FUNOESC 50 anos

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Organizador Rogerio Augusto Bilibio Editor Tiago de Matia


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Editora Unoesc Coordenação Tiago de Matia Revisão linguística e metodológica: Bianca Regina Paganini, Giovana Patricia Bizinela, Gilvana Toniélo Revisão eletrônica: Caren Scalabrin, Simone Dal Moro Revisão final: Bianca Regina Paganini Projeto gráfico e capa: Simone Dal Moro Colaboração na captação de imagens: Adriano França, Alessandra de Barros, Daiane Andreia Rigo, Débora Pivetta Thibes, Eliza Marta Chiarello, Fabiane de Carli Tedesco, Fernando Ferrari Junior, Francielle Mafesoni dos Santos, Jaquelina Ribeiro Pissolatto, Karine Bender, Jeison José da Rosa, Marcos Vinicius Durli, Ricardo Vieira Bernardi, Silvio Junior Triques, Talita Savaris Elaboração da logomarca comemorativa: Rodrigo Antonio Conte

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

F981f

Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina. FUNOESC 50 anos : Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina / Rogerio Augusto Bilibio (organizador). – Joaçaba: Editora Unoesc, 2018. 288 p. ; 23 cm. ISBN 978-85-8422-199-8 1. Unoesc. 2. Ensino superior – Santa Catarina. I. Bilibio, Rogerio Augusto, (org.). II. Título. CDD 378.81

Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Reitor Aristides Cimadon

Pró-reitora de Graduação Lindamir Secchi Gadler

Vice-reitores de Campi Campus de Chapecó Ricardo Antonio De Marco Campus de São Miguel do Oeste Vitor Carlos D’Agostini Campus de Videira Ildo Fabris Campus de Xanxerê Genesio Téo Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão Fábio Lazzarotti Diretora Executiva da Reitoria Cleunice Fátima Frozza

Conselho Editorial Fabio Lazzarotti Silvio Santos Junior Tiago de Matia Carlos Luiz Strapazzon Andréa Jaqueline Prates Ribeiro Wilson Antônio Steinmetz Jovani Antônio Steffani Maria Rita Chaves Nogueira Lisandra Antunes de Oliveira Marconi Januário Marilda Pasqual Schneider Marcieli Maccari Claudio Luiz Orço Daniele Cristine Beuron Ieda Margarete Oro


Sumário Um novo começo........................................................................................................................................................................................... 7 O privilégio de mergulhar na história da Funoesc............................................................................................................ 11 Diferenciação, solidez e propulsão comunitária...............................................................................................................13 Capítulo I

A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste.................... 17 Breve histórico da interiorização do ensino superior no Oeste catarinense..............................................19 O desenvolvimento das primeiras fundações de ensino superior no Oeste catarinense................ 24 FUOC, Fundeste e Femarp..................................................................................................................................................................................... 25

Capítulo II

A Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc)............................................35 Do sonho à quebra de paradigmas............................................................................................................................................... 37 A Funoesc é da comunidade e está na vanguarda.......................................................................................................... 45 Capítulo III

A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)............................................................................ 49 A Unoesc e os desafios na sua criação......................................................................................................................................51 A motivação universitária...................................................................................................................................................................................... 52 Aspectos gerais do processo de reconhecimento e credenciamento....................................................................................... 53 Ampliações e melhorias........................................................................................................................................................................................... 59

A Unoesc e seus Campi.........................................................................................................................................................................63 Joaçaba................................................................................................................................................................................................................................ 65 Xanxerê.............................................................................................................................................................................................................................. 68


São Miguel do Oeste.................................................................................................................................................................................................... 71 Chapecó.............................................................................................................................................................................................................................. 73 Videira.................................................................................................................................................................................................................................. 76 Campos Novos................................................................................................................................................................................................................ 79 Capinzal............................................................................................................................................................................................................................. 82 Maravilha.......................................................................................................................................................................................................................... 84 Pinhalzinho...................................................................................................................................................................................................................... 86 São José do Cedro....................................................................................................................................................................................................... 88 Hospital veterinário e clínicas veterinárias........................................................................................................................................ 90

A Unoesc em pleno crescimento e qualificação................................................................................................................93 O acadêmico da Unoesc.......................................................................................................................................................................................... 94 O Professor da Unoesc............................................................................................................................................................................................ 96 O corpo técnico da Unoesc................................................................................................................................................................................... 99

Ensino, Pesquisa e Extensão...........................................................................................................................................................100 Graduação – formação de agentes transformadores.........................................................................................................................102 Áreas do conhecimento........................................................................................................................................................................................ 104 Cursos de graduação, locais de oferta e coordenadores.......................................................................................................................105 Novos métodos para novos agentes............................................................................................................................................................... 108 Pesquisa, Pós-graduação e Extensão – excelência e compromisso regional....................................................................... 110 A Especialização na Unoesc (lato sensu)....................................................................................................................................................... 114 Os Programas de Mestrado e Doutorado da Unoesc (stricto sensu)................................................................................................ 116 Doutorado e Mestrado Acadêmicos em Educação ........................................................................................................................................ 118 Doutorado Acadêmico e Mestrado Profissional em Administração.........................................................................................................120 Mestrado em Direito............................................................................................................................................................................................... 122 Mestrado em Biociências e Saúde....................................................................................................................................................................... 123 Mestrado em Ciência e Biotecnologia................................................................................................................................................................ 124 Mestrado em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades................................................................................. 125 A Pesquisa e a Produção Científicas na Unoesc........................................................................................................................................ 126 A Extensão na Unoesc............................................................................................................................................................................................ 129 Programa de extensão para a terceira idade: conhecimento, cidadania e qualidade de vida............................................................. 131


Estrutura Organizacional da Unoesc....................................................................................................................................... 133 Reitoria.............................................................................................................................................................................................................................. 133 Pró-reitorias................................................................................................................................................................................................................... 134 Vice-reitorias................................................................................................................................................................................................................. 135 Procuradoria Jurídica............................................................................................................................................................................................... 136 Diretoria Executiva................................................................................................................................................................................................... 137 Controladoria................................................................................................................................................................................................................ 137 Comissão Própria de Avaliação (CPA) e Avaliação Institucional.................................................................................................138 Diretorias de Graduação, Pesquisa, Pós-graduação e Extensão................................................................................................ 140 Gerências Administrativas................................................................................................................................................................................... 142 Diretorias e Coordenações dos Campi aproximados.......................................................................................................................... 143 Coordenadoria Geral de Relações Internacionais ...............................................................................................................................144 Secretaria Acadêmica Geral e Procuradoria Institucional (PI).....................................................................................................146 Coordenadoria Geral da Unoesc Virtual..................................................................................................................................................... 147 Coordenadoria Geral do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP).......................................................................................................148 Coordenadoria Geral da Biblioteca Universitária.................................................................................................................................150 Coordenadoria Geral do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e Coordenadoria de Gestão das Relações com Diplomados................................................................................................................................................................................. 153 Coordenadoria Geral de Recursos Humanos........................................................................................................................................... 155 Coordenadoria Geral de Marketing e Comunicação e da Editora Unoesc........................................................................... 156 Coordenadoria Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação.......................................................................................158 Rádio Unoesc FM....................................................................................................................................................................................................... 160 Agência de Gestão da Inovação e de Relações Institucionais (AGIR)....................................................................................... 161

Unoesc: responsabilidade, inovação e valor adicionado........................................................................................... 163 Os principais valores da Unoesc ..................................................................................................................................................................... 165

A Unoesc pelos seus dirigentes.................................................................................................................................................... 168 Aristides Cimadon .................................................................................................................................................................................................... 169 Luiz Carlos Lückmann ...........................................................................................................................................................................................182 Santo Rossetto ............................................................................................................................................................................................................ 192 Genesio Téo ...................................................................................................................................................................................................................198


Vitor Carlos D’Agostini ........................................................................................................................................................................................ 205 Ricardo De Marco .....................................................................................................................................................................................................210 Ildo Fabris........................................................................................................................................................................................................................218

Cronologia dos Dirigentes............................................................................................................................................................... 225 Cronologia dos Dirigentes da FUOC e Funoesc....................................................................................................................................225 Cronologia dos Dirigentes da Unoesc – Reitoria.................................................................................................................................226

Capítulo IV

O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)...................................................................................... 231 HUST, a responsabilidade de um Hospital Regional e Universitário.............................................................. 233 HUST, um legado comunitário...................................................................................................................................................... 236 Sensibilização acadêmica e promoção da vida................................................................................................................ 239 Organização, estrutura e desenvolvimento....................................................................................................................... 243 Capítulo V

Escolas de educação básica da Funoesc: Colégios Expressivo e Superação.................... 249 As escolas de educação básica da Funoesc e suas perspectivas....................................................................... 251 Colégio Expressivo...................................................................................................................................................................................................255 Colégio Superação....................................................................................................................................................................................................256

Capítulo VI

Funoesc para toda a vida (Depoimentos)............................................................................................................. 259 Celebrar também é agradecer....................................................................................................................................................... 279 Rumo ao Centenário.............................................................................................................................................................................. 283 Referências......................................................................................................................................................................................................................... 285


Um novo começo

A

Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc), criada pela Lei Municipal n. 545, de 22 de novembro de 1968, com sede no Munícipio de Joaçaba, chegou aos seus 50 anos. Certamente, falar dessa história é falar do desenvolvimento de Santa Catarina, sobretudo do Oeste e Meio-Oeste do Estado, regiões que não teriam a pujança

observada hoje sem o entusiasmo e o trabalho incansável desta Fundação. A Funoesc é uma Instituição que agrega pessoas e valores responsáveis pelo desenvolvimento de regiões outrora desassistidas. São mantidas da Fundação a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) e os Colégios Expressivo e Superação. São quase 50 mil profissionais formados pela Unoesc e milhares de cidadãos atendidos no HUST todos os anos, além das crianças e adolescentes que iniciam de maneira muito especial sua vida intelectual nos Colégios da Fundação, aprendendo desde cedo o valor do conhecimento para a transformação pessoal e social, e tantas pessoas mais que são assistidas constantemente pelos diversos serviços prestados por nossos colaboradores, professores e alunos. Assim, a responsabilidade social e o valor adicionado à comunidade catarinense vão muito além dos milhões de reais investidos anualmente no desenvolvimento de diversos projetos que visam melhorar a vida do nosso povo; estão no olhar agradecido dos que encontram aqui esperança, assistência, incentivo e sucesso.

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Todavia, a Funoesc se destaca não somente pela sua capacidade de produzir conhecimento, renda e serviços, mas, sobretudo, pela sensibilidade em congregar as pessoas, proporcionando a todos que dela fazem parte, direta ou indiretamente, a segurança e a convicção de que é possível fazer sempre mais para que um sonho plantado há 50 anos continue vivo e produtivo. Este livro traz grande parte de nossa história, mas também traz muitos dos desafios para os próximos 50 anos, quando as novas necessidades e as inovações tecnológicas que já estão presentes, e muito mais as que sequer conhecemos, passarão a fazer parte do nosso dia a dia, inclusive nós mesmos seremos produtores de vanguardas. Porém, independentemente das novidades, algo permanece: nossa identidade comunitária. Não somos feitos de interesses capitalistas particulares, os quais configuram as perspectivas de negócios das empresas privadas, muito pelo contrário, encontramos nossa essência no serviço comunitário e no desenvolvimento dos sonhos das pessoas que conosco constroem suas próprias histórias. Iniciamos pequenos, mas, com muita audácia e vontade, hoje nos vemos grandes, somando tantas conquistas. Mas o que eu gostaria de destacar é uma conquista especial e diária: nossa capacidade de relacionamento interpessoal, acadêmico e político, que vai muito além das fronteiras do Estado de Santa Catarina. Estamos no mundo como agentes da diferença. Somos parte firmada de um magnífico universo em expansão. O sonho da nossa Fundação atingiu níveis talvez jamais imaginados na década de 1960. Hoje falamos em todas as línguas; utilizamos todos os meios tecnológicos disponíveis; aprendemos com os melhores do mundo; administramos parcerias com dezenas de universidades estrangeiras de renome; ensinamos com o que há de mais avançado em nossos laboratórios e salas de aula; somos referência para instituições muito mais antigas mundo afora; nossa extensão universitária tem propósito de intervenção para o bem social; somos reconhecidos no Estado como expoentes em saúde e assistência hospitalar; nossos serviços são destaque no cenário nacional; e nosso corpo docente e técnico está entre os melhores do País. A Funoesc é forte por ter em seus átrios pessoas fortes, diferentes umas das outras e que crescem juntas, enfrentando desafios diários, dos quais muitos até parecem intransponíveis, mas nunca o são de fato. Não desistimos facilmente. Nossa força está justamente na nossa diferença, nos olhares múltiplos, nos conhecimentos variados… No entanto, olhamos todos para um mesmo horizonte; queremos o mesmo objetivo institucional, e nosso prazer é percebido quando sentimos que o que fazemos vale a pena, quando sentimos que os desafios nos deixam mais corajosos e que cada um de nós é um pouco da Funoesc. Temos orgulho da Funoesc e temos orgulho do que nos tornamos juntos!

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É justo e necessário fazer um agradecimento singular a todos os que doaram muito mais do que tempo para que essa Fundação chegasse a este honrado momento. Obrigado também àqueles que acreditam na missão transformadora da Funoesc. Somos uma comunidade de sonhadores e trabalhadores em prol do bem comum. Desejo que estas páginas, cujo conteúdo foi organizado pelo Professor Rogério Augusto Bilibio e pelos nossos estimados dirigentes e colaboradores, possam trazer a todos os seus leitores um pouco do nosso sentimento altruísta em fazer parte da história da Funoesc. Agradeço, em nome da Editora Unoesc, a todos os que auxiliaram para que este livro pudesse ser publicado, e, de maneira muito especial, obrigado Professor Luiz Carlos Lückmann, Simone Dal Moro e Alessandra de Barros pelo incansável auxílio na diagramação e finalização deste trabalho. Estimado leitor, saiba que esta obra é também sua, ela é um patrimônio de todos nós. Sinta-se parte destes textos, sinta-se entre aqueles que aqui estão mencionados, sinta-se protagonista, pois o futuro da Funoesc está com quem se identifica com os nobres propósitos dela, sua perseverança e seu amor incondicional ao Estado de Santa Catarina e ao Brasil. O futuro da Funoesc está com quem acredita que a comemoração de 50 anos passados também representa, acima de tudo, um novo começo.

Tiago de Matia ... Editor Executivo

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O privilégio de mergulhar na história da Funoesc

O

rganizar o registro do cinquentenário da Funoesc é uma tarefa ampla, de grande complexidade e, assim, é preciso, neste espaço, salientar dois pontos: primeiramente, como em toda produção histórica de caráter institucional, ainda mais em se tratando de um período de cinco décadas, é praticamente impossível dedicar a todos os atores desta história

o merecido destaque. Assim, peço desculpas a todos os colaboradores que restarão anônimos ao final da leitura ou, ainda, que tenham sido lembrados de maneira insuficiente. Em segundo lugar, é imperioso agradecer a todos aqueles que trabalharam com competência e dedicação. A Funoesc como um todo, os seus setores, sobretudo as equipes do Marketing e da Editora Unoesc, as mais envolvidas com este trabalho. Ainda, é preciso dizer que este livro tomará lugar na Cápsula do Tempo, que será lacrada no dia 22 de novembro de 2018, garantindo, assim, a eternização da história da Funoesc. Muitos agradecimentos também poderiam tomar lugar neste espaço; contudo, dois tornam-se imprescindíveis: primeiramente ao Professor Aristides Cimadon, pelo gentil convite para organizar este livro, e, ainda, à acadêmica Camilla Eliza da Silva Carneiro, cujo empenho e dedicação foram fundamentais para o sucesso desta obra. Rogerio Augusto Bilibio Organizador

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Diferenciação, solidez e propulsão comunitária

É

uma honra poder fazer a apresentação deste livro que conta um pouco da história da Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc), mantenedora da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), do Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), do Colégio Expressivo em Xanxerê e do Colégio Superação em Videira. Certamente, aquele grupo de empreendedores, liderado pelo Prefeito Udilo Antônio Coppi, não imaginava que a criação

da Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC), hoje Funoesc, após seus 50 anos de história, tivesse tamanha importância para o desenvolvimento do Meio-Oeste, Oeste e Extremo-Oeste do Estado de Santa Catarina. São quase 50 mil profissionais formados que deram às comunidades regionais condições de crescimento e desenvolvimento econômico, político e social, criaram um novo ambiente de qualidade de vida nesse grande Oeste e projetam um cenário futuro de esperanças. Em 22 de novembro de 1968, por meio da Lei Municipal n. 545/68, foi criada a Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC) (hoje, por alteração daquela Lei, denomina-se Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc)), com os objetivos de ofertar educação superior, fazer pesquisa e promover extensão, dando início a criação de novas oportunidades para milhares de pessoas.

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Este livro traz à memória os feitos dos construtores da Instituição – a sua comunidade acadêmica, entre alunos, professores e funcionários, a comunidade regional e as lideranças do Estado de Santa Catarina –, expondo fatos, números e dados que demonstram a importância da Funoesc nesse meio século, com perspectivas que apontam o crescimento da qualidade de seus serviços de tal modo que, se não existisse, a região seria, certamente, muito diferente e menos desenvolvida do que é atualmente. Nesses 50 anos, a Fundação se organizou e hoje possui um sistema invejável que se destaca pela qualidade de suas estruturas físicas, dos seus profissionais, das oportunidades de ensino, pesquisa e extensão e dos serviços locais gratuitos que oferece à população. Por suas mantidas, oferta inúmeros cursos de graduação, sequenciais, de educação básica e de pós-graduação lato e stricto sensu, além de serviços de referência na Área da Saúde, prestados pelo Hospital Universitário. Sua infraestrutura física, laboratorial, de capacitação de professores, de biblioteca e de informatização lhe permite ser um dos melhores centros de educação básica e superior do Estado de Santa Catarina. Todavia, o que possui de mais importante são seus servidores, funcionários e estudantes. O sucesso de sua história até o presente momento se deve a inúmeros profissionais e importantes lideranças que dedicaram, inclusive, parte de seu trabalho de forma benemerente à construção dessa Instituição. São incontáveis seus colaboradores, e são imensuráveis seu relacionamento com a comunidade, a participação do Poder Público e a relação com a sociedade civil organizada. Ao longo da leitura desta obra, muitas particularidades são apontadas, e muitas histórias exemplares poderão ser relembradas. A iniciativa de marcar a passagem dos 50 anos da Funoesc é da Reitoria da Unoesc, com agradecimento especial ao historiador Rogerio Augusto Bilibio que, de pronto, aceitou realizar a organização da obra. Certamente, como todo relato histórico, deixa no esquecimento particularidades importantes, porque a historização é feita por pessoas, e podem haver falhas. Porém, aqui está grande parte da memória viva da dedicação de uma instituição comunitária, feita por pessoas com objetivos altruístas. Ademais, a Funoesc, como mantenedora especialmente da Universidade, tem se destacado por sua solidez de gestão e de qualidade de ensino, muito diferenciada das demais em Santa Catarina, inclusive das públicas.

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Os quase 50 mil graduados pela Universidade, com certeza, receberam não apenas um diploma, mas, com ele, uma carreira profissional que permite, além de melhorar sua condição social, contribuir com o desenvolvimento das comunidades, do Estado e do País. A passagem de 50 anos de criação da Funoesc é motivo de comemoração das conquistas e de recordação dos muitos momentos de dificuldades, inclusive daqueles de descrédito dos órgãos reguladores que carregam a consciência histórica brasileira de que somente as metrópoles têm condições de produzir algo digno, de qualidade ou promissor. Apesar da história centralizadora e burocrática do sistema regulatório do País, que recolhe não apenas impostos, mas o suor e as lágrimas dos habitantes distantes do poder central, aí está uma Instituição sobrevivente. Esperamos que muitos 50 anos ela possa comemorar. Sabe-se que tudo passa. Passam as alegrias, as dores, as vitórias e a decepção dos objetivos não atingidos. A esperança é de que, nos próximos anos, a Funoesc possa olhar o passado com orgulho, como estamos fazendo, e mirar o futuro com a certeza de que muito se tem a fazer pelo ser humano por meio do ensino, da pesquisa e da extensão.

Genesio Téo Presidente da Funoesc

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Aristides Cimadon Reitor da Unoesc

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Unoesc Joaçaba

Unoesc Xanxerê

Unoesc São Miguel do Oeste

Unoesc Chapecó

Unoesc Videira

Unoesc Campos Novos

Unoesc Capinzal

Unoesc Maravilha

Unoesc Pinhalzinho

Unoesc São José do Cedro

Colégio Expressivo Xanxerê

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Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Colégio Superação Videira

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Capítulo I

A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste



Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

Breve histórico da interiorização do ensino superior no Oeste catarinense Luiz Carlos Lückmann1

A

universidade brasileira, comparativamente à universidade europeia e hispano-americana, é tardia. A história registra algumas tentativas de sua criação no período do Império, ainda no século XIX, mas todas fracassaram. Sem a sua presença, o ensino superior era abrigado em escolas superiores isoladas, de caráter profissionalizante,

destinadas a atender a carreiras de Estado, como Direito, Engenharia e Medicina. Escondia em seus objetivos interesses elitistas, abortando iniciativas que pudessem resultar em uma universidade adequada a um projeto de desenvolvimento de país. A primeira universidade brasileira criada pelo Governo Federal foi a Universidade do Rio de Janeiro, instituída pelo Decreto n. 14.343, de 1920. Resultou da justaposição de três faculdades preexistentes, sem preocupação com um projeto integrador de universidade. É fruto do debate liderado pela Academia Brasileira de Educação (ABE) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), iniciado nos anos 1920. _______________ 1

Presidente da Comissão Própria de Avaliação da Unoesc; Ex-reitor da Unoesc; Ex-presidente da Acafe.

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Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

Na década de 1930, duas outras universidades foram criadas, a Universidade de São Paulo (USP) (em 1934) e a Universidade do Distrito Federal (UDF) (em 1935). O Decreto que criou a USP estabelece, entre suas finalidades, a de promover, pela pesquisa, o progresso da ciência, assumindo em seu marco conceitual o ideário de universidade consagrado pelo modelo de universidade alemão-humboldtiano. Por sua vez, a Universidade do Distrito Federal, então sediada na Cidade do Rio de Janeiro, apesar de criada no contexto centralizador e autoritário do Estado Novo, foi pensada e concebida pela intelectualidade da Associação Brasileira de Educação (ABE) como instituição autônoma e lócus da produção da pesquisa e da cultura, o que lhe assegurou uma configuração totalmente diferente de outras universidades. Essa experiência, contudo, durou por apenas quatro anos. No contexto do modelo desenvolvimentista de Estado e do embalo da industrialização do País dos anos 1950, a discussão em torno da universidade brasileira reaparece por ocasião da proposição da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, aprovada em 1961. Temas como a questão da escola pública versus escola privada e o papel da universidade na nova realidade brasileira colocavam, de um lado, progressistas, de outro, liberais. Esse movimento resultou na criação da Universidade de Brasília, em 1961. Por sua vez, a Reforma Universitária de 1968 se processa no contexto sociopolítico e econômico instalado no País pelo Regime Militar, atingindo a estrutura administrativa da universidade, institucionalizando a carreira acadêmica, abolindo o sistema de cátedras e introduzindo a estrutura departamental e o regime de créditos, em uma clara adesão ao modelo norte-americano de universidade pautado nos princípios da eficiência e produtividade. A Reforma de 1968 propunha a criação de um modelo de universidade alicerçado na integração entre ensino, pesquisa e extensão. De um lado, incentivava o ensino de caráter técnico-profissionalizante; de outro, desejava desenvolver pesquisa e serviços de interesse da indústria. Na prática, obteve resultados razoáveis apenas na ampliação da oferta de ensino, de forma a suprir as necessidades da indústria e do próprio Estado. Em uma década (entre 1960 e 1970), o número de matrículas saltou de 101.691 para 430.473, representando 323% de aumento. Na década de 1970, esse aumento foi de 205%, passando de 430.473 para 1.311.799.

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Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

Nos anos 1990, já com a volta da democracia, ocorre o processo acelerado de expansão da educação superior no País, sobretudo pela via privada de ensino superior, fenômeno que adentrou à primeira década dos anos 2000 e se mantém até os dias de hoje, apesar dos esforços de ampliação do acesso público à educação superior intentado por alguns governantes. Em Santa Catarina, a expansão do ensino superior tem início nos anos 1960, com a criação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, posteriormente, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em 1965. Contudo, tais universidades atenderam somente a demandas próximas à Ilha de Santa Catarina. A expansão da educação superior para o interior do Estado ocorreu nos anos 1960, por meio das fundações educacionais de ensino superior, criadas pelo poder público municipal com o apoio de entidades da sociedade civil e de lideranças locais e com investimento inicial aportado pelo poder público do Estado, por meio do Programa Fundo de Amparo Social (FAS), para esse fim constituído no Governo de Antônio Carlos Konder Reis. O modelo nasce, portanto, no espaço vazio deixado pelo poder público estatal, que optou por priorizar a expansão do ensino superior público junto aos grandes centros urbanos do País. O modelo comunitário de educação superior implantado em Santa Catarina possui características próprias, muitas delas não encontradas em outros modelos de educação superior. As IES são criadas por iniciativa da sociedade civil e do poder público e constituídas sob a forma de fundação ou de associação de direito privado; atendem aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e eficiência; não visam ao lucro; o patrimônio não é propriedade de particulares; os órgãos deliberativos são representados por membros da comunidade interna e da sociedade civil; prestam contas à sociedade e ao poder público; possuem compromisso e responsabilidade social junto às comunidades de seu entorno; têm como missão a formação de pessoas e a participação no processo de desenvolvimento local e regional; e, consequentemente, exercem papel social preponderante no processo de interiorização e de democratização da educação superior no País.

Na região Oeste do Estado, o modelo comunitário de educação superior instalou-se, inicialmente, por meio de pequenas faculdades, ainda nos anos 1960 e 1970. Mais tarde, já nos anos 1990, expandiu-se por meio de duas universidades, a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e a Universidade do Contestado (UnC). Nos anos 2000, a mesorregião foi contemplada com outras duas universidades, a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) e a Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp).

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Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

Já as IES públicas se fizeram representar na região pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e pelo Instituto Federal Catarinense (IFC). A UFFS instalou-se na região em 2009, em resposta à inexpressiva presença de educação superior pública nessa região. Por sua vez, a Udesc veio para a região somente nos anos 2000, atuando, basicamente, na educação a distância. Já as IES com fins lucrativos se instalaram na mesorregião a partir dos anos 1990, movidas por interesses mercadológicos, assim como o fizeram centenas de outras instituições privadas pelo País afora a partir dos anos 1990. Hoje, as Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) catarinenses integram a Associação Catarinense de Fundações Educacionais (Acafe), fundada em 1974, formando o maior sistema de educação superior de Santa Catarina. A Acafe integra 16 instituições de ensino superior, em sua maioria universidades. Representada em números, a Acafe está presente fisicamente em mais de 50 cidades catarinenses, entretanto, pela localização de suas universidades, atende a praticamente todo o Estado, por meio de projetos e programas de extensão que demonstram a força do ensino comunitário, como mostrado no mapa. Em 2018, o modelo comunitário de educação superior catarinense conta com mais de 140 mil estudantes, matriculados em mais de 900 cursos de graduação e 500 cursos de pós-graduação. Conta, ainda, com nove mil professores e seis mil colaboradores técnicos administrativos.

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Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

Instituições de ensino superior da Acafe em Santa Catarina

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Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

O desenvolvimento das primeiras fundações de ensino superior no Oeste catarinense

O

primeiro movimento desta história remonta ao final dos anos 1960, quando, em conjunto com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a Prefeitura Municipal do Município de Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense, realizou o Estudo da Viabilidade Técnica e Financeira para Instalação de Curso de Nível Superior em Joaçaba. Esse diagnóstico é

movido pela necessidade de uma “Equidade nas oportunidades de distribuição de Ensino Superior no interior do estado de Santa Catarina”, conforme texto original do documento. Nos anos 1960 a educação superior deveria “propiciar os meios e criar as condições do progresso tecnologógico e científico do país”, uma visão válida até hoje. Naquele ano, 1960, segundo o censo, Santa Catarina possuía 584.501 analfabetos (o que representava 24,45% da população), 239.995 estudantes no ensino fundamental inicial, 18.261 no ensino fundamental final e menos de 3.000 estudantes no ensino médio. No ensino superior havia apenas 503 estudantes. Já em 1969, mesmo havendo uma melhora nesses números, sobretudo no que tange ao ensino superior, já que se tinha, desde 1960, a Universidade Federal de Santa Catarina, no geral não se observava um quadro muito animador.

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Capitulo I – A interiorização do ensino superior em Santa Catarina e na região Oeste

Em termos de educação superior, por exemplo, os números do final da década de 1960 na região Sul não chegavam a 20% das matrículas totais do País, mais precisamente a 18,1%. E o mais grave se via justamente em Santa Catarina, que respondia por somente 1,5% desse total, ou seja, em número absolutos, 5.246 acadêmicos em 1969. Isso se devia, em boa parte, ao fato de que a população do Oeste catarinense, que era de aproximadamente 600 mil pessoas, em sua grande maioria, não dispunha de acesso ao ensino superior. Mediante esse contexto, houve uma grande necessidade de se criar no Oeste de Santa Catarina fundações educacionais, as quais organizaram os primeiros cursos superiores, contribuindo, assim, para a formação de profissionais liberais e, mais além, possibilitando que docentes de ensino superior pudessem se graduar na própria região, ampliando as condições para que mais cursos pudessem ser ofertados.

FUOC, Fundeste e Femarp O que hoje é a Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc), é fruto de uma caminhada cinquentenária que iniciou com a criação da Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC2) por meio Lei Municipal n. 545/68, da qual aqui reproduzimos, como registro histórico, o primeiro dos seus 19 artigos:

Art. 1º: Fica o chefe do Poder Executivo Municipal autorizado a instituir a FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DO Oeste catarinense – FUOC, entidade de ensino superior destinada ao estudo e pesquisas, como planejar e executar os encargos educacionais em vários ramos do saber e divulgação científica, técnica e cultural, com prazo de duração indeterminado.

