegue, é este o balanço que faço do que têm sido as nossas efémeras vidas, porque todos estamos de passagem. Ficou a perenidade dos valores, a única herança que não é sujeita a partilhas por termos recebido o mesmo quinhão. Como na parábola dos talentos, chegará o dia em que teremos de dar conta do destino que cada um lhes deu.


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Comendador Carlos de Lemos

Um paladino da comunidade luso-australiana Daniel Bastos Opinião

Uma das marcas mais características das comunidades portuguesas é a sua dimensão empreendedora e benemérita, como corroboram os percursos de diversos compatriotas que dinamizam atividades de relevo a nível económico, político, cultural e social.

N

os vários exemplos de patrícios que compõem e engrandecem a diáspora lusa, cada vez mais reconhecidos como uma mais-valia na promoção do país, destaca-se a trajetória do comendador Carlos de Lemos, antigo Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, na Austrália, e um dos mais devotados paladinos da cultura e história portuguesa no continente-ilha. Natural de Melgaço, vila raiana no distrito de Viana do Castelo, onde nasceu em 1926, Carlos Pereira de Lemos iniciou a sua vida profissional como topógrafo em Portugal, trabalhando depois em Moçambique, África do Sul, Timor e na Austrália. No périplo que encetou pelo mundo, o alto-minhoto que começou a trabalhar com apenas 12 anos de idade numa loja em Melgaço, e já adolescente num café em Monção, conheceu personalidades marcantes como Nelson Mandela, Samora Machel, Rui Cinatti ou José Ramos-Horta. Detentor de uma formação eclética, Carlos de Lemos foi estudante na África do Sul – Rhodes University e University of South Africa, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociologia. E pós-graduou-se em Pedagogia na Universidade de Melbourne, tendo sido professor de Sociologia e Ciên-

cias Políticas no Royal Melbourne Institute of Technology, e de línguas na Universidade de Monash, assim como representante do Banco Borges em Melbourne. A chegada ao território australiano na década de 80, onde viria a estabelecer-se, marcou o princípio de uma profunda ligação à comunidade luso-australiana, atualmente constituída por cerca de 50 mil portugueses, essencialmente disseminados por metrópoles como Perth, Melbourne ou Sydney. Paralelamente à sua atividade profissional, Carlos de Lemos tornou-se um importante dirigente associativo luso-australiano, através da criação de uma escola de português e de um programa de rádio. Em 1988, foi nomeado Cônsul Honorário de Portugal em Melbourne, incumbência que exerceu durante três décadas com intenso trabalho, num verdadeiro espírito de missão em prol da comunidade luso-australiana. Nesse âmbito, foi o grande impulsionador do Festival Português de Warrnambool, uma cidade na costa sudoeste de Vitória, onde pelo seu incansável labor foi inaugurado em 2001 um padrão de homenagem aos navegadores portugueses, tendo inclusive sido dado a uma das ruas de Warrnambool o seu nome, “De Lemos Court”. Ainda, no alvorecer deste ano, o dinâmico nonagenário luso-australiano proferiu no Museu Marítimo de Warrnambool uma palestra onde abordou a tese da descoberta portuguesa da Austrália, que escora que terá sido o navegador Cristóvão Mendonça, por volta de 1522, o primeiro português a avistar as costas australianas, quando navegava na zona por ordem de D. Manuel I, dois séculos e meio antes do capitão inglês James Cook. O notável percurso de vida de Carlos de Lemos, patenteado no

O comendador Carlos de Lemos, acompanhado do historiador Daniel Bastos, no decurso de uma visita no mês de outubro à Capital do Minho. Créditos: DR.

seu livro História de Uma Vida, publicado em 2016 e prefaciado pela antiga secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, foi distinguido em 2002 com a Ordem de Mérito, no grau de Comendador, pelo então Presidente da República Jorge Sampaio. Mais recentemente Carlos de Lemos foi condecorado pelo Estado de Timor-Leste e pelo governo australiano com a Ordem da Austrália, assim como pelo Município de Melgaço com a atribuição da medalha de Cidadão de Mérito.

Uma das figuras mais conhecidas da comunidade luso-australiana, o exemplo de vida do comendador Carlos de Lemos, devotado paladino da cultura e história portuguesa no continente-ilha, relembra-nos a interpelação de Nelson Mandela: “Será que alguém pensa genuinamente que se não conseguiu algo foi por não ter tido o talento, a força, a resistência e a determinação nesse sentido?”.

CONHECEDORES ABSOLUTOS DAS LEIS DE IMIGRAÇÃO

Vistos de trabalho aberto a jovens (18 aos 35 anos) Processos de residência permanente (nomeações em Ontário e outras Províncias, Express Entry, entre outros) Ofertas de trabalho podem resultar em vistos de trabalho temporário ou permanente Jason Ferreira, B. Comm, RCIC immigration4canada.ca | 416-653-8938 1560 Bloor Street West, Toronto


Creditos: DR

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Luis Barreira Opinião

Antes de o visitar e quando pensei pela primeira vez no Luxemburgo, tinha apenas umas antigas ligeiras noções liceais deste pequeno país, com um aspeto escurecido, cinzento e negro do carvão e das minas de ferro, frio e chuvoso. Após a minha primeira visita ao país, num dia solarengo, fiquei deveras surpreendido com um país verde, bonito, arrumado, limpo e organizado.

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este quadro cénico, algo diferente do meu país de origem, interroguei-me sobre que fatores contribuíram para que esta pequena parcela do território europeu se apresentasse de forma tão graciosa. No texto da minha crónica anterior tive ocasião de me referir a alguns aspetos históricos, económicos e políticos que poderão, de alguma forma, ter influenciado a evolução deste país. No entanto, o que foi dito, não explica tudo sobre a atitude política nacional no desenvolvimento do Luxemburgo. Há que considerar outros fatores que influenciam a mentalidade política decisória dos seus dirigentes e do seu povo em geral, donde destaco: o Luxemburgo é um pequeno país “encravado” entre as aspirações (e invejas…) dos países limítrofes (França, Bélgica e Alemanha), face à situação económica privilegiada que detém, obrigando as suas comunidades dirigentes a um esforço permanente de negociações e procura de novas soluções que equilibrem e/ou desenvolvam a sua própria situação

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A minha aventura como emigrante (2)! económica; no Luxemburgo existe um forte sentimento de preservação de uma identidade cultural em permanente configuração, face a uma história plena de ocupações estrangeiras, uma conjuntura europeia que o obriga ao cumprimento de algumas determinações, nem sempre aceitáveis pelos setores mais nacionalistas e a uma realidade social quotidiana que faz com que a população luxemburguesa seja minoritária no seu próprio país, face ao contingente de estrangeiros que nela residem e os belgas, franceses e alemães que atravessam as suas fronteiras para lá trabalhar diariamente. Na minha opinião, estes fatores pesam no subconsciente e de forma horizontal em todas as camadas da população luxemburguesa, originando-lhes uma permanente defesa contra o seu eventual desmembramento enquanto nação, face à “intromissão estrangeira” nas suas decisões nacionais e provoca problemas de sociabilidade com os estrangeiros residentes e trabalhadores no país, apenas refreados pela sua grande necessidade de mão de obra, pela manutenção da riqueza de que dispõem e pelas suas obrigações europeias e internacionais. Também o fator linguístico luxemburguês intercede naquilo que acabei de expor, razões que me levaram a envolver-me em discussões públicas sobre o assunto. O multilinguismo da sua população e o seu estatuto de Grão-Ducado fazem do Luxemburgo um país especial, onde coexistem três línguas oficiais: o luxemburguês, o alemão e o francês. Cedo compreendi que a utilização de três línguas oficiais, mais do que um simples meio de comunicação, encerra fatores de exclusão social, diminuindo ou aumentando os fatores de progressão social e profissional ou o simples relacionamento social

com a população luxemburguesa residente. Habituados em Portugal, por humildade, reconhecimento ou simpatia, a tentarmos ou mesmo a exprimirmo-nos na língua dos nossos visitantes estrangeiros, para nos fazermos compreender de forma amistosa, no Luxemburgo a utilização de cada uma das três línguas revela objetivos bem diferenciados. A comunicação numa das línguas oficiais, para obter uma resposta adequada, tem muito a ver com o perfil linguístico de base do interlocutor. Falando luxemburguês, uma língua com origens imprecisas, vocábulos “multiusos”, uma gramática incipiente e uma fonética difícil (para um latino acabado de chegar…), um estrangeiro consegue mais facilmente socializar-se com a população luxemburguesa, criar empatias e um razoável relacionamento de vizinhança e trabalho. A língua francesa é a mais utilizada nas relações do trabalho indiferenciado e no comércio em geral. Língua que constitui, de forma geral, o único meio de comunicação entre as empresas e o maior contingente de trabalhadores estrangeiros no Luxemburgo, os portugueses (cerca de 100 mil e 31,5% entre os estrangeiros). A língua alemã é aquela que dá acesso a postos de trabalho superiores, serve de fator distintivo na comunicação e é utilizada na informação veiculada pelos jornais tradicionais luxemburgueses, publicados em língua alemã, embora com o decorrer dos tempos tenham vindo a surgir jornais em francês. No entanto, com a evolução financeira do Luxemburgo, a língua inglesa tem assumido um papel profissional de destaque. Considerando as dificuldades de socialização provocadas por este multilinguismo, o caso da numerosa comunidade portuguesa, cuja imensa maioria não dispõe de

muitos conhecimentos linguísticos e culturais e com os filhos em idade escolar, o problema é ainda maior. As crianças têm de falar português com os seus progenitores, francês com os seus colegas e amigos e luxemburguês e alemão na escola o que, na pior das hipóteses, leva a que acabem por não falar bem qualquer destas línguas! Não podendo ser ajudadas pelos pais, acabam por ter grandes dificuldades na aprendizagem, tendo de frequentar o futuro ensino em francês, destinado a reproduzir os tipos de profissão dos seus progenitores. Considerei, ao longo da minha estadia no Grão-Ducado do Luxemburgo, que esta atitude de forçar o uso do multilinguismo, na formação escolar das nossas crianças e jovens, tinha origem num problema luxemburguês na área da sua identidade, ou seja, o receio de que estas permanentes “invasões” de trabalhadores estrangeiros diluíssem a sua identidade nacional, o seu patriotismo, o seu país, ou talvez ainda o receio da perda dos seus empregos “privilegiados”. Em vários fóruns em que participei, com a presença de responsáveis luxemburgueses e portugueses pela educação, tive ocasião de afirmar que a língua é, essencialmente, um veículo de comunicação e não pode ser um fator de exclusão social (os americanos não são menos americanos por falarem inglês…) e a reprodução dessa exclusão com as crianças, através do sistema de ensino existente no Luxemburgo, empurra os jovens para a escala inferior do mundo do trabalho, impedindo a sua ascensão social. “Mas o que é que isso interessa, quando o salário mínimo no Luxemburgo é 2.257,00 euros por mês?”, perguntarão alguns!.. Sobre isso e outras coisas falaremos nas próximas crónicas.

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Creditos: Leila Monteiro Lins

Creditos: Leila Monteiro Lins

COMUNIDADE

Depois de 12 anos e três mandatos, Ana Bailão despediu-se da comunidade num evento que contou com a presença de familiares, amigos, colegas, entidades públicas e privadas, assim como a comunidade em geral.

A

sala do Paradise Theatre na Bloor Street West em Toronto foi pequena para receber todos os presentes que foram agradecer e dar um abraço àquela que também é conhecida como a campeã da habitação, fonte de inspiração para muitos emigrantes e uma voz na luta da emancipação das mulheres. Foi uma noite emocionante, cheia de histórias, homenagens, lágrimas e sorrisos. Os convidados partilharam as suas experiências no evento durante o tempo de serviço público de Ana e deixaram mensagens de agradecimento. Nesta ocasião especial, conversamos com Carla Neto, que agradeceu pela “dedicação na área da habitação e o empenho para assistir os grupos comunitários como o Abrigo Centre, Comunidade dos Angolanos em Ontário (ACO)” e o Women’s Habitat of Etobicoke”, realçando o “carinho que demonstrou durante estes anos”. Jack Prazeres, que também marcou presença, disse “Ana, eu quero desejar-te boa sorte para o futuro e que continues com este profissio-

nalismo”. Arnon Melo também agradeceu: “gratidão pelo seu trabalho em especial para a comunidade brasileira em Toronto”. Quem também deixou uma mensagem nesta data foi Mário Silva: “Eu sinto muito orgulho na Ana pelo trabalho desenvolvido dentro e fora da nossa comunidade e caso regresses para a política estaremos aqui para te apoiar”. Falamos ainda com Cristina Martins, que realçou: “Eu tive a oportunidade de servir a área da Davenport ao lado da Ana, reconheço a dedicação da Ana e desejo-lhe muita sorte”. Na celebração, Charles Sousa sublinhou também que “A Ana é uma inspiração para todos nós. Ela fará falta na arena política”. O presidente da Câmara Municipal de Toronto, John Tory, discursou publicamente no evento, salientando que “Ana Bailão é um bom exemplo da integração da comunidade portuguesa na sociedade canadiana. Ela é uma campeã da habitação. Vou sentir falta dela aqui na Câmara, mas estou confiante de que ela fará grandes coisas no que quer que decida fazer a seguir. Precisamos de mais pessoas como Ana Bailão na vida pública.” Ana Bailão nasceu em Portugal, veio para o Canadá aos 15 anos de idade e transformou a sua vida dedicando o seu trabalho às comunidades lusófonas e à política cana-

diana. Esteve envolvida em diversas associações, fez parte da fundação da Luso-Can Tuna e foi diretora da Aliança de Clubes e Associações Portuguesas do Ontário (ACAPO), presidente da Federação de Empresários e Profissionais Luso-Canadianos (FPCBP), após ter passado também pelo setor privado. Na sua carreira destaca-se ainda o cargo de vereadora pelo círculo de Davenport e vice-presidente da Câmara Municipal de Toronto, que termina oficialmente este mês. No seu discurso, Ana Bailão terminou dizendo: “Hoje eu tenho um coração cheio, foram 12 anos de muito trabalho com altos e baixos. Tem sido a honra de uma vida servir como vereadora e vice-presidente da Câmara Municipal de Toronto. Embora ainda não tenha decidido o que vem a seguir para mim, continuo empenhada em continuar a contribuir para a nossa cidade. A todas as comunidades falantes da língua portuguesa eu quero agradecer, a todos que estiveram comigo nesta caminhada, estarei sempre agradecida”. Quanto ao futuro, Ana Bailão revela que fará por agora uma pausa e que está entusiasmada com o que possa vir a seguir. Quanto a nós, fica o nosso muito obrigado e o desejo de boa sorte, Ana! Francisco Pegado/MS

Açores a pé Novo livro de Nuno Ferreira O jornalista Nuno Ferreira (n.1962) visitou a pé as Ilhas dos Açores e este seu livro (Editora Companhia das Ilhas) tem um “antepassado” no volume “Pelas estradas dos Açores” de Vasco Callixto (editado em 1973) mas com uma “diferença”: Nuno Ferreira andou a pé; Vasco Callixto fez 2134 quilómetros, mas de automóvel. Este livro tem 284 páginas, 146 fotografias e 9 mapas sendo assim, e também, uma “fotobiografia” do itinerário completo da viagem pelas ilhas – São Miguel, Santa Maria, Terceira, São Jorge, Graciosa, Pico, Faial, Flores e Corvo.

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ponto de partida surge na página 7: “caminhei sob névoa e chuva mas enfrentei também o sol, o calor e a humidade do Verão açoriano.” As aproximações do jornalista à Terra Açoriana eram antigas: “O senhor é do Continente e já foi de romeiro duas vezes? Então o senhor gosta mesmo dos Açores.” Um aspecto importante está na viola da terra e nas palavras de Rafael Carvalho: “Fazia parte do dote de casamento. Servia de moeda de troca, trocava-se duas sacas de batata por uma viola. Esteve nos bons e nos maus momentos dos Açores. O pintor Domingos Rebelo retratou-a no célebre quadro que ilustra a partida dos emigrantes. O som da viola da terra é o da sauda-

de, da dor da partida.» Tudo isto tem a ver com a poesia inesperada que aparece num “mail” - “Boa noite, caro senhor/ Jornalista que anda a pé/ Cumprimentos com fervor /Conforme a minha maré/ Pena que estive a seu lado/E nem me apercebi/Gostaria de ter olhado/Quem andou a pé aqui/Se houver ainda horas/ Para vir a minha casa/Diga-me que sem demoras/Que a viagem não atrasa/Em São Carlos, perto de Angra/Fica a minha moradia/Onde o coração me sangra/Se não o vir por cá um dia” Ou dito de outra maneira: “O senhor é do Continente? E está gostando da nossa ilha?” José Carmo Francisco/MS

Creditos: Leila Monteiro Lins

Ana Bailão despede-se da Câmara Municipal da cidade de Toronto


MAY 13, 2023 70ANOSCANADA.CA

1953-2023 HONOURING PORTUGUESE PIONEERS


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LOCAL

Queda de braço entre CUPE e governo marca semana tensa no setor da educação Esta foi uma semana tensa para os pais de crianças em idade escolar em Ontário. A disputa de “poder” entre o governo provincial e o Sindicato Canadiano de Funcionários Públicos, CUPE, que representa 55 mil trabalhadores do setor de educação, se intensificou e com isso um misto de incertezas marcou esses últimos dias, com os pais sem saber se vão poder levar seus filhos às escolas na próxima semana. O que se sabe é que hoje (04) as escolas estarão fechadas.

É

preciso recapitularmos o desenrolar dessas negociações, que já começaram há semanas, para termos uma ideia de como chegamos a esse ponto de indefinições e uma verdadeira “queda de braço” entre as duas partes envolvidas. Foi uma reunião específica entre governo provincial e CUPE, no último domingo (30/10) que ditou os acontecimentos a seguir. Na ocasião, o governo ofereceu uma

nova proposta à categoria, que valeria pelos próximos quatro anos: um aumento anual de 2,5% aos trabalhadores que ganhassem menos de $43 mil anuais e 1,5 por cento de aumentos para todos os demais. A CUPE insistiu num aumento bem superior, de 11,7% ao ano, além de outros benefícios como horas extras a duas vezes o salário regular, 30 minutos de tempo de preparação pago por dia para assistentes educacionais e educadores da primeira infância, entre outros, e deixou claro que iria prosseguir com a greve. Insistindo no discurso de “manter os alunos nas salas de aula”, e segundo ele, não tendo outra alternativa, como sustentou no seu discurso, na segunda-feira (31/10) o ministro da Educação, Stephen Lecce, apresentou uma legislação para evitar que os trabalhadores entrassem em greve e que impõe à categoria o contrato oferecido pelo governo pelos próximos quatro anos. De acordo com a legislação proposta, os traba-

lhadores poderiam enfrentar multas de até $ 4 mil se entrassem em greve e o sindicato responsável $ 500mil. O uso dessa legislação, que é considerada por muitos inconstitucional, já que retira o direito das categorias de barganhar e entrar em greve, foi muito debatido e questionado em Ontário e no país. As críticas vieram de nomes como o primeiro-ministro Justin Trudeau, assim como os ministros da Justiça Federal e do Trabalho, que criticaram o Governo de Ontário por invocar essa cláusula da Constituição, conhecida como notwithstanding clause, alegando que ela não deveria ser usada para suspender direitos legítimos dos trabalhadores. Vários outros sindicatos, incluindo os Sindicatos de Professores atualmente em negociação com o governo, expressaram solidariedade com a CUPE. O exemplo mais notável é do Sindicato Internacional dos Trabalhadores da América do Norte - LiUNA - que apoiou a campanha de Doug Ford nas últimas eleições.

Os negociadores da CUPE apresentaram uma contra-proposta na terça-feira à noite (01) em resposta aos termos contratuais impostos na legislação. Stephen Lecce deixou claro que o governo só voltaria as negociações se o Sindicato cancelasse o chamado de greve da sexta-feira (04). “Tire a ameaça da mesa e vamos conversar”, acrescentando: “Fomos muito claros. Estamos prontos para negociar com qualquer parceiro disposto, mas eles têm que retirar a possibilidade de greve. Não aceitaremos uma greve nesta sexta-feira ou em qualquer dia”. A resposta não tardou, e ainda na quarta-feira à tarde (02) o sindicato que representa os trabalhadores da educação de Ontário disse que iria manter a greve “até nova ordem”, a menos que um acordo não legislativo com o governo fosse alcançado. Lizandra Ongaratto/MS

O melhor do Natal no WinterFest O Canada’s Wonderland vai se transformar em um mágico país das maravilhas de inverno para o WinterFest - uma experiência de férias imersiva para toda a família.

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ste evento, que acontece de 18 de novembro a 31 de dezembro, reúne diversas atividades como patinação no gelo no Lago Snow Flake, mais de uma dúzia de shows ao vivo e entretenimento, milhões de luzes espetaculares e centenas de lindas árvores de Natal em todo o parque, incluindo duas árvores de Natal de 50 pés na International Street. Um momento para reunir recordações especiais com a família e amigos. O festival também oferece estandes com comida típica da época natalícia, feiras de artesanato de mercadorias sazonais e muito mais. MS


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Polícia de Toronto promove campanha de segurança no trânsito e 8 da manhã. Para a segunda semana da campanha “Fique Focado, Fique Seguro”, a polícia disse que concentrará seus esforços no que é conhecido como os “Quatro Grandes” comportamentos do motorista conhecidos por causar ferimentos aos usuários da estrada. Eles incluem excesso de velocidade, die maneira geral, nesta época do ano, reção agressiva, direção distraída e direção com o fim do horário de verão a par- deficiente. Neste ano, até agora, 44 pessoas tir do dia 6, domingo, e a redução foram mortas nas ruas de Toronto, incluinda visibilidade, as colisões relacionadas do 21 pedestres. Destes, 70% tinham mea pedestres veem um pico de 100% entre nos de 65 anos de idade. MS 5 e 8 da noite e um salto de 400% entre 7

Durante as próximas duas semanas, a polícia de Toronto realiza uma campanha de segurança no trânsito. Num primeiro momento o foco será conscientizar os motoristas através de posts nas redes sociais sobre riscos assumidos pelos motoristas diariamente.

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Toronto lança pesquisa para ter o feedback do público sobre o programa CafeTO A cidade de Toronto está procurando o feedback do público sobre seu programa de verão, CafeTO, para ajudar a melhorar a iniciativa no próximo ano e no futuro.