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2 Criada em Joaçaba pela Lei Municipal n. 545/68, e recebendo a denominação de Fundação Universitária do Oeste catarinense, a FUOC passou, nos termos da Lei n. 765/74, a chamar-se Fundação Educacional do Oeste de Santa Catarina, mantendo a sigla Fuoc. Posteriormente, por meio da Lei n. 1637/90, alterou-se novamente essa denominação, passando para a nomenclatura Fundação Educacional Unificada do Oeste de Santa Catarina (Unoeste). Por fim, a Lei n. 1673/91 alterou a sigla para Unoesc. Como último ato legislativo nesse sentido, em 20 de fevereiro de 2004, pela Lei n. 2981, determinou-se o uso da sigla Funoesc.

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Lei Municipal n. 545/68, que criou a FUOC

A FUOC mantinha duas faculdades: a Faculdade de Administração de Joaçaba (Fajo) e a Faculdade de Educação (Fae). A Fajo foi criada em 1972 e iniciou suas atividades acadêmicas na sede do Colégio Frei Rogério, sob a direção do Irmão Marcílio Casarotto, com 100 alunos matriculados no Curso de Administração, sendo 50 no primeiro semestre e 50 no segundo. No Boletim Acadêmico da Fajo, de 1972, ficava estampado o orgulho pelo cumprimento das primeiras atividades do Curso de Administração naquele ano:

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Com o término do presente ano, a Faculdade de Administração de Joaçaba pode apresentar este resumo de suas atividades: É a satisfação prestada à Mantenedora (Fundação Universitária do Oeste catarinense), através de seus diretores e Conselheiros; É a recordação para os senhores professores de que conseguiram lecionar nesta primeira e importante etapa; É a concretização do esforço empenhado pelos senhores acadêmicos e ora fixado em Boletim Memorável; É o compromisso atendido pela atual direção para com os que lhe cometeram a missão de dirigir esta Faculdade; É a resposta ao sacrifício de todos aqueles que deram algo para se implantar, em definitivo, o Ensino Superior.

(Frente) (Verso) Boletim acadêmico de 1972, no verso o primeiro grupo de dirigentes da FUOC

Em 1976 criou-se a Fae, com dois cursos: Pedagogia e Estudos Sociais, com funcionamento nas dependências do Colégio Cristo Rei, também na Cidade de Joaçaba. Todavia, em 1986 tanto a Fajo quanto a Fae foram extintas para se criar o Centro de Ensino Superior, com o objetivo de abrigar todos os cursos superiores mantidos pela FUOC. Por meio dele, foram implementados os Cursos de História, Geografia (desdobrados do Curso de Estudos Sociais) e Ciências Contábeis, e também implantados os Cursos de Direito e Artes Práticas.

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1972, Colégio Frei Rogério, o primeiro espaço a abrigar o Curso de Administração da Fajo, uma das mantidas da FUOC Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


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Em 06 de dezembro de 1971, na Cidade de Chapecó, foi criada a Fundação de Ensino do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), por meio da Lei Municipal n. 141/71. Seu primeiro curso, Pedagogia, foi ofertado em 1972. Cronologicamente, a próxima fundação a ser criada no Oeste catarinense foi a Fundação Educacional e Empresarial do Alto Vale do Rio do Peixe (Femarp), na Cidade de Videira, em 03 de julho de 1972, pela Lei Municipal n. 033/72. No ano seguinte, 1973, a Femarp ofertou o seu primeiro curso, Ciências Contábeis, e cinco anos depois, em 1978, inaugurou o seu Campus universitário.

Anos 1970, a Femarp iniciava a educação superior em Videira

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Cumpre, ainda, mencionar duas outras fundações que também construíram uma trajetória de oportunização do ensino superior no Oeste catarinense e que têm seu espaço na historicidade da Funoesc: trata-se da Fundação Educacional do Alto Rio do Peixe (Fearpe), sediada em Caçador, e da Fundação Educacional do Alto Uruguai Catarinense (FEAUC), com sede em Concórdia. Ambas integraram uma etapa da criação da Unoesc, no início dos anos 1990, mas optaram por construir uma instituição à parte. FUOC, Fundeste e Femarp ampliaram suas estruturas, seus quadros docentes e discentes, bem como a diversidade das suas atividades e uniram-se para que, em 1991, se formasse a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). No processo de integração dessas três fundações, encaminhou-se ao Conselho Federal de Educação (CFE) o Projeto que visava aprovar a inicialmente denominada Universidade do Vale do Rio do Peixe (Univarp). Esse Projeto, no entanto, foi substituído 30 dias após ser protocolado. O novo projeto encaminhado trazia em seu escopo a solicitação de aprovação da então denominada Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). No final de 1990, para assumir a gestão desse novo projeto, foi eleita a Chapa Rumo à Universidade, composta pelos Professores Aristides Cimadon e Melsi Moreira. Em 1991, com os demais dirigentes das fundações citadas, tais Professores concretizaram a aprovação, junto ao CFE, e, finalmente, criou-se a Unoesc, que passou a congregar todos os cursos outrora administrados pela FUOC, Fundeste e Femarp, ficando como “Universidade em acompanhamento” até 14 de agosto de 1996, quando obteve o seu credenciamento. É interessante observar que após a união das três fundações houve um aumento expressivo na implementação de novas ofertas de cursos, sendo que, entre 1972 e 1990 (18 anos), período em que as fundações eram independentes, viabilizaram-se 20 ofertas de cursos, enquanto que, de 1991 a 1996, com a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) já constituída, porém não credenciada, viabilizaram-se 19 novas ofertas de cursos em um período de apenas cinco anos. A partir da conquista do credenciamento universitário no CFE, em 1996, a Unoesc expandiu-se ainda mais, sendo que em 22 anos (1996-2018) chegou a 148 novas ofertas de cursos.

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Os processos de criação e afirmação do ensino superior no Oeste catarinense já foram alvo de estudos de vários pesquisadores. Vamos aqui nos apropriar da contribuição de um deles, o Professor Luiz Carlos Lückmann que, na obra Caminhos do Ensino Superior no Oeste de Santa Catarina, registra o apoio de personalidades que foram decisivas nesses processos. Primeiramente, a respeito da FUOC: “Na história da Fundação Universitária do Oeste catarinense - FUOC, queremos lembrar os incansáveis senhores Udilo Coppi e Darci Fuga, precursores e batalhadores do ensino superior no Meio-Oeste catarinense.” Sobre a Fundeste:

Na história da Fundação de Ensino para o Desenvolvimento do Oeste – FUNDESTE, encontramos o saudoso Plinio Arlindo De Nês, um dos idealizadores e batalhadores do Ensino Superior nesta região, além de sua visão empreendedora em favor da sociedade chapecoense. Encontramos também Dom José Gomes, marco não somente da educação superior desta região, como também símbolos de luta incansável em favor das minorias, da cidadania, dos direitos humanos e de construção de uma sociedade nova, alicerçada na justiça, na ética e numa nova cultura.

O Professor também recolhe, na mesma obra, os atores decisivos para a consolidação da oferta de ensino superior em Videira: “Já na história da Fundação Educacional e Empresarial do Alto Vale do Rio do Peixe – Femarp, temos as inesquecíveis pessoas dos senhores Saul Brandalise, Dante Martorano e Paulo Fioravante Penso, todos de saudosa memória. A comunidade videirense sabe o que significaram esses nomes àquela região e à educação superior.” Coube às fundações de ensino superior no Oeste catarinense a missão de atender àquilo que o Poder Público se mostrava incapaz: organizar os primeiros cursos e disponibilizá-los à comunidade. Dificilmente se poderá dimensionar o tamanho desse desafio, pois é preciso uma enorme capacidade de abstração para quem não viveu aqueles dias no sentido de imaginar cidades sem sequer ligação asfáltica, vivendo com total falta de estrutura e de tecnologias e com pouca confiabilidade dos serviços de comunicação e telefonia. A implantação de cursos superiores no interior de Santa Catarina era visto por muitos como um desafio que talvez não valesse a pena, como podemos ver no relato do professor Nelson Denardi, Pró-reitor de Administração da Unoesc Videira entre 1991 e 1994:

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Criar um curso superior no interior do Estado era complicado, pois o Conselho Estadual não aceitava. Lembro de um grande professor do Conselho, mas com visão restrita, que disse: “Vamos oferecer ensino superior no Oeste de Santa Catarina para quem? Índios e agricultores?” Não existiam professores com especialização e mestrado na região, por isso a dificuldade de se conseguir a autorização dos cursos.

Em meio a tudo isso, a FUOC, a Fundeste e a Femarp conseguiram superar esse quadro e, sobretudo, depois que se uniram e passaram a ser o que é hoje a Funoesc, fazendo, talvez, além até do que era possível à época, deixaram o caminho cimentado para que surgisse a tão desejada primeira universidade do Oeste catarinense.

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Aspectos do Oeste de Santa Catarina nos anos 1960, Cidade de Xanxerê Fonte: Skyscrapercity (2018). Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

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Capítulo II

A Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc)



Capitulo II – A Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc)

Do sonho à quebra de paradigmas Luiz Carlos Lückmann3

O

s primeiros passos para o processo de interiorização da educação superior em Santa Catarina ocorreram nos anos 1960, protagonizados por fundações educacionais de ensino superior criadas a partir da conjugação de esforços entre entidades da sociedade civil e o Poder Público municipal e instaladas em cidades de médio e grande portes do interior do Estado.

Na mesorregião Oeste, o modelo fez-se representar por cinco instituições: a Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC), sediada em Joaçaba; a Fundação de Ensino do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), com sede em Chapecó; a Fundação Educacional e Empresarial do Alto Vale do Rio do Peixe (Femarp), sediada em Videira; a Fundação Educacional do Alto Rio do Peixe (Fearpe), com sede em Caçador; e a Fundação Educacional do Alto Uruguai Catarinense (FEAUC), sediada em Concórdia. Essas fundações passaram a oferecer ensino superior sem maior densidade, atendendo a demandas

_______________ 3

Mesorregião Oeste

Presidente da Comissão Própria de Avaliação da Unoesc; Ex-reitor da Unoesc; Ex-presidente da Acafe.

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advindas das comunidades de seus entornos, com o apoio das prefeituras locais e do Governo do Estado. Apesar de suas limitações, o modelo foi pioneiro e único no processo de interiorização da educação superior na mesorregião. As tratativas para a criação de uma universidade no Oeste catarinense remontam aos anos 1980. Como, isoladamente, nenhuma das instituições de ensino superior existentes na região reunia as condições exigidas pela legislação para se constituir uma universidade, passou-se a trabalhar com a ideia de unificação. A primeira tentativa resultou na criação da Federação das Fundações Educacionais do Meio-Oeste catarinense (FEMOC), projeto que reunia quatro instituições, a FUOC, a Femarp, a Fearpe e a FEAUC. Por razões diversas, o projeto não obteve sucesso. Enquanto a Fearpe e a FEAUC se integraram ao projeto de criação da Universidade do Contestado, a FUOC, a Femarp e a Fundeste integraram-se ao projeto de criação da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Os primeiros passos para a criação da nova Universidade ocorreram em abril de 1990, ocasião em que os dirigentes das três fundações assinaram protocolo constituindo Nos anos 1980 era visível a ansiedade da região Meio-Oeste pela consolidação da sua universidade

uma Comissão com o objetivo de elaborar o Projeto de Carta-

consulta e, em seguida, o Projeto de Universidade. A Carta-consulta foi aprovada pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) em fevereiro de 1991, e o Projeto de Universidade, em novembro do mesmo ano.

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A partir de então, inicia-se o processo de implantação do Projeto de Universidade, sob acompanhamento do Conselho Federal de Educação (CFE) (1991-1993) e, posteriormente, do Conselho Estadual de Educação (CEE) (1993-1996), liderado pelo Professor Aristides Cimadon, Reitor implantador da nascente Instituição. O Projeto previa a criação e a implantação de novos cursos de graduação para atender a áreas de conhecimento ainda não oferecidas pela Instituição, como as áreas da saúde e das engenharias. Implantou-se, igualmente, as políticas de graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão e capacitação docente, bem como se investiu na ampliação da infraestrutura física, laboratorial e de acervo, requisitos imprescindíveis para lograr êxito no credenciamento da Instituição. O credenciamento veio em 20 de dezembro de 1995, após ato de reconhecimento do CEE (nos termos do Parecer n. 263/95), e em 14 agosto de 1996, mediante ato de credenciamento do Ministério da Educação, por meio do Decreto Presidencial n. 96.

1995, Professor Cimadon e outras autoridades no Conselho Estadual de Educação

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1996, assinatura do credenciamento da Unoesc pelo então Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, em Brasília

Duas Comissões foram decisivas nesse processo: a que acompanhou a aprovação e implantação do Projeto de Universidade, e a que acompanhou esse mesmo processo junto ao CEE. A primeira foi constituída pelos Professores Zilma Gomes Parente de Barros (UFBA), Relatora do processo no CFE, Theodoro Rogério Vahl (UFSC), Dolores Simões de Almeida (UFSC) e Décio Botura Filho (UFScar). E a segunda Comissão foi nomeada pelo CEE, uma vez que as instituições associadas à Acafe pertenciam, na época, ao Sistema Estadual de Educação. Integraram a Comissão o Padre Kuno Rodhen, Relator do processo no CEE, o Professor Orlando Ferreira de Melo (FURB), a Professora Sônia Probst (UFSC) e o Professor Sebastião Salésio Herdt (Unisul).

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Também foi decisivo nessa caminhada o apoio recebido de lideranças políticas e comunitárias, de entidades de classe, prefeitos, câmaras de vereadores e governador. Toda essa mobilização política e social conferiu legitimidade ao processo, pois se tratava de um projeto de alcance comunitário e regional. Uma vez credenciada, a Unoesc passou a liderar o processo de expansão do ensino superior na mesorregião. Iniciou-se pela construção do Projeto Político-pedagógico Institucional, ainda em 1996, e seu texto serviu de base para a elaboração do primeiro Planejamento Estratégico, cujos resultados foram publicados em documento intitulado Credenciamento público: legitimidade social – Planejamento Estratégico 1999/2010. O Planejamento teve por objetivo preparar a Instituição para o futuro, do ponto de vista de sua Planejamento Estratégico da Unoesc de 1999: documento norteador de importância histórica

missão, finalidades, bem como de seu plano de expansão e estratégia de atuação.

Em 1998, a Fundação Educacional dos Municípios do Alto Irani (FEMAI), com sede em Xanxerê, e a Fundação Educacional do Extremo-Oeste de Santa Catarina (Funesc), sediada em São Miguel do Oeste, passaram a compor a estrutura organizacional da Unoesc como Campi universitários em igualdade de condições aos demais. Em 2002, o Campus de Chapecó cindiu da Unoesc para constituir a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

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Passados 50 anos de Fundação, pode-se afirmar que hoje a Unoesc é um modelo exitoso de educação superior único no País, não somente pelas características que a distinguem de outros modelos de universidade, mas também pelo que representa nas comunidades de seu entorno. É a maior e mais influente universidade da mesorregião Oeste, com 15.026 alunos matriculados na graduação, 2.285 na pós-graduação lato sensu, 256 na pós-graduação stricto sensu e 794 na educação básica (UNOESC, 2018). Como seria a mesorregião sem a Unoesc? Que impactos ela produz no processo de desenvolvimento regional? Dias Sobrinho (1999, p. 71) afirma que a universidade “não pode perder suas referências de pertinência a uma realidade concreta que lhe confere existência real e lhe determina o quadro de valores e de compromissos sociais a serem consolidados e cumpridos.” Isso significa dizer que se uma região enfrenta problemas que comprometem seu desenvolvimento social, esses problemas não podem ficar restritos à responsabilidade do Estado, a universidade também precisa participar de sua solução. A Unoesc tem participado do processo de desenvolvimento regional por meio de três vetores: formação de profissionais; pesquisa e inovação; e ampliação constante de sua responsabilidade enquanto instituição social. A Unoesc vem sendo, ao longo desses anos, protagonista no processo de formação de recursos humanos para a região. Já formou, entre 1974 e 2018, 48.596 profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento (UNOESC, 2018). Iniciou, na década de 1970, pelos Cursos de Administração (7.041 formados) e Pedagogia (5.471), e na década seguinte ampliou a oferta com os Cursos de Ciências Contábeis (5.349) e Direito (6.130). No início da década de 1990 acelerou a implantação de novos cursos em áreas em que ainda não atuava, como Engenharia de Produção Mecânica (529 formados), Educação Física (2.468), Ciência da Computação (369), Ciências Biológicas (992), Comunicação Social (419), Engenharia Civil (611), Engenharia Elétrica (231), Agronomia (823), Psicologia (1.453), Fisioterapia (459), Farmácia (438) e Odontologia (662). Nas duas primeiras décadas dos anos 2000, a Instituição ampliou a oferta de cursos nas áreas da saúde e das engenharias, como Medicina (416 formados), Enfermagem (438), Biomedicina (160), Veterinária (645), Engenharia Florestal (194), Engenharia

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Sanitária e Ambiental (150), Engenharia Bioenergética (69), Engenharia da Computação (41), Engenharia de Alimentos (240), Engenharia da Produção (38) e Engenharia Química (6). Portanto, o grande impulso na formação de recursos humanos na mesorregião ocorreu por meio da Unoesc. Até então as pequenas Instituições de Ensino Superior (IES) da região limitavam sua oferta de ensino superior a cursos como Administração, Pedagogia, Ciências Contábeis, Direito e algumas licenciaturas. Outro consenso existente na literatura é o de que sem pesquisa e inovação não há desenvolvimento social (AUDY, 2017). Para Dias Sobrinho (2005, p. 167), “a educação superior adquire uma enorme importância como instância produtora das fontes de riqueza, geradora e disseminadora dos conhecimentos, da capacidade de utilizar os saberes adquiridos e de aprender ao longo de toda a vida.” Foi somente em meados do século XX, com a emergência da sociedade do conhecimento, que a Universidade percebeu essa segunda missão, um caminho a ser trilhado pela Unoesc nos próximos anos se quisermos mudar a geografia da inovação em nosso Estado, hoje alojada na grande Florianópolis, no Norte e no Vale do Itajaí. A Unoesc tem dado passos importantes nas políticas de pesquisa e inovação, como a criação do Polo de Inovação Vale do Rio do Peixe (Inovale), financiado pelo Governo do Estado e sediado na Instituição. O empreendimento terá o desafio de constituir-se em habitat para a criação de empresas voltadas à nova economia, que passa pela inovação e tecnologia, em substituição ao modelo empresarial que vem se exaurindo na região. Na mesma direção, em 2017 a Instituição criou a Agência de Gestão da Inovação e de Relações Institucionais (AGIR), com a finalidade de promover a inovação e intensificar parcerias com empresas, instituições e governos, visando ao desenvolvimento regional. A AGIR aloja habitats de inovação, como o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), uma pré-incubadora e uma incubadora. A pré-incubadora vem abrigando projetos, muitos deles já transformados em empreendimentos inovadores.

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A Universidade possui um compromisso de ordem ética e política com as comunidades de seu entorno (DIAS SOBRINHO, 2005). Na Unoesc, esse compromisso se traduz em ações de responsabilidade social em três dimensões: no processo de desenvolvimento econômico e social; na preservação do meio ambiente; e na inclusão social. As ações voltadas ao desenvolvimento econômico e social materializam-se no desenvolvimento de programas e projetos nas áreas empresarial, ambiental, da educação, da saúde e da tecnologia que, ao longo do tempo, produzirão impactos na economia regional, sobretudo na economia de base social e tecnológica. Já as ações que evidenciam a participação em programas de inclusão social são desenvolvidas em parceria com entidades comunitárias, com o objetivo de promover ações sociais às populações carentes. Não resta dúvida que, ao longo da história, a Unoesc tem sido vetor determinante no processo de desenvolvimento da mesorregião Oeste. Mas o que esperar de seu futuro? Como será a Instituição nos próximos 50 anos? Outro caminho a ser trilhado, mas sempre Unoesc. Como fala recorrentemente o Reitor da Unoesc, Aristides Cimadon: “As pessoas passam, mas a Instituição permanece.”

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A Funoesc é da comunidade e está na vanguarda

A

Unoesc é uma universidade comunitária. O que significa esse termo? Como o próprio nome sugere, instituições comunitárias não pertencem a pessoas físicas, tendo sua origem a partir de uma lei municipal. Diferenciam-se das instituições privadas por esse motivo, portanto, mas também se diferenciam das instituições públicas porque não são

mantidas com recursos do Estado, mas com seus próprios recursos. Pode-se afirmar, então, que a instituição comunitária é uma universidade de natureza pública de direito privado. Como se trata de uma instituição comunitária, seu objetivo é atender à sociedade, disponibilizando ensino, pesquisa e extensão, ou seja, conhecimento científico nas suas mais variadas formas, de modo a contribuir para o desenvolvimento. Contudo, na trajetória histórica desse tipo de instituição, muitas foram as dificuldades que precisaram ser superadas. A precariedade estrutural que caracterizou o período inicial é fato marcante. Como desdobramento desse fator, havia também uma dificuldade bastante desafiadora em termos de recursos humanos para a instalação dos cursos. Mas ainda outro fator a conferir limitações foi a questão jurídica, pois a peculiaridade da universidade comunitária não permitia que as leis a tratassem como instituição privada, pois de fato não o é, mas também a afastavam de um enquadramento como universidade pública, o que faz sentido pelo fato de não ser mantida com recursos estaduais ou da União. Essa questão foi resolvida apenas recentemente. A promulgação da Lei n. 12.881, de 12 de novembro de 2013, e sua confirmação a partir da Portaria n. 634, de 30 de outubro de 2014, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 31 de outubro de 2014, n. 211, p. 27, que qualifica a Unoesc Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

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como instituição comunitária, significou um marco na atuação das universidades, pois a resolução jurídica dessa questão amplia a possibilidade de participação na dinâmica educacional e, mais ainda, finaliza o processo de legitimação jurídica, reconhecendo a importância dessas instituições. A Unoesc, assim, está pronta para trilhar o seu caminho no século XXI, que, como veremos a seguir, está no mínimo tão pleno de desafios como esteve no seu nascedouro e crescimento inicial. Desde a sua implantação como fundação educacional, a Unoesc sempre vislumbrou o futuro com otimismo e nunca duvidou da sua capacidade de realização. Muito embora tenham mudado seus atores, esse espírito se mantém intacto até hoje, o que nos leva a concluir que prosseguirá nos próximos anos. Assim, resta-nos imaginar como será a Unoesc do futuro. Tal tarefa é, certamente, de difícil prognóstico, pois as dinâmicas sociais são intensas. Todavia, alguns pontos são claros se nos balizarmos na história da Instituição. Primeiramente, a Unoesc nunca recuou perante mudanças necessárias em suas estruturas. Isso significa que a agregação de novas tecnologias foi uma constante, e será assim também no futuro. Portanto, acadêmicos, professores e colaboradores terão à sua disposição, para estudar e trabalhar, todas as possibilidades que a Ciência oferecer. A Unoesc do futuro certamente será uma universidade conectada às novidades tecnológicas. Em segundo lugar, vale usar o mesmo raciocínio para as inovações pedagógicas, que nos tempos recentes estão diretamente associadas ao emprego dessas tecnologias. Mas também é preciso lembrar que o corpo docente da Unoesc utiliza as tecnologias como ferramenta e não como finalidade. Assim, os aprimoramentos pedagógicos caminham independentemente da renovação tecnológica. A Unoesc do futuro será, como é hoje, uma instituição que renova seus métodos de ensino e aprendizagem. Em terceiro lugar, pensar a Unoesc do futuro é também registrar que existe o entendimento do equilíbrio entre abrigar a inovação e manter a sabedoria conquistada historicamente. Ou seja, inovar é preciso, mas com a justa preocupação de não anular o que se fez e se faz com qualidade e eficiência. Nessa perspectiva, o ensino não presencial se constitui uma importante reflexão. A Unoesc assimila essa modalidade e caminha com solidez nesse sentido, com o cuidado de não prescindir dos seus valores e da qualidade que sempre a caracterizaram. Há uma preocupação permanente em estudar e desenvolver as formas de oferecer a educação não presencial, tão característica do momento atual. 46

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Finalmente, pensar a Unoesc do futuro é ter a plena consciência de que a maioria dos acadêmicos que hoje ingressa na Universidade nasceu no século XXI e nele tem o seu referencial. Apesar de ser uma instituição jovem, a Unoesc nasceu à época do telex e da máquina de escrever, mas assimilou o fax, o computador e a sociedade on-line. A Unoesc está preparada para se comunicar, formar e desenvolver o cidadão do século XXI. A Funoesc também é responsável pelo Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), o qual, em razão da significativa incorporação de tecnologia, dos equipamentos e da qualificação de recursos humanos, se constitui uma referência no atendimento hospitalar para o Sul do Brasil. Todavia, esses três fatores, por mais importantes que sejam, não são considerados pelo Hospital como seu bem mais precioso, mas, sim, o seu ambiente humanizado, que contribui para a cura e o conforto do paciente e de seus entes queridos. A ideia de que a saúde humana é resultado do atendimento pleno das necessidades do indivíduo é a diretriz com que o HUST atua. Somem-se a isso, ainda, o fato de o HUST responder pelo atendimento de uma região e a sua relação com a saúde pública, a qual cumpre suas obrigações em termos superiores aos exigidos por lei. A união dos conhecimentos acadêmicos e profissionais com a missão institucional garante que a comunidade desfrute do atendimento diferenciado, bem como que os futuros médicos e demais profissionais da Área da Saúde possam ali desenvolver suas práticas em um cenário de respeito, ética, seriedade e competência. Nesse contexto de vanguarda, a Funoesc traz, de maneira muito especial, o cuidado e o incentivo à educação básica. Nos Colégios Expressivo e Superação o que se prioriza é a tríade família, escola e sociedade, onde há o pleno desenvolvimento de estratégias pedagógicas e socioculturais que viabilizam a construção de um caráter de educação inovador, atual, tecnológico, mas, acima de tudo, ético e cidadão. Os Colégios promovem a participação ativa de seus alunos na construção de valores transversais e disrruptivos que se conectam às vanguardas do ensino-aprendizagem e subsidiam condições para o desenvolvimento da consciência crítica e proativa. Na Funoesc, a educação básica está pautada na formação do cidadão integral, de alunos conscientes de sua realidade e convictos de seus papéis para a melhoria da sociedade por meio de ações cotidianas e multidisciplinares. São alunos diferentes que fazem a diferença, assumindo responsavelmente o protagonismo de suas vidas e dando vazão aos seus sonhos.

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CapĂ­tulo III

A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)



Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Unoesc e os desafios na sua criação

N

os anos 1980 o Brasil foi mudando. A princípio com o fim do Governo militar, o primeiro Presidente civil e a nova Constituição. Na educação, essas mudanças também estavam chegando, mas com mais lentidão. Para o Oeste catarinense, em termos de ensino superior, o trabalho desenvolvido pelas fundações e suas faculdades já tinha colhido

bons frutos, possibilitando e facilitando o desenvolvimento social. Mas ainda havia muito por fazer. Por exemplo, estruturar entidades que pudessem oferecer cursos em todas as áreas do conhecimento e que atuassem também nos campos da pesquisa, da extensão e da pós-graduação. Contudo, as dificuldades eram, de certo modo, tão impactantes quanto aquelas por ocasião dos primeiros cursos. Primeiramente, os entraves legais: vigorava ainda uma lei, escrita no Governo militar, que proibia a criação de universidades. Em segundo lugar, as dificuldades econômicas: logística deficitária, estruturas ainda incipientes. Como terceira reflexão, as dificuldades em recursos humanos: como atrair e como capacitar mestres e doutores? Se ainda hoje as Instituições de Ensino Superior (IES) enfrentam essa situação, o que dizer de 30 anos atrás? E, finalmente, as questões políticas regionais, que precisaram ser muito bem discutidas e articuladas para que a Unoesc pudesse, efetivamente, ter sua existência contemplada. Nas páginas seguintes vamos descrever um pouco desses grandes desafios que foram vencidos com competência e seriedade.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A motivação universitária Na década de 1980 as fundações universitárias já haviam superado a barreira inicial da inexistência de cursos superiores no Oeste catarinense. Já era possível, em cada cidade polo, a comunidade usufruir dos serviços e dos cursos existentes, embora estes não fossem em grande número e abrangência pelas limitações próprias de uma Instituição de Ensino Superior (IES) sem o status de universidade. Justamente a autonomia e a profundidade da tríade ensino-pesquisa-extensão eram o desafio a ser superado, a transformação das fundações universitárias em uma universidade de fato, uma entidade que pudesse contemplar objetivos estratégicos como: • ofertar, de forma autônoma, maior quantidade de cursos, em todas as áreas de conhecimento; • ampliar e qualificar a oferta de extensão universitária e de prestação de serviços; • promover a pesquisa, no sentido de buscar soluções para as problemáticas regionais.

O desafio estava, pois, lançado. Levá-lo a termo exigiria muita concentração, paciência, conhecimento, habilidade e articulação política. Isso porque, além das próprias dificuldades da época – limitações de logística e de tecnologias, por exemplo –, havia também o entrave legal: a legislação daquele período, herança do Regime Militar, proibia a criação de universidades. Para a execução do audacioso empreendimento, muitas foram as pessoas, entidades e episódios que contribuíram para que, em 14 de agosto de 1996, a Unoesc estivesse definitivamente reconhecida como Universidade. O que se pretende neste espaço é registrar, para a posteridade, um pouco dessa trajetória, mas com a consciência de que não será possível dar todo o destaque a cada um dos atores e dos fatos em razão da sua extensão e da limitação do espaço desta obra. Mas fica a certeza de que foi a soma do esforço de todos que fez surgir a Universidade do Oeste de Santa Catarina. A eles a nossa homenagem.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Aspectos gerais do processo de reconhecimento e credenciamento Para a Unoesc chegar ao que é hoje, transformações significativas de porte jurídico necessitaram ser efetuadas. Vamos aqui fazer uma breve síntese desse processo, mas salientamos que, tão importante como a consolidação jurídica (e indubitavelmente indispensável para que tal ocorresse) foi a mobilização política, ideológica e cidadã dos diversos atores. À descrição de seus atos será dedicado um espaço. Assim, o primeiro passo para a constituição da Universidade foi agregar as fundações de Joaçaba, Chapecó e Videira. Inicialmente foi necessário alterar a Lei n. 545/68, por meio da Câmara Municipal de Vereadores de Joaçaba, possibilitando a mudança do nome da antiga Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC) para Fundação Educacional Unificada do Oeste de Santa Catarina (Unoeste). Isso foi feito pela Lei n. 1.637/90, que também definia que a Fundação teria como abrangência todo o Oeste de Santa Catarina e, mais importante, permitia à nova Instituição que se estruturasse administrativamente na modalidade multicampi, característica que permaneceria até hoje. No entanto, houve a necessidade de se alterar a sigla Unoeste para Unoesc, por meio da Lei n. 1.673/91, visto que Unoeste já era uma sigla registrada por outra instituição. O segundo movimento foi a incorporação dos bens e do patrimônio, pela via de comodato, das fundações de Videira e Chapecó. O Conselho Mantenedor da Fundeste de Chapecó e a Assembleia Geral da Femarp de Videira foram os responsáveis pela aprovação do ato. Ainda nessa verdadeira epopeia jurídica, em 05 de novembro de 1991 foi realizada a transferência dos cursos das fundações (Fundeste e Femarp) para uma única mantenedora, no caso, já denominada Unoesc, além de ser efetuado o remanejamento de vagas. A Unoesc Chapecó recebeu os Cursos de Economia, Administração Rural, Geografia e História. Em Videira ficava o Curso de Direito, e em Joaçaba, o Curso de Letras. Mais tarde, por meio da Lei n. 2.981/04, a Unoesc passou a adotar a sigla Funoesc, Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Repercussão na mídia no período de reconhecimento da Unoesc

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Finalizando a primeira etapa da consolidação judicial, ainda era preciso redimensionar a Carta-consulta. Isso ocorreu ainda em 1991, fixando um prazo de 10 meses para a apresentação de um plano de universidade. Esse plano teria que prever um período de cinco anos para acompanhamento da Instituição, ou seja, a partir de 1991 a Unoesc já era uma universidade, mas ainda com a nomenclatura “em acompanhamento”. O Parecer n. 539/91, que aprovou esse projeto, é datado de 06 de novembro de 1991. Os anos 1990 começaram com essa excelente notícia para o Oeste catarinense.

1991, assinatura da aprovação da Universidade em acompanhamento pelo Conselho Estadual de Educação

Referente à mudança de nome, temos a explicação didaticamente construída pelos documentos da Universidade, com a seguinte redação:

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Com o entendimento de que o projeto da Universidade contemplasse também a integração do processo de desenvolvimento socioeconômico na região, em reunião realizada na cidade de Chapecó, em abril de 1990, e como as instituições de Joaçaba e Videira já houvessem protocolado, no prazo legal, seu projeto de universidade, com a denominação de Universidade do Vale do Rio do Peixe (UNIVARP), entenderam os dirigentes da FUNDESTE que também aquela instituição deveria incorporarse ao projeto já protocolado, refazendo-o em nova dimensão. Foi assinado, na ocasião, um protocolo de intenções, sendo este levado à relatora Professora Zilma Parente de Barros, em Brasília, por um grupo de lideranças e dirigentes. Após longa explanação, a relatora aceitou a proposta. Foi criada, a partir dessa decisão, uma comissão pró-universidade encarregada de realizar e elaborar o projeto e organizar a instituição. Em 17 de novembro de 1990, na cidade de Chapecó, foram elaborados e aprovados os estatutos da Fundação Mantenedora, com a sigla UNOESTE, depois modificada para UNOESC.

Os nomes que a Unoesc teve durante esse processo são vários. Primeiramente, Universidade Regional do Meio-Oeste catarinense (Unimoc), congregando a Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC), com sede em Joaçaba, a Fundação Educacional do Alto Uruguai Catarinense (FEAUC), com sede em Concórdia, a Fundação Educacional do Alto Rio do Peixe (Fearpe), com sede em Caçador, e a Fundação Educacional e Empresarial do Alto Vale do Rio do Peixe (Femarp), com sede em Videira. As discussões sobre a cidade que abrigaria a reitoria, além de outras situações peculiares ao processo de aglutinação das entidades, fizeram com que as fundações de Caçador e de Concórdia se ausentassem do processo, optando por construir uma Instituição de Ensino Superior (IES) à parte. Assim surgiu a Universidade do Vale do Rio do Peixe (Uniarp), com a fusão das já citadas FUOC e Femarp. Contudo, esse processo foi efêmero, pois com a adesão da fundação de Chapecó, o projeto de universidade se tornou mais robusto e, portanto, mais viável de a Fundação se constituir em universidade. Assim surgiu a Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoeste). Era a união das duas fundações citadas anteriormente, com a adesão da Fundação de Ensino do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), com sede em Chapecó, mas que possuía unidades em Xanxerê e São Miguel do Oeste, ampliando a área de atuação em termos geográficos, econômicos e educacionais. Entretanto, essa nomenclatura já havia sido utilizada por outra Instituição de Ensino Superior (IES), razão pela qual se criou a atual nomenclatura, a Unoesc. Entretanto, a etapa seguinte – o acompanhamento da Unoesc pelo Ministério da Educação – era também um grande desafio. Mas foi vencido pela árdua determinação, pelo alinhamento das competências e pelo comprometimento das autoridades educacionais, do setor público e do setor privado.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Anos 1990, Carta-consulta para viabilização da criação da Unoesc

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A partir de 1992, o processo evoluiu com a aprovação de diversos documentos, como o novo estatuto, o Plano de Cargos, Salários e Carreira e os regimentos e procedimentos administrativos, transformando efetivamente a realidade acadêmica em um pensar e realizar universitário. O Conselho Estadual de Educação, de 1993 em diante, passou a dialogar com a Unoesc, em colaboração com o Ministério da Educação. A composição da comissão foi a seguinte: o Relator foi o Padre Kuno Paulo Rhoden (Presidente do Conselho de Educação na época), e os membros foram os Professores Orlando Ferreira de Mello (FURB), Sebastião Salésio Herdt (Unisul) e Sonia Maria Hickel Probst (UFSC). O processo de acompanhamento, iniciado em 1991, estendeu-se até 1996. Durante esses cinco anos, a Unoesc, mesmo precisando grafar junto ao seu nome a expressão “Em acompanhamento”, já possuia o status de universidade, tendo, inclusive, a autorização de cognominar o seu dirigente com o título de Reitor. Findada essa etapa, a Unoesc foi oficialmente reconhecida como universidade em 14 de agosto de 1996. Sendo assim, já são mais de duas décadas nessa condição, mas as transformações ocorridas nesse curto período de tempo mostram que, uma vez conquistados seu credenciamento universitário e sua autonomia, a Unoesc fez muito em pouco tempo.

1996, autoridades presentes por ocasião da assinatura do credenciamento pelo então Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, em Brasília

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Ampliações e melhorias No processo de acompanhamento, a história da Unoesc passou por situações que precisaram ser entendidas e resolvidas, já que crescer era preciso. Foi nesse período que a Instituição demonstrou, não apenas ao Poder Público, representado pelo Ministério da Educação e pelo seu equivalente no Estado de Santa Catarina, o Conselho Estadual de Educação, mas principalmente à sociedade como um todo, que requerer o status de universidade era uma condição necessária para o Oeste catarinense. Assim, de uso de suas atribuições, a Unoesc, ao longo do período de acompanhamento pelo Conselho Estadual de Educação, executou uma série de ampliações e melhorias, das quais podemos destacar as seguintes:

a) ofertas de novos cursos: entre 1991 e 1996 houve 19 ofertas de cursos. Esse número é significativo quando comparado ao período anterior, ou seja, quando as fundações atuavam de forma isolada. Nos 18 anos (19721990), as fundações que originaram a Unoesc viabilizaram 20 ofertas de cursos, ou seja, a Universidade, ainda que em acompanhamento, já conseguia dar um ritmo de expansão muito mais intenso que as fundações. E o período posterior, em que a Unoesc estava reconhecida (1996 a 2018), é ainda mais prolífico: 148 novas ofertas de cursos surgiram; b) ampliação da área construída, salas de aula, laboratórios e bibliotecas: nesse sentido, no período de acompanhamento (1991-1996) diversos acordos e convênios foram celebrados para possibilitar a construção de novos espaços e a ampliação dos existentes; também se buscou a aquisição de acervos bibliográficos e equipamentos, o que proporcionou, em âmbito geral, maior qualidade aos cursos e demais serviços universitários; c) qualificação do corpo docente: dentro da política que era possível nos anos 1990, dezenas de professores foram encaminhados para programas de mestrado e doutorado. A Unoesc ofereceu diversos programas em colaboração com outras universidades, tanto no seu próprio espaço quanto enviando seus professores para cursá-los em outras

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Instituiçoes de Ensino Superior (IES). Nesse período também foram contratados vários professores mestres e doutores, qualificando, assim, significativamente o corpo docente, bem como o ensino, a pesquisa e a extensão universitárias; d) estruturação da pós-graduação: a partir da qualificação docente, a Unoesc pôde ampliar a oferta da pósgraduação lato sensu e, ao mesmo tempo, iniciar seus projetos para a implantação do stricto sensu; e) redefinição de políticas, diretrizes e objetivos: para se adequar às exigências e perspectivas de uma universidade, a Unoesc reformou seus estatutos, regimentos e documentos norteadores, transformando, dessa forma, sua cultura institucional.

Devidamente estruturada e reconhecida, a Unoesc passou a perseguir sua constante consolidação, buscando padronizar documentos, processos e procedimentos e qualificar suas estruturas para melhor atender às especificidades da mesorregião Oeste de Santa Catarina. O processo de ampliação e melhoria da Funoesc, sobretudo da Unoesc, é contínuo, e esse fato é observado quando se analisam os números da Universidade desde seu início, no começo dos anos 1990. Hoje, em 2018, ela ostenta uma infraestrutura física grandiosa e uma estrutura intelectual ainda maior. Em termos físicos, a Unoesc dispõe de uma área total (terreno) superior a 1,8 milhão de m², e sua área construída (própria) é de quase 170 mil m²; possui quase 500 salas de aula, mais de 400 laboratórios, 17 auditórios (que juntos podem reunir aproximadamente 5.500 pessoas), nove ginásios/quadras esportivas, quase 462 mil livros divididos em 10 bibliotecas, 89 ofertas de cursos de graduação, quase 100 cursos de especialização, mais de duas centenas de cursos de extensão, seis programas de mestrado e dois programas de doutorado, quase 60 grupos de pesquisa divididos em oito áreas do conhecimento (stricto sensu), quase 900 professores e mais de 730 colaboradores diretos (funcionários). Tudo isso e muito mais para atender quase 18.400 alunos, somando desde a educação básica até o doutorado.

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Anos 1980, primeiras instalações da Unoesc São Miguel do Oeste

Anos 1990, construção do segundo bloco da Unoesc Joaçaba

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Anos 1990, construção das primeiras estruturas da Unoesc Videira

Anos 1990, construção do primeiro bloco da Unoesc Xanxerê

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Unoesc e seus Campi

A

Unoesc adentrou o século XXI como uma instituição sólida, com uma imagem altamente positiva perante a sociedade, consciente de sua importância e responsabilidades. Sua atuação ocorre diretamente em todo o Oeste, Meio-Oeste e parte da Serra de Santa Catarina, bem como no Noroeste do Rio Grande do Sul e no Sudoeste do

Paraná. Cartograficamente, temos esta representação:

Mapa de Santa Catarina – mesorregiões e abrangência da Unoesc

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

As instalações de Joaçaba, Xanxerê, São Miguel do Oeste, Chapecó, Videira, Campos Novos, Capinzal, Maravilha, Pinhalzinho e São José do Cedro aglutinam os interesses da mesorregião Oeste, buscando qualificar milhares de pessoas que se tornam agentes transformadores de suas realidades.

Cidades onde a Unoesc está instalada em 2018

Essas localidades possuem sua própria história, integrada à trajetória da Unoesc, e todas, sem exceção, são determinantes para o seu entorno. Vamos agora conhecê-las um pouco mais.

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Joaçaba O Município de Joaçaba, localizado no Vale do Rio do Peixe, é um polo de educação e serviços da região. Mesmo tendo uma população de aproximadamente 30.000 habitantes (55 mil se forem consideradas Luzerna e Herval d’Oeste, Municípios conurbados), seu PIB é proporcionalmente o maior da região Meio-Oeste, fruto da liderança nos setores de serviços, comércio e metalomecânico.

Cidade de Joaçaba em 2018

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Além disso, a Cidade atrai os olhares nacionais por conta da projeção que a sua festa de carnaval alcança, bem como da devoção dedicada ao Beato Frei Bruno, cujo monumento oferece uma bela visão da Cidade. Joaçaba ainda é citada como um dos municípios de mais alto IDH do País e como um dos lugares mais harmoniosos para se viver. O Campus de Joaçaba é o mais antigo da Unoesc, mas nem sempre os cursos funcionaram onde estão hoje. A construção das atuais estruturas começou ao final dos anos 1970, e a cada bloco acrescentado, mais necessidades surgiam. Hoje, além dos seis blocos que constituem o que a comunidade carinhosamente chama de Campus I e Campus II, existem estruturas alocadas no Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) e no Ambulatório Médico Universitário (AMU), além de um complexo esportivo e recreativo de grande extensão territorial.

Unoesc Joaçaba, sede da Reitoria em 2018

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Detalhando essas estruturas, são 105 salas de aula, 61 laboratórios, quatro auditórios (o maior com 650 lugares), pré-incubadora tecnológica, centro de eventos e complexo esportivo. O complexo dispõe de ginásio, quadra multiesportiva, academia, sala de judô, sala para aulas de dança, campo de futebol suíço, duas canchas de bocha e uma de bolão. Em relação ao já citado AMU, seu espaço comporta salas de aula, clínicas e consultórios para as práticas dos cursos da Área da Saúde. Nesse Ambulatório há uma significativa prestação de serviços à comunidade, com atendimentos gratuitos. Ali trabalham os professores e acadêmicos dos Cursos de Medicina, Odontologia, Psicologia, Fisioterapia e Enfermagem, gerando, portanto, um serviço articulado entre ensino, extensão e assistência social. Além dos cursos da Área da Saúde, a Unoesc Joaçaba oferece, em 2018, 12 cursos de graduação presenciais nas demais áreas do conhecimento – Administração, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Direito, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia da Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia Química – e dois cursos na modalidade EaD – Licenciatura em Informática e Tecnologia em Processos Gerenciais. Nesses 19 cursos conta-se com quase 4 mil alunos matriculados. A Unoesc Joaçaba acaba, assim, por atrair estudantes da região, do Estado, do País e, ainda, e de outros países em número cada vez maior. Isso se deve também aos cursos de pós-graduação lato sensu, mas principalmente aos programas de stricto sensu. O Campus oferece os Mestrados em Educação e em Biociências e Saúde, e o Doutorado em Educação.

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Xanxerê A Unoesc Xanxerê está sediada na Capital Catarinense do Milho, título que o Município ostenta desde 2001, mas que na verdade é uma simbologia da diversidade da produção da região, pois são expressivos os números referentes ao plantio de soja, feijão e trigo e à criação de aves, suínos, bovinos e ovinos, além da apicultura.

Cidade de Xanxerê em 2018

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A pequena propriedade, característica predominante em todo o Oeste catarinense, não é exceção em Xanxerê, que possui mais de 900 proprietários rurais, apresentando, assim, uma grande diversidade, bem como se constitui fator importante para uma distribuição de renda mais adequada a uma política de desenvolvimento regional. A oferta de cursos segue a política da Unoesc, contemplando todas as áreas do conhecimento, de acordo com as necessidades da região. Um dos pontos de referência nesse sentido são os Cursos de Ciências Agrárias, com a oferta de Medicina Veterinária e Agronomia. No espaço destinado a esses cursos, localizado em ambiente natural no interior do Município, localizase o hospital veterinário, com uma área de 4,5 mil m2, dispondo de sala de recepção, dois consultórios, salas de emergência e de esterilização, consultório odontológico, enfermaria e laboratórios de diagnóstico por imagem, de patologia clínica, de reprodução, de microbiologia e de parasitologia. Há, ainda, um bloco cirúrgico particular e para aulas práticas de pequenos e grandes animais, salas de plantonista, de aula, de professores, de preparo, além de canis e gatis para internamento e recuperação pós-cirúrgica.

Unoesc Xanxerê em 2018

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A Unoesc Xanxerê oferece, em 2018, além dos cursos das Ciências Agrárias, 16 cursos de graduação presenciais – Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Design, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Bioenergética, Engenharia Civil, Engenharia Florestal, Farmácia, Pedagogia, Psicologia, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Zooctecnia. Também oferece dois cursos na modalidade EaD – Licenciatura em Informática e Tecnologia em Processos Gerenciais. Nesses cursos, congrega mais de dois mil alunos. Dispõe, ainda, de cursos de pós-graduação e do Mestrado em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades, e mantém o Colégio e Pré-vestibular Expressivo, com quase 400 alunos que cursam desde a educação infantil até o ensino médio. Estruturalmente, a Unoesc Xanxerê conta com 74 salas de aula, 67 laboratórios, biblioteca universitária, anfiteatro com capacidade para 850 pessoas e ambientes de aprendizado modernos e diferenciados.

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São Miguel do Oeste Localizado no Extremo-Oeste de Santa Catarina, na região fronteiriça com a Argentina, o Município de São Miguel do Oeste possui uma população de 38 mil habitantes. Ao longo das últimas décadas, a região tem se destacado nos setores industriais, como o moveleiro, em franca expansão. O agronegócio, em que predomina o sistema da pequena propriedade, é outro propulsor da economia regional. Somada a outras atividades, essa configuração permite ao Município ostentar boas

Cidade de São Miguel do Oeste em 2018

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classificações no rankeamento dos níveis de qualidade de vida: é um dos melhores para se viver no Brasil, com IDH 0,801. A Cidade de São Miguel do Oeste, ainda, é apontada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a 10ª melhor do Estado de Santa Catarina para se viver e a 39ª do País. A Unoesc São Miguel do Oeste abriga hoje uma estrutura que conta com 69 salas de aula, 91 laboratórios, biblioteca universitária, auditório, brinquedoteca, centro esportivo e clínica veterinária. Os acadêmicos e a comunidade em geral têm, ainda, à sua disposição muitos outros espaços, como o Centro Tecnológico, no qual são desenvolvidas atividades dos Cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo. Além destes, a Unoesc oferece, em 2018, outros 12 cursos de graduação presenciais – Administração, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia de Alimentos, Farmácia, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Pedagogia e Psicologia – e dois cursos na modalidade EaD – Licenciatura em Informática e Tecnologia em Processos Gerenciais. Nesses cursos reúnem-se mais de 3.400 alunos. O Campus conta, também, com diversos cursos de pós-graduação, organizados de acordo com as demandas regionais.

Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

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Chapecó A Unoesc Chapecó possui uma existência recente, pois foi implantada no ano 2009. Contudo, a Fundação de Ensino do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste) foi uma das três fundações que originaram a Unoesc.

Cidade de Chapecó em 2018

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Por razões administrativas, essa Fundação, importante no contexto, optou por criar uma universidade própria. Portanto, a atual estrutura de Chapecó, integrada à Unoesc, é resultado da expansão da Instituição de Ensino Superior (IES) em sua área de abrangência. Chapecó, a maior Cidade do Oeste catarinense em termos de população (209.553 habitantes) e circulação econômica, é referência brasileira em agroindústria. O Município é um polo, em termos nacionais, de empresas processadoras e exportadoras de suínos, aves e derivados.

Unoesc Chapecó em 2018

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A Unoesc Chapecó possui quase dois mil alunos em 10 cursos de graduação presenciais – Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Pedagogia, Psicologia e Sistemas de Informação. Disponibiliza, também, dois cursos de graduação EaD – Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática. A oferta da pós-graduação é bastante significativa; dezenas de cursos de especialização (lato sensu) são ofertados todos os anos, além de dois Programas de Mestrado – em Administração e em Direito – e um Programa de Doutorado – em Administração. Em termos de estrutura física e humana, a Unoesc Chapecó goza de excelente situação. Sua localização, em área urbana privilegiada, conta com espaços amplos e contato com a natureza. Salas de aula e laboratórios equipados e climatizados, Serviços de Atendimento Psicológico (SAP), bem como de assistência legal, extensiva à comunidade em geral, por meio do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), e empresarial, por meio do Centro de Gestão e Empreendedorismo (CGE), fazem com que o estudante otimize seu tempo e, assim, possa se capacitar com eficiência. Em termos numéricos, a Unoesc Chapecó possui dezenas de laboratórios vinculados aos cursos, 54 salas de aula, academia, auditórios, sala de dança, ginásio de esportes e ambientes para estudos coletivo e individual. Suas estruturas esportivas são utilizadas pelas equipes de base da Associação Chapecoense de Futebol, aproximando, assim, ainda mais a Unoesc da comunidade.

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Videira A Unoesc Videira, que contempla o Alto Vale do Rio do Peixe, sediada no Cidade de mesmo nome, atende às expectativas de uma região peculiar, seja pela introdução da pequena propriedade, pela vocação da vitivinicultura, pela referência na indústria frigorífica, seja, ainda, pela diversidade da produção da fruticultura e do aproveitamento turístico das paisagens naturais. O

Cidade de Videira em 2018

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Município de Videira, com aproximadamente 50 mil habitantes, pode ser mencionado como um espaço de crescimento da produção leiteira e da indústria de embalagens plásticas. A Fundação Educacional e Empresarial do Alto Vale do Rio do Peixe (Femarp), em 1972, iniciou, juntamente com outras fundações, o processo que criaria a Unoesc, responsável hoje pela capacitação e aperfeiçoamento dos recursos humanos da região.

Unoesc Videira em 2018

Por conta dessa configuração econômica, é na oferta de Cursos de Engenharia que a Unoesc Videira tem uma das suas áreas de atuação mais evidentes. Atualmente o Campus se destaca por oferecer os Cursos de Engenharias Química, Sanitária e Ambiental e de Alimentos, além do Curso de Biotecnologia Industrial, que atraem estudantes de outras regiões de Santa Catarina

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e de outros estados brasileiros. As demais ofertas de ensino de graduação presencial em 2018 são: Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Design, Direito, Educação Física, Farmácia, Nutrição, Pedagogia e Psicologia –, além das duas na modalidade a distância – Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática. Nos cursos de graduação oferecidos pelo Campus contam-se quase dois mil alunos matriculados. A Instituição disponibiliza, também, diversos cursos de pós-graduação (lato sensu) e o Programa de Mestrado em Ciência e Biotecnologia (stricto sensu). São ao todo 72 salas de aulas, uma biblioteca universitária, um ginásio e dois auditórios, o maior com capacidade para 400 pessoas. O Núcleo Biotecnológico reune os 43 laboratórios do Campus e concentra essas atividades em quatro andares, facilitando o acesso à aprendizagem de alta performance. Ainda compartilham desse espaço, já se ambientando ao clima do ensino universitário, alunos da educação básica, nas modalidades de ensino fundamental e ensino médio, pois o Campus abriga o Colégio Superação.

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Campos Novos Campos Novos, distante 43 km de Joaçaba, é um dos municípios mais importantes para Santa Catarina no que diz respeito ao agronegócio. Suas condições territoriais, fertilidade e topografia favorecem o plantio de cereais (é chamado de O Celeiro de Santa Catarina) e as atividades pecuárias. O Município aglutina os interesses comerciais e industriais desse ramo econômico.

Cidade de Campos Novos em 2018

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Portanto, a oferta de ensino superior em Campos Novos atende, ao mesmo tempo, a dois importantes compromissos institucionais da Unoesc: primeiro, otimizar o acesso à Universidade a uma comunidade que compreende significativa área geográfica, pois as cidades da região da Associação dos Municípios do Planalto Sul Catarinense (Amplasc) têm na Instituição a facilidade de contar com uma universidade na sua sede, beneficiando também dezenas de municípios do Noroeste do Estado vizinho, o Rio Grande do Sul; segundo, com a inauguração do novo Campus, propiciar plenas condições para o funcionamento de dois Cursos estratégicos para o desenvolvimento regional: Agronomia e Medicina Veterinária.

Unoesc Campos Novos em 2018

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As novas instalações inauguradas no ano 2016 e construídas dentro de padrões que atendem a necessidades de sustentabilidade, têm uma infraestrutura que soma 12 mil m² de área construída e que promove o desenvolvimento sustentável, com a geração de energia eólica e solar, a utilização de cobertura ecológica nos acessos e estacionamentos, o armazenamento e reaproveitamento de água pluvial para limpeza, irrigação e manutenção de seus espaços, iluminação de LED, bem como outras implementações de gerenciamento ambiental. Estruturalmente, dispõe de clínica veterinária para pequenos e grandes animais, 20 salas de aula, 16 laboratórios, biblioteca, auditório em construção (com capacidade para mais de 800 pessoas), centro administrativo, área de convivência, anfiteatro para 70 pessoas, estacionamento para mais de 500 veículos e ciclovia. A Unoesc Campos Novos (Campus aproximado da Unoesc Joaçaba), abriga os Cursos de Administração, Agronomia, Medicina Veterinária e Pedagogia, e dois cursos de graduação EaD – Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática. Na graduação o Campus conta com mais de 600 alunos matriculados. Dispõe, também, da oferta de cursos de extensão e pós-graduação.

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Capinzal Localizado no Baixo Vale do Rio do Peixe e a 34 km de Joaçaba, o Município de Capinzal é considerado um forte polo produtivo da indústria frigorífica. Da mesma forma que Campos Novos, sua localização geográfica favorece o acesso dos habitantes dos municípios do Noroeste gaúcho à Unoesc Capinzal e aos seus Cursos de Administração, Música e Pedagogia, bem como aos dois cursos de graduação EaD – Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática.

Cidade de Capinzal em 2018

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

As atividades na Unoesc Capinzal (Campus aproximado da Unoesc Joaçaba) remontam a 1998, inicialmente com o Curso de Pedagogia. Gradativamente, a Instituição foi agrupando a oferta de mais cursos de licenciatura, fortalecendo, dessa forma, a política de formação de professores, sempre sensível às demandas do Poder Público e da sociedade como um todo. Em termos estruturais, a Unoesc Capinzal dispõe de ampla área construída, que compreende 15 salas de aula, biblioteca, dois laboratórios de informática, brinquedoteca, laboratório de matemática e auditório com capacidade para 256 pessoas. Em processo de graduação, o Campus reúne mais de 300 alunos matriculados.

Unoesc Capinzal em 2018

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Maravilha Maravilha, distante 45 km de São Miguel do Oeste, abriga a Unoesc desde 1996. É um Município de 25 mil habitantes e, a exemplo dos demais municípios da região Oeste catarinense, tem o setor produtivo focado no agronegócio, na indústria e no setor madeireiro.

Cidade de Maravilha em 2018

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Unoesc Maravilha em 2018

A Unoesc Maravilha (Campus aproximado da Unoesc São Miguel do Oeste), oferece à comunidade um espaço de 2.852 m2 de área construída, onde os estudantes são distribuídos em 13 salas de aula e usufruem de auditório, área para convivência estudantil, biblioteca, além de sete laboratórios diversos. Ainda, existe um espaço de 6.000 m2 onde está localizada a Área Demonstrativa e Experimental, que é utilizada para práticas dos cursos, principalmente das Ciências Agrárias. Nesse local, há uma das coleções mais completas de pastagens perenes de verão do Estado de Santa Catarina, além de uma coleção de plantas medicinais. Em 2018, o Campus conta com mais de 200 alunos matriculados nos cursos de graduação ofertados: Administração e Agronomia (modalidade presencial) e Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática (EaD).

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Pinhalzinho O Município de Pinhalzinho, no Oeste catarinense, com aproximadamente 20 mil habitantes, está localizado entre os Municípios de Chapecó e São Miguel do Oeste, dos quais dista cerca de 70 e 55 km, respectivamente. É um Município que experimentou um crescimento industrial recente, aliado à tradição do agronegócio.

Cidade de Pinhalzinho em 2018

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Unoesc Pinhalzinho em 2018

A Unoesc Pinhalzinho (Campus aproximado da Unoesc São Miguel do Oeste), apresentou sua estrutura à comunidade no ano 2011, e hoje, em 2018, possui 4.468 m2 de área construída, contando com 18 salas de aula, equipadas e climatizadas. Os alunos também têm à disposição 25 laboratórios modernos, nos quais são promovidas aulas dinâmicas e produzidas pesquisas de reconhecimentos nacional e internacional. A Unoesc Pinhalzinho também realiza atendimento jurídico e psicológico à comunidade, por meio do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) e do Serviço de Atendimento Psicológico (SAP). Nesse Campus são oportunizados os cursos presenciais de Ciências Contábeis, Design, Direito e Psicologia, e dois cursos de graduação EaD – Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática –, reunindo quase 550 alunos matriculados, além de cursos de extensão e pós-graduação.

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São José do Cedro Inaugurada em 2005, a Unoesc São José do Cedro (Campus aproximado da Unoesc São Miguel do Oeste) foi projetada para instalar o Curso de Agronomia na antiga escola agrícola, cedida pela municipalidade. A escolha pelo local se deve às ótimas condições da bacia leiteira e de uma agricultura familiar organizada, com diversidade de produção, uma característica predominante na economia deste Município do Extremo-Oeste catarinense, localizado cerca de 34 km da Cidade de São Miguel do Oeste.

Cidade de São José do Cedro em 2018 Crédito pela foto: Urbane Arquitetura e Urbanismo

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O Campus, no interior do Município, ocupa uma área de 54 hectares, dos quais 2.658 m2 são de área construída. Nesse espaço estão alocados 27 laboratórios, sete salas de aula, biblioteca e área para convivência estudantil. Importante mencionar que a instalação da clínica veterinária em São José do Cedro se constitui importante referência para o ensino (inclusive dos alunos do Curso de Medicina Veterinária da Unoesc São Miguel do Oeste, que também se utilizam da sua estrutura) e para a comunidade. Oferece, em 2018, o Curso de Agronomia e dois cursos de graduação EaD – Tecnologia em Processos Gerenciais e Licenciatura em Informática –, congregando mais de 100 alunos matriculados. No Campus encontra-se, ainda, de maneira muito expressiva, a Fazenda-escola, na qual os futuros engenheiros agrônomos e médicos veterinários desenvolvem atividades práticas e pesquisas de reconhecimentos nacional e internacional.