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oi lançada uma pesquisa na página online da autarquia para operadores de restaurantes, clientes e o público em geral para fazer suas críticas ao programa que começou em resposta à pandemia da COVID-19. O CafeTO foi lançado pela primeira vez em junho de 2020, permitindo que restaurantes e bares em dificuldades instalassem calçadas e calçadas para que os clientes pudessem manter distância física para limitar a transmissão do vírus mas devido

ao sucesso a prefeitura votou para tornar o um programa permanente da cidade em novembro de 2021. Entre as preocupações de alguns estabelecimentos e pedestres está o impacto do programa no trânsito e no congestionamento devido aos fechamentos causados pela colocação de mesas nas calçadas e trechos de ruas. Neste ano o tradicional evento de rua Taste of Danforth também foi cancelado porque organizadores disseram que a logística foi comprometida pelo programa. Neste último verão, a cidade diz que o programa CafeTO contou com a participação de mais de 1.200 restaurantes e bares.

segunda a quinta 7h30 -19h | sextas 7h30-20h | sábados 7h30-19h | domingos 8h-15h John’s Butcher Shop - Talho & Salsicharia - 1300 St. Clair Ave W, Toronto 416-656-3590

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CANADÁ

Canadá falha com prisioneiros negros e indígenas e superrepresentação persiste nas penitenciárias, indica relatório O Canadá tem feito poucos progressos para lidar com a super-representação dos negros e indígenas nas prisões, com alguns enfrentando condições ainda piores do que há uma década, diz um novo relatório elaborado pelo órgão regulador do sistema prisional do país e liderado pelo pesquisador Ivan Zinger.

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S

Declaração econômica de outono do governo federal aponta aumento do risco de recessão e projeta déficit A atualização econômica de outono do governo federal deixa claro que enquanto o déficit está diminuindo, o risco de que o Canadá entre em recessão está aumentando. A atualização fiscal reduzida foi apresentada pela vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, indica que os cofres do governo federal se beneficiaram da inflação, mas o governo está oferecendo pouco em termos de novos gastos.

O

s Liberais estão priorizando medidas direcionadas para canadianos de baixa renda e aqueles com dívidas estudantis; um novo imposto sobre recompras de ações por grandes corporações; além de lançar o prometido Fundo de Crescimento do Canadá, destinado a trazer novos investimentos privados para

ajudar a reduzir as emissões e criar novos empregos. A declaração econômica de outono projeta o déficit federal em US$ 36,4 bilhões em 2022-23, abaixo dos US$ 52,8 bilhões previstos no orçamento federal de abril de 2022. O último quadro fiscal também projeta que os cofres federais podem voltar ao equilíbrio em 2027-28. No entanto, observando que a economia global corre o risco de cair em recessão e a confiança do consumidor está se deteriorando, em um “cenário negativo” com base na pesquisa do governo com analistas do setor privado, o comunicado econômico da queda alerta que o Canadá pode entrar em “uma leve recessão no primeiro trimestre de 2023.” As projeções econômicas atualizadas de quinta-feira (3) acontecem quando os ca-

nadianos estão sentindo os impactos do aumento do custo de vida e das altas taxas de juros à medida que o Banco do Canada intervém para tentar combater a inflação, e nenhuma das quais parece diminuir no curto prazo. Continuando o recuo dos gastos maciços de estímulo da era da pandemia, a declaração econômica inclui $ 6,1 bilhões em novos gastos em 2022-23, incluindo financiamento para alguns itens pré-anunciados. A declaração econômica do outono observa que, em relação ao Orçamento de 2022, os encargos da dívida pública são mais altos e devem aumentar para $ 34,7 bilhões em 2022-23, devido ao forte aumento nas taxas de juros de curto prazo. Eles podem cair ligeiramente em 2024-25, já que a inflação e as taxas de juros devem diminuir. MS

Relatório aponta que 252 funcionários escolares foram acusados de crimes sexuais no Canadá num período de cinco anos

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Ottawa revela plano para receber 500 mil imigrantes por ano até 2025 O governo federal planeja um aumento maciço no número de imigrantes que entram no Canadá, com o objetivo de trazer quinhentas mil pessoas a cada ano até 2025.

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Um relatório do Canadian Centre for Child Protection apontou que 252 funcionários atuais ou antigos de escolas canadianas cometeram ou foram acusados de cometer crimes de natureza sexual contra 548 crianças durante os anos de 2017 a 2021.

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levantamento traz a informação de que 38 funcionários foram criminalmente acusados de crimes relacionados à pornografia infantil durante o mesmo período. O relatório inclui qualquer pessoa que trabalhe em um ambiente escolar, incluindo professores, administradores, motoristas de ônibus. Como a educação está sob jurisdição provincial e territorial, a maioria dos órgãos responsáveis pela supervisão da disciplina dos funcionários escolares não é obrigada a tornar públicos os resultados desse tipo de investigação. Noni Classen, diretora de educação do Centro que comandou a pesquisa baseado em Winnipeg, disse que esses números podem ser ainda maiores já que existe o que

egundo ele, é desapontador constatar que não houve mudanças mesmo o sistema prisional sendo muito bem financiado por aqui, já que Serviço Correcional do Canadá (CSC) emprega cerca de 1,2 funcionários para cada preso e gasta quase $109 mil por ano por detento. Os prisioneiros negros representam 9,2% da população total encarcerada, apesar de representar apenas cerca de 3,5% da população total canadense, apontou o relatório. Mais de um terço deles são jovens negros de 18 a 30 anos. A super-representação dos povos indígenas na prisão continua a piorar, compondo atualmente 32% da população carcerária e mais de 50% das mulheres encarceradas. Esses dois grupos de detentos, tanto negros quanto indígenas, estão mais propensos a sofrerem punições físicas, castigos e serem colocados em instituições de segurança máxima. Foram feitas 18 recomendações ao governo federal em geral, incluindo oito focadas em melhorar a vida dos prisioneiros negros. O ministro de Segurança Pública Marco Mendicino, que supervisiona o serviço, disse que um trabalho extenso” está em andamento” para tratar de questões.

considera falta de transparência. O relatório diz que 71% das vítimas eram meninas e 29% eram meninos. De todos os comportamentos ofensivos, 37% envolviam contato físico. A recomendação do órgão é criação

de órgãos independentes para receber e investigar as queixas. Também sugere que os registros disciplinares em torno dessas ofensas sejam tornados públicos. MS

ministro da Imigração Sean Fraser revelou esta semana as novas metas, dizendo que a mudança é necessária para garantir a prosperidade econômica do país. As indústrias canadianas estão enfrentando uma significativa escassez de mão de obra, com cerca de 1 milhão de vagas em aberto em todo o país. O novo plano coloca ênfase no aumento do número de imigrantes que serão admitidos com base em suas habilidades de trabalho ou experiência durante os próximos três anos. Ottawa está planejando um aumento mais moderado no número de membros da família que serão admitidos no país e uma diminuição no número de refugiados. O novo plano vem dias depois que o Statistics Canada relatou um recorde de 23% das pessoas no país são imigrantes ou residentes permanentes. MS


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PORTUGAL

Censos

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GNR sinalizou mais de 44500 idosos que vivem sozinhos ou isolados

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Economia

de ações que privilegiaram o contacto pessoal com as pessoas idosas em situação vulnerável. No total, foram sinalizados 44.511 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade. Na edição de 2022 da Operação “Censos m comunicado divulgado esta quin- Sénior”, a GNR realizou 305 ações em sala ta-feira (3), a GNR explicou que esta e 3017 ações porta a porta, abrangendo um operação visa garantir ações de pa- total de 26527 idosos. Desde 2011, ano em que foi realizada a trulhamento e sensibilização à população mais idosa que vive sozinha e/ou isolada, primeira edição da Operação “Censos Séalertando-a para a necessidade de adotar nior”, a GNR tem vindo a atualizar a sinacomportamentos de segurança, reduzindo lização geográfica, proporcionando “um o risco de se tornar vítima de crimes, so- apoio mais próximo” à população idosa, o que contribui para “criar um clima de bretudo violência, burla e furto. Os distritos de Vila Real (5.353), Guarda maior confiança e empatia entre os idosos (5243), Viseu (3586), Faro (3527), Bragan- e os militares da GNR”, servindo a iniciaça (3411), Beja (3346), Portalegre (2985) e tiva para também aumentar o sentimento Évora (2924) foram os distritos nos quais de segurança. JN/MS mais idosos foram sinalizados. Durante a operação, os militares realizaram uma série Mais de 44500 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, foram sinalizados pela GNR na Operação “Censos Sénior 2022”, que decorreu em outubro.

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Nacional

Autarcas querem pagar IVA mínimo na eletricidade e nas refeições escolares A Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) reclamou, esta quinta-feira (3), que as autarquias passem a pagar a taxa mínima do IVA nas despesas com iluminação pública e a preparação de refeições escolares.

Este Orçamento vai no sentido certo, não sendo ainda suficiente”. Foi assim que a presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) sintetizou, nesta quinta-feira (3), a proposta de Orçamento do Estado para 2023. Numa audição parlamentar, na Comissão de Orçamento e Finanças, Luísa Salgueiro enalteceu a “atitude diferente, de diálogo” do Governo para com os municípios e o facto de estar em cima da mesa “o segundo Orçamento do Estado em 20 anos que cumpre a lei das finanças locais”. Para a presidente da ANMP, é de elogiar medidas como o reforço das transferências para as entidades intermunicipais (11 milhões de euros), a dotação do fundo de financiamento da descentralização de 1,2 mil milhões de euros, a possibilidade de se aumentar a verba para a aquisição de bens e serviços e de recrutar pessoal para cumprir as novas competências no âmbito da descentralização, além do fim da norma que obrigava a três consultas prévias para a concretização de empréstimos. No entanto, Luísa Salgueiro ainda vê no Orçamento do Estado para 2023 medidas insuficientes e negativas. Entre as insuficientes, consta a limitação à capacidade de endividamento a projetos financiados por fundos comunitários e os apoios para os

transportes públicos. Já como negativo, a presidente da ANMP apontou a não suspensão da regra do equilíbrio orçamental, a não redução da taxa de resíduos e o incumprimento do pagamento das despesas dos municípios com o combate à pandemia. Mas o que os autarcas mais reclamaram, na audição desta quinta-feira (3), foi a redução do IVA para a taxa mínima sempre que se trate de despesas com iluminação pública e a preparação de refeições escolares. A ANMP pede ainda um regime de gasóleo verde para os transportes e a recolha de resíduos urbanos e o fim do corte de 5% nos vencimentos dos autarcas, em vigor desde a troika. Uma medida que o Governo já recusou. “Vamos continuar com o nosso caderno reivindicativo”, garantiu Luísa Salgueiro, convicta de que, no que toca às despesas com a pandemia, será possível recorrer a “mecanismos da Comissão Europeia”, mesmo depois da aprovação do Orçamento do Estado. “Os 5% não saem do Orçamento do Estado. Neste aspeto, os senhores deputados têm apenas que criar o mecanismo legal. Quem paga são os orçamentos municipais”, vincou o vice-presidente da ANMP, José Ribau Esteves. “Este Orçamento vai no bom sentido mas ainda não é suficiente”, sintetizou Luísa Salgueiro, convicta de que será possível ultrapassar algumas questões, durante o debate na especialidade. JN/MS

Centeno defende aumento dos juros e diz que não combater inflação seria pior O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu, esta quinta-feira~(3), que não combater a inflação através de aumentos das taxas de juro não é uma opção para o Banco Central Europeu (BCE) e que teria “um custo recessivo maior”.

A taxa de inflação está aí, ela tem de ser reduzida, a política monetária tem uma grande obrigação nesse domínio e não podemos desbaratar nem a credibilidade nem a oportunidade de a política monetária agir. Se o fizéssemos, o contrafactual, a alternativa que seria manter taxas de inflação elevadas, mesmo que sejam em parte justificadas pela guerra, tem um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca”, defendeu Centeno, antigo ministro das Finanças, em entrevista ao Público. Centeno recordou ainda que o “combate à inflação não é um exclusivo dos bancos centrais”. “É a grande função dos bancos centrais, mas, se ela for conduzida contra as restantes políticas ou contra os desenvolvimentos económicos, não vai ter sucesso”, sentenciou o governador do Banco de Portugal. Em 29 de outubro, o primeiro-ministro, António Costa insistiu na necessidade de o BCE ser prudente na linha de “normalização da política monetária” para combater a inflação, advertindo que uma recessão

agravará a situação social na Europa. No dia 24 do mesmo mês, o conselho de governadores do BCE decidiu aumentar em 75 pontos base as taxas de juro de referência na zona euro - o segundo aumento seguido desta dimensão depois da subida de setembro (e de 50 pontos em julho), elevando a taxa dos depósitos para 1,5% e a taxa de refinanciamento para 2%, o nível mais elevado desde julho de 2008. “O BCE é independente [dos governos] e devemos respeitar essa independência, o que não quer dizer que não tenhamos uma opinião sobre a matéria”, declarou António Costa, durante uma conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, no Palácio Foz, em Lisboa. O Presidente da República defendeu no dia 27 de outubro que o Banco Central Europeu (BCE) deve reponderar até ao fim deste ano a “subida em galope das taxas de juro”, que considerou poder ser a opção errada na atual conjuntura. “Vale a pena pensar, e pensar o mais próximo possível, se é de continuar este galope, porque pode ser a maneira não certa, não correta de resolver o problema, nem o da inflação, nem o do crescimento económico”, afirmou então Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. JN/MS

Baterias Empresa chinesa anuncia fábrica de baterias para automóveis elétricos em Portugal A CALB “não assinou ainda um acordo A empresa chinesa de baterias para automóveis elétricos China Aviation Li- legalmente vinculativo”, pelo que “a coothium Battery Technology anunciou, esta peração contemplada no memorando de quinta-feira (3), ter chegado a acordo entendimento pode ou não avançar”. A empresa referiu ainda que a eventual para criar uma fábrica em Portugal. instalação de uma fábrica em Portugal seum comunicado à bolsa de valores ria parte de uma estratégia para criar “bade Hong Kong, a China Aviation Li- ses industriais na Europa”. Em dezembro thium Battery Technology (CALB) de 2021, a CALB anunciou a assinatura de revelou a assinatura na quarta-feira (2) um acordo com a consultora alemã Drees de um memorando de entendimento com & Sommer para planear a primeira fábrica uma subsidiária da Agência para o Inves- na Europa, que poderia produzir, por ano, timento e Comércio Externo de Portugal baterias com uma capacidade total de 20 GWh. (AICEP). Segundo a China Automotive Power O acordo com a AICEP Global Parques prevê a aquisição de “direitos de superfí- Battery Industry Innovation Alliance, uma cie, com o objetivo de montar uma fábrica associação industrial, a CALB foi em 2021 a de ponta mundial, altamente inteligente, terceira maior fabricante chinesa de bateinformatizada e automatizada, com zero rias para automóveis elétricos. JN/MS emissões de carbono”, disse a empresa.

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Abertas candidaturas ao Programa Mar 2030 que conta com 48 ME

AUTONOMIAS

O Programa Mar 2030 abriu na terça-feira (1) as candidaturas ao processo de seleção dos Grupos de Ação Local para iniciativas de desenvolvimento das comunidades costeiras, contando com uma verba de 48 milhões de euros, anunciou o Ministério da Agricultura.

Bolieiro diz que é preciso combater a xenofobia nos Açores O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, afirmou que é preciso combater a xenofobia na região, apesar de a sociedade açoriana “gostar de acolher o estrangeiro” e não ter “laivos de perseguição racista”.Previous

Somos uma sociedade que em geral é xenófila, isto é, gosta de acolher o estrangeiro e não tem laivos de perseguição racista. Mas, é preciso alimentar esta cultura pela luta contra qualquer manifestação de racismo e promover, em vez de xenofobia, a xenofilia”, declarou, reiterando que o Governo dos Açores vai estar “sempre disponível” para acolher pessoas por “razões humanitárias”, como a pobreza ou a guerra. O líder do executivo açoriano (PSD/ CDS-PP/PPM) falava em São Jorge, após uma sessão do programa “Escola de Integração”, organizado pela direção regional das Comunidades, que envolve cerca de 40 escolas e pretende dar a conhecer o percurso de vida de imigrantes inseridos na socie-

dade açoriana. “É um projeto de cidadania que ajuda a identificar a nossa identidade e que também integra, no que diz respeito a cada uma das nossas ilhas, imigrantes que dão o seu testemunho de integração e o valor que acrescentam à nossa identidade”, declarou. O presidente do Governo Regional lembrou que os Açores são igualmente uma terra de emigrantes e que os açorianos “conhecem bem a necessidade de acolhimento” num país estrangeiro e a “riqueza da multiculturalidade”. Segundo dados divulgados em fevereiro pelo diretor regional das Comunidades, José Andrade, os Açores têm mais de quatro mil imigrantes, de quase uma centena de nacionalidades, registados em todas as ilhas, número que tem vindo a crescer. Entre as comunidades imigrantes na região, existem mais de 800 brasileiros, mais de 500 alemães e mais de 300 chineses.

Créditos: DR

Créditos: DR

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apresentação das candidaturas, no âmbito do Programa Mar 2023 e para o período 2021-2017, decorre até 31 de janeiro de 2023, tendo de ser feita em suporte eletrónico através do Balcão dos Fundos. Em causa estão as candidaturas ao processo de seleção dos Grupos de Ação Local (GAL) que “serão responsáveis pela implementação de Estratégias de Desenvolvimento Local (EDL) das Comunidades Piscatórias e Aquícolas”, refere o Ministério da Agricultura e Alimentação em comunicado. Este concurso, acrescenta a mesma informação, destina-se à qualificação das parcerias, ”com o respetivo reconhecimento dos GAL, da determinação dos valores a alocar aos seus custos de funcionamento, dos seus territórios de atuação,

bem como a aprovação das EDL, com as respetivas dotações financeiras”. Do envelope de 48 milhões de euros para iniciativas de desenvolvimento das comunidades costeiras, 33,75 milhões de euros provêm do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e Aquicultura (FEAMPA), visando o “desenvolvimento, diversificação e competitividade da economia e a melhoria das condições de vida das populações locais”. O programa Mar 2030 operacionalizará em Portugal os apoios do FEAMPA e terá por objetivo promover uma economia mais sustentável nas regiões costeiras, insulares e interiores, ou o desenvolvimento de comunidades piscatórias e de aquicultura. O Ministério lembra que no âmbito do Programa Operacional (PO) Mar 2020, foram aprovados 12 Grupos de Ação Local da Pesca no continente e três na Região Autónoma dos Açores que agregam várias comunidades piscatórias, o que faz com que haja já entidades e atores locais com “experiência acumulada na elaboração e implementação das estratégias de desenvolvimento local”. AO/MS

AO/MS

Vila do Porto inicia processo de classificação de Forte e Fábrica da Baleia A Câmara de Vila do Porto, em Santa Maria, vai iniciar o processo de classificação do Forte de São João Baptista e da Fábrica da Baleia do Castelo como Imóveis de Interesse Municipal.

do concelho de Vila do Porto, atendendo a da Praia Formosa”, explica a autarquia. O que a fortificação é “o único edifício mili- forte representa “a memória histórica” das tar sobrante do sistema de defesa da baía fortificações da ilha de Santa Maria e da or-

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e acordo com autarquia, a decisão foi tomada por “unanimidade na última reunião de câmara realizada, sob proposta do atual executivo municipal”. Citada numa nota enviada às redações, a presidente da autarquia, Bárbara Chaves (PS), sublinha que são dois imóveis que “fazem parte da história da ilha de Santa Maria, pelo seu interesse patrimonial, mas também por possuírem um valor afetivo inestimável para os marienses”. “Temos de usar todos os mecanismos legais ao nosso dispor para implementar uma verdadeira política de salvaguarda do nosso património material e imaterial”, sublinha Bárbara Chaves, considerando que “estes dois processos de classificação são absolutamente necessários”. No caso do Forte de São João Baptista, a classificação justifica-se pela “relevância” do ponto de vista histórico, cultural e social

ganização militar e defensiva da população mariense, desde o povoamento até ao final do século XIX. Quanto à Fábrica da Baleia do Castelo, o município salienta que a classificação justifica-se por ser “um património móvel representativo da cultura baleeira e da memória histórica e social de Santa Maria”. “Acresce ainda o facto de a atividade baleeira em Santa Maria, nomeadamente após a criação da “Companhia Baleeira Mariense” (responsável pela ampliação e modernização da Fábrica da Baleia do Castelo), agregando 46 acionistas, ter sido a primeira e maior iniciativa industrial mariense, com impacto no desenvolvimento socioeconómico local”, lê-se no comunicado. A autarquia adianta também que foi feita a elaboração da ficha de identificação e caracterização dos imóveis e da sua memória histórica. “Antes do envio dos documentos para Assembleia Municipal, será notificado o Diretor Regional dos Assuntos Culturais, o Conselho de Ilha e os demais interessados, através de consulta pública”, explica ainda a Câmara da ilha de Santa Maria. AO/MS


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MILÉNIO | AUTONOMIAS

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Docente e investigador da UMa nomeado presidente do Comité Diretor dos International Workshops on Nonmonotonic Reasoning propósito reunir investigadores na área do raciocínio não monótono, dentro do campo de conhecimento de Representação de Conhecimento e Inferência, uma das áreas fundamentais da Inteligência Artificial. A primeira reunião de NMR foi organizada por John McCarthy (considerado o pai da Inteligência Artificial), na Universidade de Stanford em 1978. O primeiro workshop presidente e restantes membros do internacional de NMR foi realizado em Comité Diretor têm como missão Mohonk Mountain House, New Paltz, Nova supervisionar a organização dos fu- York, em junho de 1984. Desde então, já turos NMR workshops e servir de interface foram realizadas 20 edições nos cinco concom outras comunidades de Inteligência tinentes. JM/MS Artificial (IA). Os NMR workshops têm por

Eduardo Fermé, professor Catedrático da Faculdade de Ciências Exatas e da Engenharia da Universidade da Madeira e investigador do Pólo Madeira N-LINCS, foi recentemente nomeado presidente do steering committee (Comité Diretor) dos International Workshops on Nonmonotonic Reasoning (NMR workshops).

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lga Fernandes considera que, além de tudo o resto, a medida iria contribuir para o ambiente, fomentando uma maior procura pelos transportes públicos. A deputado do PS lembrou medidas adicionais da República, como é exemplo os 125 euros adicionais recentemente afetados pelo Governo de António Costa, constando que, “contudo, aqui na Ma-

deira, o Governo Regional recusa-se a implementar medidas que ajudariam as famílias”. Olga Fernandes diz que “a maior parte dos apoios já existiam antes desta subida galopante dos preços e da subida da inflação”, requerendo apoios adicionais face à atual tendência. A deputada diz que “há idosos a passar necessidades para matar a fome” e que se “já antes eram precisas medidas”, agora muito mais ainda, pelo que se revê nesta proposta do PCP, visando a gratuidade nos transportes públicos para os idosos. JM/MS

Hospital particular da Madeira realiza rastreios gratuitos no mês de prevenção do cancro da próstata

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Unidade do Bem-Estar Animal registou 161 atendimentos

“Há idosos a passar necessidades para matar a fome”, diz Olga Fernandes Depois de JPP ter alinhado a favor e o PSD ter deixado indícios de discordar, o PS é favorável ao projeto de resolução do PCP, intitulado ‘Garantir o acesso livre ao transporte público aos reformados e idosos’.

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O novo espaço municipal, dedicado à Causa Animal, inaugurado no passado dia 6 de outubro, registou, no primeiro mês de abertura, um total de 161 atendimentos.

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vereadora do Ambiente, Nádia Coelho, informa que a procura incidiu maioritariamente nas temáticas da esterilização, vacinação e recolha de animais, havendo também o interesse nos procedimentos da adoção, voluntariado e angariação de bens para o Canil Municipal. A Unidade do Bem-estar Animal com novas instalações situadas na Rua da Alegria 14 G, na freguesia de São Pedro, dispõe de um atendimento personalizado, com o intuito de informar e sensibilizar os munícipes sobre vários assuntos relacionados

com os animais de estimação, nomeadamente o aconselhamento pré-adoção, os cuidados básicos com os animais, os procedimentos para o controlo da população animal (Esterilizações), a importância da colocação do microchip, entre outros. Nádia Coelho refere que a população poderá conhecer melhor todo o trabalho desenvolvido pelo executivo Municipal no âmbito da proteção do bem-estar e dos direitos dos animais, neste espaço que permite alavancar, valorizar e dinamizar toda a Causa Animal, num serviço que diariamente vê crescer o número de pedidos de ajuda e apoio. A vereadora garante que a autarquia do Funchal irá continuar a trabalhar em prol do bem-estar dos animais. JM/MS

No âmbito da iniciativa Novembro Azul, o mês de Prevenção do Cancro da Próstata que consciencializa para a saúde do homem, alertando, em particular, para a prevenção e para o diagnóstico precoce da doença, o Hospital Particular da Madeira vai realizar rastreios gratuitos, todas as segundas-feiras deste mês, nos dias 7, 14, 21 e 28.

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tualmente, o cancro da próstata é o mais frequente nos homens, de acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, que recorre a dados do Global Cancer Observatory (Globocan).

Em comunicado, o HPM realça que “todos os homens dos 50 aos 75 anos de idade devem fazer o rastreio, que consiste em análise sanguínea e toque retal. Porém, este rastreio deverá ser iniciado mais cedo (aos 45 anos) se houver história familiar significativa de cancro da próstata.” Quem assim o desejar pode agendar o rastreio, gratuito, através do 291 003 300, ou nas receções do Hospital Particular da Madeira. JM/MS

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671 professores estiveram em greve esta quarta-feira na Madeira

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A Secretaria Regional de Educação, u seja, no âmbito regional a paraCiência e Tecnologia fez saber que dos gem representa 12,9% da globalida5.220 docentes abrangidos pela convode dos convocados. catória da FENPROF para a greve dos Já ao nível nacional, a FENPROF fala de professores desta quarta-feira (2), foram uma adesão de 90%. registadas 671 ausências ao serviço. JM/MS


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ÁFRICA

Homens armados sequestram 39 crianças de uma quinta na Nigéria Um grupo criminoso raptou 39 crianças que trabalhavam numa quinta no noroeste da Nigéria e pediu, em troca, o pagamento de um resgate, anunciou a polícia nigeriana e um funcionário local.

Moçambique

UE disponível para iniciativas que travem armamento rebelde

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lém dos apoios já reiterados esta semana, “a UE colaborará em todas as iniciativas que forem colocadas no terreno para impedir o armamento desses grupos” rebeldes, disse Carlos Zorrinho, na qualidade de copresidente da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE. Zorrinho falava durante uma conferência de imprensa de balanço da 42.ª sessão da assembleia África, Caraíbas e Pacífico (ACP)-UE, encontro que terminou na quarta-feira (2) em Maputo e em que Cabo Delgado e o terrorismo foram temas presentes. Carlos Zorrinho sugeriu a criação de uma rede de países que trabalhem em conjunto para a “monitorização e impedimento” do acesso a armas por grupos que “acabam por

ser fatores de pressão e impulso ao terrorismo”. “A UE é a favor de um controlo absoluto em termos do destino das armas”, referiu. Segundo o responsável, decorre um “esforço acrescido” para “multiplicar o diálogo” e criar “situações mais próximas da paz” em Cabo Delgado, região do norte de Moçambique, aterrorizada por violência armada desde 2017. Alguns ataques são reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula. Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED. NM/MS

egundo as fontes, dezenas de homens armados invadiram, no domingo (30), uma quinta nos arredores da aldeia de Mairuwa, no estado de Katsina, em motocicletas, e raptaram ao todo 39 crianças. “Os bandidos invadiram a quinta em Mairuwa e levaram os trabalhadores menores de idade”, disse o porta-voz da polícia de Katsina, Gambo Isah. Os grupos armados, conhecidos localmente como “bandidos”, aterrorizam o noroeste e o centro do país mais populoso de África, com atividades ligadas ao roubo, rapto e assassínio de aldeões. “Os nossos agentes foram mobilizados para a área para resgatar os reféns e prender os criminosos”, acrescentou Isah, sem dar mais pormenores. Um funcionário local no distrito de Faskari, no qual se situa a aldeia de Mairuwa, afirmou que havia dezenas de trabalhadores no total. “Os trabalhadores adultos, que podiam correr muito mais depressa, conseguiram escapar, mas as 39 crianças, que não conseguiram fugir aos bandidos, foram capturadas”, disse a fonte,

sob condição de anonimato. Os reféns são geralmente libertados após o pagamento de um resgate aos grupos que se refugiam na vasta floresta do Rugu, que se estende pelos estados de Zamfara, Níger, Katsina e Kaduna. Segundo o funcionário, o gerente da quinta tinha feito um acordo com os bandidos, no passado: dinheiro em troca da promessa de que a colheita poderia ser feita. No entanto, o grupo apenas terá recebido um adiantamento. “É óbvio que os bandidos estavam zangados por a atividade ter sido retomada na quinta sem que o montante total tivesse sido pago”, continuou. O distrito de Faskari, que faz fronteira com o estado de Zamfara, está sob a ameaça recorrente de rapto por bandidos, explicou o funcionário local. O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, está debaixo de fogo após dois mandatos marcados por uma crescente insegurança, quatro meses antes das eleições presidenciais às quais, em conformidade com a Constituição, não se candidatará a uma reeleição. Além da violência causada pelos grupos armados, a Nigéria, com uma população de quase 215 milhões de habitantes, é também flagelada por grupos terroristas no nordeste e pela agitação separatista no sudeste. NM/MS

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O eurodeputado Carlos Zorrinho disse na quarta-feira (2) que a União Europeia (UE) está disponível para apoiar “todas as iniciativas” para “impedir” o armamento de grupos rebeldes que há cinco anos atormentam Cabo Delgado, em Moçambique.

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Rei de Marrocos convida PR argelino para vir dialogar a Rabat sobre Saara O rei Mohamed VI, de Marrocos, convidou oficialmente o Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, a vir “dialogar” a Rabat, uma vez que não pôde deslocar-se a Argel para a cimeira da Liga Árabe, disse o chefe da diplomacia marroquina.

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egundo Nasser Bourita, o convite, que não é inédito, surge depois de o soberano marroquino ter desistido de participar na cimeira de líderes árabes, que terminou na quarta-feira (2) na capital argelina, o que ainda está por explicar. O convite faz também parte da crise político-diplomática entre os dois países vizinhos no norte de África após a rutura das relações oficiais em agosto de 2021, por iniciativa de Argel, que denunciou atos “hostis” de Rabat, quer no território argelino quer no do Saara Ocidental, em que Argel apoia desde sempre a pretensão da Frente Polisário de realizar um referendo de autodeterminação na antiga colónia espanhola.

Mohammed VI chegou a anunciar nos últimos dias a intenção de ir a Argel, a convite do próprio Tebboune, mas Argel não recebeu qualquer confirmação da deslocação do monarca alauita, que acabou por enviar à cimeira o chefe da diplomacia marroquina. Bourita, sem avançar quaisquer razões para a ausência de Mohammed VI na cimeira, lamentou que não tivesse havido uma “resposta pelos canais apropriados”. Por seu lado, e numa entrevista dada segunda-feira (31) a uma estação de televisão saudita, Ramtane Lamamra, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Argélia, também lamentou a “oportunidade perdida” de dar início a uma aproximação entre os dois Estados vizinhos, ao referir-se à ausência do chefe de Estado marroquino. Reagindo às declarações do homólogo argelino, segundo as quais Tebboune teria recebido formalmente Mohammed VI à sua chegada a Argel, Bourita considerou que “este tipo de reuniões não pode ser improvisado num sa-

guão de aeroporto”. “[Mohammed VI] deu instruções para enviar um convite aberto ao Presidente Tebboune, uma vez que este diálogo não poderia ter lugar em Argel”, assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros que representa Marrocos na cimeira árabe. “Aspiramos a trabalhar com a presidência argelina para que Marrocos e Argélia possam trabalhar, de mãos dadas, para estabelecer relações normais entre dois povos irmãos”, defendeu em julho passado o soberano alauita por ocasião da tradicional festa do trono. No entanto, qualquer degelo na situação esbarra na questão do território disputado do Saara Ocidental. A cooperação na área da segurança estabelecida pelo vizinho marroquino com Israel após a normalização das relações em dezembro de 2020 exacerbou as tensões entre Argel e Rabat, já altas devido às profundas divergências sobre o Saara Ocidental. O convite formal de Tebboune a Mohammed VI para participar presencialmente na cimeira foi apresentado a 27 de setembro, numa

altura em que os países já se encontravam de costas voltadas, com a extensa fronteira comum de 1.600 quilómetros fechada, na sequência de, entre outras questões, do apoio de Argel à Frente Polisário, movimento de libertação que luta pela autodeterminação do Saara Ocidental. A Argélia cortou relações diplomáticas com Marrocos em agosto de 2021, acusando Rabat de “atos hostis”, decisão descrita por Rabat como “completamente injustificada”. O estatuto da ex-colónia espanhola colocou Marrocos contra os separatistas sarauís da Frente Polisário, ativamente apoiado por Argel, desde a década de 1970. Rabat, que controla cerca de 80% deste território, fez dele a sua causa nacional e defende um plano de autonomia sob a sua soberania para resolver o conflito, enquanto a Polisário apela a um referendo de autodeterminação sob a égide da ONU, tal como ficou determinado numa resolução das Nações Unidas, em 1991. NM/MS


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BRASIL

Ministro da Justiça diz que houve 37 prisões e 4,2 mil multas por bloqueios em rodovias federais

Constituição Federal proíbe a extradição de brasileiros natos, mas há a possibilidade dele cumprir no Brasil a parte indenizatória do caso de violência sexual, ou ser detido se deixar o país. O Brasil negou a extradição do ex-atacante Robinho à Itália, onde ele foi condenado a nove anos de prisão por violência sexual em grupo de uma mulher albanesa em 2013. Segundo fontes da agência de notícias italiana “Ansa”, a decisão se baseou no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. No entanto, a Itália poderá pedir o cumprimento da pena no Brasil. O pedido de extradição feito pelo Ministério da Justiça italiano havia sido divulgado no início de outubro, cerca de oito meses depois da confirmação da sentença de Robinho pela Suprema Corte da Itália. GE/MS

Sob 24 horas de chuva, Defesa Civil de Petrópolis abre 5 pontos de apoio

A Defesa Civil de Petrópolis está abrindo, nesta quarta-feira (2), cinco pontos de apoio (instalações consideradas seguras para abrigar moradores de áreas de risco) devido à consistência das chuvas entre terça (1) e quarta-feira (2). A cidade foi palco de uma tragédia em fevereiro deste ano, com deslizamentos e a morte de pelo menos 200 pessoas, após ser atingida por fortes chuvas. Em 1988, outro desastre já havia provocado 171 mortes. Os pontos de apoio anunciados nesta quarta-feira atenderão as localidades de Quitandinha, São Sebastião, Vila Felipe, Independência e Chácara Flora. CNN/MS

(30) que o combate à fome e à miséria é o “compromisso número 1” do governo.”Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que agora presidente eleito Luiz Iná- milhões de homens, mulheres e crianças cio Lula da Silva (PT) afirmou no neste país não tenham o que comer”, disse discurso de vitória neste domingo Lula.

Conselho de Segurança Alimentar, Plano Nacional de Segurança Alimentar, programa Alimenta Brasil e a merenda escolar foram reduzidos nos últimos anos.

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Levantamento divulgado em junho deste ano mostrou que o Brasil soma atualmente cerca de 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente, quase o dobro do contingente em situação de fome estimado em 2020. G1/MS

73% dos jovens da cidade de SP estão pessimistas com comprometimento de políticos com sociedade, diz pesquisa jovens na política. Já 56% estão muito otimista ou otimistas em relação aos espaços de participação na sociedade. Se fossem governantes do país, jovens apontam o fortalecimento da educação (33%), o combate à fome (32%) e a recuperação econômica (30%) como temas a serem priorizados no pós-pandemia. De o que depender dos jovens paulis- acordo com o levantamento, 86% deles detanos, os políticos precisam me- fendem a democracia e apenas 3% pretenlhorar seu comprometimento com dem se candidatar a algum cargo político a sociedade - 73% dos entrevistados está em futuras eleições. pessimista quanto a isso, e metade deles se G1/ MS preocupam com a representatividade dos Levantamento ouviu 1.988 jovens, de 15 a 29 anos, residentes da capital paulista, entre 18 de julho e 21 de agosto. Mercado de trabalho, saúde e educação também são temáticas presentes no estudo ‘Juventudes e a Pandemia: E agora?’, coordenada pelo Atlas das Juventudes.

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Justiça brasileira nega extradição de Robinho à Itália

‘Compromisso número 1’ de Lula, combate à fome terá o desafio de superar encolhimento nas ações de segurança alimentar

‘Sheik dos Bitcoins’ é preso preventivamente em operação da Polícia Federal, em Curitiba Francisley Valdevino da Silva, suspeito de liderar esquema de fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, descumpriu medidas cautelares, segundo a PF; defesa disse que vai se manifestar oportunamente.

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Grupos impedem o trânsito desde domingo (30), contra o resultado da eleição presidencial. Segundo Torres, as infrações de trânsito somam R$ 18 milhões. Nesta quarta-feira (2), a PRF afirmou que “as notificações logo serão registradas nas Carteiras Digitais de Trânsito (CDT) dos infratores”. Os valores das multas dependem do tipo de infração e podem variar de R$ 5 mil a R$ 17 mil, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Segundo o CTB, é considerada infração gravíssima a utilização de veículo para, “deliberadamente, interromper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou entidade de trânsito”. G1/ MS

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O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que houve 37 prisões e foram aplicadas 4.216 multas a motoristas que bloqueiam rodovias federais em todo o país.

empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, suspeito de comandar fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, foi preso em Curitiba, nesta quinta-feira (3), em uma operação da Polícia Federal (PF). Conforme a polícia, ele teve prisão preventiva decretada após descumprir medidas cautelares. Na manhã de quinta-feira

(3), os policiais cumpriram o mandado de prisão contra ele, além de dois mandados de busca e apreensão. Francisley é suspeito de cometer crimes, desde 2016, ao comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas. Uma outra fase da mesma operação, deflagrada pela Polícia Federal no início de outubro, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito, onde foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo e outros itens. G1/MS


The Food Bank of York Region 8201 Keele st. Unit 5-6

Knights Table 287 Glidden Road, Unit 4, Brampton

VP and She 2743 Victor

Mount Olive Food Bank 1030 Albion Rd.

Our Lady of Lo 275 Bleecker S

North York Harvest Food Bank 116 Industry St. Kingsview Eats Food Bank 70 Kingsview Blvd.

The Lighthouse 1008 Bathurst St. Westway Food Bank 6 Kilburn Place

The Stop Community Food Centre 1884 Davenport Rd.

Créditos: David Ganhão/Inês Carpinteiro

Kerr Street Community Services 485 Kerr Street, Oakville

The Mississauga Food Bank 3121 Universal Dr. Mabelle Food Bank 49 Mabelle Ave.

Fort York Food Bank 380 College Street W

Burlington Food Bank 1A-1254 Plains Rd E, Burlington

Daily Bread Food Bank 191 New Toronto St.


Agincourt Pentecostal Church Food Bank 2885 Kennedy Rd.

Markham Food Bank 190 Bullock Drive Unit 11

Food Pantry at Morningside 90 Mornelle Court

YMCA Scarborough Town Centre Food Bank 230 Town Centre Court

eppard Food Bank ria Park Ave.

CICS Food Bank 2330 Midland Ave.

Feed Scarborough 741 Kennedy Rd.

ourdes Food Bank St.

W.

Warden Ave Food Bank 682 Warden

Yonge Street Mission 270 Gerrard Street E.

Nourish East End 1470 Gerrard St. E.

St. Ann’s Food Bank 120 First Ave.

Spadina Fort York Community Care 125 The Esplanade, Toronto

ONDE IR

QUANDO

A FOME

BATE À PORTA


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MUNDO

Crime

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FBI desmantelou rede que lucrou 500 milhões de euros a roubar catalisadores

Ucrânia

Central nuclear de Zaporijia ficou totalmente sem energia após bombardeamentos central perdeu energia às 23:04, horário local [09:04 em Lisboa] “, explicou a empresa.Por questões de segurança, os 20 geradores a gasóleo de reserva que a central possui foram ligados. Atualmente, Zaporijia tem potência suficiente para atender as necessidades internas da central com apenas nove geradores Energoatom, operadora estatal das a gasóleo em operação. As unidades de potência número 5 e núcentrais nucleares da Ucrânia, informou, esta quinta-feira (3), na rede mero 6, que estavam ativas, estão atualsocial Telegram sobre a desconexão da mente em processo de desativação, após os central nuclear da rede elétrica ucraniana, bombardeamentos, acrescentou Energoalocalizada em território da Ucrânia, mas tom. “Há gasóleo suficiente para manter os atualmente sob controlo militar russo. “Ontem, 2 de novembro de 2022, as duas geradores de reserva por 15 dias se a enerlinhas de alta tensão restantes que conec- gia na central permanecer completamente tam a central nuclear de Zaporijia à rede cortada. Mas a contagem regressiva comeelétrica da Ucrânia foram danificadas como ça até a perda total de energia da central”, resultado do bombardeamento russo. A especificou.

A central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia e considerada a maior da Europa, ficou completamente sem energia depois do bombardeamento russo na quarta-feira (2), que danificou as duas únicas linhas de alta tensão que ligavam a central à rede elétrica ucraniana.

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A Energoatom acrescentou que “a capacidade da Ucrânia de garantir a segurança da central de Zaporijia é significativamente limitada devido à ocupação russa e à intrusão na administração da central por representantes da Rosatom”, organismo estatal de energia nuclear da Rússia, que assumiu o controlo de Zaporijia. A situação da central nuclear, a terceira maior do mundo, preocupa a Ucrânia e os países aliados, já que está localizada numa região que foi anexada pela Rússia e ali estão a acontecer intensos combates. As instalações da central sofreram ataques desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. JN/MS

A polícia federal norte-americana (FBI) divulgou esta quarta-feira (2) que desmantelou uma rede que se dedicava ao roubo de catalisadores em todo o país, o que permitiu acumular uma avolumada quantia de 500 milhões de dólares.

A

ação que decorreu por todo o país resultou na detenção de 21 pessoas, explicou a polícia federal em comunicado. “Lucraram centenas de milhões de dólares graças a milhares de automobilistas inocentes”, destacou o diretor do FBI, Christopher Wray. Os catalisadores são utilizados para reduzir a nocividade dos gases emitidos pelos tubos de escape. Estes incluem muitos metais preciosos (platina, paládio e ródio) cujo valor de mercado explodiu nos últimos anos. Fáceis de roubar, estes podem ser revendidos por mais de 1.000 dólares a unidade, no mercado negro. Só na Califórnia, 1600 catalisadores são roubados todos os meses, de acordo com Phillip Talbert, procurador federal daquele estado. Três das pessoas investigadas, originárias da Califórnia, são acusadas de terem lucrado 38 milhões dólares por participarem nesta rede de tráfico. JN/MS

EUA

Joe Biden, Presidente dos EUA, exor- seis dias antes das eleições intercalares. “Esse é o caminho para o caos na Amétou os norte-americanos a mostrarem oposição à “violência política e à intimi- rica”, acrescentou. “É sem precedentes. É dação de eleitores”, a poucos dias das ilegal. E é anti-americano”, disse. O discurso de Biden aconteceu dias deeleições intercalares. pois de um homem que procurava sequesJá não podemos tomar a democracia trar Nancy Pelosi, feriu gravemente o seu como certa”, alertou Joe Biden, Pre- marido, Paul Pelosi, na sua casa em São sidente dos EUA, na quarta-feira (2), Francisco. “Há um aumento alarmante no número num discurso com um tom mais sombrio do que tem sido habitual e numa altura em de pessoas neste país que toleram a vioque as autoridades temem atos de violên- lência política ou simplesmente permanecia, devido às eleições intercalares de 8 de cem em silêncio”, disse Biden. “O silêncio é cumplicidade.” Enfatizando que se trata novembro. O líder da Casa da Branca defendeu que das primeiras eleições federais desde a ina democracia está sob ameaça do ex-Presi- surreição de 6 de janeiro de 2021 e as tendente Donald Trump e das suas mentiras e tativas de Trump de ir contra a vontade dos eleitores nas presidenciais de 2020, Biden da violência que elas inspiram. Apontando em particular para o ataque pediu aos americanos que rejeitem os canao marido da presidente da Câmara dos didatos que negaram os resultados da voRepresentantes, Nancy Pelosi, Biden disse tação. Antes do discurso de Biden, o chefe de que as falsas alegações de Trump sobre uma eleição roubada “alimentaram o perigoso polícia do Capitólio dos EUA, Tom Manger, aumento da violência política e da intimi- disse que analisou o ataque ao marido de Pelosi e que acredita que o clima político de dação de eleitores nos últimos dois anos”. “Enquanto estou aqui, hoje, há candida- hoje exige mais recursos e melhor segurantos a concorrer a todos os níveis de cargos ça para os membros do Congresso, após um nos Estados Unidos, a governador, ao Con- aumento maciço de ameaças aos legisladogresso, a procurador-geral, a secretário de res após 6 de janeiro. Mais tarde, no TwitEstado, que não se comprometem a aceitar ter, Biden afirmou que o preço do petróleo os resultados das eleições”, disse Biden, cairia se as companhias petrolíferas do seu

país investissem os lucros históricos que estão a obter no setor. “Se as companhias petrolíferas estivessem a investir os lucros históricos que estão a obter com as suas operações, os Estados Unidos estariam a produzir mais petróleo hoje e os preços cairiam ainda mais”, declarou o democrata na rede social. Biden disse que, “em vez de dar uma folga aos norte-americanos, (as companhias petrolíferas) estão a devolver os seus lucros excedentes aos acionistas e executivos”. Numa mensagem anterior, o Presidente norte-americano lembrou que “durante a maior parte do século XX os Estados Unidos lideraram o mundo”. “Porque investimos em nós mesmos. Com o tempo, parámos e os nossos adversários foram diminuindo a distância”, referiu, acrescentando: “Com os nossos investimentos em infraestruturas e empregos bem remunerados, estamos a recuperar o ímpeto e nossa vantagem competitiva”. Esta não é a primeira vez que Biden se refere aos altos preços que o petróleo bruto está a atingir nos Estados Unidos na sequência da crise energética, que gerou um forte efeito inflacionário. JN/MS