Unoesc São José do Cedro em 2018

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Hospital veterinário e clínicas veterinárias A Unoesc oferece o Curso de Medicina Veterinária em Xanxerê, Campos Novos e São Miguel do Oeste. Nessas cidades a comunidade acadêmica e a sociedade em geral dispõem de um espaço para acolhimento de pequenos e grandesanimais, onde, além de serem feitos os atendimentos, os acadêmicos desfrutam das dezenas de laboratórios e executam suas atividades práticas. Embora todos esses setores estejam aparelhados e organizados para o atendimento da comunidade estudantil e em geral, é preciso acrescentar que todo e qualquer colaborador da Unoesc está orientado a prestar o seu serviço de modo a contribuir com a sociedade. Assim, podemos dizer que cada membro da Unoesc é um setor à disposição de todos. Além das suas finalidades pedagógicas, o hospital veterinário e as clínicas veterinárias são um espaço de cidadania, pois a população pode usufruir dessas estruturas, no sentido do cuidado com os grandes e pequenos animais. Além disso, a preservação da fauna tem importante aliado. Frequentemente, a comunidade em geral, as ONGs e a Polícia Ambiental encaminham para a Unoesc animais que necessitam de cuidados para serem reintroduzidos ao seu habitat natural.

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Hospital veterinário da Unoesc Xanxerê em 2018

Clínica veterinária da Unoesc São José do Cedro em 2018

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Clínica veterinária da Unoesc Campos Novos em 2018

Clínica veterinária da Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Unoesc em pleno crescimento e qualificação

U

ma vez transformada em Universidade, a Unoesc passou a conviver com essa realidade. Nesse sentido, houve uma reconfiguração dos seus diversos recursos. Foram elaborados e executados programas para a capacitação dos seus professores e funcionários visando à ampliação da capacidade de atendimento aos alunos e à comunidade em geral.

Qualificaram-se os setores institucionais, as coordenadorias de áreas e cursos e expandiram-se os conceitos de

produção científica e internacionalização. A Unoesc conta hoje com um perfil de profissionais de alto padrão e alunos críticos e que conseguem se desenvolver a partir de um relacionamento fluído e eficaz com seus professores. O objetivo da Unoesc é crescer sempre, não apenas como estrutura física, mas como propulsora de qualidade de vida, preparando o Oeste e Meio-Oeste catarinense para seu presente e futuro.

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O acadêmico da Unoesc A Unoesc é uma universidade que atua em todo o Oeste catarinense, recebendo acadêmicos em sua maioria da própria região, mas também do Paraná e do Rio Grande do Sul. São mais de 17.500 acadêmicos graduandos e pós-graduandos (lato e stricto sensu) na Universidade, e entre 3.500 e 4.000 novos estudantes ingressam a cada ano. Para uma comunicação eficiente com o seu estudante, mais importante ainda, para obter os meios plenos para auxiliálo na sua formação, a Unoesc, por meio de suas estruturas e da coordenação de sua Comissão Própria de Avaliação, realiza estudos e coletas de dados para conhecer o perfil de seus estudantes. Dessa forma, em termos de perfil majoritário, o estudante que está na Unoesc é jovem, entre 17 e 21 anos, estudou em escola pública e pertence à segunda geração com a qual a Unoesc atua, ou seja, muitos são filhos de pessoas formadas na Unoesc, embora ainda existam muitos que são os primeiros da sua família a ingressarem no ensino superior. É um

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

estudante trabalhador, pertencente, sobretudo, às classes C, D e E, que necessita de auxílio para custear seus estudos, o que o faz com seu próprio recurso, de seus pais e/ou de bolsas de estudo. Esses dados mostram a relevância social do trabalho desenvolvido pela Unoesc. O perfil do seu estudante confirma o diferencial que o ingresso no ensino superior provoca na vida de cada indivíduo. Não por outra razão, esse acadêmico espera da Unoesc uma formação que lhe permita crescimento profissional, mas também que o capacite de forma integral, com atividades de cultura e esporte, com reflexões voltadas para a cidadania e com a oportunidade de aprender outros idiomas e de realizar intercâmbio. Ciente dessas necessidades, a Unoesc tratou de se organizar para isso, e o faz com eficácia, pois os dados demonstram também a percepção, por parte de seus estudantes, de que suas expectativas são atendidas.

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O Professor da Unoesc A Unoesc, a cada década, experimentou um avanço em termos numéricos e qualitativos do seu corpo docente. Os primeiros anos dessa trajetória não foram nada fáceis, pois as dificuldades com o ensino superior, descritas anteriormente, não permitiam a constituição de um corpo docente com a desejada qualificação. Essa era uma situação não apenas da região, mas do próprio País. Esse quadro teria efetivamente o início de sua superação somente a partir dos anos 1990. Como ocorreu em todo o País, em Santa Catarina estavam presentes diversas adversidades, e para o interior do Estado de forma ainda mais intensa, pois aí se soma a dificuldade na atração de docentes de outros centros em razão das peculiaridades regionais. Ciente dessas dificuldades, a Unoesc optou por criar mecanismos internos de capacitação de seus próprios diplomados, auxiliando-os de todas as formas: financeira, intelectual e profissionalmente.

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No infográfico abaixo é possível visualizar a evolução numérica, em termos quantitativos, do quadro docente da Unoesc a partir de 2010: Evolução docentes Unoesc (2010-2017) – formação acadêmica

Especialistas Mestres

Período Total de docentes

54

91

120

166

376

428

438

455

391

349

401

323

2010 832

Doutores

2011 834

2012 868

2013 966

2014 959

2015 991

2016 944

2017 882

336

411

394

264

411

454

453

442

78

101

144

176

A Unoesc chega ao seu cinquentenário em plena expansão da qualidade de seu corpo docente. Os percentuais de professores mestres e doutores têm aumentado em uma dinâmica contínua, e o desafio prossegue, pois nesse momento mais de 50 professores estão em processo de doutoramento.

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Em relação ao regime de trabalho, o mesmo raciocínio utilizado anteriormente é possível. No infográfico a seguir é nítida a intenção da Instituição em contar com os professores de tempo parcial e integral, preferencialmente. Evolução docentes Unoesc (2010-2017) – regime de trabalho

Horistas Tempo parcial Tempo integral

Período Total de docentes

287

329

332

399

137

147

221

228

408

392

406

317

2010 832

2011 834

2012 868

2013 966

2014 959

2015 991

2016 944

2017 882

389

430

400

301

156

209

214

214

289

327

377

367

Essa melhora nos índices mostra o acerto das políticas docentes da Unoesc. Contudo, a exemplo do que ocorre na questão da titulação do corpo docente, esse movimento de qualificação está longe de cessar ou se acomodar. A Unoesc pretende que seus docentes estejam integrados aos seus cursos da forma mais intensa possível.

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O corpo técnico da Unoesc Em 2018 a Unoesc conta com 734 colaboradores, em sua maioria graduados e especialistas em suas áreas de atuação. Eles representam o apoio fundamental para as funções gerenciais, administrativas, estruturais e pedagógicas que a Universidade necessita para a realização de suas atividades. Articulados pelo setor de Desenvolvimento Humano, esses colaboradores estão em permanente processo de capacitação e aprimoramento, recebendo da Unoesc incentivos para seus estudos em forma de cursos, palestras, aquisição de conhecimentos específicos e concessão de benefícios para ingresso nos cursos de graduação e pós-gradução da Instituição. Amparados pelo Plano de Cargos e Salários e demais vantagens concedidas pela Unoesc, os colaboradores encontram ambiente favorável para o amplo exercício de suas capacidades.

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Ensino, Pesquisa e Extensão

A

tríade ensino-pesquisa-extensão é o motor de funcionamento da Unoesc. Seus documentos norteadores, políticas, resoluções e planejamento estratégico são idealizados e executados nessa prerrogativa, tendo a qualidade de formação como parâmetro maior. Para sintetizar toda essa dinâmica e esforço, organizamos uma exposição por cada

eixo, mostrando no primeiro momento a graduação, seu dinamismo, qualificação, áreas de conhecimento e cursos. Em seguida, apresentamos uma exposição das políticas de pesquisa e pós-graduação da Unoesc e seus resultados, orientados para a solução das problemáticas acadêmicas e regionais. Ainda veremos o viés da Extensão na Unoesc – o que não é tarefa de fácil mensuração, pela diversidade e profundidade das atividades desenvolvidas. Também de maneira muito especial conheceremos os programas stricto sensu da Unoesc (mestrado e doutorado).

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A estrutura física e laboratorial são diferenciais da Unoesc

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Graduação – formação de agentes transformadores A Unoesc oferece, no ano de seu cinquentenário, 36 cursos de graduação, distribuídos em 10 municípios, totalizando 89 ofertas. Os alunos matriculados nesses cursos chegam a mais de 15 mil. Ainda nesse sentido, na fase anterior de ensino, a Unoesc conta com 794 estudantes, nos níveis de educação infantil, ensino fundamental e médio. A gestão da graduação está organizada a partir da Pró-reitoria de Graduação, liderada pela Professora Lindamir Secchi Gadler, descentralizada em cada Campus a partir do seu respectivo Diretor de Graduação. A equipe é responsável por produzir conhecimento, formar pessoas e aprimorar o ensino neste momento marcado por rápidas e intensas transformações. Em uma sociedade que se caracteriza por ser mais aberta e competitiva, envolta em redes globais de comunicação e com uma acelerada expansão do conhecimento avançando em direção a novas formas de trabalho, o modelo tradicional e o papel da Universidade são constantemente questionados em relação a todas as formas de operação aplicadas até então. Nesse contexto, a equipe da Pró-reitoria de Graduação concentra esforços na reestruturação dos projetos pedagógicos, na melhoria contínua da infraestrutura da Universidade e na intensificação do relacionamento com os alunos e com a comunidade, aliando, sobretudo, capacidade de adaptação e inovação. Professora Lindamir Secchi Gadler, Pró-reitora de Graduação em 2018

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Em termos gerais, o objetivo é formar não apenas profissionais competitivos para o mercado de trabalho, mas, além disso, formar um ser humano capaz de conhecer a si mesmo e de conviver em harmonia com o mundo globalizado e plural. O trabalho tem como cerne o conceito de que a Universidade precisa ser agente de mudança, ou seja, assumir o protagonismo como catalizadora do processo de desenvolvimento do nosso País, do nosso Estado e da nossa região. Para tal, é preciso responder com agilidade e competência às demandas de mercado, e, nesse sentido, o Plano de Desenvolvimento Institucional da Unoesc (PDI), concebido e elaborado de forma participativa, com o objetivo de delinear a construção do futuro da Instituição, orienta as atividades da Próreitoria de Graduação com diretrizes sólidas e apropriadas para o momento em questão. O entendimento da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão norteia o planejamento das atividades da Pró-reitoria de Graduação, em que a incorporação de tecnologias e novas metodologias é promotora do aperfeiçoamento do ensino, formando profissionais de referência e impulsionando o desenvolvimento sustentável da Instituição. A articulação desses três pilares, ensino, pesquisa e extensão, atuando de maneira sinérgica, é a própria essência da Universidade. Assim, o reconhecimento da excelência acadêmica da Universidade e da sua atuação como agente de desenvolvimento regional é mais do que a visão de futuro da Instituição, é o alicerce e a premissa para todo o trabalho da Pró-reitoria de Graduação da Unoesc.

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Áreas do conhecimento Em 2018, além dos 36 cursos de graduação, a Unoesc oferece cerca de 100 cursos de especialização (lato sensu), seis programas de mestrado e dois programas de doutorado (stricto sensu), dentro de uma abrangência de seis áreas do conhecimento científico: Ciências Agrárias, Ciências da Educação, Ciências Exatas e Tecnológicas, Ciência Jurídica, Ciências Sociais e Ciências da Vida e Saúde. Essas áreas do conhecimento estão articuladas e suportadas por centenas de laboratórios especializados, integrando a relação entre técnicas e equipamentos, possibilitando aos seus estudantes uma aprendizagem efetiva e aprofundada. A abrangência de aprofundamento científico permite que a Unoesc produza e disponibilize para a sociedade novos conhecimentos, criados na perspectiva de solução das problemáticas regionais. 36 cu

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Ciências Exatas e Tecnológicas

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Ciências da Educação

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Ciências Agrárias

Áreas do conhecimento

Ciência Jurídica

10

Ciências da Vida e Saúde

Ciências Sociais

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Cursos de graduação, locais de oferta e coordenadores Para cada curso de graduação ofertado pela Unoesc existe um coordenador que, com formação e experiência na área, tanto docente quanto profissional, executa as funções administrativas e pedagógicas referentes ao seu curso. Esse coordenador conta com equipe própria de auxiliares, além de dispor dos recursos humanos dos setores do seu Campus. A visão descrita pela Professora Lindamir se materializa em todos os cursos oferecidos pela Unoesc e em todos os locais onde a Universidade atua, como pode ser visualizado no Quadro abaixo. São 36 cursos diferentes, muitos deles ofertados em mais de um local, contemplando todo o Oeste catarinense. Cursos ofertados, locais de oferta e coordenadores de curso em 2018 Curso

Administração

Agronomia

Arquitetura e Urbanismo Biotecnologia Industrial Ciências Biológicas

Locais de oferta Campos Novos Capinzal Chapecó Joaçaba Maravilha São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Campos Novos Maravilha São José do Cedro Xanxerê Chapecó São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Videira Joaçaba Xanxerê

Coordenadores Juglans Aimi Severo Rodrigo André Fernandes Carla Fabiana Cazella Tânia Aparecida Durigon Eliane Fátima Strapazzon Beduschi Ornélio Stertz Cristiane Bonatto de Morais Plínio Antonio Silveira Milton da Veiga Alceu Cericato Claudia Klein Marcieli Maccari Marcia Regina Sartori Damo Leandra Daiprai Jeferson Eduardo Suckow Anderson Saccol Ferreira Maria Rita Chaves Nogueira Roberto Degenhardt Graciele Barbieri de Carvalho

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Curso

Ciências Contábeis

Ciências da Computação Comunicação Social Design

Direito

Educação Física

Enfermagem Engenharia Bioenergética Engenharia Civil

Engenharia da Computação Engenharia de Alimentos Engenharia da Produção Engenharia Elétrica Engenharia Florestal Engenharia Mecânica Engenharia Química Engenharia Sanitária e Ambiental

Locais de oferta Chapecó Joaçaba Pinhalzinho São Miguel do Oeste Videira Xanxerê São Miguel do Oeste Videira Joaçaba Pinhalzinho Videira Xanxerê Chapecó Joaçaba Pinhalzinho São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Chapecó Joaçaba São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Joaçaba São Miguel do Oeste Xanxerê Xanxerê Chapecó Joaçaba São Miguel do Oeste Xanxerê Chapecó Joaçaba São Miguel do Oeste Videira Joaçaba Joaçaba Xanxerê Joaçaba Joaçaba Videira Videira

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Coordenadores Carla Fabiana Cazella Ardinete Rover Jadir Roberto Dittadi Valmir Roque Sott José Eduardo de Barros Jorge Carlos Paludo Otília Donato Barbosa Fabiano de Oliveira Wonzoski Paulo Ricardo dos Santos Lidiane Camiloti Celso Luiz Podlasek Sabrina Talita De Oliveira Elizabete Geremias Magda Cristiane Detsch da Silva Gabriele Ana Paula Danielli Schmitz Peterson Fernando Schaedler Ricardo Emilio Zart Fernanda Oliveira Paulo Pagliari Elisabeth Baretta Andréa Jaqueline Prates Ribeiro Ederlei Aparecida Zago Sandro Claro Pedrozo Fabiana Meneghetti Dallacosta Ana Maria Martins Moser Elenir Salete Frozza Salvi Graciele Barbieri de Carvalho João Alberto Gisi Angela Zamboni Piovesan Loivo Bertoldi Fabio Luiz Gehlen Tiago Zonta Daniel Calixto Fagonde Moraes Eliane Maria de Carli Maria Rita Chaves Nogueira João Henrique Bagetti Maxwell Martins de Menezes Sauo Jorge Teo Douglas Roberto Zaions Eduarda de Magalhaes Dias Frinhani Maria Rita Chaves Nogueira Maria Rita Chaves Nogueira


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Curso Farmácia Fisioterapia Medicina Medicina Veterinária Música Nutrição Odontologia

Pedagogia

Psicologia

Sistemas de Informação Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas Zootecnia Licenciatura em Informática Tecnologia em Processos Gerenciais

Locais de oferta

Coordenadores

São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Joaçaba São Miguel do Oeste Joaçaba Campos Novos São Miguel do Oeste Xanxerê Capinzal Videira Joaçaba Campos Novos Capinzal Chapecó São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Chapecó Joaçaba Pinhalzinho São Miguel do Oeste Videira Xanxerê Chapecó

Eduardo Ottobelli Chielle Monica Frighetto Elenir Salete Frozza Salvi Eduardo Linden Junior Franciane Barbieri Fiório Walter Wendhausen Rothbarth Antonella Cordi Daniele Cristine Beuron Silvana Giacomini Collet Roselange Barbara Zenere Baretta Ana Paula Ariotti Bruna Eliza De Déa Juliane Brogliato Albuquerque Roselange Barbara Zenere Baretta Paulo Pagliari Giovana Maria Di Domenico Silva Geraldo Viecelli Édina Cristina Rodrigues Ruaro Karine Schwaab Brustolin Scheila Beatriz Sehnem Álvaro Cielo Mahl Lisandra Antunes de Oliveira Taisa Trombetta Demarco Ana Paola Grando Tiago Zonta

Xanxerê

Sabrina Talita de Oliveira

Xanxerê Modalidade EaD – Educação a Distância Modalidade EaD – Educação a Distância

Claiton André Zotti Lucivani Gazzola Luciano Fenandes

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Novos métodos para novos agentes São recorrentes, na última década, quando se relacionam educação, tecnologia e comportamento, reflexões que enfatizam as mudanças na sociedade e seus impactos. A cada ferramenta, equipamento ou tecnologias, principalmente as digitais, reforçam-se as críticas ao modelo de educação que utiliza métodos puramente tradicionais, desconsiderando essas novas posturas da sociedade e, principalmente, do estudante. Uma das mudanças mais significativas, a partir da universalização da internet de acesso rápido, é não somente a possibilidade de ensino não presencial, mas também o olhar adequado para o ensino presencial que compartilha dessas tecnologias. É necessário repensar os projetos pedagógicos, as metodologias utilizadas, os materiais coerentes com essas tendências e o novo perfil dos professores. A Unoesc não se omite a tudo isso e trabalha com competência na construção de um novo ensino, inovando onde é necessário e adaptando o que precisa ser conservado. Segundo a Professora Elisabeth Hafner Facin, Coordenadora do NAP:

O ensino tradicional, que há um bom tempo deixou de ser considerado eficaz, pouco exigia do professor além do conhecimento técnico do seu assunto. De posse do livro, o professor explicava, e o aluno escutava. Esse modelo foi suportado pela sociedade durante décadas, mas, com o aprofundamento das complexidades sociais, foi se esgotando. A ele seguiram-se adaptações desse modelo, beirando o tecnicismo, o construtivismo e outras abordagens. A figura do professor, consequentemente, foi se modificando. Já não bastava o conhecimento da sua ciência, mas habilidades pedagógicas foram acrescidas. Nas duas últimas décadas, as ferramentas tecnológicas, a inserção da comunicação digital e, principalmente, as mudanças comportamentais surgidas em razão desse cenário alcançaram a educação e superaram de forma significativa todas as concepções anteriores. Educar, neste século, significa ainda trabalhar os conhecimentos científicos, ainda prescindir das habilidades pedagógicas, mas agora sob uma postura inovadora, desafiadora, que possibilite ao estudante aprender e se desenvolver integralmente, com uma profundidade até então nunca exigida.

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A Unoesc acompanhou todos esses movimentos da sociedade e da educação. Em todos esses momentos, soube inovar, agregar e deixar de lado aquilo que se tornou obsoleto. Quanto mais velozes ficaram as mudanças, mais agilmente a Unoesc respondeu a elas. O ensino ofertado hoje pelos professores da Unoesc está em permanente construção, mas sempre mantendo intactos os seus valores e a sua eficácia. Depois de 50 anos, a comunidade sabe que pode confiar na capacidade de ensinar da Unoesc.

Materializando as palavras da Professora Elisabeth, a Unoesc investe recursos financeiros e humanos significativos na capacitação continuada de seus professores, a qual é realizada em duas frentes: o treinamento específico, incorporando técnicas e tecnologias, e o apoio para o corpo docente buscar a titulação em nível de mestrado e doutorado.

A capacitação docente na Unoesc é uma constante prática para a qualificação e a atualização acadêmicas

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Pesquisa, Pós-graduação e Extensão – excelência e compromisso regional Assim como na graduação, a política de pós-graduação da Unoesc fundamenta-se pelas atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão que, orientadas por sua atuação voltada para o desenvolvimento regional, permitiram que a Instituição avançasse sobremaneira no desenvolvimento de novos cursos para a formação continuada de seus alunos. Os primeiros cursos de pós-graduação lato sensu ofertados pela Unoesc datam do final da década de 1980 e início da década de 1990, nas Áreas das Humanidades e Ciências Aplicadas.

No âmbito da pós-graduação stricto sensu, a Unoesc ofertou o primeiro Curso de Mestrado na Área da Educação em 2002 e implantou seu primeiro curso de Doutorado na Área da Administração em 2017. Anualmente a Unoesc oferece mais de 100 cursos de pósgraduação lato sensu, nas modalidades presencial e a distância, distribuídos nos 10 municípios onde atua. Na pós-graduação stricto sensu, a Unoesc possui seis cursos de mestrado e dois doutorados, todos recomendados pela Capes.

Professor Fábio Lazzarotti, Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão em 2018

Os cursos e programas de pós-graduação da Unoesc, no sentido lato ou stricto, seguem o propósito institucional de capacitar profissionais para o mercado de trabalho, visando ao desenvolvimento regional.

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A pesquisa na Unoesc, integrada ao ensino, à extensão e à inovação, vem crescendo a cada ano, tanto em qualidade quanto em quantidade. Tem como propósito a aplicação do conhecimento na sociedade, em benefício da saúde e do bem-estar das pessoas e para a busca de solução de problemas enfrentados pelas pequenas e médias empresas e propriedades rurais da região de abrangência da Instituição, contribuindo para o fortalecimento da competitividade regional. A Unoesc conta atualmente com 58 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, vinculados aos cursos de graduação e aos cursos de mestrado e doutorado. Em 2018, a Instituição realizou o seu 24º Seminário de Iniciação Científica e 11º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE), no qual foram apresentados 895 trabalhos nos anais do Evento, registrando-se um crescimento de mais de 200% do número de trabalhos desde a sua primeira edição, realizada em 2008.

SIEPE 2018 – Evento anual de socialização da Pesquisa e Inovação da Unoesc

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A maioria dos resultados das pesquisas da Unoesc e de pesquisas de outras universidades e instituições de diferentes países, após passarem por rigoroso processo de avaliação, são publicados em periódicos científicos da Unoesc, sendo amplamente acessados pelas comunidades científicas nacional e internacional, por meio do Portal de Periódicos. Somente em 2017 houve mais de meio milhão de downloads de artigos. Depois do Brasil, os pesquisadores que mais visitam os periódicos da Unoesc são dos Estados Unidos, com cerca de oito mil visitas/ano, seguidos dos países de Língua Espanhola, de acordo com a Editora Unoesc. Destacamos, em relação aos periódicos, a Revista Espaço Jurídico Journal of Law, do Programa de Mestrado em Direito, com a qualificação A1 determinada pela Capes. Com o avanço da pesquisa e dos programas de pós-graduação, resultante do crescimento da graduação e aliado às tendências socioeconômicas, a Instituição passa a desenvolver e incentivar também a inovação e a internacionalização, como importantes instrumentos de aplicação do conhecimento e de expansão da educação superior. Desde o início dos anos 2000, com a implantação das primeiras pré-incubadoras da Unoesc (Tecnovale, em Joaçaba, e Néctar, em Videira) em 2008, a partir da implantação do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e, mais recentemente, em 2017, com a instalação da Agência de Gestão da Inovação e de Relações Institucionais (AGIR), a Unoesc tem envidado ações e investimentos para contribuir com a formação de seus alunos por meio de suas pré-incubadoras, para suporte e orientação às iniciativas inovadoras. A área de inovação na Unoesc tem como finalidade fomentar, orientar e priorizar a inovação nos processos de ensino, pesquisa, extensão e de gestão universitária, articulando a relação entre a comunidade interna e externa, em busca de soluções de problemas regionais ou institucionais de forma sustentável. Até 2017 a Unoesc possuía três pré-incubadoras de empreendimentos inovadores (em Joaçaba, Chapecó e Videira), com cerca de 40 pré-incubados. Destaque para o empreendimento Odeme Dental Research, fundado em 2005 e atualmente com filial nos Estados Unidos e exportando para 16 países, que pertenceu ao primeiro grupo de inciativas inovadoras pré-incubadas da Unoesc, do seu Diretor e empreendedor Rafael Patzlaff, cujo projeto foi iniciado quando de sua participação no programa de bolsas de iniciação científica do CNPq/Unoesc, em 2003. Na área de internacionalização, desde a criação do Programa de Mobilidade Acadêmica e da coordenadoria específica, em 2010, a Unoesc vem avançando progressivamente na internacionalização da educação superior. Desde então, a Unoesc já enviou 160 alunos ao exterior e recebeu 35 alunos estrangeiros, por meio de seus mais de 40 convênios firmados com instituições estrangeiras localizadas em 14 países de cinco continentes. A Unoesc reconhece a importância de promover e consolidar um processo de internacionalização, visto como necessidade inerente ao processo de fortalecimento e diferenciação institucional. Num mundo globalizado, o intercâmbio de conhecimentos assume relevância e constitui prioridade para a Instituição. Nesse sentido, em 2018 a Unoesc aprovou o seu Plano Institucional de Internacionalização, para o período

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

de 2018-2022, com a finalidade de reestruturar o processo de internacionalização do ensino superior e da pesquisa da Instituição, objetivando o desenvolvimento acadêmico e a disseminação do conhecimento com inserção internacional. Para além da necessidade de atuar com o tripé ensino-pesquisa-extensão, esta última assume grande relevância pela natureza institucional comunitária da Unoesc. A extensão na Instituição também inclui atividades culturais, ações comunitárias e do desporto e volta-se ao atendimento do público acadêmico interno e da comunidade externa, por meio da implementação de programas, projetos e ações articulados com o ensino, a pesquisa e a inovação. Tem como propósito difundir o conhecimento e estender o ensino para públicos ainda não atendidos pela Instituição, bem como permitir a egressos a continuidade de seus estudos. Os exemplos nesse sentido são inúmeros, abrangendo todas as áreas de atuação da Instituição. Em 2018 a pós-graduação em modalidade lato sensu possui dezenas de cursos em andamento, nos quais complementam a sua formação 2.285 estudantes. Nos Programas de Mestrado em Educação, Administração, Direito, Biociências e Saúde, Ciência e Biotecnologia e Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades e de Doutorado em Educação e Administração, a Unoesc possui atualmente 256 estudantes.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Especialização na Unoesc (lato sensu) A cada ano aproximadamente três mil estudantes ingressam nos cursos de especialização da Unoesc, compreendidos dentro das seis áreas do conhecimento. O Programa de Especialização oferece cerca de 100 cursos ao ano, procurando contemplar as tendências gerais do mercado de trabalho e do conhecimento acadêmico/científico, bem como demandas regionais vinculadas às problemáticas e seus encaminhamentos de soluções. Tendo como objetivo primordial a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, o planejamento e a execução da oferta de pós-graduação lato sensu denotam especial atenção para as modificações tecnológicas e científicas da atualidade. Com aulas dinâmicas e engajadas à realidade profissional de seus alunos, a especialização da Unoesc forma gestores da inovação e do empreendedorismo, sendo o grande objetivo dessa etapa acadêmica o estudo, a discussão e a aplicabilidade dos conceitos teóricos às práticas profissionais cotidianas, transformando desafios em plenos incentivos ao sucesso. É importante mencionar que a maioria dos cursos de especialização da Unoesc são oferecidos na modalidade presencial, no entanto os cursos da Pós EaD vêm ganhando seu espaço, já que, com os benefícios tecnológicos de comunicação disponibilizados pela Universidade, é possível agregar qualidade de ensino mesmo sem a presença do aluno na sala de aula. É mister considerar, portanto, que, cada vez mais, a sala de aula está onde o aluno está. Os cursos de especialização da Unoesc são frequentados, em sua maioria, pelos egressos dos cursos de graduação. De acordo com os dados levantados pelo Programa de Diplomados da Unoesc, grande parte dos estudantes atribui significativo valor à formação recebida, entendendo que esta é decisiva para sua inserção no mercado de trabalho ou para o aprimoramento de suas funções, remuneração e ascenção intelectual e profissional. Assim, a Unoesc se sente recompensada em relação aos seus esforços em ofertar cursos de especialização em todas as áreas do conhecimento científico e à obtenção de um retorno positivo por parte de seus egressos, mediante o gratificante impacto dessa formação em suas vidas.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A especialização da Unoesc busca a excelência e a aplicabilidade dos conhecimentos no dia a dia profissional dos seus alunos

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Os Programas de Mestrado e Doutorado da Unoesc (stricto sensu) Para uma instituição de ensino, ofertar um curso de nível superior é alçar um degrau a mais na sua importância para a sociedade. Porém, para ser considerada universidade, é preciso ir além dessa perspectiva. É imprescindível aliar a isso a pesquisa, a extensão e a oferta de programas em stricto sensu, ou seja, programas de mestrado e doutorado. Dessa forma, os programas de mestrado, que são a primeira instância da pós-graduação em stricto sensu, objetivam o aprofundamento da formação adquirida na graduação e, mais importante ainda, a capacitação para a docência em nível superior. A Unoesc, na sua atuação como universidade comunitária, foi gradualmente estruturando e ofertando seus cursos de mestrado. Em 2018 são seis programas à disposição da comunidade, de acordo com esta disposição geográfica: dois deles são oferecidos na Unoesc Joaçaba (Mestrado em Educação e Mestrado em Biociências e Saúde); na Unoesc Chapecó são ofertados o Mestrado Profissional em Administração e o Mestrado em Direito; a Unoesc Xanxerê oferta o Mestrado em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades; e a Unoesc Videira disponibiliza à comunidade o Mestrado em Ciência e Biotecnologia. Todos os programas estão organizados, em suas linhas de pesquisa, de forma integrada aos valores e objetivos de cada curso de graduação e de suas especializações, o que permite ao acadêmico ingressante na Unoesc trilhar a sua caminhada científica coerentemente com seus anseios como pesquisador. O doutorado é o mais alto nível de pós-graduação ofertado atualmente pela Unoesc. Quando o estudante atinge essa etapa, espera-se que a sua capacidade de criação de um novo conhecimento esteja desenvolvida, pois essa é a qualidade principal na atribuição de um título de doutor. Na região de atuação da Unoesc, as ofertas de programas de doutorado são poucas, e essa preocupação esteve sempre presente, desde as primeiras discussões para a implantação da Universidade. De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a Unoesc tem como preocupação “Consolidar a atuação da pós-graduação stricto sensu, visando à qualificação

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

institucional e o desenvolvimento regional, priorizando a implantação de doutorados.” Ainda nessa lógica, a Unoesc determinou no seu planejamento estratégico a concentração de esforços na consolidação dos mestrados existentes, com vistas à implantação de doutorados nessas mesmas áreas. Atualmente na Universidade são oferecidos dois programas em nível de doutorado: na Unoesc Chapecó está sediado o Doutorado em Administração, e na Unoesc Joaçaba, o Doutorado em Educação. Em breve, um terceiro programa será ofertado à comunidade, o Doutorado em Direito, também na Unoesc Chapecó.