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Biden alerta para a fragilidade da democracia nos EUA


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Brasil

Ramos-Horta apela a Lula da Silva para promover a paz no Brasil e na Ucrânia

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cessar-fogo” no terreno, sem vincular as partes a cedências permanentes, sem mais “movimentação de forças de um lado ou do outro, e isto de imediato permitiria, com uma pausa no conflito, normalizar a situação das exportações e importações”, propôs Ramos-Horta. “Isto, claro, na minha apreciação de que há algum bom senso no Putin, mas eu creio que Putin, se tiver incentivos para recuar, ele recuará. Porque não vai ganhar essa guerra, ele está a arruinar a Rússia”, disse Ramos-Horta. Tudo o que Vladimir Putin “conseguiu fazer na Rússia ao longo do seu mandato está agora sendo destruído”, sublinhou. No entanto, é “preciso dar a Putin formas de recuar” e, para tal, é necessário que os ucranianos não insistam num maior envolvimento das forças ocidentais. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não pode achar que vai “ganhar esta guerra com um maior envolvimento da NATO”, porque “não vai”, apenas irá “destruir mais ainda a Ucrânia e a Rússia”. Por isso, pelo papel de diálogo que tem, Lula tem condições para “trazer as partes” ao diálogo, incluindo a China. “O Brasil pode fazê-lo e isto ajudará um novo eixo mundial, que já não gira apenas em torno dos Estados Unidos ou da Rússia ou da China”. “O Brasil com a Índia, com a África do Sul, com a Indonésia”, a Coreia do Sul ou outros, podem criar “um novo eixo multipolar, de vários países em várias regiões do mundo, que são grandes economias e que representam a maior parte da população mundial”, afirmou Ramos-Horta. JN/MS

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perseguição”, como “fizeram ao Lula”, disse Ramos-Horta sobre as acusações judiciais de que foi alvo o Presidente eleito. “Lula não vai responder de igual maneira” e “vai abraçar os outros”, incluindo os opositores, mas também trará o país à cena internacional com novo fôlego, num contexto de várias crises, como é o caso de MyEu não conheço o Presidente [Jair] anmar [antiga Birmânia], que “está numa Bolsonaro e nem a equipa dele. Espero situação catastrófica”, ou o mar do Sul da que na derrota ele mostre que é maior China, “excessivamente militarizado por que do que as pessoas pensam, um maior todos” e onde a situação de Taiwan face à estadista do que nós todos pensávamos e China “pode levar a imprudências”, portudo faça para que a transição seja pacífi- que os “conflitos às vezes acontecem por ca”, afirmou, em entrevista à Lusa José Ra- acidente”. “Estive com o engenheiro António Guterres [secretário-geral da ONU], há mos-Horta, de visita a Lisboa. O Presidente timorense elogiou o vence- mais de um mês, e via-se na cara dele” que dor das eleições brasileiras Luiz Inácio Lula estava “muito preocupado, pessimista em da Silva e a sua capacidade para estabilizar relação à situação da evolução da guerra da o Brasil. “O Presidente Lula sempre revelou Ucrânia”. Isso constitui uma oportunidaa essa sua magnanimidade, esse seu sentido de diplomática para o Brasil, que integra o de pragmatismo”, afirmou Ramos-Horta, bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Chilembrando o percurso do político na pre- na e África do Sul) considerou. “Com Lula, o Brasil vai ter que primeiro sidência brasileira: “Quando foi eleito primeira vez e antes ser eleito primeira vez, há começar o diálogo com os seus vizinhos, 20 anos, havia receios no setor empresarial com os Estados Unidos, restaurar as relae financeiro do Brasil e Washington, que ções com a União Europeia e, em particutemiam aquele background radical de sin- lar, com países como a França e Inglaterra, dicalista”. Mas acabou por ser “uma sur- que estão no Conselho de Segurança”, mas também “falar com [o Presidente russo, presa para todos”, á com dificuldade emconsiderou. pagar as suas dívidas? Nos mandatos de Lula, “o Brasil e a eco- Vladimir] Putin, mobilizar [o Presidente xe que nomia a nossa equipa profissionais a colocar Recep Tayyip] Erdogan da Turquia, mobrasileira foi à de estratosfera, pagou aso ajude bilizar a Indonésia, ou o [primeiro-minisdívidas aoem FMI” [Fundoe Monetário Internasuas finanças ordem torne-se livre de dívidas. cional] e promoveu a “redução dramática tro, Narendra] Modi da Índia, para tentar desarmar a situação na Ucrânia e Rússia”, da pobreza”, disse Ramos-Horta. Agora e depois das eleições de domingo defendeu o Presidente timorense, que re(30), “o pior que pode acontecer” seriam conheceu as dificuldades de um acordo. O mundo deve insistir “pelo menos num políticas de “discriminação e exclusão ou O Nobel da Paz José Ramos-Horta afirmou, esta quinta-feira (3), que Lula da Silva deve combater a polarização, considerando-o o líder ideal para pacificar o Brasil, mas também ajudar na resolução de tensões internacionais, como na Ucrânia.

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MILÉNIO | MUNDO

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4 a 10 de novembro de 2022

Um restaurante McDonald’s abandonado está agora a alimentar 2,000 famílias por semana - de graça Fati Bouarua é um ativista eloquente e apaixonado de ascendência argelina, que cresceu nos bairros mais negligenciados de Marselha. Como um dos principais organizadores do L’Apres M - um McDonald’s encerrado que ajudou a transformar num grande banco alimentar no bairro de Sainte-Marthe, no norte de Marselha - ele torna-se cada vez mais entusiasmado ao descrever a visão de tornar o antigo McDonald’s num novo restaurante socialista radical, para servir uma comunidade empobrecida.

Creditos: DR

T

endo passado uma vida inteira a trabalhar em causas sociais e a organizar voluntários, o simbolismo da requisição de um “fast-food drive-in” multinacional para ajudar a alimentar mais de 2.000 famílias por semana não se perde com ele. “Quando o primeiro lockdown aconteceu, as pessoas por aqui estavam mais preocupadas com a morte por fome do que com a COVID “, diz ele. “Tudo estava fechado, até mesmo instituições de caridade e ajuda social. As pessoas foram deixadas a defender-se por si próprias. Com ou sem papéis - não tinham nada”. Caminhando para norte a partir do centro de Marselha, é difícil ignorar como a segunda cidade francesa se desdobra numa distopia totalmente funcional de blocos de torres de cor pastel desbotada, onde os imigrantes são forçados a viver dentro de lajes de betão e onde os refugiados sírios rabiscam mensagens a pretexto de placas de cartão e colocam as suas mãos, palmas para cima, através das janelas dos carros nos semáforos. “Quando o McDonald’s decidiu fechar este restaurante, o único outro local a oferecer trabalho era o hipermercado local”, explica Bouarua. Localizado entre os bairros predominantemente muçulmanos de Saint-Marthe e Saint-Barthélémy, foi o primeiro McDon-

ald’s do país a ser construído nos subúrbios pobres que existem em torno das principais cidades francesas. Reforçado fortemente pelo financiamento governamental, abriu em 1992 e acabou por empregar 77 habitantes locais em contratos invulgarmente longos e protegidos. O restaurante não só ofereceu algum alívio imediato aos jovens desempregados, como deu aos habitantes locais a dignidade de ter um lugar para comer fora. Era, literalmente, tudo o que eles tinham. Assim que o governo retirou os seus apoios,

em 2018, o McDonald’s decidiu fechá-lo, para desespero do pessoal e da comunidade local. Com a ajuda de uma poderosa campanha de comunicação social, o antigo gerente, Guemari, e os outros funcionários - trabalhando ao lado de artistas e ativistas de extrema-esquerda - começaram a angariar fundos para o edifício que tinham tomado a seu cargo, em benefício daqueles que os rodeavam. Com as letras da sinalização trocadas e viradas de cabeça para baixo para soletrar “L’Apres M”, tornou-se um farol para

sempre: os agricultores passaram a deixar lá fruta e legumes, em vez de os verem ir para o lixo; as lojas ofereceram comida, e os habitantes locais doaram fundos para reforçar este movimento florescente. Nas primeiras cinco semanas após a sua abertura, nada menos que 100.000 pessoas foram servidas de pacotes de alimentos. “O presidente da Câmara local prometeu até agora que a Câmara Municipal fará uma compra obrigatória do edifício e do seu terreno, que depois desejamos comprar-lhes ou assumir um arrendamento a longo prazo. Criámos também uma empresa chamada Le Part Du Peuple (The People’s Share). Todos os que doam possuem uma parte, ninguém é o proprietário. É uma empresa gerida como uma organização sem fins lucrativos. O que queremos fazer é criar aqui um fast-social-food, um restaurante onde lhe é entregue o seu menu e os preços são determinados a partir do que ganha. Se é um imigrante sem documentos então pode vir e comer duas vezes por semana gratuitamente. Aqueles com salário mínimo pagarão apenas 3 euros por pessoa, e assim por diante - um restaurante numa escala móvel. Voltaremos a empregar 37 empregados, e os outros serão compostos por 40 voluntários que oferecerão meio-dia por mês do seu tempo para manter tudo isto a funcionar. É um modelo não só para ajudar os mais pobres a sobreviver, mas também para lutar contra a vitimização causada pelo capitalismo”, explicou Fati Bouarua. Alguns descreveram este empreendimento como quixotesco, mas os ideais que abraça são amplamente partilhados por pessoas de todas as idades em Marselha. Entrar no Apres M, dá uma sensação de acolhimento surreal. O Apres M é uma linha de vida para pessoas que encontraram uma forma de começar na Europa - uma tarefa que nunca iria ser fácil, quanto mais durante uma pandemia global. VWN/MS

Porque apetece falar com outros que, tal como nós, vivem fora de Portugal, porque queremos saber daquilo que é nosso e conhecer quem somos. Por tudo isto e muito mais, criámos este espaço. Só mesmo Aqui P’ra Nós.

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Suplemento Desportivo

Sem “Chaves” que fechem esta águia na gaiola Inês Barbosa

Opinião

Assim parece fácil: o Benfica voltou a meter a quinta (não, esta referência ao número cinco não é inocente) e voltou a atropelar mais um adversário. O oponente desta 11.ª jornada foi o Desportivo de Chaves e a vitória, acredite-se ou não, até poderia ter sido mais expressiva do que o que foi: e estamos a falar de um resultado final de 5-0. Não há mesmo “Chaves” que consigam manter esta águia na gaiola: é vê-la voar para um lugar cada vez mais isolado! Que o digam o F.C. Porto e o Sporting…

C

om um 5-0 final no marcador, em princípio não restarão dúvidas de que o Benfica dominou a partida - a posse de bola (61% contra 39%), por exemplo, consegue comprová-lo mas nela também se inserem alguns momentos de desconcentração (ou quem sabe relaxamento) que na realidade até poderiam ter sido fatais, deixando Hector e João Mendes perto de reduzir para os flavienses. Convenhamos também, no entanto, que também era preciso apanhar “Vlachodimos” desatento… Ao fechar a primeira parte o Benfica já havia marcado por três vezes: o primeiro golo surgiu logo aos 2’, num pontapé indefensável de David Neres. Seguiu-se o fantástico tento de livre direto com assinatura de Grimaldo (10’) e o sétimo golo de Gonçalo Ramos na Liga, que faz dele o melhor marcador da prova. Os encarnados até St. Clair & Dufferin

“acalmaram” um pouco na segunda metade, mas sem nunca parar de desenhar jogadas de perigo: duas delas voltaram a mexer com o marcador. Primeiro o croata Petar Musa fez, de pé direito, o 4-0 (81’) e já em período de descontos (90+3’) Rafa, na recarga de um grande remate de Gilberto que foi de encontro à barra da baliza de Paulo Vitor, fixou, à cabeçada, a goleada em 5-0. Se na Luz os golos saíram como pipocas, nos Açores o primeiro dos dragões teve um efeito “anestesiante” nos azuis e brancos, que os fez quase adormecer… e que lhes custou dois pontos! Na deslocação ao terreno do Santa Clara, a equipa de Sérgio Conceição (que cumpriu castigo e não esteve no banco) colocou-se a vencer logo aos três minutos: após livre cobrado por Bruno Costa, Fábio Cardoso foi às alturas para cabecear para o fundo das redes da sua ex-equipa. Este golo parece ter dado uma falsa e traiçoeira calma aos portistas, que ainda assim conseguiu somar um par de boas oportunidades para ampliar a vantagem - numa delas, Gabriel Batista impediu de forma fantástica o golo de Evanilson. Por outro lado, aos 41’ também Diogo Costa teve que se aplicar para travar um remate de Matheus Nunes - foi o primeiro aviso do que estava por vir… Na segunda parte, o Santa Clara mostrou que acreditava que poderia chegar pelo menos ao empate e o que é certo é que muitas vezes o acreditar é meio caminho andado para o sucesso. Este facto aliado à ineficácia dos azuis e brancos, levou a que os açorianos, através do “gigante” Boa-

teng, conseguissem mesmo bater o guardião portista e resgatar um ponto muito importante para a equipa. Já o F.C. Porto, depois deste empate, vê-se a oito pontos do líder Benfica. Pior ainda está a equipa de Ruben Amorim, que foi a Arouca perder por 1-0. O título está agora a 12 pontos de distância para os leões - um futuro um pouco… Basso! As entradas de Esgaio, Nazinho, Essugo, Pedro Gonçalves, Arthur e Rochinha até fizeram com que víssemos um Sporting bastante pressionante e com capacidade de criar boas ocasiões de golo, mas faltou eficácia.. e capacidade para bater Arruabarrena. Por seu lado o Arouca também teve uma boa oportunidade para marcar, mas Bukia não conseguiu ultrapassar Adán. Já na segunda parte chegou o balde de água fria: logo aos 47’, após pontapé de canto batido do lado direito, João Basso foi às alturas para cabecear para o fundo da baliza do espanhol Adán. Amorim ainda promoveu as entradas de Ugarte, Nuno Santos, Edwards, Porro e St. Juste mas para além de nem assim conseguir chegar ao golo ainda esteve perto de sofrer o 2-0, por Tiago Esgaio. Um outro grande destaque desta 11.ªjornada foi o duelo de aflitos, entre o Paços de Ferreira e o Marítimo - que foi bom para “Chuchu” para os insulares, que saíram vencedores deste embate, graças a um cabeceamento certeiro do venezuelano Chuchu Ramirez, que se estreou a marcar pelo Marítimo. Os pacenses estão cada vez mais afundados na tabela classificativa,

Dufferin and Bloor

Keele e Finch / Universidade de York

somando apenas dois pontos. O Portimonense - Estoril foi tudo menos um jogo “morto”: apesar de, no final do mesmo, os pontos acabarem repartidos, pelo meio houve um tento para cada lado (Erison Danilo marcou pelos canarinhos aos 22’ e Wellinton Júnior empatou,da marca dos onze metros, aos 88’) e ainda a expulsão do guarda-redes Dani Figueira, num lance em que o guardião cometeu uma grande penalidade… que foi desperdiçada por Rochez. Numa partida muito equilibrada, Boavista e Vizela não foram além de uma igualdade a duas bolas. Masaki Watai inaugurou o marcador logo aos 4’, mas Matheus Pereira (6’) e Zohi (28’) operaram a reviravolta. Finalmente, aos 78’, Yusupha cobrou com êxito uma grande penalidade e estabeleceu o resultado final. Já o Braga aproveitou o deslize do F.C. Porto para se isolar no segundo lugar após bater, em Barcelos, o Gil Vicente. Um golo solitário de Iuri Medeiros, aos 67’, foi suficiente para os arsenalistas garantirem os três pontos frente a este galo que já não faz peito como na época passada. Igual resultado registou-se entre Casa Pia e Rio Ave: o nigeriano Godwin foi quem, com um grande golo, colocou os casapianos no quarto lugar. No fecho da jornada vimos o Vitória SC empurrar o Sporting para o sexto lugar depois de bater o vizinho Famalicão por 3-2. Mikey Johnston (21’) e Nélson da Luz (56’ e 64’) marcaram pelos vimaranenses e Alex Millán (74’ e 83’) reduziu a desvantagem famalicense. Keele & Wilson

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MILÉNIO | DESPORTO

4 a 10 de novembro de 2022

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I LIGA

Águias disparam na frente com goleada serena

À

11.ª jornada, pouco ou nada se define, mas os encarnados continuam em grande forma no campeonato. Além da goleada serena, por 5-0, frente ao Chaves, com golos de Neres, Grimaldo, Gonçalo Ramos, Musa e Rafa, aumentaram para oito pontos a vantagem sobre o F. C. Porto, que empatou com o Santa Clara. As águias estão cada vez mais sozinhos e confiantes na liderança da Liga. Com apenas dois pontos perdidos em 11 rondas, a equipa de Schmidt voltou a ser muito competente e, fruto do cansaço da Liga dos Campeões, notou-se pressa em resolver rapidamente a partida. David Neres levou a recomendação à letra e, ao segundo minuto do jogo, lançou um míssil que levantou o estádio e abriu o marcador. Pouco depois, Grimaldo não quis ficar atrás e também de fora de área, num livre direto, fez o 2-0. Tudo simples numa equipa de processos eficientes. Antes do intervalo, ainda fizeram outro golo, através de Gon-

çalo Ramos. No segundo período, na reta final do encontro, Musa e Rafa selaram o resultado, merecendo um aplauso estridente da Luz. Muito conservador nas escolhas, Roger Schmidt fez apenas uma alteração relativamente ao encontro com a Juventus: desta vez, Florentino ficou no banco, Aursnes recuou no meio-campo e Neres foi a novidade, no lado direito do ataque. Sempre com o pé no acelerador, as águias apresentaram a energia habitual, alicerçada com fortes transições, frente a um Chaves que, apesar da injeção de moral de ter ganho fora ao Sporting e ao Braga, nunca teve pernas para acompanhar as águias. No meio da primeira parte, poderia ter feito mossa, mas isolado, Hector não conseguiu desfeitear Vlachodimos. No entanto, foi um caso isolado no carrossel ofensivo do Benfica, que marcou cinco golos mas poderia ter feito muitos mais. Criou oportunidades sobre oportunidades durante os 90 minutos, uma imagem de marca na equipa de Schmidt. Com o melhor ataque à e a melhor defesa do campeonato, os encarnados estão imparáveis. JN/MS

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Benfica foi muito superior ao Chaves, marcou cinco golos mas podia ter conseguido um resultado mais dilatado. Aumentou para oito pontos a vantagem sobre o F. C. Porto.

Adormecimento fatal vale mais um deslize aos dragões Portistas marcam aos três minutos e depois passam o jogo a gerir o resultado até ao empate dos açorianos num canto. Equipa de Sérgio Conceição já está a oito pontos do líder do campeonato.

Creditos: DR

A

viagem de avião de regresso ao Porto foi, desta vez, muito amarga para os dragões. Após a noite de sonho em Bruges, a equipa portista acordou para a dura realidade no campeonato e o empate em São Miguel é mais um rude golpe na luta pelo título. O tropeção deixa o F. C. Porto a oito pontos do líder Benfica e no terceiro posto. O Santa Clara esteve quase sempre a perder, mas nunca deixou de acreditar num bom resultado e o golo da igualdade foi um prémio para a equipa de Mário Silva, que tenta fugir aos lugares perigosos da tabela. Sem Sérgio Conceição no banco, devido a castigo, os portistas só mudaram uma peça do onze que brilhou na Liga dos Campeões (Eustaquio, suspenso, foi substituído por Bruno Costa), mas a qualidade de jogo

ficou a léguas do mesmo nível. O golo de Fábio Cardoso, logo aos três minutos, numa bola parada bem cobrada por Bruno Costa, deu aos portistas uma sensação de conforto que nunca chegou a existir, mais por culpa própria do que outra coisa, pois os azuis e brancos tiveram ocasiões suficientes para acabar com o jogo e não foram capazes de o fazer. Depois de sobreviver a um início difícil, o Santa Clara foi crescendo, acabou a primeira parte já em situação de equilíbrio, mas, à exceção de um remate perigoso de Gabriel Silva, não parecia ter condições de chegar ao empate no segundo tempo. A vontade de gerir a magra vantagem, em vez de a tentar dilatar, aliada a um evidente cansaço de vários jogadores na reta final, acabou, no entanto, por ser fatal para a equipa de Conceição e o 1-1 surgiu aos 83 minutos, num canto em que o central Boateng surgiu à vontade na área portista para bater Diogo Costa. Até final, os portistas apelaram ao coração e Taremi ainda teve a vitória na cabeça, mas o guarda-redes do Santa Clara negou-lhe a festa. JN/MS

Lobos domaram leões e tiveram muita cabeça

E

ntre dois importantes jogos europeus, o Sporting entrou em falso no regresso ao campeonato e foi derrotado pelo Arouca, que sorriu graças a um golo de Basso, na sequência pontapé de canto. Os leões perdem a oportunidade de ficar a um ponto do F. C. Porto, no segundo lugar, e estão agora a 12 pontos do líder Benfica. A equipa de Ruben Amorim sofreu a quarta derrota na Liga e perdeu pela primeira vez diante dos “lobos” que fizeram das fraquezas forças para garantir um resultado histórico. Ruben Amorim arriscou imenso e promoveu cinco alterações no onze, após o

empate com o Tottenham, da Liga dos Campeões, com destaque para a aposta nos jovens Nazinho e Essugo, mas também no regresso de Ricardo Esgaio às opções, que esteve apagado. Como resultado, a aposta em sangue fresco e alguma inexperiência saiu caro ao treinador leonino. Apesar de não conseguir meter velocidade no jogo, sobretudo com uma frente de ataque móvel, o Sporting criou algumas situações de perigo na primeira parte, com Pedro Gonçalves, Inácio e Rochinha a evidenciarem-se. Mas a equipa não conseguia o tão desejado clique para chegar ao golo. O encontro foi para o intervalo empatado e no segundo tempo o Arouca não podia ter começado da melhor forma. Na sequência de um canto, Basso subiu ao quinto andar para marcar, de cabeça,

e levar os adeptos à euforia. O Sporting mostrou-se ansioso e Ruben Amorim colocou os “pesos pesados” em campo. Porro, Ugarte, St. Juste, Nuno Santos e Edwards, habituais titulares, entraram para mexer no encontro, mas a turma de Alvalade continuou desinspirada e sem arte para bater o guarda-redes adversário.

Um Sporting sem confiança em Arouca. Ruben Amorim vai ter de mudar o chip da equipa, que continua macia na defesa e nesta jornada mostrou-se confusa no ataque. Por seu lado, o Arouca teve muita cabeça. Ou não tivesse João Basso. JN/MS

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Num cabeceamento, Basso marcou o golo que deu ao Arouca a primeira vitória de sempre frente ao Sporting. Equipa de Amorim a 12 pontos do Benfica.


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MILÉNIO | DESPORTO

4 a 10 de novembro de 2022

Medeiros ergue os degraus da escalada

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Duelo entre Boavista e Vizela aquece mas história acaba por se repetir

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Panteras e minhotos assinam jogo frenético. Martim Tavares lesiona-se e sai de maca.

vendeu cara a derrota. Os arsenalistas, vindos de um desaire europeu, frente a Union Berlin, surgiram com o central Niakité como a grande novidade no onze, e até protagonizaram uma entrada sufocante, mas sem estarem à altura das oportunidades criadas, em termos de finalização, nomeadamente numa perdida incrível de Vitinha, logo aos 10 minutos. Os galos foram, paulatinamente, sacudindo a pressão e, apesar de terem criado algum perigo em bolas paradas, só foram mais acutilantes para desfazer o

Jogador açoriano dá a vitória e permite aos guerreiros ultrapassar o F. C. Porto e chegar ao segundo lugar da Liga.

C

om um golo solitário de Iuri Medeiros, o Braga arrancou uma suada vitória sobre o Gil Vicente e chegou ao segundo lugar isolado do campeonato, capitalizando o tropeção do F. C. Porto nesta ronda. Ainda assim, para subir um posto no pódio da Liga, os bracarenses tiveram de arregaçar as mangas perante um vizinho minhoto, que necessitado de pontos, I LIGA - CLASSIFICAÇÃO

nulo na etapa complementar. Murilo, logo após o descanso, esteve perto de inaugurar o marcador, mas a ação era maior no outro lado, com Kritciuk brilhar na baliza gilista. O guarda-redes russo parou, com enormes defesas, um par de chances dos guerreiros, mas sucumbiu aos 67 minutos, quando numa jogada astuta dos bracarenses, na sequência de uma falta cobrada rapidamente, que os locais contestaram, Vitinha acreditou e ofereceu o golo a Iuri Medeiros. JN/MS I LIGA - RESULTADOS - 11.ª JORNADA P. Ferreira

0-1

Marítimo

Santa Clara

1-1

F.C. Porto

Equipas

P

PD

V

E

D

GM

GS

DG

Benfica

31

11

10

1

0

29

5

24

Benfica

5-0

Chaves

Braga

25

11

8

1

2

27

10

17

Arouca

1-0

Sporting

F.C. Porto

23

11

7

2

2

23

8

15

Boavista

2-2

Vizela

Vitória SC

20

11

6

2

3

13

10

3

Portimonense

1-1

Estoril

Casa Pia

20

11

6

2

3

11

8

3

Casa Pia

1-0

Rio Ave

Gil Vicente

0-1

Braga

Sporting

19

11

6

1

4

21

14

7

Vitória SC

3-2

Famalicão

Boavista

17

11

5

2

4

13

18

-5

Estoril

16

11

4

4

3

12

10

2

Portimonense

16

11

5

1

5

9

11

-2

Arouca

16

11

4

4

3

13

18

-5

Sábado 05/11

Chaves

15

11

4

3

4

11

15

-4

Vizela 09h30 Arouca - SPORT TV 1

Vizela

12

11

3

3

5

9

12

-3

F.C. Porto 12h00 P. Ferreira - SPORT TV 2

Rio Ave

12

11

3

3

5

14

18

-4

Famalicão

10

11

3

1

7

10

16

-6

Rio Ave 10h30 Boavista - SPORT TV 1

Santa Clara

9

11

2

3

6

8

12

-4

Braga 13h00 Casa Pia - SPORT TV 2

Gil Vicente

9

11

2

3

6

9

16

-7

Marítimo

5

11

1

2

8

8

26

-18

Segunda-feira 07/11

P. Ferreira

2

11

0

2

9

7

20

-13

Chaves 15h15 Santa Clara - SPORT TV

I LIGA - PROGRAMA - 12.ª JORNADA Sexta-feira 04/11 Gil Vicente 14h15 Portimonense - SPORT TV 1

Sporting 14h30 Vitória SC - SPORT TV 1 Domingo 06/11

Marítimo 13h00 Famalicão - SPORT TV 6 Estoril 15h30 Benfica - SPORT TV 1

Quatro golos, dois penáltis, uma expulsão e emoção até ao fim. Boavista e Vizela protagonizaram um jogo de encher o olho, que teve apenas como ponto negativo a lesão grave de Martim Tavares num lance arrepiante. Ainda o duelo estava a aquecer - Watai foi a novidade no onze de Petit, que desfez o esquema de três centrais - e foi ele quem inaugurou o marcador com um grande remate de fora da área. A entrada perfeita das panteras foi sol de pouca dura: dois minutos depois, Matheus Pereira, outra novidade no jogo, fez o empate e Zohi, após a interrupção do duelo ao minuto oito para homenagem póstuma a Bernardo Tengarrinha, selou a reviravolta. Em desvantagem, Petit acabou por fazer alterações - Makouta e Gorré estiveram apagados - e foi do banco que veio a alma. Além das entradas de Bozeník e Vukotic, que tornaram os axadrezados mais perigosos, Yusupha, o substituto de Martim Tavares, sofreu dois penáltis. O avançado finalizou um deles mas, no segundo, permitiu a defesa de Buntic e, assim, repetiu-se o resultado da época passada e de 1984/85, no Bessa.

Vitória ganha mas não se livra do susto Minhotos cavaram uma vantagem de três golos, mas Famalicão reduziu para a margem mínima. O Vitória ultrapassou o Sporting e igualou o Casa Pia no quarto lugar, após triunfo caseiro, por 3-2, diante o Famalicão, no encerramento da 11.ª jornada da Liga. Num jogo nem sempre bem jogado, os vitorianos estiveram a ganhar por três golos, mas Alejandro Millán bisou e causou sofrimento aos locais. A primeira parte teve poucos motivos de interesse e valeu pelo golo do escocês Mikey Johnston. O esquerdino, com o pior pé, rematou cruzado e não deu hipóteses de defesa a Luiz Júnior. O Famalicão respondeu, mas Villanueva deu uma preciosa ajuda a Bruno Varela. Já com Ivo Rodrigues em campo, o Famalicão entrou melhor no segundo tempo e, num espaço de cinco minutos, Kadile teve duas ocasiões. Moreno não gostou, mas sossegou quando Nelson da Luz, num espaço de nove minutos, colocou o marcador em três golos de diferença. A equipa de João Pedro Sousa não desistiu e ganhou ânimo quando Alejandro Millán, uma das apostas lançadas em jogo, revelou eficácia em duas ocasiões. Até final, os vitorianos tiveram de sofrer. JN/MS

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Jornada rica em surpresas: podemos começar pela impressionante goleada do Benfica ao Chaves, prosseguir com o empate do F.C. Porto nos Açores e com a derrota do Sporting em Arouca e terminar na primeiríssima vitória do Marítimo, frente ao irreconhecível Paços de Ferreira. No entanto, destaque também para o dérbi minhoto entre Vitória SC e Famalicão - que por pouco não dava empate…

GUARDA-REDES ARRUABARRENA (Arouca) Um mestre entre os postes arouquenses. Não é para todos ficar “a ver o jogo” frente a um grande. O guardião uruguaio foi, sem grande surpresas, o homem do jogo na vitória do Arouca sobre o Sporting fazendo defesas que valem vitórias… históricas!

ARRUABARRENA Arouca

DEFESAS GRIMALDO (Benfica) Mais uma vez o poderio ofensivo do lateral espanhol evidenciou-se. Grimaldo ainda assinou o seu nome na lista de marcadores da goleada encarnada sobre o Desportivo de Chaves - não fossem as bolas paradas o seu forte, o espanhol marcou num fantástico e potente livre direto. JOÃO BASSO (Arouca) Foi graças ao seu cabeceamento certeiro que o Arouca festejou a histórica vitória sobre o Sporting. Mas não se ficou pelo golo: o defesa central da equipa arouquense foi uma autêntica “parede”, bloqueando com êxito as tentativas de construção leoninas, sendo portanto seguro dizer-se que estes três pontos foram ganhos também em grande parte graças a si. BOATENG (Santa Clara) Boateng foi sem dúvida o melhor dos insulares: não só marcou o golo do empate frente aos dragões (com destaque para o ter feito de cabeça - o que, frente ao F.C. Porto é uma grande proeza) como defensivamente também teve uma exibição exemplar.

BOATENG Santa Clara

JOÃO BASSO Arouca

LUCAS SOARES Casa Pia

GRIMALDO Benfica

LUCAS SOARES (Casa Pia) Destaque para o grande contributo de Lucas Soares na direita, que permitiu que o Casa Pia construísse as suas jogadas ofensivas com maior facilidade. Aliado a isto, a sua velocidade também desconstruiu a defesa vila-condense, que se viu obrigada a baixar as linhas. Uma autêntica dor de cabeça para os adversários!

MÉDIOS IÚRI MEDEIROS (S.C. Braga) Dérbi que é dérbi implica grande emoção e, por norma, lances de perigo: nenhum deles faltou em Barcelos, mas Iúri Medeiros foi o único que conseguiu realmente concretizar, oferecendo a vitória aos Guerreiros do Minho. A maioria das jogadas que ameaçaram a baliza de Kritsyuk passaram pelo médio português.

XADAS Marítimo

ENZO Benfica

IÚRI MEDEIROSz S.C. Braga

ENZO (Benfica) Viu um grande golo ser-lhe anulado, que daria o 4-0 ao Benfica, por fora de jogo de Aursnes. Mas isso não bastou para “estragar” (mais) uma grande exibição nesta jornada: muito competente no meio-campo, ainda assistiu o croata Musa para o - esse sim - 4-0 no marcador. XADAS (MARÍTIMO) Abriu caminho para o golo de Ramírez e esteve irrepreensível no passe, somando seis para finalização e ainda conseguiu criar quatro incríveis ocasiões flagrantes. O atleta natural de Oliveira de Azeméis esteve em clara evidência nesta jornada. CHUCHU RAMÍREZ Marítimo

AVANÇADOS CHUCHU RAMÍREZ (Marítimo) Foi o venezuelano que, com um cabeceamento certeiro, bateu Jordi para dar a vitória aos insulares no duelo que opôs as duas equipas que ocupam os últimos dois lugares da tabela classificativa. Foi o primeiro golo de Chuchu pelos verde-rubros, que substituiu Tagueu no onze inicial, e que assim ofereceu aos insulares a primeira vitória nesta edição. DAVID NERES (Benfica) Desbloqueou o marcador logo aos 2’ frente ao Chaves… e com chave de ouro! O avançado brasileiro coroou um magnífico lance com um pontapé canhão que só parou no fundo das redes do guardião flaviense. É assim que se faz! NÉLSON DA LUZ (Vitória SC) O bis do avançado angolano deixou o D. Afonso Henriques em alvoroço. Não é por acaso que esta já não é a primeira vez que Nélson da Luz faz parte do onze da jornada: um jogador desequilibrador, forte no um para um, explosivo em transições ofensivas… e com faro de golo! Inês Barbosa/MS

NÉLSON DA LUZ Vitória SC

DAVID NERES Benfica


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LIGA 2

Moreirense perde ao fim de 11 jornadas O Moreirense saiu derrotado pela primeira vez na época 2022/23, ao perder na visita ao terreno do Benfica B (2-1).

A

Creditos: DR

equipa de Moreira de Cónegos até chegou primeiro à vantagem, por intermédio de André Luís, mas Gerson Sousa empatou a partida, aos 16 minutos. Muito perto do intervalo, Pedro Santos deixou as jovens águias na frente do marcador. O equilíbrio entre as duas formações tornou escasso o número de oportunidades claras de golo e o resultado não voltou a mexer até ao final do encontro. Este resultado traz a primeira derrota ao Moreirense, nesta temporada, e quebra um ciclo vitorioso de 12 jogos, em todas as competições. Ainda assim, o emblema nortenho mantém-se isolado no comando da Liga 2, com 28 pontos, mais nove que o segundo classificado, Benfica B, com 19. JN/MS LIGA 2 - CLASSIFICAÇÃO

LIGA 2 - RESULTADOS - 11.ª JORNADA

Equipas

P

PD

V

E

D

GM

GS

DG

Torreense

0-1

Moreirense

28

11

9

1

1

27

11

16

Nacional

1-1

Penafiel

Porto B

0-0

Feirense

Benfica B

2-1

Moreirense

Ac. Viseu

2-1

B-SAD

Mafra

Farense

21

10

6

3

1

20

12

8

Benfica B

19

11

5

4

2

22

12

10

Porto B

19

11

5

4

2

12

5

7

Farense

2-0

Oliveirense

Vilafranquense

17

11

5

2

4

14

13

1

Sp. Covilhã

1-2

Leixões

Feirense

17

11

4

5

2

13

8

5

Tondela

0-0

Trofense

E. Amadora

16

11

3

7

1

15

13

2

E. Amadora

1-1

Vilafranquense

Tondela

16

11

3

7

1

15

11

4

Ac. Viseu

16

11

4

4

3

20

18

2

LIGA 2 - PROGRAMA - 12.ª JORNADA

Leixões

15

11

3

6

2

13

10

3

Sexta-feira 04/11

Penafiel

15

11

3

6

2

12

10

2

Mafra

12

11

3

3

5

11

17

-6

Oliveirense

10

11

2

4

5

14

19

-5

Leixões 08h00 Torreense - STREAMING

Torreense

10

11

3

1

7

7

15

-8

Vilafranquense 08h00 Tondela - SPORT TV+

Nacional

9

11

2

3

6

8

16

-8

Trofense

8

10

2

2

6

6

19

-13

B-SAD

8

11

2

2

7

18

24

-6

Feirense 06h00 Nacional - SPORT TV 1

Sp. Covilhã

5

11

1

2

8

9

23

-14

B-SAD 10h30 E. Amadora - SPORT TV 6

Legenda: P - Pontos; PD - Partidas disputadas; V - Vitórias; E - Empates; D - Derrotas; GM - Golos marcados; GS - Golos sofridos; DG - Diferença de golos

Mafra 12h00 Sp. Covilhã - SPORT TV+ Sábado 05/11 Moreirense 05h00 Porto B- SPORT TV 1

Penafiel 09h30 Farense - SPORT TV5 Oliveirense 12h00 Ac. Viseu - STREAMING Domingo 06/10

Segunda-feira 07/10

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LIGA 3 Zé Nando sucede a Miguel Valença na Académica Zé Nando vai ser o próximo treinador da Académica, sucedendo no cargo a Miguel Valença, que abandonou o comando técnico da equipa de Coimbra esta segunda-feira (31). O técnico, de 54 anos, estava já na estrutura do clube desde o início da temporada como diretor desportivo, e regressa aos bancos depois de, recentemente, ter orientado o Louletano e o Recreio de Águeda, ambas no Campeonato de Portugal. A Académica ocupa o último lugar da Série B da Liga 3, sendo que Miguel Valença não resistiu a quatro derrotas consecutivas, a última no sábado (29) frente ao Moncarapachense.

Sanjoanense mantém invencibilidade na Série A da Liga 3 A Sanjoanense venceu o Canelas 2010, com dois golos de Joel Silva, e isolou-se na terceira posição da Série A da Liga 3. Logo a seguir surge o Felgueiras, que derrotou o Paredes, numa ronda em que o Fafe ganhou ao Vitória de Guimarães B. Um bis de Joel Silva, ainda na primeira parte, permitiu à Sanjoanense derrotar o Canelas 2010 (2-1) e, dessa forma, isolar-se no último lugar do pódio da Série A da Liga 3. Francisco Sousa apontou o tento de honra do conjunto de Vila Nova de Gaia. Anadia e Sporting de Braga B não saíram do nulo, apesar de os bracarenses terem acertado no poste, aos 31 minutos, por Mathys. Com uma grande penalidade convertida por Guilherme Ferreira para lá do minuto 90, o Fafe derrotou o Vitória de Guimarães B (2-1), somando o segundo triunfo consecutivo no campeonato. Antes, Pedro Ribeiro tinha adiantado os fafenses, que ficaram reduzidos a dez aos 32 minutos por expulsão de Zé Thiago. Yuk Jin-young marcou o tento dos vitorianos, ao minuto 82. Em Felgueiras, a equipa da casa venceu o Paredes por 1-0. Lançado no jogo ao intervalo, Daniel Rodrigues apontou o único golo do encontro. A 7.ª jornada da Liga 3 ficará concluída apenas no dia 10 de dezembro, quando se disputar a partida entre o Sporting B e o Amora, da Série B. JN/MS

Trofense 13h00 Benfica B - SPORT TV+

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Manos Walgode

O melhor par do mundo Europa, fomos Campeões da Europa, fomos também o primeiro par com uma medalha no Campeonato do Mundo, fomos bronze no Mundial 2015. E eu, enquanto atleta individual, fui a primeira atleta feminina sénior a ser medalhada no Campeonato do Mundo, também - foi no segundo ano, em 2017, na China. Os portugueses há 21 anos que não tinham medalhas nos Jogos Mundiais - este ano fomos nós que a tivemos, de ouro, e também tivemos esta medalha. Isto só é feito de muita dedicação e trabalho e eu tenho a certeza, porque nos dizem mesmo diretamente, que somos os ídolos e a inspiração para muita gente e isso para nós é das coisas melhores, que não é medalha mas sim o que nos transmitem e perceber que as pessoas nos admiram e gostam de nós.

O espaço deste especial é insuficiente para que possamos detalhar todas as conquistas, individuais e coletivas, alcançadas por Ana e Pedro Walgode.

P

oderosos, destemidos, ambiciosos e muito trabalhadores, os irmãos “Ferrari”, apelido com que o treinador Hugo Capoucho os “batizou” em 2015, honraram e engrandeceram o nome de Portugal, conquistando prémios nunca antes alcançados por um par sénior português na modalidade. Calçaram os patins pela primeira vez ainda com tenra idade e partiram à conquista do mundo. E conseguiram-no - com todo o esforço, garra e determinação que tal implica. Depois de já ter alcançado o primeiro lugar na prova de style dance, a dupla voltou a vencer na prova de freedance e foi medalha de ouro nos World Skate Games 2022, realizados em Buenos Aires, fechando com chave de ouro o seu percurso na modalidade. Mas até aqui chegarmos não faltam histórias - e títulos - para contar deste que é, comprovadamente, o melhor par do mundo.

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Milénio Stadium: Esta época tem sido de sonho: a Ana e o Pedro já foram campeões dos Jogos Mundiais, campeões da Europa, campeões nacionais e agora campeões do mundo. Acredito que ao mesmo tempo que tudo pareça um sonho também pensem “nós realmente merecemos isto”…

MS: Por vossa causa e devido a esta enorme e mais recente conquista, Portugal voltou a estar, mais uma vez, nas bocas do mundo. Sentem que o desporto e atletas portugueses vão dando cada vez mais provas das suas enormes capacidades? Acham que tanto a modalidade como os profissionais são devidamente valorizados?

Ana Walgode: Um sonho é algo da nossa imaginação e que potencia e conduz o nosso foco para alcançá-lo. Estávamos confiantes que este ano ia ser tudo diferente e finalmente nos iam dar o devido valor e avaliação. Por alguns anos o sonho não foi realizado, mas como diz o ditado “quem sonha sempre alcança”, e claro que sonhar sem trabalhar e dedicar-se não funciona, mas nós os dois demos LITERALMENTE TUDO DE NÓS para por fim este ano sair em grande e chegar ao tão esperado título mundial.

AW: Sim, a verdade é que nós acabámos por, ao longo da nossa carreira, fazer vários feitos históricos. Em 2015 fomos o primeiro par com um medalha no Campeonato da

MS: Como é que a patinagem entrou nas vossas vidas? E como e quando decidiram que gostariam de competir em dupla?

Creditos: DR

MS: Ganhar a medalha de ouro já é um feito incrível, mas na realidade este foi também um resultado histórico, tendo em conta que foi a primeira vez que Portugal conseguiu um primeiro lugar num campeonato do mundo em pares de dança seniores. Mais do que um incentivo para vocês, enquanto atletas a nível pessoal e coletivo, consideram que isto também pode servir de incentivo para outros atletas?

AW: Nós no momento da competição, ou seja, a viagem, a inscrição na prova, toda a alimentação e estadia durante a competição internacional somos apoiados pela Federação, no entanto há muitos custos fora disso que pelo facto de não termos patrocínios não são cobertos. O nosso técnico nacional vai pela Federação e é suportado por ela, no entanto os nossos treinadores Hugo Chapouto e Fernanda Ferreira, que nos acompanham todo o ano, também têm que ir, têm que nos acompanhar na prova e aí sim fica tudo a nosso cargo. Também a parte dos coreógrafos, dos fatos, mensalidade no clube, tudo isso é pago por nós e nós não temos apoios, infelizmente.

AW: Nós iniciamos a patinagem artística em 2004, em Argoncilhe, porque a minha mãe nos levou para lá. Nós antes tínhamos andado na Académica de Espinho no hóquei, trampolins, ginástica rítmica, mas a minha mãe viu alguma beleza e potencial na patinagem artística e nós fomos para lá. E foi assim que começou. Em relação à dupla, só passado 10 anos, o meu irmão já era sénior e eu ainda era juvenil: nós íamos aos pares de dança e era algo de que gostávamos e diziam-nos que como éramos irmãos havia maiores facilidades, que fazia sentido, e foi aí que começámos o projeto com o nosso treinador Pedro Craveiro e a Dora Cunha também na Académica de Gondomar.