O stricto sensu da Unoesc está organizado de forma integrada aos valores acadêmicos de alto nível e às necessidades da comunidade

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Doutorado e Mestrado Acadêmicos em Educação Entre os motivos que justificaram a criação, em 2001, do Curso de Mestrado em Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) da Universidade do Oeste de Santa Catarina, destacavam-se a inexistência de qualquer outro programa de pós-graduação da área no Oeste catarinense e a falta de oportunidades para a qualificação em nível stricto sensu dos docentes que atuavam em diferentes níveis de educação. Também havia o interesse em oportunizar o aprofundamento de estudos aos formados nos cursos de licenciatura da Instituição. Assim, o projeto do Curso foi concebido nos anos 2000 e 2001, no âmbito do então Professor Elton Luiz Nardi, Coordenador dos Programas de Mestrado e Doutorado em Educação em 2018

Centro de Ciências da Educação, Humanas e Letras da Unoesc Joaçaba. No ano seguinte, a proposta foi submetida aos colegiados da Instituição, e obteve-se decisão favorável do Conselho Universitário por meio do Parecer n. 124/CONSUN/2001 e autorização da criação mediante a Resolução n. 112/CONSUN/2001.

Em fevereiro de 2002 foi realizada a seleção para o ingresso da primeira turma. As aulas iniciaram no mês de março, com 25 mestrandos. Em abril de 2002 a Comissão de Educação Superior (CEDS) do Conselho Estadual de Educação (CEE), por meio do Parecer CEDS n. 077, declarou ciência quanto ao funcionamento do Curso de Mestrado, e, meses depois, o Conselho enviou uma comissão avaliadora com o propósito de verificar as condições acadêmicas e de infraestrutura disponíveis na Instituição para o funcionamento do Curso. Com base no parecer emitido pela comissão, o CEE/SC aprovou, por meio da Resolução n. 75, de 08 de julho de 2003, o reconhecimento do Curso de Mestrado, havendo na sequência a publicação do Decreto n. 582, de 15 de agosto de 2003. Em abril de 2006, o projeto que havia sido submetido à avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) obteve parecer favorável. De acordo com o Ofício n. 448-11/2006/CTC/CAPES, de 14 de julho de 2006, a Capes comunicou à Unoesc que o Conselho Técnico Científico (CTC), em reunião realizada nos dias 11 e 12 de julho de 2006, após apreciação do parecer da consultoria científica externa, decidiu recomendar o Curso de Pós-graduação em Educação, nível de Mestrado, atribuindo-lhe conceito 3.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A necessidade de garantir a sustentabilidade e de atender às demandas que surgiam nos âmbitos regional e nacional levou o colegiado a promover, em 2006, uma profunda revisão da proposta pedagógica do Curso, com alteração da área de concentração, das linhas de pesquisa e da estrutura curricular. Associada a essas medidas, também houve a contratação de novos docentes. Com as mudanças realizadas, a área de concentração do Curso passou a ser Políticas e Processos em Educação, com vistas a focalizar as políticas públicas em educação e o fenômeno educativo em suas múltiplas dimensões e determinações, considerando o desenvolvimento do campo científico da área e a qualificação de profissionais com capacidade de atuação nas questões regionais, em conexão com os contextos nacional e internacional, na perspectiva do desenvolvimento humano e social. À área de concentração articularam-se as duas linhas de pesquisa: Educação, Políticas Públicas e Cidadania, e Processos Educativos. Em 2007, por meio da Resolução n. 172/CONSUN/2007, o Conselho Universitário da Unoesc aprovou a alteração da matriz curricular do Curso de Mestrado e convalidou estudos realizados pelas turmas III e IV. A matriz aprovada permaneceu em vigor para as turmas V, VI, VII e VIII. A conscientização institucional, associada a uma política de ampliação da oferta de cursos em nível stricto sensu, foi determinante para o fortalecimento do Mestrado em Educação. O Curso passou a receber demandas de estudantes de outras áreas do conhecimento, bem como de institutos federais recém-criados na região. Esse e outros fatores contribuíram para que, desde 2007, fosse mantida uma média de 54 candidatos por processo seletivo e admitidos até 25 estudantes a cada ano. Em 2011, novas demandas de pesquisa e formação em contextos nacionais e internacionais levaram a uma readequação da proposta curricular do Curso, cuja matriz passou a ter 31 créditos, distribuídos em quatro blocos de componentes curriculares. O Programa recebeu conceito 4 na avaliação quadrienal 2013-2017 da Capes. A maturidade lograda pelo grupo ao longo dos mais de 10 anos de experiência no Programa, desde a recomendação pela Capes, foi um dos motivos que levou à submissão, em 2016, da proposta de implantação do Curso de Doutorado, cuja estrutura preservou a área de concentração e as linhas de pesquisa vigentes. Com a aprovação do Curso de Doutorado, em 2018, os dois cursos, coordenados pelo Professor Elton Luiz Nardi, passaram a constituir um programa completo de pós-graduação em Educação. O Curso de Doutorado, cujas atividades foram iniciadas em agosto de 2018, visa à formação de pesquisadores de alto nível e se constitui etapa fundamental à produção, difusão e avanço do conhecimento científico da Área da Educação, bem como à intervenção em problemas relacionados ao fenômeno educativo em suas múltiplas dimensões e determinações.

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Doutorado Acadêmico e Mestrado Profissional em Administração Uma universidade somente alcança a sua verdadeira missão de proporcionar desenvolvimento quando está centrada nas pessoas. Ao abraçar sua missão de promover a formação humana e profissional, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, gerando conhecimento para o desenvolvimento regional com sustentabilidade, a Unoesc se coloca como uma instituição produtora de conhecimentos que não quer apenas os transmitir, mas, sim, produzi-los. Partindo dessa missão, no ano 2009 a Unoesc decidiu constituir um grupo de docentes que teria a missão de criar o Mestrado em Administração da Instituição. Esses Professor Carlos Eduardo de Carvalho, Coordenador dos Programas de Mestrado e Doutorado em Administração em 2018

docentes tinham origens nos Campi de Joaçaba, Chapecó e São Miguel do Oeste. Considerando a pujança econômica da região e as características dos potenciais candidatos, em boa parte gestores das empresas da região que já dispõem de alguma

experiência profissional e buscam uma formação que os auxilie na solução de seus problemas profissionais, foi escolhida a modalidade de mestrado profissional. A proposta do Mestrado Profissional em Administração (MPA) da Unoesc foi avaliada por uma comissão de especialistas indicada pela Coordenação da Área de Administração da Capes e foi aprovada, recebendo, assim, o selo de curso recomendado. Assim, no ano 2013 iniciava-se a primeira turma do Mestrado Profissional em Administração da Unoesc, tendo sido escolhida a sede do Curso em Chapecó, porque tanto o grupo de docentes quanto a própria gestão da Unoesc entendiam que tal Cidade teria o melhor potencial para a implantação e o desenvolvimento do Programa. A cada ingresso de uma nova turma, a percepção de sucesso foi aparecendo, tanto na visão da Unoesc quanto na de especialistas externos, avaliadores e docentes de outros programas do Brasil. Esse sucesso gerou ao grupo de docentes um ânimo a mais para alçar voos mais altos. Foi quando se decidiu pelo desenvolvimento e implantação do projeto do Doutorado

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em Administração. O grupo tinha um desafio a mais, pois não existia até então regulamentação para doutorado profissional no Brasil, e o Mestrado da Unoesc era um mestrado profissional. O sucesso nessa estratégia somente seria possível se fosse criado um curso totalmente novo, desvinculado do Mestrado. Assim foi feito, de maneira que pouquíssimas grandes universidades do Brasil conseguiram fazer, com a elaboração de um projeto totalmente novo, criando um doutorado sem um curso de mestrado como suporte. Considerando a necessidade de se criar um programa novo, a Unoesc concordou em realizar os investimentos necessários, especialmente para a contratação de novos docentes, com o objetivo de adensar o grupo. Esses docentes entraram em um período de esforço intensivo no sentido de alcançar as condições científicas necessárias para a aprovação do Doutorado. O projeto foi submetido à Capes em 2016, tendo sido aprovado já na primeira submissão. Em 2017 iniciou a primeira turma do Doutorado em Administração da Unoesc, e atualmente existem duas turmas em andamento, contando com 14 doutorandos e 13 docentes vinculados ao Curso. São dois programas, coordenados pelo Professor Carlos Eduardo de Carvalho, que funcionam paralelamente, um Mestrado Profissional em Administração, com foco na solução de problemas administrativos das organizações regionais, e um Doutorado Acadêmico em Administração, com foco na produção na fronteira do conhecimento da área. Novos desafios estão à espera, entre eles a consolidação e internacionalização do Doutorado, que é tanto uma exigência da Capes quanto uma necessidade natural para o crescimento e o desenvolvimento do Programa. O Programa objetiva o desenvolvimento de pesquisas que contribuam para o avanço da ciência nos campos da sustentabilidade e da competitividade. Para conquistar esse objetivo maior, é necessário atentar para que esses conhecimentos estejam alinhados ao desenvolvimento do campo da sustentabilidade, do empreendedorismo e das dinâmicas territoriais.

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Mestrado em Direito Este Programa foi autorizado a funcionar a partir de 02 de outubro de 2012 e está em 2018 na sua sexta turma. Sua área de concentração é Dimensões Materiais e Eficaciais dos Direitos Fundamentais, substanciada em duas linhas de pesquisa: Direitos Fundamentais Civis: a Ampliação dos Direitos Subjetivos, e Direitos Fundamentais Sociais: Relações de Trabalho e Seguridade Social. Atualmente conta com 16 professores doutores, sob a coordenação do Professor Robison Tramontina. O principal objetivo do Programa é formar mestres em Direito comprometidos com Professor Robison Tramontina, Coordenador do Programa de Mestrado em Direito em 2018

o processo contínuo do desenvolvimento de novas formas de construção de conhecimento, de solução de conflitos e de concretização dos direitos humanos e dos direitos fundamentais. Seis premissas descrevem como são trabalhados os conteúdos e conduzidos os processos:

a) desenvolvimento de habilidades associativas entre ensino, pesquisa e extensão; b) atuação profissional e acadêmica de modo comprometido com a cultura dos direitos humanos e dos direitos fundamentais; c) elaboração de projetos de investigação científica, publicação de trabalhos de elevada qualidade e orientação de trabalhos de pesquisa na graduação e pós-graduação lato sensu; d) capacitação docente no ensino superior nas áreas de sua especialidade; e) operação e atuação profissional comprometidas com novas formas de pensar a eficácia dos direitos fundamentais civis e sociais; f) compromisso com a socialização do conhecimento e das mais avançadas experiências conceituais e eficaciais dos direitos fundamentais civis e sociais, ampliando o intercâmbio com a comunidade acadêmica e a sociedade no seu todo.

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Mestrado em Biociências e Saúde Coordenado pelo Professor Jovani Antônio Steffani, o Programa oferece 22 vagas para profissionais oriundos da Biomedicina, Bioquímica, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social, além de outras Ciências afins, haja vista seu caráter interdisciplinar. Tem como objetivos principais:

a) formar profissionais com visão crítica, capazes de integrar e interagir com as Professor Jovani Antônio Steffani, Coordenador do Programa de Mestrado em Biociências e Saúde em 2018

ciências biológicas e da saúde; b) formar pesquisadores com visão holística que utilizem práticas integradoras para a investigação científica em saúde;

c) desenvolver conhecimento científico inovador e interdisciplinar que contribua para o desenvolvimento regional; d) formar docentes para a atuação em instituições de ensino superior; e) contribuir para o processo de interiorização da pós-graduação stricto sensu no Estado de Santa Catarina e no Brasil.

Apoiado em três linhas de pesquisa, Fatores Biológicos no Processo Saúde-Doença, Diagnóstico e Intervenção na Saúde, e Promoção e Gestão em Saúde, o Programa possui 16 docentes na sua quinta turma, iniciada em 2018, contando com 53 mestres formados.

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Mestrado em Ciência e Biotecnologia Este Programa é coordenado pela Professora Doutora Jane Mary Lafayette Neves Gelinski, iniciou em 2013 e está atualmente na sexta turma. O Programa tem como objetivos: a) qualificar profissionais em nível de mestrado por meio de estudos de desenvolvimento em Ciência e Tecnologia aplicados a processos e produtos de interesse em alimentos, saúde e meio ambiente; b) fomentar a participação no Programa de profissionais provenientes de diferentes áreas do conhecimento, mas que tenham afinidade ou interesse em áreas de Ciência Professora Jane Mary Lafayette Neves Gelinski, Coordenadora do Programa de Mestrado em Ciência e Bioteconologia em 2018

e Tecnologia dentro do enfoque da rastreabilidade da cadeia produtiva alimentar (da produção ao consumidor) sem perder a conexão com a saúde das populações e o desenvolvimento sustentável;

c) propiciar ao mestrando a possibilidade de ampliar seus conhecimentos na busca de ações positivas, visando ao desenvolvimento multidisciplinar em Ciência e Tecnologia, bem como à docência no ensino superior; d) promover parcerias com o setor produtivo de forma que a Universidade contribua efetivamente para o desenvolvimento regional e nacional em prol da geração de novos conhecimentos e inovação visando à resolução de problemas de interesse socioeconômico e ambiental. O Programa está organizado em duas áreas de concentração: Biotecnologia Aplicada à Agroindústria e Saúde e Biotecnologia Ambiental. São quatro as suas linhas de pesquisa, duas para cada área, respectivamente: Bioprospecção, Produção e Processamento de Matéria-Prima e Bioproduto; Competitividade, Bioprodutos e Bionegócios; Caracterização e Tratamento de Águas, Efluentes e Resíduos; Competitividade, Inovação e Escalonamento de Bioprodutos. Até final de 2019 o Programa já terá diplomado 52 Mestres em Ciência e Biotecnologia.

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Mestrado em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades O Programa de Mestrado em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades (MSPA-APP) busca formar profissionais com perfil para o desenvolvimento de pesquisa científica e inovação tecnológica com aplicações práticas que garantam, de maneira sustentável, a produção e a sanidade animal, especialmente em propriedades de pequeno e médio portes da mesorregião Grande Fronteira do Mercosul, contribuindo diretamente para seu desenvolvimento humano e social. Durante seu período de formação, os discentes do MSPA-APP são estimulados Professor Sergio Abreu Machado Coordenador do Programa de Mestrado em Sanidade e Produção Animal Aplicadas a Pequenas Propriedades em 2018

a desenvolver e potencializar suas habilidades e competências para contribuir com o crescimento econômico local por meio do desenvolvimento de pesquisas científicas de impacto e consequente difusão de conhecimentos que favoreçam o desenvolvimento do agronegócio com as características da região em que o Programa está inserido.

Dessa forma, o Programa tem como um dos seus objetivos principais formar mestres plenamente qualificados e capazes de contribuir em situações que envolvem sistemas intensivos de criação desenvolvidos em pequenas propriedades, agregando conhecimentos científicos e tecnológicos, práticos e aplicados. Poderá, também, atuar na docência e em áreas de pesquisa, e até mesmo desenvolver atividades de contato direto com o campo trabalhando como extensionista, autonomamente ou vinculado a empresas. Iniciado em 2017, este Programa é coordenado pelo Professor Doutor Sergio Abreu Machado, com uma equipe de 13 docentes e uma área de concentração composta por duas linhas de pesquisa: Sanidade Animal e Produção Animal. A escolha dessas linhas articula-se diretamente à vocação produtiva regional e aos interesses pessoais de pesquisa do ingressante no Programa de MSPA-APP.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Pesquisa e a Produção Científicas na Unoesc A Unoesc, como instituição comunitária, apoia suas políticas, objetivos e ações dentro da perspectiva do desenvolvimento da Mesorregião Oeste catarinense. Assim, a pesquisa (motivada e estruturada nos programas stricto sensu), importante ferramenta nesse sentido, como propositiva de soluções para diversos problemas acadêmicos e sociais, tem síntese a partir da descrição da sua primeira diretriz, descrita no Plano de Desenvolvimento Institucional da Unoesc (PDI): “Produzir conhecimento científico, socialmente relevante e eticamente responsável, comprometido com a qualidade do ensino de graduação e pós-graduação e com a extensão universitária.” Para materializar essas políticas, a Unoesc apoia e viabiliza seus grupos de pesquisa, que são responsáveis pela produção e disseminação do conhecimento científico. Esses grupos, com seus mais de 660 pesquisadores, estão contemplados em oito áreas do conhecimento e agem diretamente na proposição de intervenções científicas e socioeconômicas, visando à supressão de carências regionais.

Grupos de pesquisa e pesquisadores em 2018 Número de grupos de pesquisa

Área

Número de pesquisadores

09

02

03

11

15

14

03

01

58

Ciências Agrárias

Ciências Biológicas

Ciências Exatas e da Terra

Ciências Humanas

Ciências Sociais e Aplicadas

Ciências da Saúde

Engenharias

Linguística, Letras e Artes

Total

85

39

32

157

164

129

53

04

663

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A atuação desses pesquisadores em conjunto com outros professores e estudantes pode ser mensurada pelo volume de produção científica gerada. Em 2017, por exemplo, obtiveram-se mais de 1.780 produções, como vemos no Infográfico a seguir: Produções científicas em 2017 Livros e capítulos de livros

311

Trabalhos publicados em anais

943

Artigos publicados em periódicos

410

Dissertações

10

110

Teses

1.784

Total

A disseminação do conhecimento gerado pela produção científica na Unoesc ocorre por meio de atividades periódicas de socialização, como seminários e congressos promovidos continuamente na Universidade e em outras instituições nacionais e internacionais, além de publicações de artigos, capítulos, livros e anuários. Destacam-se as publicações periódicas das 10 revistas científicas da Instituição, sendo que a grande maioria delas possui qualificações que vão de B4 a A1, segundo a avalição da Capes.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Extensão na Unoesc A atividade universitária, por vezes, é entendida pela sociedade como a dimensão do ensino. Contudo, tão importante como o ensino é a capacidade de ampliá-lo e estendê-lo, para que possa ser articulado e praticado de maneira transversal, ou seja, o entendimento de que o conhecimento adquirido na universidade precisa ser integrado à realidade social. A Unoesc age, por meio da extensão, visando encaminhar soluções para diversas necessidades acadêmicas e comunitárias, por meio de cursos, serviços e assistências que, quando observados em âmbito social, têm seu foco no auxílio às pessoas mais carentes. Inclusive, promovendo a extensão a Unoesc qualifica ainda mais os conhecimentos desenvolvidos em seus laboratórios e salas de aulas, colocando-os à prova. Atende-se, assim, à prerrogativa de ser uma universidade ativa e preocupada com a qualidade do ensino aplicado e com a qualidade de vida das pessoas. Assim, de acordo com o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a Unoesc compreende a atividade de extensão como um “[...] processo educativo que se articula com o ensino, a pesquisa, a cultura, o desporto e a inovação, de modo a viabilizar relação entre a Instituição e seu entorno, com foco no desenvolvimento regional sustentável. É, portanto, um espaço de construção de uma identidade regional, que passa pela produção do conhecimento e valorização das diferenças e diversidades socioculturais.” Concebida dessa forma, a extensão tem múltiplos aspectos, dos quais dois são imprescindíveis de serem citados: o interno, que ocorre nos meandros do processo de ensino-aprendizagem e que se realiza por meio de palestras, viagens de estudo, minicursos, oficinas e webconferências, ou seja, pelo desenvolvimento de ambientes de aprimoramento para além da sala de aula; e o externo, no qual o acadêmico, por meio de convênios, espaços de atendimento ao público e execução de projetos, coloca seus conhecimentos teóricos e práticos a serviço da comunidade. Relacionando a quantidade de cursos que a Unoesc oferece com a diversidade dos conhecimentos aqui produzidos, é de fácil verificação a profundidade das ações de extensão da Universidade, assim como o seu efeito positivo na formação de seus acadêmicos e no desenvolvimento do bem-estar da população.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A extensão na Unoesc pode ser organizada em cinco grandes eixos:

a) atividades envolvendo diretamente os estudantes: palestras, oficinas, minicursos, viagens de estudos e visitas técnicas; b) atividades de apoio à comunidade: visita a comunidades carentes, levantamento de dados e diagnósticos; c) atividades de ofertas de serviços: prestação de serviços a empresas públicas e privadas, bem como a pessoas físicas; d) atividades de atendimento jurídico e de saúde; e) atividades de cunho cultural, artístico e desportivo.

A diversidade e a quantidade das atividades de extensão em 2017, bem como o número dos seus beneficiados em todos os Campi da Unoesc podem ser vistos abaixo: Atividades de extensão realizadas na Unoesc em 2017 (Quantidade de atividades e Número de beneficiados)

Denominação

Joaçaba

SMOeste

Videira

Total

Xanxerê

Chapecó

Unoesc

Projetos de extensão envolvendo capacitação – cursos

92

2.783

27

2.114

25

1.243

33

3.593

51

1.977

228

11.710

Projetos de extensão de caráter filantrópico

60

11.829

-

-

37

14.420

22

3.549

20

29.022

139

58.820

Eventos de extensão (internos e externos)

77

16.351

48

6.938

37

4.090

42

1.683

55

18.814

259

47.876

Outros projetos de extensão/serviços desenvolvidos em parceria

23

33.763

15

1.112

6

863

6

1.026

22

10.902

72

47.666

Projetos na Área da Cultura

12

4.000

1

1.780

4

631

9

2.391

29

11.237

55

20.039

Programas esportivos Total

1

2.100

-

-

-

-

-

-

-

-

1

2.100

265

70.826

91

11.944

109

21.247

112

12.242

177

71.952

754

188.211

Fonte: Unoesc em Números 2018/1.

130 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Programa de extensão para a terceira idade: conhecimento, cidadania e qualidade de vida A Unoesc oferece uma atividade universitária muito especial voltada à chamada Terceira Idade, a partir de 55 anos. Em Joaçaba, Videira, Campos Novos, Capinzal, São Miguel do Oeste, Pinhalzinho e Maravilha recebe o nome de Universidade da Terceira Idade (Uniti). Na Cidade de Chapecó é chamada de Universidade da Melhor Idade de Chapecó (UMIC). E em Xanxerê, Universidade da Melhor Idade de Xanxerê (UMIX). Nesses programas são disponibilizados conhecimentos pertinentes à manutenção da saúde, bem-estar e autonomia no envelhecimento, por meio de atividades que permitem a inclusão digital, o fortalecimento dos vínculos familiares e a promoção de lazer, esporte e cultura em seus diversos aspectos. Os Programas Uniti, UMIC e UMIX assumem o compromisso de assegurar que seus alunos se tornem multiplicadores de conhecimentos intelectuais, práticos e lúdicos, enfatizando que a mente e o desejo pela qualificação constante devem permanecer ativos e jamais envelhecer.

131 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Na Unoesc o conhecimento não tem faixa etária Crédito pela foto: Talita Savaris

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Estrutura Organizacional da Unoesc

A

organização de uma universidade é concebida a partir do entendimento das necessidades e interesses de seus estudantes e demais públicos que atende. Todos os funcionários da instituição, desde o Reitor até o professor em sala de aula, exercem suas funções tendo como objetivo principal atender às demandas dos acadêmicos e da comunidade regional,

zelando pela excelência dos serviços prestados. A seguir pode-se conhecer as diversas funções desenvolvidas na Unoesc, bem como seus responsáveis imediatos.

Reitoria Órgão máximo da gestão da Universidade, cabe à Reitoria a articulação de todas as atividades e setores, integrando todas as funções internamente e, principalmente, aproximando a Universidade da comunidade externa. Nesse sentido, assessoram diretamente o Reitor a Pró-reitoria de Graduação, a Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão e os Vice-reitores de Campi. Compõem, ainda, essa equipe, a Comissão Própria de Avaliação (CPA), a Procuradoria Jurídica, a Diretoria Executiva, a Auditoria Interna e o setor de Relações Internacionais. De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unoesc, a Reitoria se define em suas atribuições da seguinte forma: “O Reitor é o dirigente maior Professor Aristides Cimadon, Reitor da Unoesc em 2018

133 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

da Universidade, responsável pelo planejamento, execução e supervisão geral das atividades administrativas e acadêmicas da Instituição. As atribuições do Reitor estão estabelecidas no Estatuto da Unoesc.” (UNOESC, 2018). A Unoesc entende, e deixa muito claro em seus documentos, que por conta de sua natureza comunitária, sua gestão é democrática, conduzida de forma compartilhada, pois a Reitoria e sua equipe atuam nos processos administrativos e pedagógicos de forma colegiada, com a deliberação dos seus conselhos: Conselho Universitário (Consun) e Conselho de Gestão (Conges), no âmbito da Universidade, e Conselho de Administração, no âmbito da Fundação.

Pró-reitorias A Unoesc possui duas Pró-reitorias, alocadas na Reitoria, com sede em Joaçaba, que têm como atribuição a condução das atividades acadêmicas, tanto no âmbito da Graduação quanto da Pós-graduação, Pesquisa e Extensão. Em cada Campus há uma Diretoria correspondente assessorando a Pró-reitoria. O Plano de Desenvolvimento Institucional da Unoesc (PDI) descreve as Pró-reitorias com os seguintes termos: Professora Lindamir Secchi Gadler, Pró-reitora de Graduação em 2018

Professor Fábio Lazzarotti, Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão em 2018

134 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

As Pró-Reitorias são órgãos imediatamente subordinados ao Reitor, incumbidos de executar, coordenar e avaliar as atividades planejadas e de fazer cumprir as políticas e diretrizes de ensino, pesquisa, extensão e gestão da Instituição. São responsáveis pela gestão das atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão. Suas atribuições encontram-se definidas no Regimento da Unoesc.


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Na perspectiva da realidade universitária cotidiana, cabe às Pró-reitorias, cada uma em sua área específica de atuação, a articulação das prerrogativas acadêmicas, partindo de uma percepção de funcionamento que se inicia pela Reitoria, em conjunto com os Vice-reitores, e que se materializa nos campi, por meio dos Diretores de Graduação e de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão. Assim, cada curso que a Unoesc oferece, seja de graduação, especialização, mestrado, doutorado, extensão, ou projeto de pesquisa, é fruto de uma organização ágil e eficiente, cujo funcionamento é meticulosamente executado com o apoio das Pró-reitorias.

Vice-reitorias

Professor Genesio Téo, Vice-reitor da Unoesc Xanxerê em 2018

Professor Vitor Carlos D’Agostini, Vice-reitor da Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

Professor Ricardo De Marco, Vice-reitor da Unoesc Chapecó em 2018

Professor Ildo Fabris, Vice-reitor da Unoesc Videira em 2018

Responsáveis pela gestão de cada Campus, as Vice-reitorias executam as mesmas funções da Reitoria, porém localmente. Atuam com uma equipe composta pelos seus diretores de graduação e pós-graduação, gerentes administrativos, coordenadores e demais colaboradores acadêmicos e técnicos, em nível de Campus. Conforme expresso no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unoesc, as Vice-reitorias têm sua composição e missão definidas nos seguintes termos:

135 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

As Vice-reitorias são órgãos imediatamente subordinados ao Reitor, incumbidos de executar, coordenar e avaliar as atividades planejadas e de fazer cumprir as políticas e diretrizes de ensino, pesquisa, extensão e gestão da Instituição. As Vice-reitorias são responsáveis pela gestão dos campi. Suas atribuições estão estabelecidas no Estatuto da Unoesc.

As Vice-reitorias têm sua vinculação com a Reitoria, mas também têm o entendimento e a autonomia diante de suas necessidades e peculiaridades locais.

Procuradoria Jurídica A Procuradoria Jurídica, criada em 01 de novembro de 1996, é um órgão suplementar diretamente ligado à Presidência da Funoesc, à Reitoria da Unoesc e à Diretoria do HUST e conta com profissionais especializados, lotados nos Campi da Instituição, para representar a Funoesc e suas mantidas em âmbito judicial e extrajudicial, bem como para orientar os dirigentes sobre questões jurídicas específicas inerentes às suas atividades-fim, zelando pela missão e valores institucionais e pelo cumprimento da legislação. Especificamente, a equipe da Procuradoria Jurídica, com a colaboração de diversos setores institucionais, desempenha um papel de suma importância, uma vez que promove a regularidade jurídica de manutenção e desenvolvimento das atividades da Funoesc e de Professor Osmar De Marco, Procurador Jurídico em 2018

suas mantidas e, assim, contribui para o desenvolvimento ético e sustentável oferecido à comunidade regional.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Diretoria Executiva A Diretoria Executiva é um órgão de gestão ligado à Reitoria, e sua finalidade é acompanhar, avaliar e unificar o planejamento administrativo institucional e a gestão financeira da Universidade. Cabe a ela a supervisão das ações exercidas pelas coordenadorias gerais de Recursos Humanos, Marketing, Tecnologia da Informação e Comunicação, Serviço de Apoio ao Estudante e Gerências Administrativas. Além disso, coordena o planejamento e a implementação dos projetos institucionais, bem como a articulação e a viabilidade de demandas comuns entre os Campi da Unoesc, exercendo, permanentemente, o controle técnico e estratégico da Instituição.