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MS: Acham que o facto de serem irmãos vos dá alguma “vantagem”, por assim dizer? Em termos de confiança, cumplicidade e motivação, por exemplo… AW: Sim, sem dúvida que no nosso caso sermos irmãos nos deu uma vantagem muito grande - conciliar horários é mais fácil, conciliar vontades, conciliar as tristezas, apoiar o outro, saber quais são os limites do outro… Em relação à cumplicidade, à sintonia, à proximidade que temos, aos gostos musicais, a tudo! Sem dúvida que é maravilhoso sermos irmãos enquanto par. MS: Foram galardoados em todas as edições da Gala de Desporto da Confederação do Desporto de Portugal de 2016 a 2020. Também reconhecimentos deste tipo são importantes para vós? Qual o significado que lhes atribuem? AW: Sim, fomos. Inclusive também vencemos penso que em 2020 mas relativo a 2019 o prémio de melhor atleta feminino e masculino. Nas Galas de Desporto eu estive várias vezes nomeada para Atleta Revelação ou Atleta Feminina e é claro que isso é muito importante para nós porque acho que acabámos por ser potenciadores nesta nossa modalidade de mostrarmos que merecemos também ser reconhecidos por outras entidades. MS: Mas por trás de todas as medalhas e troféus está um grande e muitas vezes duro trabalho que ninguém vê. Algo que pode ficar condicionado devido à exigência da preparação para as competições são os estudos - julgo saber que a Ana se encontra a realizar mestrado integrado de Bioengenharia e que o Pedro está a fazer o programa doutoral em Engenharia Química. Como é que se conciliam estas duas realidades? AW: É muito difícil. Isto não é um desporto profissional, não somos pagos mas trabalhamos tanto ou mais. Nós dedicamo-nos full day a isto. Este ano nós decidimos “vai ser o nosso ano, é o nosso último ano, vamos dar tudo”, então tivemos que suspender tanto o meu mestrado como o Pedro o seu doutoramento e os resultados apareceram. Eu fiz todos os meus quatro anos e meio, cinco anos de mestrado e o meu irmão fez todo o curso, fez ainda mais

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três anos de doutoramento a conciliar com a patinagem e sempre conseguimos mas com muito stress: viagens quatro vezes por dia (faculdade-treino, treino-faculdade, faculdade-treino-ginásio…). A conciliação de horários é muito complicada, só o conseguimos porque somos pessoas com muita força mental, muito perspicazes e organizados mas este ano basicamente entre ginásio e treino o nosso dia era só dedicado à patinagem. Tínhamos o fim do dia para descansar se não houvesse treino. MS: Alguma vez tiveram que sacrificar ou abdicar de algo importante em prol da prática da patinagem? Se sim, arrependem-se? AW: Sim, já tivemos que abdicar de muita coisa - muitas férias, muitas saídas à noite, muitos convívios com amigos e família. Abdiquei muito da minha vida académica, tanto eu como o Pedro, quase não consegui vivê-la. A altura da Queima, por exemplo, quase não ia, quase não aproveitava, tínhamos treinos, tínhamos campeonatos… Se me arrependo? Arrependo-me de muita coisa, sim. Se isso fez com que eu chegasse onde estou agora? Talvez. Deixei de fazer também, por exemplo, Erasmus

no quarto ano, que era uma coisa que eu queria muito fazer, por causa da patinagem. Mas este ano a decisão de eu parar a minha tese - não a fazer neste semestre mas sim no próximo - e o Pedro suspender o doutoramento durante seis meses foi super acertado porque nos conseguimos focar e sintonizar os dois para isto e os resultados estão aqui. Disso não nos arrependemos de certeza! MS: Fora da patinagem e dos estudos, quem são os irmãos Walgode? Que outros hobbies têm e como gostam de ocupar o (acredito que pouco) tempo que vos sobra? AW: Nós somos loucos por praia! Nós vivemos a 10 minutos a pé da praia, portanto é certo que se estiver bom tempo depois de um treino, para relaxar, estamos enfiados na praia. Férias e viajar: também somos muito apaixonados. É uma das nossas grandes paixões e fazemo-lo muito. Eu toquei piano, o Pedro tocou clarinete também é um dos nossos hobbies, de vez em quando ainda vamos lá dar uns toques. Estar com amigos, principalmente o meu irmão - ele adora, tem sempre energia para tudo! Eu já sou mais caseira… E é isso. Acabamos por ter uma vida normal, só que um pouco mais stressada porque é mais difícil conciliar os horários, mas não dei-

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xamos de ser pessoas normais que fazem coisas normais. MS: O vosso treinador Hugo Chapouto refere-se a vocês como o “Ferrari da Patinagem Artística”. Enquanto atletas, haverá algum segredo para se conseguir alcançar este nível de excelência? AW: O segredo é foco, trabalho, organização, motivação e humildade. E nós éramos uns Ferraris - éramos e este ano acho que mostramos ser também - porque somos atletas com muita força, muita energia dentro da pista, cativamos as pessoas mesmo pela alma e pelo coração porque nós transmitimos tudo aquilo que sentimos, temos muito power. Eu penso que isso às vezes são coisas que uns trabalham, outros têm mais talento - nós simplesmente gostamos tanto daquilo que fazemos que acho que nos sai naturalmente. Claro que depois também vem com muito trabalho de sintonização, mas acho que é por isso que o nosso treinador nos atribuiu essa característica. MS: Será este o auge da vossa carreira? Ou ainda há mais e maiores sonhos por cumprir? AW: Este é completamente o auge da nossa carreira, não há mais nada por cumprir. Em relação ao par de dança nós conseguimos todas as medalhas que havia para conseguir, conseguimos os ouros todos, inclusive da competição mais importante de todo o desporto na nossa modalidade, que são os Jogos Mundiais, e ficámos mesmo felizes por terminar de forma tão brilhante, mesmo de coração cheio. Porque acho que deixámos a nossa marca, mostrámos ser possível, inclusive eu lesionei-me uma semana e pouco antes de ir para o Mundial. Eu estava na Argentina e não sabia se ia competir ou não - e acho que mais uma vez a nossa força fez-nos ultrapassar isso e estamos muito agradecidos pelo apoio que temos de todos os portugueses e de toda a comunidade mundial da patinagem. E esperemos mesmo que os manos Walgode fiquem sempre na história da patinagem. Inês Barbosa/MS


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LIGA DOS CAMPEÕES

Águia com final demolidor passou a reinar no céu Cinco golos em pouco mais de meia hora selaram goleada (6-1) coroada com um remate para a história de João Mário, já nos descontos. E que permitiu garantir o primeiro lugar do Grupo H.

C

inco golos na última meia hora permitiram ao Benfica golear o Maccabi Haifa, ultrapassar o Paris Saint-Germain no sprint final e ascender ao primeiro lugar do Grupo H, evitando assim alguns dos grandes tubarões europeus, no sorteio dos oitavos de final. A liderança foi conseguida graças a um grande golo de João Mário (90+2), o que permitiu às águias levar a melhor sobre o rival francês no critério de desempate por mais golos marcados fora (nove contra seis), depois de um empate em vários itens, alicerçado pela vitória dos

gauleses com a Juventus, por 2-1. Os encarnados sentiram dificuldade e a pressão inicial dos israelitas que lutavam pela Liga Europa. Sem Enzo Fernández, a equipa revelou menor personalidade e rigor no meio-campo, não sendo dominante na primeira parte. No entanto, conseguiu controlar o jogo, ganhar vantagem e embalar para uma noite de sonho que permitiu ainda ampliar o ciclo de invencibilidade, agora de 22 jogos, bater o recorde de pontos da Liga dos Campeões (14) e chegar aos 61,04 milhões de euros em prémios. Fortes fisicamente, os israelitas aproveitaram a menor intensidade das águias para marcarem o território. Com Florentino no papel de Enzo e Aursnes mais à frente, o Benfica teve menor capacidade para ter a bola em zonas de perigo. Mesmo assim,

cortou o ímpeto ao adversário e Gonçalo Ramos inaugurou o marcador. Mas o momento durou pouco já que Bah cortou um cruzamento com o braço. O empate tornou a motivar o adversário, numa fase em que Gonçalo Ramos e Aursnes saíram por lesão. O Benfica entrou melhor na segunda parte e controlou a discussão perante um Maccabi menos ativo e talvez confiante com o triunfo francês em Turim, que lhe daria a continuidade europeia. A acalmia favoreceu as águias. Musa virou o jogo e Grimaldo cobrou um livre de regra e esquadro que embalou o Benfica. Com o oponente rendido, Rafa abriu o caminho da goleada e a equipa começou a pensar no sonho de anular a diferença de golos com o PSG - faltavam dois, pois na altura os franceses ganhavam por 2-1. Hen-

rique Araújo e João Mário, este já nos descontos, carimbaram a liderança no grupo. Mais: Bah esteve na génese de três golos, apesar de ter cometido um penálti, Musa e João Mário também em destaque. Menos: Neres não revelou a intensidade nem a inspiração de outros jogos. Gonçalo Ramos e Aursnes saíram lesionados. Árbitro: O árbitro viu as imagens para decidir, e bem, o penálti cometido por Bah. Adotou um critério amplo na avaliação do contacto físico.

Às segundas-feiras, Vitor Silva, do Benfica, Carmo Monteiro, do Porto, e Sergio Ruivo, do Sporting, entram em campo, fazem remates certeiros e defesas seguras. Francisco Pegado é o árbitro desta partida onde nada, nem ninguém ficará Fora de Jogo. Todas as segundas-feiras, às 6 da tarde, na Camões Rádio, Camões TV e ainda no Facebook da Camões Radio. Não fique Fora de Jogo.

segunda-feira às 18h

JN/MS


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Leão deixa fugir o ouro com reviravolta na segunda parte

O

Sporting está fora da Liga dos Campeões. A precisar apenas de um empate para seguir para os oitavos de final, o leão foi derrotado em casa pelo Eintracht Frankfurt, 2-1, depois de ter estado a vencer e terminou o Grupo D no terceiro lugar, seguindo para a Liga Europa. Ruben Amorim continuou a apostar em Pedro Gonçalves no meio-campo e lançou Arthur Gomes na frente de ataque, relegando o habitual titular Trincão para o banco de suplentes. A primeira parte fica marcada pelo enorme equilíbrio, com muita disputa de bola a meio-campo e com poucas oportunidades. Edwards teve a primeira chance aos oito minutos, mas permitiu a defesa a Trapp. Aos 33, Ugarte esteve na cara do golo, mas atrapalhou-se e perdeu o lance. Pouco depois, chegou o golo de Arthur Gomes, após lance de insistência no lado direito. O brasileiro aproveitou um cor-

te defeituoso e atirou a contar, colocando o Sporting na frente aos 39 minutos. Pelo meio, o Frankfurt só criou perigo através de bolas paradas. Na segunda parte, tudo mudou. Os alemães, a precisarem de vencer para seguirem em frente, fizeram pela vida. O primeiro golo chegou depois de uma grande penalidade assinalada por mão na bola de Coates, que Kamada aproveitou para converter. A partir daí, os germânicos encostaram a turma de Alvalade às cordas e, 10 minutos depois, aos 72, chegaram à cambalhota no marcador. Nesta altura, já Amorim tinha mexido no xadrez, retirando Ugarte, que estava a ser dos melhores do Sporting, para colocar Essugo. Edwards, em noite pouco inspirada, deu lugar a Trincão, que também não fez melhor. Com a reviravolta consumada, o Eintracht tentou gerir o jogo. Nos leões entrou Jovane, a última carta do banco, mas que não teve grandes efeitos práticos no futebol do Sporting, que, em ataque organizado, foi sempre pouco criativo e muito inconsequente, previsível até. Nos minutos finais, através de dois pontapés de canto, os leões ainda rondaram a baliza de Kevin Trapp, mas foram incapazes de colocar a

bola no fundo das redes e chegar ao empate que valeria apuramento para os oitavos da Champions. O adeus à Liga dos Campeões significa a perda de um encaixe de 9,6 milhões de euros, valor atribuído pelo apuramento para os oitavos de final, e é mais uma página negra de uma temporada com vários destaques negativos: no campeonato, os leões seguem a 12 pontos do líder Benfica e a seis pontos do segundo classificado Braga, e já se despediram da Taça de Portugal após derrota com o Varzim. Mais: Mais um golo de Arthur Gomes, que vai mostrando ser uma mais-valia. Ugarte esteve em grande até ser substituído. Menos: Pedro Gonçalves foi uma sombra de si próprio no meio-campo. Essugo e Trincão entraram e não acrescentaram nada. Árbitro: Jogo difícil para a equipa de arbitragem. O lance do penálti é de análise complexa e Jakic podia ter sido expulso por segundo amarelo.

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Penálti muda o jogo e atira o Sporting para um precipício, de onde já não conseguiu sair para evitar a despedida da prova milionária. Bastava um ponto e Arthur Gomes deu vantagem, mas houve erros a mais.

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Dragão com brilho intenso na noite de todas as estrelas F. C. Porto chega aos oitavos como cabeça-de-série, após vulgarizar Atlético. Cheirou a goleada antes do susto final.

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coreografia que marcou a entrada das equipas para o derradeiro encontro da fase de grupos dificilmente poderia ter sido mais bem escolhida. Mais de 45 mil cartolinas em forma de estrela inspiraram a constelação portista que, simplesmente, vulgarizou o Atlético de Madrid e atirou os colchoneros para fora da Europa. A honra e a glória, essas, ficaram todas para a equipa de Sérgio Conceição que, depois de duas derrotas seguidas a abrir o Grupo B, somou o quarto triunfo consecutivo e, graças também ao empate entre Bayer Leverkusen e Club Brugge, encara o sorteio dos oitavos de final como cabeça-de-série. A injustiça de Madrid, quando o Atlético bateu o F. C. Porto, por 2-1, na estreia da Champions 2022/23, teve direito a troco na mesma moeda, mas o resultado final não mostra minimamente aquilo que se passou

na Invicta. Perante uma equipa espanhola cheia de qualidade, mas que vive amarrada pelos próprios medos, os dragões assinaram uma exibição fantástica, embalados pelo golo de Taremi, logo aos cinco minutos, a concluir uma grande jogada de Pepê e um remate falhado de Evanilson. Quando Eustaquio ampliou para 2-0, aos 24m, após Galeno deixar Savic sem saber para onde se virar, já Oblak tinha mostrado toda a qualidade, num filme que se repetiu vezes sem conta e que é o melhor argumento para demonstrar que o 2-1 final peca, e muito, por escasso. O duelo teve momentos de elevadíssima nota artística, como num lance de Galeno, Taremi e Evanilson que só não deu em golo de Otávio porque o guarda-redes esloveno estava no sítio certo. Mesmo a precisar de vencer para rumar à Liga Europa, o Atlético fez o primeiro remate digno desse nome apenas ao minuto 60 - Diogo Costa travou João Félix -, enquanto no outro extremo o perigo sucedia-se a um ritmo difícil de acompanhar: Evanilson, por duas vezes,

Galeno e Wendell também não conseguiram superar Oblak. O Dragão encheu-se de “olés”, mas a festa final dos adeptos não se fez sem um ligeiro susto. Aos 90+5 minutos, após um canto, Marcano marcou na própria baliza e o Atlético ainda teve uma última oportunidade para tentar o empate, mas, ao contrário do que aconteceu na capital espanhola, o F. C. Porto teve todas as estrelas do seu lado. Mais: O F. C. Porto brilhou como um todo, mas seria injusto não destacar Taremi. Oblak salvou o Atlético da goleada. Menos: Giménez e Savic foram destruídos por Taremi, Galeno e companhia. Saúl Níguez e Correa quase não se viram. Árbitro: Noite tranquila de Daniele Orsato, mas ficaram algumas dúvidas na falta que “anulou” um golo de Griezmann aos 68 minutos. JN/MS

Braga vence mas é despromovido à Liga Conferência Os guerreiros fizeram o seu trabalho mas foram traídos na Bélgica. O Braga venceu o Malmo por 2-1, com golos de Ricardo Horta e Álvaro Djaló, mas não conseguiu permanecer na Liga Europa visto que o Union Berlin triunfou diante dos belgas do St. Gilloise, para terminar com 12 pontos, mais dois que a turma portuguesa.

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Braga entrou forte na partida, com uma rápida circulação de bola e a criar situações de perigo, sobretudo pelas investidas na ala direita de Victor

Gómez e as entradas de Ricardo Horta em zona de finalização. Os arsenalistas chegaram mesmo ao golo por intermédio do capitão de equipa que, após um corte defeituoso da defesa do Malmo, conseguiu bater o guarda-redes para abrir o marcador. No segundo tempo, a entrada de Álvaro Djaló deu outra energia ao ataque minhoto, que conseguiu descobrir muitos espaços para a entrada dos avançados. O extremo espanhol foi dos mais inconformados no ataque e alargou a vantagem do Braga para dois golos à passagem do

minuto 55. O jogo não estava complicado para os arsenalistas, mas Sejdiu conseguiu reduzir a vantagem minhota aos 77 minutos. Até ao final o Braga aguentou o resultado que, apesar de ser uma vitória, vem com um sabor amargo porque significa a despromoção à Liga Conferência e a disputa do play-off de acesso aos oitavos de final da competição. O sorteio da prova europeia realiza-se na próxima segunda-feira (7). JN/MS

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MUNDIAL

Federação ucraniana insta FIFA a retirar Irão do Mundial2022 A federação ucraniana de futebol (UAF) instou, esta segunda-feira (31), a FIFA a afastar o Irão do Mundial2022, a disputar entre 20 de novembro e 18 de dezembro, alegando violação dos direitos humanos e apoio militar à Rússia com armamento.

A

UAF pede a retirada do Irão da competição, na qual a seleção comandada pelo português Carlos Queiroz vai defrontar Inglaterra, Estados Unidos e País de Gales, no Grupo B da prova que vai ser disputada no Qatar. No entanto, o comité executivo da UAF não apresenta a seleção ucraniana como substituta da iraniana, ao contrário da sugestão feita pelo Shakhtar Donetsk, na semana passada. Em 24 de outubro, o diretor-geral do Shakhtar Donetsk, Sergei Palkin, pediu à FIFA para substituir o Irão pela Ucrânia no Mundial2022, como forma de penalizar o país asiático pelo apoio prestado à invasão da Rússia, através do fornecimento de drones. “Enquanto os dirigentes iranianos se divertirão a assistir aos jogos da sua seleção nacional no Campeonato do Mundo, os ucranianos estarão a ser mortos por drones e mísseis iranianos”, observou Sergei Palkin, em comunicado publicado nas redes sociais.

A FIFA não comentou estas propostas e, normalmente, não suspende federações-membro por decisões militares de um governo nacional. A União Europeia já aprovou sanções contra pessoas e entidades iranianas pelo fornecimento de drones kamikaze à Rússia, utilizados em ataques contra civis na Ucrânia, o que tem sido negado de forma veemente pelo Irão. A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas. A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais. JN/MS

O futuro da rádio

LIGA PORTUGAL

A UEFA aprovou a criação da Liga das Nações feminina a partir de 2023, que articulará com as qualificações para campeonatos da Europa, do Mundo e Jogos Olímpicos

A

s mudanças surgem após um estudo de um grupo de trabalho de competições de seleções nacionais composto por representantes de diferentes federações nacionais e segue uma recomendação do Comité de Futebol Feminino da UEFA. A partir do outono de 2023, na preparação para o campeonato da Europa de 2025, o novo sistema de competição de seleções nacionais femininas entra em vigor, articulando a denominada Liga das Nações com as eliminatórias europeias. A Liga das Nações (um pouco a exemplo da competição masculina) estará dividida em três níveis e, dentro de cada escalão, as seleções nacionais jogarão em grupos de quatro (ou três), com jogos em casa e fora contra cada adversário do seu grupo. Esta nova competição comporta promoções, despromoções e finais da Liga das Nações, em articulação com os ‘play-off’ de qualificação europeia no final. As finais determinam o vencedor da Liga das Nações e, a cada quatro anos, as três seleções europeias que se qualificarão para os Jogos Olímpicos. A classificação final da Liga das Nações e os jogos de promoção e despromoção também estabelecerão o posicionamento inicial das equipas nas eliminatórias europeias. No final das eliminatórias europeias, a classificação determinará as seleções que se qualificam diretamente para o campeonato da Europa ou do mundo e as que se podem apurar através dos ‘play-off’. Além disso, o ranking final da fase de qualificação europeia (com promoções e

despromoções automáticas) será usado para determinar em que divisão da Liga das Nações as seleções nacionais começam no próximo ciclo de competição. De acordo com a UEFA, “o formato renovado é interconectado, dinâmico e meritocrático, e visa criar um ambiente mais competitivo, com maior interesse desportivo e comercial, garantindo a chance de todas as federações nacionais se apurarem para europeus e mundiais”. “Eu disse neste verão que continuaríamos a investir no futebol feminino, e estamos. Depois de um histórico Euro feminino, chegou a altura de desenvolver ainda mais o futebol feminino de seleções”, disse o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin. O dirigente referiu que a UEFA “construiu um sistema aberto, competitivo e contínuo, em que cada jogo importa, um verdadeiro reflexo do modelo desportivo europeu”, e acredita que “este formato ajudará todas as federações nacionais europeias e manterá vivo o sonho de se apurar para um grande torneio internacional”. JN/MS

O futuro da rádio

AS CORES DO FUTEBOL NA CAMÕES RADIO

Sou o Luís Vaz de Camões. Você deve lembrar-se do meu trabalho épico, Os Lusíadas, uma fantástica interpretação das viagens portuguesas de descoberta durante os séculos 15 e 16. Uma obra-prima, se o posso afirmar, provavelmente por isso algumas pessoas se referem ao português como “a língua de Camões”. Transmissão simultâneo com a Antena Parece queemnos últimos 440 anos,1 vocês estão a inventar algumas coisas realmente divertidas como a rádio e a internet. Sou o Luís Vaz de Camões. Você deve lembrar-se do meu trabalho épico, Os Lusía-

Sábado, 5 de novembro

das, uma fantástica interpretação das viagens portuguesas de descoberta durante os séculos 15 e 16. Uma obra-prima, se o posso afirmar, provavelmente por isso alconquistas terem ocomo meu nome a uma gumas pessoasfoi se referem ao dado português “a língua de Camões”.

FC minha Porto - opinião, Paços deaFerreira Na maior dessas 14h00m estação de rádio. CamõesRadio.com éParece rádio internet, o que significa que pode que na nos últimos 440 anos, vocês estão a inventar algumas coisas realmente Sporting CP Vitória SC divertidas como a rádio e a internet. descarregar a aplicação no seu telefone e ouvir a programação no “meu idioma” 16h30m Na minha opinião, a maiorjanta dessas conquistas terem dado o meu nome a uma no carro, enquanto conduz para o trabalho, enquanto em casafoiou enquanto estação de rádio. CamõesRadio.com é rádio na internet, o que significa que pode Domingo, 6 decompras. novembro Genial... como eu. faz as suas descarregar a aplicação no seu telefone e ouvir a programação no “meu idioma” Estoril - SL Benfica

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FUTEBOL FEMININO UEFA aprova Liga das Nações feminina em 2023


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AÇORES Pedro Furtado destaca importância de eventos desportivos como o XCross Azores Triatlo O vice-presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Furtado, marcou presença na entrega de prémios da prova XCross Azores Triatlo, organizado pelo Clube Açoriano de Triatlo, Trail e Turismo (CTTT).

O

evento, que decorreu nas Sete Cidade, contou com a participação de dezenas de inscritos. Esta competição que cruza três modalidades, entre elas a natação, BTT e Trail Run, procura promover e incentivar a prática desportiva. Pedro Furtado elogiou a iniciativa e acredita que esta ligação entre a natureza e o desporto é muito benéfica. “Iniciativas desportivas ligadas à natureza são cada vez mais procuradas. É importante fomentar esta relação não só pelas vantagens que trazem a nível da qualidade de vida e saúde, mas também porque liga e reconecta as pessoas à natureza e ao sítio onde nasceram.” Na sessão de entrega de prémios, o autarca destacou ainda o carácter turístico-atrativo da prova, que trouxe vários participantes a nível nacional. “Eventos como este acabam por ser um trunfo muito im-

portante para a divulgação do concelho de Ponta Delgada e das suas inconfundíveis belezas naturais. São poucas as partes do mundo, onde é possível, de forma tão interativa, desfrutar de uma natureza tão pura e única como é a Lagoa das Sete Cidade. Na verdade, é um privilégio”. O vice-presidente, que detém o pelouro do Desporto, aproveitou ainda a ocasião para relembrar que “Ponta Delgada faz parte da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis há 13 anos. A promoção da saúde continua a ser uma prioridade para nós. Queremos continuar a definir estratégias locais que favoreçam o bem-estar dos nossos munícipes. No domingo, dia 30 de outubro, decorreu também o Azores Islands Swimrun, outra prova que une duas modalidades: a natação e o trail. O Clube Açoriano de Triatlo, Trail e Turismo já soma mais de 20 anos de experiência na realização de eventos sócio-desportivos. Por norma, investem em modalidades direcionadas para a aventura e desafio. JA9/MS

O piloto madeirense Filipe Pires foi 3º classificado da geral do Rali Além Mar, que decorreu nos Açores, e garantiu ainda o primeiro posto do Grupo N do Campeonato Regional dos Açores assim como o Troféu de Asfalto dos Açores.