Professora Cleunice Fátima Frozza, Diretora Executiva da Unoesc em 2018

Controladoria Coordenado pelo Professor Jarlei Sartori, é o setor responsável por, utilizandose de informações, relatórios e bases de dados, atuar com os dirigentes no planejamento, coordenação, direção e controle das atividades-fim da Fundação, objetivando garantir que as informações sejam adequadas ao processo decisório. Atuam junto à Controladoria setores como a Contabilidade, cuidando também de construir os cenários para que a direção das mantidas (Universidade, Hospital e Colégios) possa visualizar com clareza as mudanças na sociedade no que diz respeito à área econômica e administrativa, de modo a oferecer as melhores condições para a oferta dos serviços de ensino, pesquisa, extensão e saúde. Busca-se o melhor gerenciamento da contabilidade, dos Professor Jarlei Sartori, Coordenador-geral da Controladoria em 2018

custos e das finanças para fornecer as informações em linguagem clara, simples e direta aos usuários internos e externos. 137 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Comissão Própria de Avaliação (CPA) e Avaliação Institucional A Unoesc implantou a Avaliação Institucional ainda nos anos 1990, quando criou, em 1995, o Programa de Avaliação Institucional da Unoesc (PAIU), inspirado no Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), instituído pelo Ministério da Educação em 1993. A partir de 2005 a Instituição adequou o PAIU ao que propõe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instituído pela Lei n. 10.861, de 14 de abril de 2004, criando a Comissão Própria de Avaliação (CPA) e inaugurando nova política de Avaliação Institucional. Em 2016 a CPA passou por processos de melhorias, objetivando conferir maior Professor Luiz Carlos Lückmann, Presidente da CPA e da Avaliação Institucional em 2018

organicidade à Gestão da Instituição, aproximando a Avaliação Institucional do Planejamento e reforçando a institucionalização de práticas de avaliação estruturantes e sistemáticas.

A CPA coordena, acompanha, analisa e socializa os processos de avaliação interna, entre eles: avaliação da qualidade dos cursos de graduação; avaliação dos processos de ensino-aprendizagem por componente curricular; levantamento do perfil do ingressante; avaliação da atuação dos diplomados no ambiente socioeconômico; avaliação da pós-graduação lato e stricto sensu; avaliação pela comunidade externa; e avaliação da gestão acadêmico-administrativa da Instituição. Cabe, igualmente, à CPA acompanhar, analisar e encaminhar melhorias relativas aos processos de avaliação externa, de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), entre eles: Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade); avaliação de cursos de graduação presencial e a distância; e avaliação institucional externa, presencial e a distância. Cada Campus possui representação local da CPA, totalizando 20 membros.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Representantes da CPA em 2018 CPA

Joaçaba

Chapecó

Xanxerê

Videira

SMO

Corpo docente

Luiz Carlos Lückmann

Leandro Marcos Dall’Agnol

Plinio Silveira

Nilva F. Silva

Adriana Salvi

Corpo técnicoadministrativo

Eduardo Comin

Mônica Marcante

Janete Tombini

Rosilde Zago

Tássia Aparecida Souto Paludo

Corpo discente

Lucas Longo Scalabrin

Pedro Henrique Baez Garcez

Analice Geuda

Helinton A. Fabrício

Jair Paulo Stahler

Sociedade civil

Rosane Kunen

José Carlos Benini

Tereza C. Giordani

Idovino Baldissera

Alex Pertussatti

A CPA operacionaliza os trabalhos com o suporte do Grupo de Apoio Técnico, composto pelos seguintes membros: Fagner Lourenci Rosa (Joaçaba), Cherla A. Piva (Chapecó), Clair Fátima Zacchi (São Miguel do Oeste), Cilmara Cimadon (Videira) e Elisângela Bini Dorigon (Xanxerê). O Grupo é coordenado pelo Presidente da CPA, Professor Luiz Carlos Lückmann. A CPA e seu Grupo de Apoio Técnico analisam e divulgam sistematicamente os resultados dos processos de avaliação, apontando para os avanços e chamando a atenção para as fragilidades, com a finalidade de promover ações de melhoria. Os relatórios analíticos, além de serem disponibilizados à comunidade acadêmica no site da Instituição, são encaminhados à Reitoria, aos campi, aos discentes e aos membros da CPA. A Reitoria, por sua vez, dissemina os relatórios às Pró-reitorias, Diretorias e Coordenações de Curso. Os Coordenadores de Curso os fazem chegar aos respectivos Colegiados de Curso. Os relatórios de interesse dos discentes são a eles encaminhados, com as ações de melhoria. Os relatórios dos processos de avaliação interna e externa contemplam não somente resultados estatísticos, mas também análises, buscando identificar os avanços e apontando as fragilidades de cada indicador avaliado, visando à melhoria da qualidade acadêmica e institucional.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Diretorias de Graduação, Pesquisa, Pós-graduação e Extensão

Professora Liliane Simara Fernandes, Diretora de Graduação na Unoesc Joaçaba em 2018

Professora Marilene Stertz, Diretora de Graduação na Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

Professor Claudio Luiz Orço, Diretor de Graduação na Unoesc Xanxerê em 2018

Professor Celso Paulo Costa, Diretor de Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão na Unoesc Chapecó em 2018

Professor Gilson Luiz Leidens, Diretor de Graduação, Pós-graduação, Pesquisa e Extensão na Unoesc Videira em 2018

Professor Julio Cesar Ribeiro Lyra, Diretor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão na Unoesc Joaçaba em 2018

Professor Evelacio Roque Kaufmann, Diretor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão na Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

Professora Marcieli Maccari, Diretora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão na Unoesc Xanxerê em 2018

A organização acadêmica da Unoesc está articulada a partir da Reitoria, na figura do Reitor, com seus Pró-reitores de Graduação e de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, que atuam em nível institucional.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Nos campi, os Vice-reitores coordenam as equipes locais, dentre as quais se destacam as Diretorias de Graduação e as Diretorias de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão. Cabem a essas Diretorias, de acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unoesc, o planejamento, a coordenação e a avaliação das atividades de ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão em cada Campus. A Diretoria de Graduação é responsável pela gestão e acompanhamento dos projetos pedagógicos dos cursos, juntamente com os coordenadores desses cursos e demais docentes, ou seja, zela por todas as dimensões acadêmicas do processo de ensino na graduação e suas conexões com atividades extracurriculares que visam também à inserção do acadêmico na comunidade. Já a Diretoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão tem a responsabilidade de, conjuntamente com a Diretoria de Graduação, propiciar condições para que se desenvolvam ambientes favoráveis à pesquisa, pós-graduação e extensão, de forma articulada com toda a Academia e também com a comunidade. As Diretorias atuam em conjunto, fazendo com que o processo de ensino seja integral, sincronizado e preocupado com a realidade social da comunidade onde a Unoesc está inserida direta e indiretamente. Entende-se que há desafios pela frente no tocante à implementação de novas metodologias, novos currículos e novas tecnologias que viabilizarão continuamente a qualidade, a excelência e a transformação social. A Unoesc é uma universidade de vanguardas acadêmicas e tem em sua filosofia a busca pela qualificação constante, para que seja uma instituição sempre atual e focada na sua missão de ser “referência na formação humana e profissional, na produção de conhecimento e na extensão, colocando-se a serviço do processo de desenvolvimento humano e social, com sustentabilidade.” (UNOESC, 2018, p. 30).

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Gerências Administrativas

Professora Roseli Aparecida Rocha Moterle, Gerente Administrativa da Unoesc Joaçaba em 2018

Professora Ana Marcia Debiasi Duarte, Gerente Administrativa da Unoesc Chapecó em 2018

Professor Alibio Auri Simon, Gerente Administrativo da Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

Professor Carlos Barp, Gerente Administrativo da Unoesc Xanxerê em 2018

Professor Gladimir Tronco Duarte, Gerente Administrativo da Unoesc Videira em 2018

O planejamento, a execução, o controle e a organização das atividades de suporte físico e patrimonial, em nível de campus, são atribuições fundamentais da Gerência Administrativa. Em cada Campus a Unoesc estruturou uma Gerência Administrativa, responsável por gerenciar as atividades de apoio à infraestrutura necessária ao funcionamento da Instituição. Compete a esse setor as atividades relativas ao almoxarifado, compras, manutenção, multimeios, veículos, edificações e à organização de eventos internos e externos. A Gerência Administrativa também supervisiona os serviços terceirizados contratados pela Unoesc. As Gerências Administrativas estão sob plena supervisão das Vice-reitorias e Diretoria Executiva, avaliando e zelando por soluções relativas às necessidades patrimoniais e estruturais, de modo que promovam melhorias constantes para que o corpo discente, docente e técnico tenha condições efetivas de desenvolvimento de suas atividades com equipamentos e espaços de alta qualidade e inovação. Também são responsáveis por fomentar investimentos e parcerias público-privadas com a prerrogativa de atender a exigências universitárias de ensino, pesquisa e extensão, por meio do estabelecimento de contratos, acordos e eventos de diversas naturezas.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Diretorias e Coordenações dos Campi aproximados

Professor Diego Gadler, Diretor-geral da Unoesc Campos Novos em 2018

Professora Noêmia Bonamigo Pizzamiglio, Diretora-geral da Unoesc Capinzal em 2018

Professora Dilva Bertoldi Benvenutti, Coordenadora Administrativa da Unoesc Maravilha em 2018

Professor Álvaro Cielo Mahl, Coordenador Administrativo da Unoesc Pinhalzinho em 2018

Na Unoesc, obedecendo a um critério geográfico e para melhor atender às demandas da mesorregião Oeste catarinense, optou-se por estender a estrutura de dois de seus cinco Campi-sede, criando-se os Campi aproximados da Unoesc Joaçaba (em Campos Novos e Capinzal) e da Unoesc São Miguel do Oeste (em Maravilha, Pinhalzinho e São José do Cedro). Vislumbra-se, em um futuro próximo, a expansão de novos Campi nessa configuração. A gestão dos Campi aproximados está sob responsabilidade de diretores ou coordenadores que, juntamente com seu corpo docente e técnico, zelam pelas questões estruturais, administrativas e acadêmicas locais. Esses gestores estão sob a plena supervisão da Reitoria, Vice-reitorias, Pró-reitorias, Diretoria Executiva e Diretorias de Graduação e Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, para que possam desenvolver constantemente ações visando fortalecer e qualificar as estruturas físicas e de recursos humanos, viabilizando, assim, o atendimento de excelência aos alunos, bem como a toda a comunidade onde esses Campi estão inseridos. São, também, articuladores estratégicos e políticos, fomentando incentivos e parcerias importantes com os setores privado e público regionais.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Coordenadoria Geral de Relações Internacionais A internacionalização tem sido um dos principais objetivos estratégicos da Unoesc, que alavanca esse processo há mais de uma década. As ações de internacionalização se destacam como um dos grandes compromissos e prioridades da Unoesc, estando contempladas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Plano de Internacionalização. A Coordenadoria de Relações Internacionais está sob a responsabilidade da Professora Kaline Zeni, na Unoesc Joaçaba, juntamente com os coordenadores locais nos Campi e a secretária geral. O time das relações internacionais trabalha e converge esforços dentro de uma perspectiva de internacionalização do ensino, da pesquisa e da extensão realizados em diversas modalidades com o exterior. Professora Kaline Zeni, Coordenadora-geral da Coordenadoria de Relações Internacionais em 2018

Para os estudantes se destacam a oferta de componentes curriculares, estágios e pesquisas em instituições estrangeiras, além da oportunidade de aprendizado de uma nova

língua e cultura, abrindo caminhos e perspectivas para o futuro profissional. Aulas por webconferência, eventos internacionais e pesquisas conjuntas são algumas das atividades que vêm sendo realizadas em parceria com universidades e entidades estrangeiras. Além dos convênios bilaterais, por meio dos quais estudantes são enviados para estudos por um semestre letivo, também são divulgadas oportunidades de cursos de idiomas e summer courses no exterior durante as férias. Outra modalidade de intercâmbio ofertada na Unoesc são os Módulos Internacionais, que têm como objetivo proporcionar uma experiência internacional de curta duração para alunos (graduação e pós-graduação lato e stricto sensu), professores, técnicos administrativos diplomados e comunidade externa. A proposta de cada Módulo é desenvolvida por um parceiro específico, de acordo com a temática escolhida. Todos os programas contemplam um misto de teoria e visitas técnicas e culturais.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A presença constante de alunos e docentes estrangeiros, aliada à capacitação permanente de seus professores no exterior, garante a oferta de formação acadêmica nos melhores padrões de excelência de reconhecimento internacional. Os alunos estrangeiros que são acolhidos na Unoesc para intercâmbio têm a oportunidade de realizar um curso de língua portuguesa para estrangeiros, além de poderem optar por outros cursos de idiomas ofertados pelo setor de extensão. Entre os países para os quais a Unoesc já enviou estudantes se destacam os seguintes: Argentina, Chile, México, Estados Unidos, Canadá, Áustria, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Irlanda, Moçambique e Austrália. O total de alunos que já vivenciaram a experiência desse aprimoramento internacional é de 160, dos quais 16 se utilizaram do Programa Ciência sem Fronteiras. Em média, 25 alunos por ano acessam essa modalidade. Da mesma forma, a Unoesc tem acolhido estudantes de instituições de fora do País. São ao todo 35 alunos provenientes da Alemanha, França, Espanha, México, Argentina e Equador. A Unoesc traz o mundo até a sua comunidade acadêmica e região com a presença constante de alunos e docentes estrangeiros, aliada à capacitação permanente de seus professores no exterior, a qual garante a oferta de formação acadêmica nos padrões de excelência e de reconhecimento internacional.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Secretaria Acadêmica Geral e Procuradoria Institucional (PI) A Secretaria Acadêmica Geral (SAG), criada em 2004, foi concebida para articular as ações de registro e controle acadêmico da Instituição e coordenar as estruturas de Secretarias Acadêmicas instaladas em todos os Campi da Unoesc. A SAG possui estrutura física e de pessoal que garante o melhor atendimento aos estudantes e à regulamentação vigente. A equipe, coordenada pela Professora Neusa Bordignon, dedica-se a promover a qualidade, a agilidade e a segurança que os registros, os controles e os documentos acadêmicos requerem. Cabe à Secretaria Acadêmica Geral estabelecer e assegurar a padronização e a execução dos procedimentos e dos documentos acadêmicos com unidade, segurança e agilidade, zelando pelo cumprimento da legislação relativa à educação superior, assim como Professora Neusa Bordignon, Secretária Acadêmica Geral e Procuradora Institucional em 2018

viabilizando as informações solicitadas pelos órgãos externos. A secretaria dos colegiados superiores da Universidade também é de responsabilidade da SAG, a qual, ainda, orienta e

acompanha a elaboração e a implantação dos projetos pedagógicos dos cursos em conformidade com as políticas e diretrizes institucionais e prerrogativas legais. Estão afetas à Secretaria Acadêmica Geral as funções de Procurador Educacional Institucional (PI) – interlocutor e responsável pelos processos e informações da Instituição ao Ministério da Educação: especialmente, prestar e manter atualizadas as informações do cadastro e-MEC, como atos regulatórios, endereços de funcionamento, cursos, estruturas de pessoal e física, equipamentos, entre outras. Também o protocolo e o acompanhamento dos processos regulatórios – credenciamento, recredenciamento da IES, autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento de cursos – ao Ministério da Educação são de competência do PI, que responde pelo provimento dos elementos de avaliações externas, pelo acompanhamento sistemático das movimentações de processos, bem como pelo acompanhamento das comissões do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) nas visitas de avaliações in loco. Ainda, assegurar as informações necessárias à realização do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

(ENADE) e garantir o preenchimento do Censo da Educação Superior, primando pela articulação harmônica com os responsáveis da IES por outros sistemas de informações do Ministério da Educação e demais órgãos públicos, também são desafios do Procurador Educacional Institucional. Na corrida por inovação, a Unoesc saiu à frente, criando seu próprio sistema acadêmico. Isso viabilizou a implementação de um sistema que automatizou grande parte do processo, garantindo maior segurança, confiabilidade e agilidade aos registros e à emissão de documentos acadêmicos. Também, a implantação do módulo assinatura digital chegou para consolidar esse processo, permitindo aos estudantes o conforto de receber os documentos em qualquer lugar e em tempo real e, ainda, para que a Unoesc passasse a disponibilizar os diplomas aos seus formandos em ato contínuo à outorga de grau. A qualificação dos processos e a otimização dos procedimentos e ações são metas perseguidas com primazia pela SAG. O empenho dessa equipe, articulada às demais equipes da Instituição e avalizada pelo Corpo Diretivo, coloca o estudante da Unoesc em posição privilegiada também quando se trata de registros, controles e documentos acadêmicos de qualidade, com agilidade e conforto ímpares.

Coordenadoria Geral da Unoesc Virtual As modificações tecnológicas ocorridas nas últimas décadas propiciaram ao ser humano uma ampliação das suas atividades. Isso também teve sua repercussão no setor educacional, com a possibilidade de um ensino no qual a atividade presencial pode ser substituída, em parte, pelo estudo feito remotamente. A Unoesc não ignora esse cenário e tem a preocupação de, mantendo seus padrões de qualidade e valores institucionais, ofertar uma educação a distância que possa formar pessoas que não teriam condições de se deslocar diariamente até a Universidade. Dessa forma, a Unoesc Virtual, sob a coordenação do Professor Luciano Fernandes, organiza a oferta de cursos de graduação, especialização e extensão, bem como atividades Professor Luciano Fernandes, Coordenador-geral da Unoesc Virtual em 2018

pedagógicas para os acadêmicos e a comunidade em geral. 147 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A Unoesc Virtual é, ainda, uma importante ferramenta também para os cursos presenciais, auxiliando na complementação de conteúdo, alocando estratégias de ensino e contribuindo para a capacitação continuada do corpo docente e técnicoadministrativo. Os cursos oferecidos com base na plataforma tecnológica, que permitem o estudo a distância, são um importante recurso para democratizar o acesso ao ensino superior. A Unoesc Virtual oferece dois cursos nessa modalidade em nível de graduação: Licenciatura em Informática e Tecnologia em Processos Gerenciais. Em termos de especialização, já são dezenas de cursos oferecidos. No ano 2018, seis deles estão em andamento: Desenvolvimento Delphi, Desenvolvimento Web, Cloud e Dispositivos Móveis (WebMob), Educação Especial, Gerontologia, Planejamento Urbano e Política de Assistência Social. Além disso, a cada ano são oferecidos, como complemento para os alunos da graduação e também para a comunidade em geral, dezenas de cursos de extensão on-line.

Coordenadoria Geral do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) A Unoesc é uma Instituição de Ensino Superior comprometida com a aprendizagem discente de forma integral. Preocupa-se com a formação técnica, mas também com a formação ética e cidadã. Fomenta diversas ações envolvendo o corpo docente a fim de garantir essa sincronia, buscando desenvolver nos acadêmicos todas as competências necessárias a uma formação de excelência. Esse trabalho se inicia na construção de projetos pedagógicos norteados pelas diretrizes do MEC, pelas diretrizes institucionais e pelas orientações dos conselhos, pautandose em matrizes encadeadas por competências. Os professores atualizam suas metodologias de ensino e de avaliação em diversas Professora Elisabeth Hafner Facin, Coordenadora-geral do NAP em 2018

capacitações oferecidas durante o ano, fundamentadas sempre nas necessidades de cada

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

curso. O setor envolvido com esse trabalho é denominado Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), que conta com uma equipe capacitada de professores nos cinco Campi da Universidade e com uma coordenação geral na Unoesc Joaçaba. Os professores ingressantes, acolhidos e acompanhados de forma especial pelo NAP, são, via de regra, bacharéis sem experiência docente e necessitam de um apoio pedagógico diferenciado no início de sua trajetória acadêmica até se inserirem no processo. Assim, o apoio do NAP se realiza por meio do acompanhamento com metodologias de aprendizagem e elaboração de projetos de curso. Atualmente, considerando um público de nativos digitais, envolve em suas formações o uso de tecnologias, que, aliado às metodologias ativas de ensino, torna as aulas mais dinâmicas e interativas, aumentando a atenção, a participação e o aprendizado do discente.

353 horas Síntese da capacitação docente – 2018

•Oficinas de ferramentas •Oficinas de metodologias participativas •Minicursos •Palestras •Orientações

Principais atividades

Carga horária oferecida

2.970

Número de participantes

261 Quantidade de atividades

149 Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina


Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Coordenadoria Geral da Biblioteca Universitária A biblioteca, em qualquer concepção do termo, é um espaço privilegiado para a humanidade, é a transição para uma sociedade mais justa, mais decente e com mais sabedoria. Por conta disso, uma biblioteca universitária se duplica em importância, pois é nesse espaço que os futuros profissionais vão lapidar e adquirir seus conhecimentos. Contudo, as tecnologias vão modificando os hábitos da sociedade. Os livros físicos são importante fonte de consulta e pesquisa, porém é certo que, no mundo contemporâneo, livros e documentos digitais e revistas eletrônicas estão cada vez mais incluídos no cenário do conhecimento. Pensando nesses termos, as bibliotecas da Unoesc estão em constante atualização, Professor Tiago Diersmann, Coordenador-geral da Biblioteca em 2018

mas têm a função primária resguardada, ou seja, continuam a ser possibilidade de estudos,

consultas e empréstimos de materiais, e são, sobretudo, espaços de apropriação de cultura, arte, ciência e cidadania, com intensa relação com a comunidade acadêmica e regional por intermédio de atividades que promovem. Essa política de disponibilização do conhecimento ocorre em todos os locais em que a Unoesc está instalada, totalizando 10 bibliotecas. Somam 57 salas de estudos individuais e em grupo, 234 terminais para pesquisa (computadores com acesso à internet), 55 terminais para consulta ao acervo e outros equipamentos auxiliares. As bibliotecas da Unoesc contam com área física total de mais de 6 mil m2, possuindo no seu acervo 219.830 títulos, com 461.571 exemplares de livros e folhetos. Todas essas estruturas dispõem de espaço adequado para a armazenagem do acervo com iluminação apropriada, extintores de incêndio e lâmpadas de emergência bem distribuídas, bem como sinalização facilitada para indicar os diferentes espaços e materiais. O acervo está informatizado e disponível para consulta em site próprio (www.unoesc.edu.br/biblioteca), por meio do Sistema Integrado de Bibliotecas (Pergamum – Unoesc). A coleção da Rede de Bibliotecas Unoesc encontra-se organizada pelo Código de Catalogação Anglo-Americana (AACR2) e classificada pelo sistema de Classificação Decimal de Dewey (CDD).

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Os materiais à disposição dos estudantes são organizados em diferentes suportes. O primeiro grupo, mais generalista, compreende livros, anais, folhetos e outros, que podem ser distintos em bibliografias básicas e complementares, obras de ficção e coleção especial. Os estudantes têm à sua disposição, ainda, trabalhos acadêmicos, documentos institucionais e outros materiais de referência. A rede de bibliotecas da Unoesc possui acesso virtual a e-books disponíveis na Biblioteca Digital Saraiva e à coleção de periódicos nas bases de dados EBSCO, Capes, HeinOnline Academic Core e Icap. Cumprindo as diretrizes e políticas que a Unoesc determina a todos os seus setores, as bibliotecas são espaços acessíveis a todos. Rampas de acesso, terminais de consultas e balcões de atendimento rebaixados e adequados tornam possível e facilitada a circulação de pessoas com limitações de locomoção. As estruturas possuem medidas ideais na entrada para cadeirantes, faixas guias táteis e pisos antiderrapantes, banheiros adaptados e mesas de estudo exclusivas. Há sinalização tátil com caracteres em braile e em relevo nas placas sinalizadoras nas portas. Igualmente, há espaços exclusivos para atendimento de pessoas com baixa visão e cegas, incluindo fones de ouvido, computadores com teclados em braile e softwares específicos. Também, as bibliotecas mantêm acervo específico, composto por livros em braile, livros com letras ampliadas para pessoas com baixa visão, livros falados (audiolivros) e livros digitais acessíveis (DAYSY). Ainda, destaca-se que há recursos humanos capacitados para atender aos usuários com necessidades especiais. Em termos de organização, a Rede de Bibliotecas da Unoesc é gerida a partir de um coordenador-geral, o Professor Tiago Diersmann, que conta com o suporte de coordenadores locais e divisões específicas, conforme a atividade ou serviço desempenhado, bem como com sete bibliotecários. Além desses profissionais, a Rede de Bibliotecas dispõe de 35 auxiliares e assistentes administrativos para o desenvolvimento das atividades de funcionamento das bibliotecas, como atendimento ao usuário e guarda e catalogação de materiais.

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Acervo geral das bibliotecas universitárias Local Joaçaba

Área (m²)

Títulos

Exemplares

Periódicos

Assinaturas

CDs/DVDs

1.814,71

78.402

153.317

3.842

39

2.321

Campos Novos

338,68

5.585

11.618

268

6

143

Capinzal

198,46

7.336

14.015

474

7

79

Chapecó

765,2

15.377

30.947

375

46

46

Maravilha

155,7

4.716

12.000

188

17

83

Pinhalzinho

283,51

3.873

11.317

105

15

77

1.378,95

34.926

86.853

2.337

104

1.545

São Miguel do Oeste São José do Cedro

65,51

1.627

3.785

71

2

39

Videira

788.48

30.874

60.445

606

54

539

Xanxerê

1.748,32

37.114

77.274

1.064

38

740

Total

7.585,04

219.830

461.571

9.330

328

5.612

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Coordenadoria Geral do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) e Coordenadoria de Gestão das Relações com Diplomados De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a Unoesc coloca como pontos estratégicos da atuação e concepção do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) as “políticas de atendimento aos discentes, o acesso ao ensino superior, a permanência, o apoio pedagógico e financeiro, com a finalidade de promover a inclusão social e educacional.” (UNOESC, 2018, p. 119). Os programas e ações executados pelo SAE Professora Fernanda Regensburger Poletto, Coordenadora-geral do SAE em 2018

Professora Iára Castegnaro, Coordenadora-geral da Coordenadoria de Gestão das Relações com Diplomados em 2018

têm seu respaldo nas políticas institucionais expressas no PDI e nos documentos oficiais, assim como as políticas educacionais de Estado, nos âmbitos nacional, estadual e

municipal, são consideradas norteadoras. Internamente o setor se utiliza dos resultados da avaliação institucional, em especial dos instrumentos aplicados a estudantes ingressantes e concluintes, para monitorar a qualidade dos serviços oferecidos e o impacto destes. A coordenação geral do SAE está sob a responsabilidade da Professora Fernanda Regensburger Poletto, que tem como perspectiva de trabalho o acesso e a permanência ao ensino superior e o acompanhamento dos egressos. Além disso, conta com estrutura significativa em todos os locais onde a Unoesc está inserida. As ações desenvolvidas pelo SAE são delineadas em três grandes eixos, quais sejam: o acesso à Universidade, a permanência do estudante e o acompanhamento dos egressos.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

No primeiro eixo, as principais ações estão pautadas na divulgação e execução dos programas de inclusão social (como ProUni, Uniedu e FIES), que promovem o acesso à universidade, e nas questões voltadas ao ingresso dos estudantes que acessam os programas de acessibilidade. No segundo eixo, que trata de estímulos à permanência dos estudantes na Universidade, o SAE, em parceria com outros setores internos da Unoesc, é responsável pelo acolhimento ao ingressante e pelos programas de monitoria e nivelamento de estudos. Atua também promovendo o apoio financeiro aos estudantes que não dispõem de condições socioeconômicas para arcar com o valor de suas mensalidades, por meio da concessão de bolsas de estudo de programas custeados pelos poderes público e privado, além das bolsas de estudo da própria Instituição. Compõem, ainda, esse eixo o apoio psicológico e psicopedagógico, por meio do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), e o apoio às atividades esportivas, culturais e artísticas do meio estudantil. Por fim, o setor promove a inserção de alunos e diplomados no mercado de trabalho, por meio de importante ferramenta denominada Unoesc Carreiras, que tem a proposta de divulgar ofertas de estágio e trabalho. Para o terceiro eixo, o acompanhamento aos diplomados, o SAE pauta sua atuação na perspectiva de uma formação contínua e progressiva, entendendo as nuances da renovação do conhecimento. Por meio do Programa de Acompanhamento de Egressos, que conta com uma Coordenadoria de Gestão das Relações com Diplomados, que está sob a responsabilidade da Professora Iára Castegnaro, desenvolvem-se ações que buscam a relação com os diplomados da Unoesc. Essa Coordenadoria tem relação direta com a Comissão Própria de Avaliação (CPA), que aplica instrumentos de pesquisa junto a egressos, órgãos de classe, organizações e instituições empregadoras. Uma das ferramentas utilizadas é o Portal do Diplomado, disponibilizado on-line, no qual o egresso pode se cadastrar e se manter informado em relação a cursos, eventos, palestras e outras atividades ofertadas pela Instituição. E outro instrumento de acompanhamento é o Unoesc Carreiras, também on-line, com a finalidade de mostrar ao mercado de trabalho os potenciais dos diplomados pela Unoesc. O SAE é entendido pela Unoesc como imprescindível para a formação e o encaminhamento do estudante na sua vida profissional. Em razão disso, as dinâmicas do setor estão sempre atualizadas e conectadas com a sociedade.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Coordenadoria Geral de Recursos Humanos Promover o bem-estar das pessoas que atuam em uma organização é objetivo primordial para alcançar níveis de qualidade nos serviços e produtos de qualquer instituição. A Unoesc prima por atingir constantemente esse objetivo por meio de políticas e práticas para a seleção, retenção e manutenção de profissionais altamente qualificados que possam responder às necessidades de uma instituição de caráter comunitário. Somos uma organização que preza para que o conhecimento produzido seja relevante aos objetivos de desenvolvimento sustentável das comunidades nas quais estamos inseridos. Assim, a Coordenação Geral do setor de Recursos Humanos da Unoesc Professora Ligia Kruhs Zulian, Coordenadora-geral de Recursos Humanos em 2018

fundamenta sua diretriz de atuação na busca pela excelência e na qualidade do trabalho de seus colaboradores. Essa coordenação está sob a responsabilidade da Professora Ligia Kruhs Zulian, que lidera uma equipe de 20 colaboradores com formações em Recursos Humanos,

Psicologia, Enfermagem, Direito, Administração e Ciências Contábeis. Parte desses colaboradores possui especialização em suas áreas de formação, bem como cursos técnicos específicos que aprimoram a sua atuação. As políticas promovidas pelo setor de Recursos Humanos Institucional têm papel fundamental na Universidade, pois é de sua responsabilidade recrutar, selecionar e manter no seu quadro profissionais qualificados e motivados nas mais variadas funções. Além dessas políticas, possui programas de qualidade de vida e mantém seu ambiente saudável por meio da segurança e medicina no trabalho, propiciando, assim, as condições adequadas de funcionamento da Universidade. A Unoesc investe na capacitação e no desenvolvimento de seus profissionais por meio de bolsas de estudo para graduação, especialização, mestrado e doutorado, e fomenta a participação em cursos técnicos e profissionalizantes voltados às suas atividades operacionais e administrativas, com o propósito de oferecer qualidade e bem-estar a seus colaboradores. No que se refere aos incentivos, a Unoesc possibilita a todos os seus funcionários o acesso a uma série de benefícios e garantias expressas

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

nos planos de carreira de cada categoria. Esses incentivos permitem o desenvolvimento profissional e a melhoria das condições materiais dos colaboradores e de suas famílias. Nossa Universidade entende que as pessoas são seu maior ativo e busca a excelência na gestão de seus profissionais para que encontrem um ambiente favorável para colocar suas competências a serviço de uma organização com objetivos múltiplos e especializados no ensino, na pesquisa e na extensão. Com base nos seus profissionais competentes, qualificados e satisfeitos, a Unoesc tem realizado com maestria sua missão como instituição comunitária, a serviço do desenvolvimento científico, social e humano das pessoas e comunidades com quem interage.