O

piloto voltou a destacar-se no Campeonato de Ralis dos Açores, vencendo o Grupo N do Campeonato

Regional e ainda o Troféu de Asfalto dos Açores. O piloto alcançou ainda o terceiro lugar da geral no XXIII Rali Além Mar. O piloto madeirense consegue assim evidenciar os bons resultados registados na Região Autónoma dos Açores, relembramos que o piloto madeirense venceu várias provas do campeonato açoriano, na sua categoria, esta temporada, como por exemplo o Rali da Graciosa. JA9/MS

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Filipe Pires foi terceiro no XXIII Rali Além Mar

Vidamar Resort Hotel recebe 25.ª edição do Open Internacional de Bridge da Madeira

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O piloto madeirense Filipe Pires foi 3º classificado da geral do Rali Além Mar, que decorreu nos Açores, e garantiu ainda o primeiro posto do Grupo N do Campeonato Regional dos Açores assim como o Troféu de Asfalto dos Açores.

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piloto voltou a destacar-se no Campeonato de Ralis dos Açores, vencendo o Grupo N do Campeonato

MADEIRA

Chegou ao fim a competição que trouxe para as estradas da Madeira as emblemáticas ‘máquinas’ que fizeram o público regressar atrás no tempo e delirar com o verdadeiro espetáculo levado a cabo pelas mais de 80 viaturas lendárias que marcaram presença na prova organizada pelo Club Sports da Madeira.

N

a categoria Legend Open Miguel Andrade e Bruno Gouveia revalidaram o título alcançado na edição de estreia da competição, novamente, a bordo de um Renault 5 GT turbo, fixando o tempo em 47:02,5. A dupla Vítor Sá e Luis Esteves, num Toyota Corolla 1600 terminaram no segundo posto com 24,8 segundos de diferença. A fechar o pódio, a bordo de um Toyota Starlet, ficaram José Jarimba e João Jardim a 1:26,5 do campeão. Os grandes vencedores na categoria Históricos que contou com 34 inscritos,

foram, novamente, João Martins e Sílvio Malho com um Ford Escort MK I com o tempo de 48:57,5, seguindo-se, com 1:29,6 de diferença o carro Porsche 911 SC pilotado pela dupla Julio Borja e Sergio Cancela. Em terceiro lugar na categoria de viaturas fabricadas até 1986 ficou Gualberto Dias e Fábio Rodrigues com Ford Escort MKII, a 1:55,6 do líder. Já a dupla Rui Pinto e Ricardo Faria, num Ford Focus RS WRC venceu na categoria Spirit com o cronómetro a marcar 45:32,7, com a segunda posição da classificação ocupada por Carlos Fernandes e Pedro Afonso, num Mitsubishi Lancer Evolution V ficaram a 34,1 segundos. O terceiro lugar foi ocupado por Nuno Ferreira e Luís Ribeiro num Ford Escort RS Cosworth, a uma distância de 1:54,3 do líder. JM/MS

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Conheça os vencedores das três categorias do Rally Madeira Legend

Regional e ainda o Troféu de Asfalto dos Açores. O piloto alcançou ainda o terceiro lugar da geral no XXIII Rali Além Mar. O piloto madeirense consegue assim evidenciar os bons resultados registados na Região Autónoma dos Açores, relembramos que o piloto madeirense venceu várias provas do campeonato açoriano, na sua categoria, esta temporada, como por exemplo o Rali da Graciosa. JM/MS


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NHL

Tavares scores hat trick; Leafs beat Flyers to snap four-game skid

John Tavares helped ease some of the pressure on his under-fire head coach.

A

t least for a few days. The Maple Leafs captain registered the 11th hat trick of his career, including a jaw-dropping individual effort in the third period, to go along with an assist as Toronto snapped a four-game slide Wednesday (2) with a 5-2 victory over the Philadelphia Flyers. “He was on it,” said Leafs centre Auston Matthews, who had a goal and an assist. “Made some pretty incredible plays. And obviously, his second one was just special. “Great game by him leading the way.” Zach Aston-Reese also scored for To-

ronto (5-4-2), while Mitch Marner and Morgan Rielly had two assists each. Ilya Samsonov made 23 saves. “Whether it’s myself or some of some of our other core guys (we want) to be difference-makers,” said Tavares, who scored three times in a game for the first time since March 2019. “No question you want to come out and have a strong game today.” The disjointed and wobbling Leafs, an organization that views itself as a Stanley Cup contender, limped home Sunday (30) following an ugly 1-2-2 road trip accented by overtime losses to lowly San Jose and Anaheim. The external pressure on Keefe ratcheted up with every dropped point through the first 10 games of the schedule, including defeats against Montreal and Arizona — teams that finished 32nd and 31st, respectively, last season. But his players responded with a solid effort that should lower the temperature in hockey’s biggest media market for the time being. “We moved the puck much better,” Keefe said. “We did a lot of good things.” Joel Farabee and Owen Tippett replied for Philadelphia (5-3-2), which got 39 stops from backup Felix Sandstrom. Travis Konecny chipped in with two assists. “Effort was there,” Farabee said. “Execution could have probably been a little bit better.” With his team up 2-1 early in the third, Samsonov made a huge stop on Flyers defenceman Tony DeAngelo on a 2-on-1 right off the faceoff at centre.

“He played on his head,” Matthews said of the Leafs goaltender. Aston-Reese then scored his first of the season, and first for Toronto, when the puck caromed to the winger with Sandstrom at his mercy at 2:49 for a 3-1 lead. Tippett got the Flyers back within one with his second on a power-play effort Samsonov should have stopped at 7:01. But Tavares, who was in the box for that one, provided highlight-reel insurance at 12:24 with his second of the night and sixth of the campaign when he stepped around Philadelphia defenceman Travis Sanheim before burying his own rebound. “Big-time stuff,” Keefe said. Aston-Reese, who played against the Flyers a lot during his time with Pittsburgh, appreciated the sequence for a few reasons. “It was nice to see him pull that move on who he did,” said the forward. Tavares completed his hat trick on a power play with 5:37 left in regulation when Sandstrom lost a skate blade and was out of position. “It’s been a little while,” Tavares said of his three-goal performance. “Any time you have nights like this it’s a team effort.” Konecny and Matthews got into a jousting match with less than two minutes to go in a brouhaha that saw 39-year-old Leafs defenceman Mark Giordano and Flyers centre Kevin Hayes drop the gloves. “Thought it was WWE for a second,” Aston-Reese said. “Love to see guys stick up for their teammates.” Playing the second of a back-to-back following an overtime loss to the New

York Rangers, the Flyers opened the scoring at 13:09 of Wednesday’s (2) first when Farabee buried his third. Sandstrom, who was looking for his first career victory in his eighth appearance with Carter Hart getting a rest, held the fort on two early power plays, but Matthews slotted home his own rebound for his fourth on another man advantage at 16:40. Tavares then ripped a one-timer that hit Konecny’s stick with 1:27 remaining in the period for his fifth and a 2-1 lead Toronto would never surrender. “Take the good, take the bad, move on,” Matthews said. “Definitely want to just continue to elevate our pace, elevate our competitiveness. “We’re going to need to continue to take steps.” TORTS BACKS KEEFE Flyers head coach John Tortorella came to the defence of Keefe during his media availability two hours before puck drop. And the fiery bench boss took aim at the Toronto media. “It’s always the coach that gets the darts chucked at him,” Tortorella said. “But I know in watching (Keefe) and coaching against him, I think he’s a terrific coach. “And I hope he jams it to you all, quite honestly.” UP NEXT Leafs: Host the Bruins on Saturday (5). Capitals: Visit Senators on Saturday (5). TSN/MS

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NBA

Siakam, Trent help Raptors overwhelm depleted Spurs

I think we just played really hard,” Toronto forward O.G. Anunoby said. “No matter what we see, we just try to go out there and play hard.” San Antonio was without starters Keldon Johnson and Devin Vassell, and reserves Isaiah Roby and Blake Wesley. The Spurs also sat rookie forward Jeremy Sochan early in the second quarter due to restricted minutes after a one-game absence with flulike symptoms. Gary Trent Jr. scored 24 points for the Raptors, who were without All-Star guard Fred VanVleet but had plenty left for their largest margin of victory, a season high in points and a season-high 23 turnovers forced. “They are really good at that (defensive pressure),” Spurs forward Keita BatesDiop said. “They switch 1 through 5 and get in the passing lanes. We’ve got to get better at moving off the ball. That’s a really good veteran team. That was a good test for us. That is probably the best team we have played all season.” Bates-Diop had 17 points. He was the only Spurs starter in double figures. The Raptors’ length and athleticism disrupted the Spurs from tipoff. Toronto opened the game with a pair of breakaway, one-handed dunks by Anunoby and Scottie Barnes off a steal and a defen-

sive rebound. The Spurs had four turnovers in the opening three minutes and the Raptors had five dunks in the first seven minutes. After trailing by 11 points, the Spurs rallied to cut the Raptors’ lead to 32-31 at the close of the first quarter. San Antonio took its first lead 27 seconds into the second on Jakob Poeltl’s layup. Toronto would quickly reestablish con-

trol, expanding its lead to 48 points in the second half. Siakam was 10 for 19 from the field while sitting out the final quarter. “Pascal has a great command of what he’s seeing and what he’s doing,” Toronto coach Nick Nurse said. “He’s into plays and he’s creating a lot of easy opportunities for himself. He’s making the move to get really clear of shots.”

The Raptors had 76 points in the paint and 39 fast-break points. TIP-INS Raptors: Toronto’s previous season high was a 30-point victory against Atlanta on Oct. 31. … VanVleet missed his second straight game due to lower back stiffness. … Raptors F Chris Boucher and Spurs G Josh Richardson were each issued a technical foul with 6:19 remaining in the first half. Players and officials came between the pair after they got entangled while running up the court. Spurs: San Antonio’s previous largest home loss was 37 points against Phoenix on May 15, 2021. … Johnson was initially listed as questionable with right calf tightness. … San Antonio coach Gregg Popovich had his arm around Sochan’s waist and gave the rookie forward a nudge to go to the back with 7:20 left in the first half. Sochan seemed fine but frustrated. He did not return. … Vassell missed his fourth straight game with a sore left knee. … An MRI on Tuesday (1) confirmed Wesley has a Grade 3 left MCL sprain. No determination has been made on the rookie point guard’s return, but that injury generally results in a player missing six to eight weeks. … Roby sat out with flulike symptoms. UP NEXT Raptors: At Dallas on Friday (4).

Creditos: DR

Pascal Siakam had 22 points, 11 assists and 10 rebounds in just 28 minutes, and the Toronto Raptors beat depleted San Antonio 143-100 on Wednesday (2) night, the Spurs’ worst home loss in franchise history.

Spurs: Close a four-game homestand Friday (4) against Los Angeles Clippers. TSN/MS

TORONTO C F E T JOIN GIL VICEN

! D E T N A W S R E Y A L P We play out of the following Districts North York Soccer Association (NYSA), Toronto Soccer Association (TSA), York Region Soccer Association (YRSA), Center Soccer League (CSL) and Ontario Soccer League Gil Vicente FC Toronto is a youth soccer academy based in North York / Toronto, Ontario, and a certified Canadian affiliate of GIL VICENTE FUTEBOL CLUBE in Portugal. It is a soccer club that trains players of various ethnicities from around the world. Our focus at Gil Vicente FC is to develop players by teaching lifelong lessons through soccer. Our belief is that to become a great player one must also grow as a person. Gil Vicente also reinforces the idea to our players that even though soccer is the world’s best game, education is the key to success. Gil Vicente is a non-profit youth soccer organization who aim to provide the highest levels of quality soccer training for the players and to enhance their social/emotional and physical health, in a positive and safe environment Gil Vicente will strive to create and nurture a valuable soccer learning experience. We will aim to empower our players with a life-long passion and love for the game of soccer. All of ours teams play in the 1st Divisions in their leagues. Our players will also have the OPPORTUNITY to do tryouts for our affiliation partner in Portugal OUR PROGRAMS GVFC Soccer school ages 3 to 7 years old get 2 practices per week, also 2 Jersey’s, Shorts, Bag and a Ball. REP TEAMS GVFC Team’s ages 8 to 21 years old get 3 full sets of uniforms, Tracksuit, Bag, Ball and Hoodie and they practice min 2 times per week plus a weekly game.

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Science fiction? It’s already here… and it’s working in construction T

ake robotics in construction. They’re already deployed and working. Did we notice?

Sure, these are early designs and entry level for the most part, but they are here and growing in both capability and application, much like the personal computer or mobile phone when it first arrived. At first, an expensive novelty. Now an indispensable tool for both business and recreation that fits in our pockets. While things are picking up in Canada, we’re far behind the rest of the world. Certainly, drones, robotic dogs, bricklaying machines, paving stone machines have already been built and deployed. Bulldozers can level a site guided by their software perimeter guidelines. Small robotic devices are chipping away at concrete on demolition jobs. And there’s usually a human role in there somewhere. Volvo’s heavy equipment may be operated from many miles away, but there’s a human in the chair toggling the controls. It’s the same with mine face robots. In Europe, modular factories are commonplace but perhaps no one is as advanced as the Chinese where the fast growing nation is banking heavily on more factories staffed by robots as it ramps up production of just about everything, including construction. Bright Dream has built 18 construction robots that have been used in 120 projects around the world carrying out painting, sanding concrete pours, pouring concrete, floating concrete and more. Meanwhile, satellite-guided robots are building roads, right down to the final finish. The most ambitious Chinese robot project is also set to launch, building a massive

hydro dam in Tibet by 2024. The South China Morning Post reports the 180-metre-high, Yangqu dam will control the robots through AI, printing the

to $60 million in 2018. “Putting in the fuel channels involves 26 steps and it’s highly repetitious,” he says, noting each unit has 480 channels with 960 smaller tubes.

structure layer by layer, supply materials through driverless transport trucks, bulldozers, pavers and rollers. In Canada, we’re on the road. Robotics are also on deck at the Bruce Power nuclear reactor refurbishments where a $25 billion series of upgrades are slated through mid2060 on the eight units there. Byron House, senior director of tooling and innovation for major projects at Bruce Power, says two robots from ATS Automated Tooling Systems in Cambridge, Ont. are set to report for work in spring 2023. It’s part of a $40 million contract first signed in 2016 which was expanded

“The contract with the province requires we find savings by innovation over time and become more efficient, so we started to look at automation. Protecting workers and minimizing their exposure to any radiation is also a considerable factor.” Human tradespeople will still be required to assemble material and prepare it for the machines, but the overall impact, it is hoped, will be to increase the production rate. “There won’t be a workforce reduction,” he says. Two robots — or automated tools as they’re called — will be working on Unit

Creditos: DR

The thing about change is sometimes it creeps up on us.

3 in Q1 2023, first in removing the inner pressure tube and the larger calandria tubes, then to inspect and prepare components for insertion. Those Chinese robots are producing highrise structures in a matter of months, says Chris Rausch who works with Carl Haas at the University of Waterloo and has worked automating workflows in construction. More recently he has been developing algorithms and automated solutions for adaptive building reuse, prefabrication and offsite construction. He sees an “increasing appetite for automation and robotics in construction.” Canada is also advanced in developing factory built prefabricated panels for home construction but there are hurdles. Mass production techniques and technologies don’t always transfer well into the construction sector because there’s little room for customization. “If you’re building a Ford F-150 chassis you optimize the design for mass production,” he says. “It doesn’t really work that way in construction, though there has to be some standardization.” The economies of scale in producing 50,000 F-150 bodies with robots brings efficiencies but construction projects have much lower production numbers and don’t reach that level of efficiency. For robotic prefabricated modules to take off there’s going to be a learning curve where the focus should be on quality over quantity of production and that could apply to any area of automation in construction. “First, gain a level of competence, then add complexity to get to the goal in a realistic manner, not biting off more that you can chew.” DCN/MS

Feds introduce immigration plan to attract skilled workers the government is continuing that ambition by setting targets in the new levels plan • of 465,000 permanent residents in 2023, 485,000 in 2024 and 500,000 in 2025. The plan also brings an increased focus on attracting newcomers to different regions of the country, including small towns and rural he announcement was made by Sean communities. Fraser, minister of immigration, Highlights include: refugees and citizenship. • Last year Canada had 405,000 newcomers, the most ever in a single year in the • a long-term focus on economic growth, country’s history, states a release, adding with just over 60 per cent of admissions Canada’s 2023–2025 Immigration Levels Plan was released this week, which is using immigration as a strategy to help businesses find workers in key sectors including the skilled trades, manufacturing and technology.

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LOCAL 183

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in the economic class by 2025; using new features in the Express Entry system to welcome newcomers with the required skills and qualifications in sectors facing acute labour shortages such as, health care, manufacturing, building trades and STEM (Science, Technology, Engineering and Math); increases in regional programs to address targeted local labour market needs, through the Provincial Nominee Program, the Atlantic Immigration

Program and the Rural and Northern Immigration Pilot; •

reuniting more families faster;

ensuring that at least 4.4 per cent of new permanent residents outside Quebec are Francophone; and

support for global crises by providing a safe haven to those facing persecution, including by expanding the Economic Mobility Pathways Pilot. DCN/MS

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Terra Viva - A

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AMBIENTE

Europa a assar lentamente

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ados revelados esta quarta-feira dia 2 de novembro de 2022, pela Organização Meteorológica Mundial, Paulo Gil Cardoso indicam que na Europa as temperatuOpinião ras aumentaram mais do dobro da média mundial nos últimos 30 anos. O verão de 2021 foi o mais quente já reA temperatura média no Velho Continengistado o que potenciou uma série de evente subiu à razão de 0,5ºC por cada 10 tos extremos, desde incêndios florestais, anos, ou seja, um aumento de 1,5ºC em sendo a época de fogos das mais intensas três décadas.

registadas em 30 anos, passando por chuvas torrenciais que provocaram o caos, morte e destruição na Europa Ocidental em meados de julho desse ano, nomeadamente na Alemanha onde houve mais de 100 vítimas mortais. A somar às temperaturas elevadas, o nível de concentração de gases de efeito estufa foi também o mais alto já registado, com destaque para o metano. Foram batidos recordes de temperatura à

superfície da água do mar Báltico e no leste do Mediterrâneo, com algumas zonas do Báltico 5ºC acima da média. O recuo dos glaciares Na manhã de quinta-feira (3) contínuo contribuindo para a subida do nível médio dos oceanos. Apesar das temperaturas recorde do verão, 2021 não foi o ano mais quente, acontecendo, no entanto, mudanças bruscas de temperatura, após um inverno de temperaturas acima da média o que levou a uma antecipação de desenvolvimento das plantas, na primavera as temperaturas caíram abruptamente em poucos dias, havendo geadas tardias quando as plantas estavam ainda numa fase frágil provocando um enorme impacto na natureza e em plantações agrícolas, sendo que vinhas e árvores de fruta tiveram as suas produções comprometidas em vários países, como a França ou a Grécia. Preocupante é verificar que se mantêm as tendências de subida de temperatura média sendo acompanhadas por episódios extremos de quedas abruptas dessas mesmas temperaturas, de frio ou calor fora de época, de chuvas torrenciais, de aumento de gases de efeito estufa, de degelo dos glaciares, de aumento das temperaturas da água nos mares, de situações de seca extrema nalgumas zonas, de incêndios florestais intensos e afetando grandes áreas. As alterações climáticas estão já para além do que se preconizava há poucos anos, o ritmo a que trabalhamos para inversão da tendência não foi e nem é suficiente, assim como a adaptação a estas mudanças e novas realidades climáticas também não. Nada está a ser feito com a celeridade necessária. O cenário é mesmo de pescadinha-de-rabo-na-boca, a guerra, a crise económica, a crise energética e alimentar, atrasam e impedem uma reação mais eficaz e as alterações climáticas aumentam, o que por sua vez agravará todos os problemas existentes. Assim não vamos lá!

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SUPER TRUQUE O outono é uma estação do ano muito especial - as ruas e a natureza veste-se de tons alaranjados, surgem os alimentos típicos (e deliciosos!) da época, como a abóbora e as castanhas e também já começa a saber bem estar enrolado numa mantinha… Nas, como sempre, não há bela sem senão! Com o outono e com as constantes mudanças de temperatura começam também a surgir as típicas - e tão chatas… - constipações, que nos fazem andar indispostos, cansados, a espirrar e com o pingo no nariz. Acredito, portanto, que estejam fartos deste aspeto menos bom da estação e que uma dica de como podem acabar com ele venha mesmo a calhar! A solução pode estar, em parte, na alimentação.

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im, é verdade! Uma alimentação equilibrada, que inclua o consumo de determinadas frutas, legumes e verduras podem ajudar a reforçar o nosso sistema imunológico e assim agir como agentes preventivos de constipações, já que ajudam o nosso organismo a tornar-se resistente a vírus e bactérias. Assim, podem também contribuir para o alívio dos sintomas ou até mesmo para colocar um ponto final na doença. Um dos alimentos em que devemos apostar é

o iogurte: à semelhança dos leites fermentados, são fantásticas opções devido aos probióticos presentes na sua composição. Estas bactérias e leveduras têm uma ação direta na nossa flora intestinal, ajudando a reforçar o sistema imunitário. Apesar das bactérias já existirem naturalmente no nosso organismo, quando as doenças surgem torna-se imperativo reforçá-las: quer seja recorrendo à toma de suplementos ou à ingestão de alimentos ricos nestes microorganismos, como é o caso dos iogurtes. Mas não é tudo: os probióticos têm também a capacidade de melhorar a absorção de vitaminas e minerais, ajudam a regular o funcionamento intestinal e ainda potenciam a redução do colesterol mau e têm um impacto positivo na função hepática. E o melhor: são um alimento extremamente versátil, muito fácil de transportar e de relativo baixo custo. Uma forma simples de os incluirmos na nossa alimentação passa por os consumirmos, por exemplo, ao pequeno-almoço ou ao lanche. Se lhes acrescentarem a vossa fruta favorita, aveia e umas sementes e (se quiserem adoçá-los) um fio de mel terão uma refeição rápida, deliciosa e extremamente nutritiva. Ah, e é claro… anti-constipações! Mas atenção: nem todos os iogurtes são iguais (que é como quem diz

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bons). Como em todos os outros produtos alimentares, devem sempre dar uma olhadela no rótulo para perceberem quais são os mais benéficos em termos nutricionais: o ideal será escolherem aqueles que apresentam uma menor lista de ingredientes, de preferência sem açúcares adicionados e com poucos (ou até nenhuns) aditivos e conservantes. Devem, por isso, evitar os sabores artificiais, ou seja, os iogurtes com aroma: se gostam de sentir o sabor da fruta, o melhor será sempre acrescentá-la a um iogurte natural! Seja em pedaços ou misturando os dois ingredientes na liquidificadora. Mas se achavam que este era o único alimento capaz de prevenir constipações, desenganem-se. Vejam esta lista de outros alimentos que podem e devem consumir nas estações de transição (outono e primavera), em que esta doença é mais comum: Cogumelos

estações, já que são ricos em ómega-3, que é um poderoso antioxidante. Batata doce

Rica em beta-caroteno, a batata doce não só fortalece o sistema imunitário como também possui na sua composição antioxidantes que combatem os radicais livres. Cebola e alho Usem e abusem deles: eles têm uma ação positiva no sistema imunitário e propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e antivirais. Gengibre O gengibre possui propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e antioxidantes. Este alimento pode ser incluído em chás ou mesmo na sopa.