Coordenadoria Geral de Marketing e Comunicação e da Editora Unoesc A Unoesc é uma universidade comunitária comprometida com o conhecimento de qualidade e a boa comunicação. Fomenta diversas ações que visam consolidar sua marca e desenvolver o senso crítico e altruísta em todos os seus agentes e clientes. Mantém-se como a marca mais lembrada e eficiente em todas as cidades onde tem intervenção direta. Esse trabalho de gestão de marca e disseminação de conhecimento institucional e científico se realiza pela integração entre todos os agentes institucionais, sobretudo por dois setores cujas funções são associadas imediatamente à produção, organização e divulgação da Unoesc, por meio de campanhas institucionais e publicitárias (multimídia), revistas científicas,

livros e demais canais oficiais, como sites e redes sociais. Esses setores são a Coordenadoria Professor Tiago de Matia, Coordenador-geral de Marketing e Comunicação e da Editora Unoesc em 2018

Geral de Marketing e Comunicação e a Editora Unoesc. A coordenação geral desses dois setores está sob a responsabilidade do Professor Tiago de Matia, que tem por perspectiva o desenvolvimento da marca Unoesc, obedecendo à Missão, Visão, Valores e ao Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Trabalha em consonância com as deliberações da Diretoria Executiva, Reitoria e necessidades do mercado no qual a Unoesc está inserida, buscando, inclusive, expandir os efeitos positivos da marca em níveis regionais, nacionais e internacionais. Para se atingirem as metas estabelecidas a esses setores, observa-se, de maneira especial, a constituição de equipes de alta qualidade técnica e estratégica que, munidas de aparatos tecnológicos, desempenham com excelência atividades fundamentais e constantes nas áreas de pesquisa e análise de mercado, planejamento de marketing (institucional e por Campus), planejamento de mídia (comunicação), produção gráfica, produção audiovisual, redação publicitária, programação Web, design, gestão estratégica e operacional de ferramentas de marketing digital, gestão e operação das redes sociais e sites da Unoesc, assessoria de imprensa e relacionamento com veículos de comunicação, clipping, revisão linguística e metodológica, diagramação geral, gestão e operação de softwares editorais, promoção de eventos, visitas guiadas à Universidade, relacionamento com escolas, empresas e entidades de toda a região, operações relativas às deliberações publicitárias, jornalísticas e editoriais da Acafe, entre outras. As ações promovidas pelo Marketing Institucional e pela Editora Unoesc têm ampla visibilidade, atingindo milhões de pessoas todos os anos em diversas partes do mundo que têm acesso às campanhas publicitárias, eventos e produções editoriais disponibilizados de maneira exclusiva ou orgânica (livre). Juntos, esses setores contam com mais de 30 colaboradores diretos, com formações em Filosofia, Marketing, Publicidade e Propaganda, Rádio e TV, Letras, Administração, Engenharia da Computação, Design e Jornalismo. A grande maioria desses colaboradores também é pós-graduada em suas áreas de formação e/ou atuação profissional. A Unoesc investe na gestão de sua marca para que ela possa se perpetuar de maneira sólida, eficiente e sensível às necessidades do mundo acadêmico e comercial. Traz, em suas deliberações, inúmeras contribuições de ponta que viabilizam a qualificação constante dos colaboradores e a vanguarda da Instituição para o desenvolvimento regional.

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Coordenadoria Geral de Tecnologia da Informação e Comunicação A Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) é o setor da Instituição responsável por coordenar e supervisionar as atividades da área de informática, envolvendo a elaboração de projetos, a racionalização e o redesenho de processos, além da implantação e da manutenção de sistemas e equipamentos, incluindo o desenvolvimento e a integração de sistemas com a utilização de alta tecnologia. Também realiza interface com os diversos setores da Instituição, analisando e desenvolvendo as demandas, e também com terceiros em processos de integração de sistemas e gestão de sistemas legados. Viabiliza o lançamento, acompanha os indicadores de utilização do sistema, elabora e executa planos de melhoria para aumentar a capacidade Professor Kurt Schneider, Coordenador-geral de Tecnologia da Informação e Comunicação em 2018

do sistema, realiza follow-up das ações de melhoria, identifica novas oportunidades de otimizar os processos, reporta o andamento das atividades para seus superiores, coordena

os trabalhos de suas equipes, monitora a avaliação e a identificação de soluções tecnológicas e planeja projetos, sempre buscando o entendimento das necessidades da Instituição. Gerencia a negociação com as consultorias para a contratação de desenvolvimento de projetos ou alocação de recursos para a elaboração de atividades de análise e programação e de estratégias e procedimentos de contingências, visando à segurança aos níveis de dados, acessos e auditorias, e à continuidade dos serviços dos sistemas de informação. Essas ações ocorrem em todos os Campi que possuem uma CTIC local. As CTIC locais estão sob a coordenação geral do Professor Kurt Schneider, alinhadas com a Missão, a Visão e os Valores e correlacionadas aos itens do Plano de Desenvolvimento Institucional da Unoesc (PDI) e ao Planejamento de Desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC). A CTIC geral responde diretamente à Diretoria Executiva, mas dialoga com todos os setores e departamentos da Instituição, orientando sobre tecnologia e processos.

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Esse trabalho contempla a gestão de uma equipe de desenvolvimento interno, responsável pelo Sistema Acadêmico; uma equipe de suporte aos sistemas, atendendo a demandas do financeiro, folha de pagamento, contabilidade, bolsa de estudos, Sistema Acadêmico e todo atendimento às demandas dos setores; e uma equipe de suporte à infraestrutura, que atende aos laboratórios de informática, internet e softwares dos setores e dos laboratórios, e realiza a operação e a manutenção de todo o Data Center da Instituição, bem como de toda a estrutura de segurança dos dados. Nas CTIC locais estão alocados profissionais capacitados para realizar operações de manutenção e configuração de equipamentos, suporte aos sistemas e resposta aos principais questionamentos dos setores da Instituição. Essa ação é coordenada por um gestor local. Nas Unoesc Capinzal e Campos Novos, por exemplo, há colaboradores com conhecimento em informática que auxiliam na manutenção e adequação dos ambientes, conforme demanda, bem como nas atualizações de softwares, reportando-se diretamente à CTIC geral. A CTIC também atua no Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), com uma equipe local que atende a todas as demandas de sistemas e infraestrutura de equipamentos e rede de computadores, realizando a manutenção e ações de adequação e correção das mais diversas naturezas de impedimentos. Juntos, esses ambientes contam com mais de 30 colaboradores que, em sua grande maioria, são formados nas áreas de exatas, mas também há aqueles que possuem formação em humanas, complementada por pós-graduação e também pela prática docente, muito apreciada por conta da relação teórico-prática a qual pode contribuir no ambiente de trabalho. Todos são incentivados a profissionalizar-se continuamente, participando ativamente de cursos e capacitações no Brasil e também por meio EaD (Educação a Distância). Os sistemas atuais permitem a coleta e o tratamento dos dados para que a Instituição tenha acesso ao processo de tomada de decisões pautada em Business Intelligence (BI) (Inteligência de Negócios), tornando a gestão mais dinâmica e instantânea, diferentemente do processo estático focado em relatórios. Todos esses profissionais estão conectados aos elementos mais inovadores do mercado tecnológico e atentos às tendências mundiais em infraestrutura e sistemas para viabilizar um crescimento sustentável e gerenciável da Instituição.

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Rádio Unoesc FM Concebida como uma ferramenta de ensino, a Rádio Unoesc 106,7 FM incorpora a dimensão pedagógica com a natureza peculiar de um veículo de comunicação. Assim, é uma rádio educativa, atrativa, com enorme diversidade de programas nos quais enquetes, participações ao vivo, entrevistas e debates convivem em perfeita harmonia com o entretenimento e a música, dentro de uma linguagem voltada ao acadêmico da Unoesc e à comunidade em geral. É um espaço de mídia que pode ser utilizado pela comunidade, pois a Rádio está permanentemente atenta aos assuntos de interesse da sociedade. Estruturalmente, a Rádio Unoesc possui dois estúdios para transmissão ao vivo a qualquer hora, com todos os equipamentos e as comodidades necessárias, isso tudo sob Professor Alex Baseggio, Coordenador da Rádio Unoesc FM em 2018

a coordenação do Professor Alex Baseggio. Embora a informatização permita que a Rádio possa ser colocada no ar automaticamente, esse recurso é parcialmente utilizado, pois os comunicadores aproximam a emissora do público, cumprindo, assim, a sua missão educativa.

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Agência de Gestão da Inovação e de Relações Institucionais (AGIR) A Universidade do Oeste de Santa Catarina é uma universidade comunitária presente na mesorregião Oeste catarinense. É considerada a maior instituição de ensino superior do interior do Estado, apresentando grande crescimento nos últimos anos em razão da abertura de novos cursos, principalmente nas áreas da Saúde e da Tecnologia. Em resposta à necessidade de expansão do ensino superior e ao surgimento de novas tecnologias, as universidades priorizam tornar mais consistentes seus cursos, alinhando conhecimento e inovação. Por sua vez, a inovação é, basicamente, o processo de transformação de velhos hábitos e costumes onerosos em práticas mais enxutas e fluidas que demandem menos recursos e ofereçam maiores e melhores resultados. Para que ela Professora Jéssica Romeiro Mota, Diretora da AGIR em 2018

se estabeleça, é preciso, sobretudo, a manutenção da capacidade inovadora e políticas de incentivos específicos que aproximem ideias promissoras de realizações concretas.

Nesse intuito, a Agência de Gestão da Inovação e de Relações Institucionais (AGIR) é um órgão da Reitoria que tem por finalidade promover a política institucional de inovação da Unoesc, por meio do ensino, da pesquisa e da extensão e da implementação de parcerias com empresas, instituições e governos, visando à captação de recursos econômicos e financeiros para a execução de projetos e programas elaborados na Unoesc ou em parceria com esta, voltados para o desenvolvimento institucional e regional. A AGIR é coordenada em Joaçaba pela Professora Jéssica Romeiro Mota e conta com uma equipe que objetiva articular e desenvolver os processos de inovação dentro da Unoesc ou em colaboração com outras instituições. Conta, também, com a participação dos diretores de ensino, pesquisa e extensão de todos os seus campi. Atua, ainda, em toda a Unoesc, na forma de núcleos de inovação, de incubadoras de tecnologia ou de ações locais, sempre no sentido de atrair, capacitar e fomentar, por meio de novos conhecimentos, o atendimento às demandas regionais.

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As ações promovidas pela Agência vêm no sentido de elaborar e implementar a política institucional e gestão; promover a transferência de tecnologia e a oferta de serviços tecnológicos nas empresas e demais organizações públicas e privadas; implementar habitats de inovação, como incubadoras ou pré-incubadoras de empreendimentos inovadores nos campi, bem como fomentar a instalação de polos e parques tecnológicos, de interesse institucional, em parceria com a inciativa privada e o setor público; além de desenvolver ações de orientação junto aos coordenadores, professores e pesquisadores sobre a propriedade intelectual, transferência de tecnologia, pesquisa em colaboração com o setor produtivo, entre outros, objetivando formar uma cultura institucional de inovação e empreendedorismo no meio acadêmico. A Unoesc, por meio da AGIR, promove a cooperação nacional e internacional para a implementação de inovações e o desenvolvimento tecnológico gerado, planejando e gerindo a estrutura organizacional da AGIR mediante definição de metas e indicadores que possibilitem a entrega de valor para a Unoesc, além de assegurar a autossustentabilidade econômico-financeira da Agência. Acompanhar o desenvolvimento dos projetos e contratos institucionais que versem sobre inovação e serviços técnicos e/ou tecnológicos, ou que possam resultar em criação intelectual, faz da AGIR um setor que atinge muitas pessoas todos os anos.

Número de projetos pré-incubados pela AGIR

Chapecó

Em 2015 Em 2016

7 9

Em 2017 Em 2018

Total de pré-incubados

Videira

Em 2017 Em 2018

Joaçaba

Em 2012 Em 2013 Em 2014 Em 2015

6 16 13 8

Em 2016 Em 2017 Em 2018

Total de pré-incubados

41

10 6

Total de pré-incubados

17 8

Xanxerê 16

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Em 2018*

18 26 13

100

4 * Início das atividades em abril de 2018 4

Total de pré-incubados


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Unoesc: responsabilidade, inovação e valor adicionado

O

não tão longínquo dia 22 de novembro de 1968, que se constituiu no marco inicial em termos de legalidade da história da Unoesc, confere um cinquentenário a uma trajetória de superação das dificuldades de se implantar a educação superior em Santa Catarina. Em tão pouco tempo, os habitantes do Meio-Oeste, que tinham que se deslocar para as

mais diversas localidades para obter sua formação superior mais básica, ou seja, a graduação, hoje podem buscar os mais altos níveis de capacitação sem abandonar sua região ou cidade. Assim, é fato que muito foi feito pela educação superior e pela região. Os números aqui expostos materializam as ações. Os desafios, de toda forma, estão presentes na atualidade e certamente continuarão a exigir dos futuros gestores, professores e acadêmicos o melhor de suas competências e qualidades. A Unoesc tem plena consciência disso e não ignora que o caminho já trilhado não pode servir de convencimento e acomodação, mas de planejamento e sabedoria. O primeiro desafio é manter e aprimorar a formação de qualidade que sempre caracterizou a Instituição. Se nos primeiros anos de sua existência a Unoesc, sendo a pioneira na região, atraiu todos os estudantes que necessitavam de formação, no século XXI a situação é diferente. A proliferação de instituições de ensino superior, ainda que sem o status de universidade, deslocou-se dos grandes centros e rumou para o interior do País, buscando oferecer educação a baixo custo, em grande parte utilizando a metodologia do ensino a distância.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Dentro desse cenário, a Unoesc mantém os seus princípios, mas atenta ao que deseja a comunidade. Assim, inova constantemente as suas metodologias de ensino, agregando a elas novas tecnologias e, principalmente, atuando no sentido de capacitar o seu corpo docente, para que este seja capaz de entender a tecnologia como ferramenta e não como finalidade. É dessa forma que a manutenção da qualidade irá se perenizar. O segundo desafio, mas ainda integrado ao primeiro, é conservar a solidez financeira da Instituição em face às limitações demográficas da região e à disseminação das já citadas Instituições de Ensino Superior (IES) que oferecem educação a distância. Para superar esse desafio, a Unoesc tem consciência que o seu interesse principal é o estudante. Dessa forma, oferecer flexibilidade de horário, bolsas de estudo e financiamento de mensalidades e realizar, ainda, outras ações fazem parte da solução, mas não podem substituir o principal: conduzir o estudante à sua capacitação de forma plena. O terceiro desafio é manter o diálogo permanente com a sociedade, de modo a poder atender às suas demandas. Isso significa proximidade com o Poder Público, com o setor privado, com os órgãos de classe, com as instituições e com a comunidade em geral. Mas também implica absorver as tendências educacionais e incorporá-las ao seu dia a dia, estando, dessa forma, sempre habilitada a se constituir em um local aprazível aos seus estudantes, que poderão estudar e se aprofundar com a linguagem e a metodologia adequadas ao seu modo de conceber a realidade. Concomitante ao esforço em superar desafios, a Unoesc trabalha para atingir suas metas e perspectivas. Nesse sentido, uma primeira reflexão contempla a visão de seus programas stricto sensu. A oferta de mestrados e doutorados e sua consolidação como entidades promotoras de pesquisa e inovação tendem a se corporificar como uma das bases identitárias da Instituição. A atuação desses programas é de vital importância, tanto para a comunidade quanto para a própria Universidade, que estará renovando seus quadros docentes, ao mesmo tempo que fomenta a pesquisa e a extensão, trazendo à pauta as problemáticas regionais.

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Os principais valores da Unoesc Cleunice Fátima Frozza4

A Unoesc promove o desenvolvimento das regiões Oeste e Meio-Oeste de Santa Catarina por meio de suas atividades, que compreendem ensino, pesquisa e extensão. Esse desenvolvimento ocorre nos contextos humano, tecnológico e econômico, permeando os diversos setores das localidades das quais a Universidade faz parte, o que auxiliou o progresso dessas regiões durante sua existência por intermédio da riqueza criada nesse contexto. Essa riqueza é propulsora de desenvolvimento, porque ela é diretamente aplicada na região de abrangência onde, apenas no ano 2017, foram 234 milhões de valor adicionado produzido e distribuído. Essa riqueza é produzida pela diferença entre o valor das vendas pela prestação de serviço e os insumos adquiridos de terceiros e mais uma parcela recebida em transferência para a Entidade. Esse volume de recursos foi injetado na economia regional de forma direta. O valor da Entidade é distribuído à comunidade regional em duas perspectivas. Pela perspectiva econômica, a distribuição se realiza por meio de: remuneração, benefícios e encargos sociais aos seus mais de 1.600 colaboradores, entre professores e técnicos aministrativos; impostos, taxas e contribuições aos órgãos governamentais; juros e aluguéis aos fornecedores de financiamento e serviços; bolsas de estudo enquanto política de atendimento aos discentes carentes, garantindo-lhes o acesso e a permanência com a finalidade de promover sua inclusão social e educacional; e parcela de superávit retido, que lhe garante a sustentabilidade financeira necessária para o cumprimento dos objetivos estatutários e comunitários em que foi criada, preservando, assim, a sua continuidade. _______________ 4

Diretora Executiva da Unoesc em 2018.

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Pela perspectiva não econômica, a riqueza distribuída é imensurável, pois se trata de entregar aos jovens e suas famílias o diploma, que lhes proporciona o acesso a infinitas possibilidades de desenvolvimento profissional e pessoal, a oportunidade da construção de redes de relacionamento, as quais são imprescindíveis, e a possibilidade de atualização tecnológica, que resulta na inovação de produtos e serviços a serem oferecidos a toda a comunidade. Não há, também, como medir a satisfação da comunidade em relação aos diversos serviços prestados gratuitamente, que são benefícios contínuos e que promovem a qualidade de vida. A Unoesc transforma a realidade das pessoas porque, além de ser essa a sua missão, também tem amor por Santa Catarina, sobretudo pelo Oeste e Meio-Oeste. Em seus 50 anos, a Funoesc, por sua essência de mantenedora de universidade comunitária, tem sido a diferença no desenvolvimento regional, sendo possibilidade de educação superior para muitos jovens que não teriam estudado não fosse a proximidade da Universidade, e propulsora de muitos negócios, que não teriam público consumidor caso ela não existisse. A Unoesc faz parte do sonho e da realidade de inúmeras famílias que vivem na sua região de abrangência como possibilidade concreta de ser um meio para um futuro melhor, e essa é a nossa maior riqueza distribuída.

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A Unoesc pelos seus dirigentes

O

testemunho dos dirigentes de uma instituição revela muito da sua história, dos seus valores e dos seus objetivos. Assim, nas páginas seguintes o leitor encontrará a palavra do atual Reitor, dos Ex-reitores e dos Vice-reitores atuais. Estes depoimentos são riquíssimos em termos de experiências, de história sensitiva e de sentimentos que moveram

as pessoas a concretizar a Unoesc. Muitas seriam as pessoas que poderiam dar suas impressões a respeito do que foi, do que é e do que será a Unoesc. Professores, colaboradores internos e externos, diretores, coordenadores, diplomados, enfim, pela ampla teia de relações que a Unoesc construiu, seriam inúmeras as personalidades que poderiam estar aqui. Em razão dos espaços limitados desta obra, optou-se pela participação dos dirigentes máximos.

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Aristides Cimadon O Professor Aristides Cimadon é uma das personalidades mais importantes da educação catarinense. Filósofo na formação inicial e Mestre em Educação, abraçou a Ciência Jurídica posteriormente, doutorando-se nessa área. Foi membro do Conselho Estadual de Educação por muitos anos e presidente da Acafe; além disso, participou de inúmeros órgãos representativos do sistema educacional e da organização das universidades comunitárias. O Professor Cimadon também é membro da Academia Catarinense de Letras Jurídicas (Acalej), ocupando a cadeira 35, cujo patrono é Dante Martorano. Neste espaço, o Professor registra suas impressões de como a educação superior se organizou no Oeste catarinense e de como a Unoesc participou desse processo. Inicialmente, descreve um pouco da sua própria história, sempre conectada ao cenário regional: Quando eu saí de Rio do Sul, onde terminei meus estudos, e vim para Capinzal, para trabalhar no Colégio Mater Dolorum, na época dirigido pelas Irmãs, já existia a FUOC em Joaçaba, com um curso, o Curso de Administração, que era oferecido com duas turmas e funcionava no Colégio Frei Rogério. O Curso tinha sido autorizado dois anos antes, em 1972, depois de quatro anos que a FUOC tinha sido criada. Nesse período que eu vim para Capinzal, aqui estava iniciando o ensino superior, existia a Fundeste, que recém tinha começado em Chapecó, e também a Fearp de Caçador, que era a maior instituição de ensino superior no Oeste de Santa Catarina na época, tendo quatro ou cinco cursos já instalados. Estava iniciando, também, o Curso de Ciências Contábeis na Femarp de Videira, e estava para ser instalado o Curso de Enfermagem em Concórdia. Essas eram as instituições, criadas pelo Poder Público.

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Na sequência, o Professor recorda como a FUOC, Instituição à qual esteve ligado praticamente desde os seus primeiros anos em Joaçaba, lutou contra as dificuldades da época, buscando a ampliação da oferta de cursos, e como ocorreu a qualificação do processo, principalmente graças à participação do Professor Francisco Ansiliero. A FUOC, por meio do seu Diretor na época, o Nilton Carvalho, contratou, trazendo de São Paulo, o Professor Francisco Ansiliero, para reconfigurar o Curso de Administração, pois o mesmo precisava ser reconhecido, e esse professor realmente impulsionou o processo, possibilitando as condições para a criação de novos cursos em Joaçaba, que foram os Cursos de Pedagogia e de Estudos Sociais, mas aí já organizados em uma faculdade, que se chamou Faculdade de Educação. Ainda não havia uma estrutura física própria, e assim a Faculdade ocupou as instalações do então Colégio Cristo Rei. Isso ocorreu a partir de 1976, e podemos dizer com total segurança que Francisco Ansiliero é quem deu uma nova configuração, inclusive, para a qualidade da educação aqui em Joaçaba. Foi uma figura importantíssima na estruturação, reconheceu o Curso de Administração e depois os Cursos de Pedagogia e Estudos Sociais. E foi justamente ele que me convidou a trabalhar na FUOC, aí já no ano 1977, em substituição ao Professor João Francisco. Coisas da época, o Professor teve que ser substituído, pois estava sendo perseguido pelo DOPS – Departamento da Ordem Pública e Social –, na verdade órgão repressor dos tempos da Ditadura Militar no Brasil, e precisou fugir para não ser preso. Assim se deu meu ingresso como Professor, na condição de horista.

Os anos 1970 ficam bastante claros em termos de como a educação superior estava organizada na região, a partir do relato do Professor. A seguir, é bastante curiosa a situação que envolveu a permanência do Professor em Joaçaba, pois os caminhos poderiam ter sido vários outros. Descrever esse processo é importante para se compreenderem os desafios da época: Em 1979 eu vim de mudança definitiva para Joaçaba, trabalhei um ano no Colégio Celso Ramos e fui escolhido pela FUOC para fazer o Mestrado em Educação em Porto Alegre. É bom lembrar que a minha experiência anterior era de Orientador Educacional, no Colégio Mater Dolorum, e também exercia função semelhante, como colaborador do Estado de Santa Catarina, status de concursado. Residindo em Capinzal, três vezes por semana vinha a Joaçaba para lecionar nos Cursos de Pedagogia e de Estudos Sociais. Aqui ocorre um fenômeno interessante, pois o Governo da época, do General Figueiredo, tinha proibido a criação de novos cursos no País. Mas na visão do Professor Francisco Ansiliero, tínhamos que formar os professores com titulação adequada, para que pudéssemos ter as condições de efetuar os processos de criação dos Cursos de Direito e de Psicologia, mesmo que fosse preciso esperar o momento em que houvesse a possibilidade

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de abertura de novos cursos, o que ocorreu efetivamente alguns anos depois. Assim, fui fazer a seleção de mestrado e fui escolhido na PUC em Porto Alegre, mudando-me então para lá, para completar os estudos, no início de 1980. Eu fiquei em 1980 e 1981 em Porto Alegre, voltando para Joaçaba em 1982.

O retorno a Joaçaba, a nomeação como Diretor da Faculdade e uma boa descrição do cenário do início dos anos 1980 vêm a seguir. O Professor também relata como poderia ter seguido sua carreira no Paraná e o esforço da FUOC para mantê-lo vinculado com a Fundação. Então eu voltei para Joaçaba e fui eleito Diretor da Faculdade de Educação, em 1982, na época ainda com dois cursos. O Curso de Pedagogia, porém, era um dos melhores do Estado, tínhamos uma procura de seis por um. Também oferecíamos o Curso de Estudos Sociais, que posteriormente foi desmembrado em História e Geografia. Mas nessa época, dadas as dificuldades que vivíamos, as perspectivas eram muito insuficientes. Por outro lado, havia possibilidade em outras regiões, e acabei me submetendo a vários processos seletivos para universidades. Fui aprovado em um deles, na Universidade Estadual de Maringá. Isso ocorreu no mês de julho do ano 1983, uma época dramática para Santa Catarina, pois foi na ocasião da grande enchente. Já [estava] de malas prontas para sair de Joaçaba, e é bom lembrar que o Professor Francisco Ansiliero, grande incentivador da qualificação docente para a região, tivera que se ausentar de Joaçaba, pois recebera um convite para assessorar seu cunhado, que havia vencido a eleição para o Governo do Estado de Rondônia. Outro batalhador da qualidade docente, o Professor Luiz Gonzaga de Lima, que foi assessor da direção da FUOC, havia se transferido para Concórdia. Então, o cenário estava pronto para a transferência para Maringá. Mas na última hora o Professor Antônio Adolfo Maresch, Diretor da Fundação, apresentou uma proposta para trabalho em tempo integral, como docente e como assessor da direção. Ele havia articulado com o Governador do Estado, na época o Esperidião Amin, para que ficasse à disposição da FUOC, mas preservando a remuneração, e ainda com uma boa proposta salarial de parte da FUOC. Depois dessas condições materiais garantidas, o mais importante que o Professor Maresch apontou era uma condição de autonomia para fazer com que realmente houvesse um projeto de crescimento da Instituição. Esse foi o fator decisivo para permanecer em Joaçaba. Para obter o mínimo de estrutura, conseguimos a adesão do Professor Élder Baruffi, que passou a trabalhar conosco nesse sentido. Assim, estavam criadas as condições para a abertura de novos cursos. O Curso de Direito foi a primeira iniciativa, sendo autorizado em 1985. Como já citado anteriormente, o Curso de Estudos Sociais foi ampliado para oferecer formação plena em História e Geografia. Foi criado um novo curso, que se chamou Artes Práticas, na modalidade de ensino concentrado, capacitando os professores no seu período de férias. Os professores podiam, assim, ministrar uma série de disciplinas práticas que as escolas ofereciam, mas ainda sem a qualidade necessária. Era

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muito bacana ver o movimento dos estudantes no período de férias, quando afluíam alunos de todos os recantos do Estado de Santa Catarina, então obtivemos um crescimento considerável.