Curcuma Estes fungos também aumentam a nosEsta planta da família do gengibre age sa imunidade e ainda funcionam como como um potente anti-inflamatório. Um expectorante e anti-inflamatório das vias pequeno truque: se quiserem potenciar a respiratórias. absorção de curcumina, a substância ativa da curcuma, devem combiná-la com piPeixes gordos menta preta. Inês Barbosa/MS Peixes como o salmão, atum ou carapau são alguns dos que devem consumir nestas


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Perder faz parte do processo Adriana Marques

Recentemente, tivemos eleições presidenciais e Lula ganhou, Bolsonaro perdeu. Não quero ficar falando aqui se isso foi bom ou ruim, eu gostaria de falar sobre a reverberação desse resultado ser a causa do “pegando fogo” no Brasil hoje.

Há uns três anos que escrevo para esta coluna e isso me gera um orgulho imenso. Poder partilhar ideias, pensamentos e reflexões é algo que me deixa envaidecida de uma maneira positiva. Mas acho que não apresentei ainda um pouco do meu “background” para aqueles que me lêem. É o que eu gostaria de fazer agora. Sou brasileira. Estou no Canadá há 4 anos e a vida de imigrante não é uma maravilha como muitos amigos e parentes acreditam que seja. É um luta que, às vezes, parece inglória. Estou destacando isso porque quero trazer à pauta de quem lê, que eu vim de um país que neste momento está “pegando fogo”.

ois a reverberação para alguns eleitores do atual presidente, inclusive para o mesmo, não foi nenhum pouco democrática e madura, diga-se de passagem: não estão aceitando a derrota nas urnas. Nesse momento, estamos vendo protestos que estão afetando toda a sociedade brasileira. Existem muitos pontos compostos por algumas pessoas que estão bloqueando as principais estradas do país, de forma criminosa. Doentes que precisam de remédios vitais, pessoas que precisam trabalhar e gerar o sustento da família, locomoção de produtos e serviços básicos - tudo está sendo afetado por esses protestos. Toda uma

Opinião

P

sociedade está sofrendo com isso por conta da não aceitação de alguns. E é sobre isso que gostaria de falar: saber perder também faz parte do processo de autoconhecimento e engrandecimento pessoal. Penso que ensinar as crianças de que perder faz parte da vida, seja algo valioso para a formação de uma pessoa viver em sociedade. Os pais precisam mostrar aos seus filhos quais recursos utilizáveis para lidarem com as frustrações de não se ter aquilo que se quer na hora em que se quer. A vida real é assim: em certos momentos ela caminha para situações, fases e circunstâncias que não nos agradam e precisamos saber administrar os sentimentos de frustração e tristeza. Esses recursos fazem parte de algo chamado maturidade. Antes de mais nada, precisamos encarar esses sentimentos, senti-los de verdade e entender que eles estão ali, existindo. Muitas pessoas simplesmente passam por

cima deles e os transformam em ódio e aí extravasam com a tal da violência. Por isso é importante perceber os sentimentos que antecedem o ódio. Devidamente encarados, precisamos digeri-los através do pensamento racional, afinal de contas, somos seres racionais, certo? Como posso resolver esse problema de forma equilibrada? No caso das eleições, que tal esperar quatro anos? Que tal avaliar o próximo governo e cobrá-lo? Em 2018, muita gente que não queria o Bolsonaro como presidente, esperou quatro anos para eleger quem gostaria. É assim que funciona. Essa é a beleza da democracia. Por isso, é importante, de forma civilizada, buscarmos soluções maduras para nossas frustrações e a resposta não é através da violência ou do ataque gratuito, caso contrário, estaremos retrocedendo como sociedade. Aos pais, fica o alerta: está em suas mãos a construção de um mundo mais maduro, cívico e respeitoso.

Alguns dizem que sou a “mãe” da literatura infantil portuguesa; alguns dizem que o meu manifesto Às Mulheres Portuguesas incitou ao primeiro movimento feminista em Portugal; já me mencionaram como “supermulher” (sinto-me lisonjeada). Se me perguntarem quem é a Ana de Castro Osório, eu diria que é alguém que passa muito tempo a pensar, a escrever e a ser útil para a sociedade. E o que mais é útil para a sociedade? CamoesRadio.com. Podes ouvir programas provocadores como o Roundtable, Por Tudo e Por Nada e Biografia Brasileira em todo o lado – em casa, numa caminhada, até no carro – 24h por dia.

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TAKEOFF

MILÉNIO | ENTRETENIMENTO

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O músico Takeoff, dos Migos, foi morto em Houston, no estado norte-americano do Texas, Estados Unidos, na madrugada de terça-feira (1). O rapper tinha apenas 28 anos, envolveu-se numa discussão e acabou baleado. Consigo estava Quavo, seu tio e colega nos Migos - ambos haviam estado a festejar o aniversário de Jas Prince, executivo e promotor da indústria musical, CEO da Rap-a-Lot Records. Apesar de os paramédicos terem estado presentes no local do tiroteio, Takeoff acabou por não resistir aos ferimentos. Os Migos são considerados um dos mais importantes grupos de rap da última década - com eles Takeoff lançou quatro álbuns de estúdio: o mais recente, “Culture III”, foi divulgado em 2021. Antes, em 2018, lançou o seu único álbum a solo, “The Last Rocket”.

OLHA A MINHOCA!

Taylor lançou o seu novo álbum, Midnights, no passado dia 21 de outubro, e voltou a provar que realmente é um fenómeno na indústria musical, quebrando recordes atrás de recordes - até mesmo alguns que já lhe pertenciam. Com este que é o seu 10º disco de estúdio, desta vez num regresso ao pop, Taylor Swift conseguiu, por exemplo, alcançar a melhor semana de lançamento nos Estados Unidos desde 25, de Adele, vendendo mais de 1 milhão de cópias em apenas quatro dias, melhor semana e dia de estreia com 776 e 184 milhões de streams no Spotify, respetivamente. Se tal não bastasse, voltou a fazer história na segunda-feira (31), tornando-se a primeira artista a conquistar todos os 10 primeiros lugares no Top 100 da revista Billboard, a tabela de referência dos EUA, numa semana - é a primeira vez na história que isto acontece. E caso se estejam a perguntar: as três outras músicas de “Midnights” que não estão neste top 10 também entraram na tabela, bem como mais outras sete da versão aumentada do álbum, “3am edition”. Drake foi o último artista que se aproximou deste feito, conquistando nove das 10 vagas em setembro de 2021, com Certified Lover Boy.

Credito: DR

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ARREBATADORA

POLÉMICAS… DE GRITOS!

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Se a polémica com o vestido de Marilyn Monroe, que Kim Kardashian usou na Met Gala deste ano parecia já estar ultrapassada, eis que chega uma nova que é… de gritos, ou não estivéssemos nós em época de Halloween. Tudo começou com a escolha da temática da socialite para as roupas dos seus filhos: “ícones históricos norte-americanos”. Nas fotos publicadas por Kim na sua conta de Instagram é possível ver North, Saint, Chicago e Psalm, de nove, seis, quatro e três anos, respetivamente, disfarçados dos rappers Aaliyah, Snoop Dogg, Sade Adu e Eazy-E. Se alguns seguidores e internautas acharam a ideia original e até a elogiaram, outros sentiram exatamente o contrário, expressando o seu desagrado e dizendo que esta havia sido uma ideia “bizarra”, conforme notou o jornal 20 Minutos, já que não entendiam o objetivo em disfarçar as crianças com algo que provavelmente eles nem entendem. Mas esta tradição, tão apreciada pela mais popular do clã Kardashian, ainda se viria a tornar mais “assustadora”: é que mais tarde North, a filha mais velha, mudou o seu disfarce, surgindo vestida com as roupas que Michael Jackson apresentava na capa do álbum ‘Bad‘.

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É um dos momentos mais aguardados, todos os anos, no Halloween. Heidi Klum é provavelmente a maior fã desta celebração e fala questão de a assinalar em grande estilo, sendo conhecida não só pela festa que organiza nesta data desde 200, mas principalmente pelos disfarces surpreendentes que escolhe e pelas transformações incríveis a que se submete. Este ano, a modelo alemã voltou a deixar todos boquiabertos com um look icónico: depois de já se ter fantasiado de deusa hindu, em 2008, de idosa, em 2013, Jessica Rabbit, em 2015 ou de Fiona, em 2018, Klum decidiu tornar-se numa… minhoca gigante! A modelo, como é habitual, foi mostrando pedaços do processo de transformação (que demorou mais de 10 horas) na sua conta de Instagram, mas nem assim os seguidores conseguiram imaginar que seria este o resultado final. A “minhoca” fez-se acompanhar de um pescador - o namorado de Heidi, Tom Kaulitz.

Por motivos ainda desconhecidos, ao que parece Kim Kardashian tinha em sua posse o chapéu original do cantor afro-americano, falecido em 2009. Este chapéu foi usado no videoclipe do êxito ‘Smooth Criminal‘ e North aparece com ele nas fotos partilhadas por Kim. Mais uma vez - e à semelhança do que aconteceu com o vestido de Marilyn - os fãs, enfurecidos, acusaram a socialite de se apropriar de peças que na realidade deveriam estar guardadas e impedidas de serem utilizadas por outras pessoas.

D. H . PELIGRO

O músico D.H. Peligro, de 63 anos, foi encontrado morto em casa. O baterista, que fez parte da icónica banda Red Hot Chilli Peppers e que atualmente era baterista dos Dead Kennedys, terá sofrido um acidente na passada sexta-feira (28) que se revelou fatal. Conforme adiantou um dos representantes do músico numa publicação no Instagram e também num comunicado avançado à imprensa, a causa da morte foi um “traumatismo craniano causado por uma queda acidental“. “Pedimos que respeitem a privacidade da família durante este período difícil“, pode ainda ler-se nessa mesma nota. Conforme recordou a CNN, Peligro apenas esteve com os Red Hot Chilli Peppers durante um ano, já que os seus problemas com álcool e drogas se tornaram públicos.

Kanye West tem estado debaixo de fogo depois de ter sido acusado de ter proferido comentários antissemitas, o que levou a que diversas marcas - como é o caso da Adidas, que produzia o calçado da sua marca, Yezzi - terminassem a sua parceria com o artista. “Não entendi que podia ser antissemita até ter lido uma definição de antissemitismo. Não entendi que era antissemita dizer que o meu advogado é judeu, a minha editora também e que tenho um empreiteiro judeu”, afirmou Kanye. Entretanto o rapper, abordado por jornalistas, decidiu pedir desculpa à família de George Floyd, já que também havia afirmado que o cidadão afro-americano morreu porque estava “drogado” e não porque existiu violência policial. Kanye West mostrou-se agora arrependido de tal afirmação e disse que o vídeo, onde é possível ver Floyd a perder a vida, “lhe parte o coração”. “Quando questionei a morte do George Floyd, magoei o meu povo. Quero pedir desculpas por isso, porque agora sei, porque Deus me mostrou, através da Adidas e dos ‘media’, como é ter um joelho no pescoço”, disse.

Credito: DR

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PEDIDO DE DESCULPA


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OLHAR COM OLHOS DE VER

Canada in Colors. Créditos: Fa Azevedo

Mãe natureza em estado perfeito. Créditos: Cristina Da Costa

Welcome to Toronto... a cidade onde o custo de vida nos mata lentamente. Créditos: Inês Capinteiro

Fungus. Créditos: Isabel Ganhão

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MILÉNIO | PASSATEMPOS

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Palavras cruzadas

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Caça palavras

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O objetivo do jogo é a colocação de números de 1 a 9 em cada um dos quadrados vazios numa grade de 9×9, constituída por 3×3 subgrades chamadas regiões. O quebra-cabeça contém algumas pistas iniciais. Cada coluna, linha e região só pode ter um número de cada um dos 1 a 9. Resolver o problema requer apenas raciocínio lógico e algum tempo.

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Culinária por Rosa Bandeira

6 1. Dizer quem é; determinar ou comprovar 9.Reunir em uma só todas as partes que não têm ligação natural entre si a identidade de (algo, alguém ou de si 10. Fazer trepidar ou trepidar; fazer estremesmo) mecer ou estremecer; tremer 2.Dar ou adquirir forma correta ou me11.Precipitar-se a chuva sobre a terra lhor; consertar(-se) 3.Coordenar a execução de; conduzir, li- 12. Mergulhar ou banhar em qualquer líquido derar 4.Perceber (som, palavra) pelo sentido da 13. Tornar(-se) seco, retirar de ou perder a umidade; enxugar(-se) audição 5.Transferir (bem ou mercadoria) para 14. Movimentar-se no espaço de uma parte mais alta para uma mais baixa outrem em troca de dinheiro 6.Vingar uma agressão com outra maior, 15. Imprimir grande velocidade ao deslocamento do corpo, pelo contato rápido mais violenta; responder dos pés ou das patas com o solo 7.Elevar-se do chão por impulso dos pés e das pernas 8.Sustentar-se ou mover-se no ar por meio de asas ou algum meio mecânico

Lombo de Porco Recheado

Credito: DR

Jogo das 10 diferenças

Caça palavras

R Y M I N V L Z A Q J F J S X

N A P R E V I S A O T Y S N S

N T L Q I Z S S M Y F K Y C R

M A H A L I M E N T O L K S H

N L D Z O J O R N A L M T O K

I H S O C I E D A D E W E P Q

R X C W Y F L R G P S Y C A S

X D E S E Q U I L I B R I O A

J F A I M F R A V E L E N D B

D Q O M I V H I I H F M L V C

E A Z E R B O P M A W W T N L

M J M D C K T F G A W U B J N

O N R E A L I D A D E M X A N

F Q N E D A D L A U G I S E D

M W K B P J O D N U M S T X B

POBREZA FOME R E A L I DA D E CRIME S O C I E DA D E D E S I G UA L DA D E J O R NA L DESEQUILIBRIO MUNDO CRIME P R E V I S AO E L E VA R ALIMENTO S O PA L ATA

Ingredientes • 2kg de lombo de porco aberto para enrolar • 200 grs de manteiga • 1 lata de pêssego em calda • 3 dentes de alho picados • 16 batata pequenas • 8 cebolinhas pequenas • 200 grs de bacon

• Salsa picada • 100grs de croutons (cubos de pão torrado) • Sal e pimenta q.b • 25 grs de colorau doce • 750ml de vinho branco • 250ml de azeite

Modo de preparação: Temperar o lombo, aberto dos dois lados, batatas pequenas, as cebolinhas e o resto com sal, pimenta, colorau e deixar por 2 dos pêssegos. Temperar com o azeite e o horas. vinho branco. Fazer o recheio com a manteiga, pêssegos em calda, os alhos picados e a salsa. Misturar tudo, juntar os croutons e amassar bem com as mãos. Colocar o recheio na carne. Enrolar a carne com o recheio e cobrir com o bacon. Colocar numa assadeira com as

Cobrir com papel de alumínio e deixar assar durante 45 minutos. Tirar do forno, cortar em fatias e servir com os legumes ou batatas. Bom apetite!


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MILÉNIO | HORÓSCOPO

LEÃO 22/07 A 22/08

CARNEIRO 21/03 A 20/04 Poderá tender a dedicar-se a várias atividades ao mesmo tempo pois tem energia de sobra para o fazer. É um momento favorável para impor um plano ou uma ideia que tenha concebido pois é provável que seja bem recebido. No entanto, procure não falsear argumentos ou resultados apenas para levar a sua avante.

O atual trânsito de Vénus acentua o seu lado mais caseiro. Que tal aproveitar essa vontade de ficar em casa para fazer algumas reformas domésticas, redecorar a casa ou fazer algumas limpezas? Este é um período de maior sensibilidade, que se traduzirá na expressão dos seus afetos, de uma forma tranquila e harmoniosa.

TOURO 21/04 A 20/05 Deve dar mais atenção ao seu mundo dos afetos. O diálogo, o debate e a troca de impressões a dois, está muito estimulado nesta semana. É, pois, uma boa altura para conversar com o/a seu/sua parceiro/a e para esclarecer eventuais problemas que tenham vindo a afetar a vossa relação.

VIRGEM 23/08 A 22/09

Uma certa ansiedade, nervosismo ou indecisão poderão apoderar-se de si. Também poderá experimentar alguma falta de tranquilidade ou uma dose de insatisfação para as quais não encontra uma justificação. Tente abstrair desses sentimentos, e distraia-se com assuntos que requeiram a sua atenção e lucidez. Verá que essa angústia indefinida desaparecerá. CAPRICÓRNIO 22/12 a 20/01 Nesta altura procure preocupar-se mais com o seu estado físico. Faça uma dieta, tome cuidado com aquilo que come, faça mesmo uma desintoxicação alimentar se for preciso. Em relação ao seu trabalho, estará num momento bom para conseguir atingir os seus fins. Tenha cuidado com o que diz respeito às relações com as outras pessoas.

BALANÇA 23/09 A 22/10

AQUÁRIO 21/01 A 19/02

Deverá refrear uma certa tendência para o esbanjamento que agora sente, acautelando-se para outras alturas menos abonadas. Os investimentos, no entanto, estão favorecidos, sobretudo em peças artísticas e de adorno. Em termos amorosos, é possível que inicie agora uma nova relação bastante positiva.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

CARANGUEJO 21/06 A 20/07 Durante este período o seu lado romântico e apaixonado estará em evidência, tornando as suas relações afetivas mais profundas e intensas. Esta será também, uma boa altura para um relacionamento divertido e harmónico com crianças. Se tem filhos aproveite agora para lhes dedicar a atenção que por vezes não pode dedicar.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

Os contactos, a comunicação e a troca de ideias vão estar na ordem do dia. Poderá aproveitar este período para rever a sua relação com as pessoas com quem contacta diariamente, colegas ou vizinhos, e também para fazer novos relacionamentos. Nesta altura a sua capacidade de comunicação com o estrangeiro estará no auge.

GÉMEOS 21/05 A 20/06 O seu bem-estar físico sairá melhorado se der início a um regime alimentar mais equilibrado. Algum exercício, passeios ao ar livre, higiene física e mental poderão contribuir para que se sinta bem. Se tem problemas com o seu trabalho, aproveite para refletir se está a usar da melhor forma as suas capacidades.

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4 a 10 de novembro de 2022

Atravessa agora um período em que as relações com os outros podem ser extremamente gratificantes e harmoniosas. É possível que receba um convite para uma festa. Vá e divirta-se! A onda de charme que espalha à sua volta não vai deixar ninguém indiferente, razão pela qual os amores se encontram bafejados pela sorte.

Entrada é gratuita 960 St. Clair Avenue West, Toronto PioneersGallery.ca

Momento em que se sentirá muito bem. Tanto a nível social como profissional tudo lhe irá correr bem. Bom relacionamento com as pessoas em geral. Vai tentar fugir da rotina criando projetos e novo modo de vida. Vai querer aproveitar para reestruturar os seus hábitos como fuga à rotina.

PEIXES 20/02 A 20/03 Esta é uma boa altura para fazer viagens, possivelmente mentais. É o período ideal para estudar e aprofundar todo o tipo de conhecimentos. Precisa de se conhecer a si mesmo/a para que possa aproveitar as boas oportunidades que lhe vão surgir. Pode encontrar pessoas que o/a vão ajudar a ampliar os seus horizontes.

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MILÉNIO | CLASSIFICADOS

4 a 10 de novembro de 2022

Agenda comunitária

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Classificados

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Festa da Matança do Porco e aniversário do Rancho Académico de Viseu 1621 Dupont Street, Toronto Nov 5, 7pm

Jantar variedades de carnes de porco, enchidos à moda das Beiras entre outras iguarias e baile a cargo do conjunto Santa Fé. Para reservas e informações favor contactar: 416-604-1125 e 416-824-5675

Portuguese Cultural Centre of Mississauga Fadoalado

53 Queen Street North Mississauga, Nov 19 at 6 pm. Fadoalado winners of Portugal Got Talent at the Portuguese Cultural Centre of Mississauga. Contact us for information and reservations. Limited capacity. For more informations 905-286-1311

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viana1984@gmail.com ou 416-763-2664

60 Caledonia Rd., Toronto We have a PA Day around the corner on the 7th of October, so we are welcoming registrations. We will be having all kinds of fun in true First Portuguese fashion and will include Breakfast, lunch and snack ( also in true First Portuguese fashion). For more information please contact 416-531 9971 or fpccc@firstportuguese.com

Winter break

Week 1 - December 28-30, 8:30-5pm Week 2 - January 3-6, 8:30-5pm Ages 4-12 Very merry fun filled days: arts and crafts, movies, games, fun activities, holiday baking and much more.

Procura senhora de limpeza a tempo parcial ou tempo integral a trabalhar em Mississauga (Hurontario e QEW). Os deveres incluem: limpeza, lavandaria e preparação ocasional de refeições. Interessados favor entrar em contato 647-500-9192 entre às 18h a 21h em qualquer dia da semana. Precisa-se de pessoas para limpeza de prédios comerciais. Preferível com experiência no trabalho. Contrato com chave. Na área de Toronto, Mississauga, Oakville e Burlington. Tem que ter carro próprio. De segunda à sexta-feira. Interessados ligar: Chantelle: 647.473 4622

Dia da Independência Nacional 1975 - 2022

ANGOLANOS, DE MÃOS DADAS PARA O FUTURO Venha e celebre com a comunidade angolana o hasteamento da bandeira da República de Angola em alusão às celebrações do 47° aniversário da independência de Angola. 12 de Novembro às 10:30h Câmara Municipal de Toronto (City Hall - Nathan Phillips Square)

Casa do Alentejo Fadoalado

1130 Dupont St. Toronto, 12 Nov. 7h30pm A Casa do Alentejo tem o gosto de anunciar a festa do São Martinho, com o enorme Luís Caeiro, vindo de Portugal e a nossa querida Teresa Vieira Santos. Mais uma grande noite na vossa Casa do Alentejo, contamos convosco! Reservas: 416-537-7766/416-525-4534

Casa da Madeira Community Centre Matança do Porco

1621 Dupont St. Toronto, 26 Nov. 7h30pm A tradicional Matança do Porco com menu variado e haverá alternativas para as crianças. Leilão de carnes oferecidas por Luis Borges. Reservas: 416-704-2612/647-877-1451

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