Encerrando esta primeira etapa da sua narrativa, o Professor Cimadon relembra como ocorreram as primeiras tratativas para a criação de uma universidade regional. O razoável crescimento da época autorizava se pensar que, havendo a instalação de uma universidade, as possibilidades se ampliariam significativamente, o que a história demonstrou ser verdadeiro. A partir do ano 1987, assumiu a direção da FUOC o Professor Darci Fuga. Já se tinha o pensamento de criar um projeto de universidade, e em 1990, decidiu-se que, para fazer frente às dificuldades que se tinha, para se criar um curso de ensino superior aqui no Vale do Rio do Peixe, a opção encontrada foi estabelecer uma Federação que englobasse as fundações que ofereciam curso superior. Ela foi batizada de Femoc (Federação das Fundações do Meio-Oeste de Santa Catarina), sendo composta pela FUOC aqui de Joaçaba, pela Femarp de Videira, pela Fearp de Caçador e pela FEAUC de Concórdia. Essa Federação tinha no seu estatuto o propósito de, por exemplo, trocar entre elas os cursos autorizados, ampliando vagas, e, assim, oferecer vários projetos de parcerias, de trabalho em conjunto. Nessa época era muito difícil você autorizar um curso, porque, primeiramente, você tinha que fazer a Carta-consulta, depois, dependia de uma análise do Conselho Estadual de Educação. Autorizado pelo Conselho é que se poderia fazer o projeto e encaminhá-lo a nova análise por parte do Conselho Estadual, e se aprovado, só então se podia encaminhar ao Conselho Federal. No Conselho Federal, novamente todo esse processo moroso tramitava, se aprovado iria para uma Portaria Ministerial, e só então para o Decreto do Presidente, pois o que autorizava efetivamente era um Decreto Presidencial. Então era muito sofrimento, para se ter ideia, o Curso de Direito tramitou por vários anos, e o Curso de Psicologia, por seis anos, pois se tinha muita desconfiança em relação à qualidade e às condições dos cursos.

Nessa lógica, a busca por uma instituição autônoma era a condição necessária e, mais do que isso, imprescindível para que a região Oeste catarinense pudesse ser contemplada com tudo o que uma universidade proporciona. O relato do Professor é taxativo ao expor as dificuldades, e com a mesma objetividade, aponta que o futuro exigiria uma Instituição de Ensino Superior (IES) autônoma. Esse foi o principal motivo, o que nos motivou a nos unir, pois não se tinha condição de expandir isoladamente, então, a busca pela universidade foi essencialmente para se ter autonomia, para poder fazer a

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expansão. Só seria possível oportunizar à população inicialmente aqui no Vale do Rio do Peixe a partir da Femoc, que foi a Instituição projetada inicialmente. Esse projeto de universidade do Meio-Oeste de Santa Catarina não durou mais do que cinco meses de trabalho, e quando ele foi concluído, houve a divisão. É preciso a gente entender como as coisas funcionavam na época. Isso porque o processo era muito rígido, o Conselho Federal não tinha aberto mais oportunidades desde o Governo Figueiredo para a criação de novas universidades. Veja então que a Unoesc e a Univille foram as primeiras universidades autorizadas na Nova República. No País, na época, o então Conselho Federal não tinha aberto ainda, e veja que a legislação toda era ainda da época dos militares, que regiam os anos 1990; a nova legislação realizada na Constituição de 1988 só veio a se realizar em 1996. Então a legislação toda era antiga, a Lei n. 5.540, de 1984, que regulava o ensino superior no Brasil e a Lei n. 5.692, de diretrizes de base de 1971. Era nesse cenário que iria se desenrolar a criação da Unoesc.

Mas a Femoc, apesar de sua efêmera duração enquanto projeto deixaria suas herdeiras, pois a busca pela Unoesc não parou por aí. Em 1990, então, o projeto de universidade nasceu a partir do processo de eleição do Diretor-geral da FUOC, em substituição ao Darci Fuga, e nós entendemos que deveríamos caminhar rumo à criação da universidade com as demais fundações, e o processo acabou se conduzindo para o meu nome, e com a ajuda do Professor Márcio Moreira, criamos uma chapa denominada Rumo à Universidade, que se tornou vencedora, com quase 90% dos votos; da eleição da Direção geral da FUOC participaram todos: professores, alunos e funcionários. Após essa eleição, nós iniciamos imediatamente o trabalho com o projeto, e aí já contamos com o Professor Luiz Carlos Lückmann. Com a chegada dele se completou o grupo que ficou responsável pela elaboração do projeto. Esse projeto se concluiu em 1991, quando foi autorizado pelo Conselho Federal. Mas, na verdade, a autorização era no sentido de se fazer definitivamente o projeto da Universidade, porque até ali era uma Carta-consulta, somente depois de aprovada essa Carta-consulta é que a Instituição poderia fazer o projeto. Trabalhamos em 1990/91 com a assessoria do Professor Ignacio Rickuen, que era um especialista do assunto, pois oferecia consultorias para instituições do Brasil inteiro, inclusive ele já havia sido Reitor da nossa coirmã FURB. Aí surgiu uma situação interessante, pois havia dois grupos: o grupo dos educadores, com a preocupação de fazer a universidade com a expansão do ensino superior, que trabalhava até de modo ingênuo, sem perceber que havia um outro grupo de interesses político-partidários que estava por trás da gestão dessas fundações.

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Essa situação acabou por gerar outros desdobramentos. É fácil imaginar o quadro, com os idealizadores e visionários em prol da educação pensando somente nos benefícios que a Universidade traria, sem imaginar que os sentimentos políticos e regionalismos acompanhavam o processo. Inevitavelmente, em algum momento essas questões iriam se manifestar: De toda forma, enfrentamos essa situação, mas quando nós fomos então apresentar o projeto a esses dirigentes em Joaçaba, no final do ano 1990, estávamos a uma semana de findar o prazo para protocolar o projeto. Assim, apresentamos aos dirigentes, mas a questão que aflorou o regionalismo foi no momento de escolha da sede, que foi para a eleição, apesar de todo o esforço para que brotasse um consenso, e infelizmente ali houve um desentendimento, resultando no fim do projeto.

Essas divisões políticas e regionais acabaram por causar uma série de contratempos que exigiram mudanças de estratégias, muita dedicação e paciência: Como já nos referimos, na semana seguinte, no fim do mês, expirava o prazo para o protocolo do projeto, e aí surgiu outra situação: o Professor Darcy Laske (na época, dirigente da FUOC) recebeu um telefonema do Prefeito de Concórdia, que era o Odacir Zonta, dizendo que no dia seguinte estariam protocolando o projeto para a Universidade do Contestado, se teríamos interesse em assumir conjuntamente a eles. Veja que era em cima da hora, seis horas da tarde, e o protocolo era no outro dia, então entramos em contato com a Fundação de Videira, que também havia ficado de fora dessa Universidade do Contestado, e resolvemos fazer o projeto para protocolar somente com Videira e Joaçaba, de um dia para o outro; passamos a noite trabalhando no projeto, simplesmente transportando aquele que nós tínhamos feito, com outro nome, com outra estrutura, e criamos então o projeto da Univarp, Universidade do Vale do Rio do Peixe. O Professor Vicente de Paula Sousa, que era o nosso secretário, viajou cedinho para Brasília para fazer o protocolo de um projeto feito às pressas, nas condições que eram possíveis, estruturado em uma noite. E quando nós fizemos o protocolo, nós começamos a trabalhar em um projeto mais estruturado, para substituir aquele projeto antes da nomeação da comissão, e foi quando nós fizemos o contato com a Fundeste, de Chapecó, com a ideia de no conjunto dessas instituições, em vez de fazer a Universidade do Rio do Peixe, fazer a Universidade do Oeste de Santa Catarina. Contudo, os contratempos, peculiaridades e nuances dessa história não se encerram aqui. Ainda estavam reservadas muitas emoções, e diversas peças do jogo ainda precisavam ser movidas.

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Por incrível que pareça, nessa ocasião o Conselho Federal foi muito rápido, e na semana seguinte que protocolamos o projeto, nomeou a comissão, com três Professores: Theodoro Rogério Vahl, da UFSC, Dolores Simões de Almeida, também da UFSC, Décio Botura Filho, da Ufscar, e a Professora membro do Conselho Federal, Zilma Gomes Parente de Barros, da UFBA. Assim que foi constituída a comissão, nós fomos a Brasília conversar com a Professora Zilma, que nem quis nos receber, alegando que já conhecia o projeto em profundidade e que nós éramos uma instituição que não reunia as condições necessárias. Dessa forma, ela não abriu o debate, no entendimento dela o projeto era falho. Depois de alguma insistência, de uma demorada explicação de que estávamos substituindo o projeto é que ela conversou conosco, e quando ouviu a nossa história ela se consternou pela preocupação e as condições que havia. Ela disse para nós substituirmos o projeto com a Fundeste, e quando estivesse substituído, num prazo de 30 dias, ela marcaria uma visita para vir conhecer a Instituição.

Superado esse primeiro entrave, o processo teve continuidade. O Professor Cimadon relembra pessoas importantes que trabalharam arduamente para que o desfecho fosse o esperado:

Então vieram todos os quatro pertencentes à comissão, e nós tivemos uma figura muito importante que nos ajudou muito, o empresário Saul Brandalise, que na época era o mandatário das Indústrias Perdigão. Ele colocou seu jato particular à disposição da comissão. Efetuamos a primeira reunião em Videira, e depois, no dia seguinte, em Joaçaba. Aproveitando das potencialidades da nossa região, fizemos uma homenagem à comissão em Treze Tílias, com toda aquela música típica, jantares e apresentações, com a comissão apresentando lá o projeto, depois eles seguiram para visitar Chapecó. A Professora Zilma era uma pessoa boníssima, mas, mesmo assim, não sabíamos qual era a decisão da comissão. Isso nos deixava apreensivos, mas nesse momento tivemos outra ajuda preciosa. A Professora e consulesa da Áustria em Santa Catarina, a Sra. Anna Pickler, num dos corredores da FUOC, trouxe uma flor típica dos Alpes Austríacos, um Edelweiss, e presenteou a Professora Zilma. Com a sua delicadeza, ela solicitou encarecidamente à Professora Zilma que olhasse com carinho o processo, porque o Oeste de Santa Catarina estava sempre à mercê dos governos; acrescentou, ainda, a importância que a Instituição teria na região, e mais ainda, que a outra universidade, que era do Contestado, não tinha a sua identidade com o Oeste de Santa Catarina, e sim mais para o Norte, embora Concórdia também estivesse ligada ao Contestado. Nesse momento, sensibilizada com tudo o que estava acontecendo, a Professora Zilma confidenciou a ela que a Universidade seria autorizada. Depois de todas as articulações, noites e madrugadas adentro de trabalho incessante, o processo foi enfim concluído:

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Então a comissão, após autorizar a Universidade, nos deu a possibilidade de, finalmente, iniciarmos o processo de expansão. Assim criamos, assessorados pelo Professor Diomário de Queiroz, o Curso de Engenharia de Produção Mecânica, o Curso de Agronomia e vários outros cursos, todos autorizados na ocasião em que se autorizou a criação da Universidade. A reunião do conselho foi marcada em Brasília, onde nós tivemos a presença de praticamente toda a bancada catarinense, dos prefeitos das três cidades, Joaçaba, Chapecó e Videira, e numa sessão memorável no Conselho Federal, a Universidade foi autorizada no início do ano 1991, para ser implantada como Universidade do Oeste de Santa Catarina em acompanhamento.

Iniciado o período de acompanhamento, a Unoesc, já com os trabalhos em pleno vapor, rumou para o seu reconhecimento definitivo: Entre 1991 e 14 de agosto de 1996, precisamente, ficamos nesse período de acompanhamento, quando foi assinado o Decreto Presidencial que finalmente credenciou a Universidade. Mesmo em acompanhamento, para a abertura de novos cursos, era necessário recorrer à tramitação para se obter a autorização. No dia 20 de dezembro de 1995 o Conselho Estadual nos credenciou, mas o processo necessitava ser encaminhado para o Conselho Federal. Este também concedeu o credenciamento, mas até que isso ocorresse, teve também sua maratona, pois foi para o Ministro, na época o Sr. Paulo Renato Souza, que assessorado pela sua procuradoria jurídica, não queria assinar o Decreto, sob a alegação de que haveria inconsistência da mantenedora nos seus estatutos. De fato, havia a menção de três mantenedoras, porque as três fundações se mantiveram, e quem deu condição para a assinatura do Ministro foi o trabalho do Professor Lauro Zimmer, na condição de assessor da Acafe. Ele fez com que o gabinete do Ministro entendesse que haveria uma adequação do estatuto, agrupando a Universidade a uma mantenedora, extinguindo as demais fundações. Contudo, essa situação, apesar de ser iniciada imediatamente após a autorização, somente foi se concretizar em 2004, quando o patrimônio de todas as fundações passou para a Funoesc e foram extintas as fundações de São Miguel do Oeste, Xanxerê e Videira. É bom registrar que a Fundeste tinha incorporado a Unochapecó já em 1991, pois houve a cisão.

Finalizando essa parte do seu relato, o Professor Cimadon fala do primeiro e do segundo mandatos da recém-criada Universidade e do que ocorreu naqueles anos:

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Com o Decreto em 14 de agosto de 1996, assumiu a Reitoria o Professor Lückmann; dada a autonomia, houve o maior crescimento da história da Unoesc em relação a cursos e quantidade de alunos, quando também foi elaborado o primeiro projeto estratégico, e a Instituição teve um crescimento fantástico, passando de seis mil alunos para 14 mil alunos até o ano 2000. Esse período, entre 1996 e 2000, quando assumiu o Professor Santo Rossetto, foi muito intenso, de muita discussão de verba, um período riquíssimo de construção da Instituição. Ainda nesse período a Instituição teve vários altos e baixos, mas continuou crescendo, pois era um período de grande expansão no Brasil no ensino superior. No Oeste de Santa Catarina não havia nada antes, então houve um aumento nos índices, maior que os níveis estaduais e nacionais, e se fez muito, com muita seriedade, com muita honestidade, com muita preocupação e com muito desejo de fazer com que realmente o Oeste tivesse uma educação superior com muita responsabilidade, e a Unoesc é até hoje uma Instituição sólida e muito reconhecida pela comunidade.

Criada a Universidade, superado o período de acompanhamento, e depois de experimentar o crescimento estrutural, a Unoesc entrou no século XXI com a perspectiva de buscar a excelência em todos os seus aspectos, desde o ensino em todos os níveis até a pesquisa, a extensão e a prestação de serviços. O Professor analisa todas essas questões de forma ampla e consistente: Na história da Unoesc existem vários momentos, um deles, muito interessante, foi na ocasião que o Conselho Estadual recebeu autonomia do Conselho Federal para fazer a avaliação e o encaminhamento da Universidade, e isso foi em 1994. Apesar de ter a necessidade de encaminhamento para o Conselho Federal para obter credenciamento, por via de Decreto Presidencial, em 1994, o Conselho Estadual, autonomamente, assumiu essa prerrogativa. A partir daí a Unoesc não precisou mais recorrer ao Conselho Federal para obter a autorização de cursos. Isso ajudou muito a expansão da Instituição nesse momento, e aí some-se a essa situação a Lei de Diretrizes e Bases de 1996; tudo isso acabou por conferir aos estados, pela via dos seus próprios órgãos reguladores, a autonomia necessária. Assim, a Unoesc e as demais instituições deixaram de possuir uma relação direta com o Ministério da Educação. Como os Conselhos Estaduais estão muito mais próximos das instituições, o entendimento gera regras mais brandas, mais adequadas às realidades regionais. Dessa forma, as exigências de cursos de mestrado não estavam ancoradas na legalidade, mas, sim, no sentido de se constituírem em um critério de qualificação na avaliação. Possuir programas de mestrado e doutorado eram, por conseguinte, decisões que caberiam a cada Universidade. A Unoesc protelou a criação desses programas, pois entendia a necessidade de se consolidar a capacidade de ofertar com qualidade a graduação e a especialização, além da dificuldade de manutenção de professores com a titulação de Doutor na região. Acrescenta-se, ainda, o custo de manutenção desses programas. Foi em função de todos esses motivos

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que somente a partir dos anos 2008/09/10 é que essa decisão foi tomada, e também porque a partir daí a Unoesc estava muito mais próxima da regulação do Ministério da Educação. Com a publicação do Decreto n. 5.773/2009, a condição de existência de Universidade era a oferta de no mínimo quatro programas de Mestrado e dois em nível de Doutorado. Então, após esse período, o foco passou a ser mais intenso na criação de mestrados e doutorados, não só para cumprir uma exigência legal, mas pelo entendimento de que se a intenção é se manter como Universidade, é preciso estruturar solidamente o setor de pesquisa, e isso é possível sem os programas de stricto sensu.

A Unoesc completa o seu cinquentenário. Rumará para seu centenário, e assim por diante. Tudo aquilo que aconteceu até aqui leva a se pensar o futuro sob a perspectiva da missão institucional. É dessa forma que o Professor Cimadon finaliza o seu relato. Eu penso que a sociedade deverá mudar muito, e muito rapidamente, e, com certeza, se a Unoesc não acompanhar essas mudanças tecnológicas, de cultura, de valores, e ela não for um pouco de vanguarda para o desenvolvimento no Oeste de Santa Catarina, ela terá problemas. Eu acredito que a Unoesc como Universidade, com suas diversas crenças, culturas e confrontos de ideias, como deve ser a universidade, nessa pluralidade, se ela se adequar a essas mudanças, a essas novas maneiras de fazer a formação de pessoas, de focar a produção do conhecimento realmente focado nos problemas da região onde atua, ela será, sem dúvida nenhuma, uma instituição imprescindível para a região nos próximos anos. Mas é necessário estar atento a essas questões do desenvolvimento, pois, feliz ou infelizmente, as forças globais empurram a sociedade, e ela tem que estar cada vez mais integrada às forças econômicas, de desenvolvimento e sociais da região onde atua. Não acredito que a Unoesc tenha que se voltar para o desenvolvimento do País, ou fora dele, eu acho o que o foco dela é atender àquilo que é a sua missão ainda hoje, difícil de você prever realmente o que vai acontecer no futuro em longo prazo, mas eu penso que em médio prazo a Unoesc tem ainda muita coisa a fazer na nossa região.

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Professor Aristides Cimadon recebendo a doação de terreno para a construção da Unoesc

Professor Cimadon em palestra na Unoesc Capinzal

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Anos 1990, Professor Cimadon inaugura novas instalações da Unoesc Campos Novos

2015, Professor Cimadon inaugura novo Campus aproximado da Unoesc Campos Novos

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

2004, Professor Cimadon inaugura a Unoesc Capinzal

2011, Professor Cimadon inaugura a nova sede da Reitoria na Unoesc Joaçaba

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Luiz Carlos Lückmann O Professor Luiz Carlos Lückmann, Reitor da Unoesc entre os anos 1996 e 2000, hoje é Presidente da Comissão Própria de Avaliação (CPA) e continua a contribuir com a Unoesc, o que faz com competência e dedicação há mais de 30 anos. Um pouco da sua história será revelado a seguir. Inicialmente, as origens familiares e educacionais. Sou filho de agricultores, nascido no interior de Santa Catarina, no Município de Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí. A oportunidade que havia, na época, para estudar era sair de casa, então, foi o que aconteceu. Como as opções de estudo ainda eram bastante limitadas, fiz a opção por estudar em Seminário. Foi no Seminário que eu fiz a minha formação no ensino fundamental e ensino médio. Na sequência, graduei-me em Filosofia no Instituto de Teologia e Filosofia de Petrópolis, Rio de Janeiro, onde também concluí o Curso Superior de Teologia. Fiz a convalidação do Curso de Filosofia na Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras, em Lorena, São Paulo (1983). Iniciei minha carreira acadêmica como docente na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), no Rio Grande do Sul, em 1983. Em 1984 afastei-me para fazer o Mestrado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUCRS). No mesmo ano, fiz Especialização em Sociedade, Cultura e Política na América Latina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No retorno do Mestrado (1986), voltei a trabalhar por mais um tempo na URI. Em 1987, a convite do Professor Cimadon, passei a lecionar algumas aulas de Filosofia no Curso de Pedagogia na antiga Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC). Por dois anos desloquei-me de Erechim para Joaçaba todas as segundas-feiras à noite com mais três professores para reforçar o quadro de docentes dos Cursos de Pedagogia, História e Direito. Vinha para Joaçaba na condição de professor horista.

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Em 1989, também a convite do Professor Cimadon, vim para cá de forma definitiva, com duas finalidades: a de me engajar como docente de tempo integral na Instituição, trabalhando na graduação e na coordenação da pós-graduação, e a de compor a Comissão de criação da nova universidade, que veio a se chamar, mais tarde, Universidade do Oeste de Santa Catarina. Alguns anos mais tarde, fiz o Doutorado em Educação pelo Instituto Pedagógico de Formação de Professores, em Havana, Cuba, obtendo o Reconhecimento do diploma pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2008.

Em termos acadêmicos, mais detalhadamente, o Professor tem sua formação e atuação sempre voltadas às questões educacionais. Enquanto pesquisador – atuou por um bom tempo no Programa de Mestrado em Educação –, seus interesses são a formação docente e as políticas públicas de educação. Minha trajetória acadêmica na Unoesc foi toda construída em duas frentes: na docência e na gestão. Na docência atuei, basicamente, junto a cursos de formação de professores. Tive, igualmente, a oportunidade de compor o colegiado do Programa de Pós-graduação em Educação, onde tive a oportunidade de pesquisar, publicar, orientar e participar de eventos científicos em nível nacional e internacional. Foi um momento bastante rico e de aprendizagem. Foi uma experiência ímpar na minha trajetória acadêmica, um dos momentos mais importantes, se não o mais importante. Hoje estou à frente do setor de Avaliação Institucional, também uma oportunidade de crescimento, e espero poder contribuir para a Instituição. Após a implantação da Universidade, liderada pelo Professor Cimadon, após a sua instalação e todo o processo de acompanhamento pelo Conselho Federal de Educação, tive a oportunidade de contribuir como Pró-reitor de Pesquisa, Pósgraduação e Extensão até o ano 1996. Naquele mesmo ano tive a honra de conduzir a Instituição, como Reitor, por quatro anos (1996-2000). Concomitantemente, em 1996, assumi a Vice-presidência da Acafe e, em 1998, a Presidência da Acafe. Entre 2001 e 2004 assumi a Vice-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, quando foi Reitor o Professor Santo Rossetto. Na sequência, também colaborei como Vice-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, a convite do Professor Cimadon, entre os anos 2005 e 2011.

Lembrando as condições de educação nos anos 1980, o testemunho do Professor é de grande importância para se entender o que foi o desafio do ensino superior, com a visão interna das instituições.

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O contexto do ensino superior na região era bastante precário. Tínhamos algumas instituições de ensino superior que, à época, se chamavam “isoladas”, e eram literalmente isoladas no interior do grande Oeste, nessa mesorregião que compreende cerca de 120 municípios. Eram instituições criadas pelos municípios, de natureza pública, na forma de fundações, sem fins lucrativos e respondiam aos anseios locais de ensino superior em algumas áreas do conhecimento. Em geral, essas instituições aqui na região ofereciam cursos nas áreas de Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia e, mais tarde, Direito. À época, a política de ampliação de acesso ao ensino superior era bastante restrita. Havia um ensino superior bastante elitizado, praticamente proibitivo, porque impedia que as instituições, universitárias ou não, ampliassem o leque de oferta de cursos. Havia, inclusive, um decreto, do tempo da Ditadura Militar, que impedia a criação de novos cursos pelo País afora, algo hoje inimaginável. Mas foi uma época difícil do ponto de vista do acesso ao ensino de nível superior. Então, o que se tinha na região eram essas pequenas instituições; boa parte dos nossos jovens acabava saindo da região para fazer os seus cursos superiores nos grandes centros, principalmente Curitiba, Florianópolis e Passo Fundo, ou em algumas universidades e faculdades que já estavam surgindo no Estado, como a Univali e a FURB. A grande maioria dos jovens aqui da nossa região ficava sem acesso ao ensino superior. Então eu diria que os anos 1980 foram anos proibitivos do ponto de vista de acesso ao ensino superior . Contudo, sinalizam-se tranformações ocorridas na década seguinte. Dois pontos importantes surgem: a mudança de atitude do Poder Público, bem como a maturidade do ensino superior alcançada pelas fundações. Na exposição do Professor, fica claro que o processo que ocorreu no Oeste catarinense também atingiu outros locais do Estado de Santa Catarina. Já com a revogação do decreto que proibia a abertura de novas universidades, já no tempo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, abriu-se a possibilidade não só de criar novos cursos, como também de criar novas universidades. Na ocasião, o então Conselho Federal de Educação deu um prazo para que as instituições apresentassem seus projetos de universidade. A Unoesc entrou com seu Projeto de Universidade em 1992, na perspectiva de poder dar à região uma universidade. Até então tínhamos em Santa Catarina somente a UFSC, restrita à Ilha de SC, e a UDESC, desenhada para ser a Universidade do Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina, para se enraizar nas diversas regiões, mas também não cumpriu com o seu papel e ficou restrita à Ilha de SC. Tínhamos, na ocasião, também a Univali, de Itajaí, e a FURB, de Blumenau, e outras foram se constituindo, como a Univille, que acabou tendo a data de credenciamento, enquanto Universidade, no mesmo dia do credenciamento da Unoesc, em 14 de agosto de 1996. O Projeto de Universidade foi ousado, na medida em que, isoladamente, não havia como se instituir uma universidade somente contando com a

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FUOC. Tínhamos a clareza de que, para ser universidade, era preciso, primeiramente, do ponto de vista legal, atender a todas as grandes áreas do conhecimento, e a Unoesc só atendia a uma das áreas, que era a área de humanidades. Então, como expandir o ensino superior para as áreas tecnológicas e a Área da Saúde? Precisávamos somar esforços, e o Projeto propôs a composição com outras IES presentes na região, como a Fundeste de Chapecó, a Fearpe de Videira, a Femai de Xanxerê e a Fundeste de São Miguel do Oeste. Com base nessa configuração, tivemos, então, sucesso na aprovação.

Portanto, os novos tempos da educação superior no Oeste catarinense agora poderiam contar com um espaço de universidade, ampliando e qualificando de forma bastante evidente a formação até então oferecida. Em números, é facilmente constatável o novo cenário. O contexto da educação superior na região mudou radicalmente. E a Unoesc passou a liderar o processo de acesso ao ensino superior democrático e a atender um público que, até então, estava impedido de ingressar no ensino superior, ou não tinha condições financeiras de sair da região para um grande centro. Eu diria que a Unoesc, respondendo à sua missão comunitária, foi uma das instituições universitárias do País que mais propiciou, do ponto de vista democrático, o acesso ao ensino superior aos jovens da região. A década de 1990 e a primeira década dos anos 2000 foram duas décadas em que o percentual de acesso ao ensino superior foi elevadíssimo. Nós conseguimos indicadores de ensino superior na região como nunca se verificou em nenhuma outra região do País. Para se ter uma ideia, na década de 1990 o crescimento da matrícula no ensino superior foi próximo a 200%, enquanto no Estado de Santa Catarina foi bem menor. Evidentemente que a partir da nova LDB de 1996, a legislação foi amplamente favorável, e as políticas de acesso ao ensino superior, sobretudo na década de 2000, possibilitaram esse acesso, não só na nossa região, como em todo o País, coisa que não existia à época da Ditadura Militar, quando o ensino superior ficou restrito às universidades federais e a um pequeno grupo de IES de cunho religioso/confessional, como é o caso da PUC. As demais ficavam restritas à condição de faculdades isoladas, sem autonomia universitária e sem a possibilidade de ampliar o acesso ao ensino superior.

Outro ponto importante para o entendimento do que era (e é) o Oeste catarinense é a questão socioeconômica relacionada ao ensino superior. O perfil do alunado para uma instituição comunitária, que não é mantida com recursos públicos,

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

tem um impacto direto nas características da Instituição. A Unoesc soube articular suas necessidades financeiras com a realidade econômica da região, priorizando sempre seu papel comunitário.

O acesso ao ensino superior nos anos 1990 ocorreu, ainda, em parte, de forma elitizada. Mesmo na Unoesc, havia muitas dificuldades para os alunos, na medida em que precisavam conciliar estudo e trabalho, como ainda hoje. Ainda não tínhamos políticas públicas para que o estudante de baixa renda pudesse também ter o direito de estudar. Essas políticas passaram a ter vigência a partir dos anos 2000. Mas já nos anos 1990 o Governo do Estado de Santa Catarina, por força constitucional, passou a destinar a estudantes carentes bolsas de estudo, pelo artigo 170, mas, mesmo assim, com muitas dificuldades, até porque a sua materialização dependia de governos. Houve época em que o governo resolvia não destinar esses recursos. Hoje, essa política acabou se tornando um imperativo, e a sociedade catarinense tem cumprido com a Constituição do Estado, destinando bolsas de estudo a estudantes carentes. Somaram-se a essas bolsas outras modalidades de bolsas de estudo, como as oriundas da filantropia. A condição de filantropia dada à Unoesc pressupõe a contrapartida da Instituição na forma de bolsa de estudo a estudantes carentes. Essa também foi uma possibilidade de se democratizar o acesso ao ensino superior nos anos 1990. Dos anos 2000 para cá, vê-se que outras políticas públicas se somaram a essas, sobretudo o ProUni, que é um programa universitário que destina bolsas de estudo integrais ou parciais a estudantes carentes. Então, esse conjunto de políticas públicas possibilitou que o acesso ao ensino superior na mesorregião Oeste pudesse ser também possibilitado a estudantes de baixa renda.

O Professor Luiz iniciou sua trajetória como Reitor no momento em que a Unoesc havia encerrado o período de acompanhamento. À época a Reitoria estava sediada em Chapecó. O Professor relembra os desafios e as ações que marcaram a sua gestão: Quando eu assumi a Reitoria da Unoesc, uma das primeiras iniciativas que o corpo dirigente da época tomou foi de elaborar o planejamento estratégico da Instituição. Um documento que projetava a Instituição por uma década, inclusive prevendo um crescimento que acabou se concretizando de 10% ao ano, crescimento hoje inimaginável em função do contexto em que se vive, mas que foi extremamente importante para que a Unoesc começasse a profissionalizar a gestão universitária. Até hoje a Unoesc trabalha com planejamento estratégico. Essa política de trabalhar a profissionalização da gestão foi fundamental para que se pudesse

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

planejar a expansão do ensino superior na região. Não há dúvida de que a expansão do ensino superior na década de 1990 foi impulsionada pelas políticas neoliberais. E a Unoesc entrou nesse embalo, liderando um dos maiores processos de expansão do ensino superior da história da região. Eu tive, então, a oportunidade de participar desse processo como Reitor. Primeiro implementamos o que estava previsto no Projeto de Universidade, que foi a implantação de cursos para atender às áreas do conhecimento que não atendíamos, como a Área das Ciências Agrárias, a Área das Engenharias e a Área da Saúde. Penso que um grande passo que se deu na direção da consolidação dessa expansão foi a admissão dos Campi de São Miguel do Oeste e de Xanxerê, que até então não tinham autonomia para crescer, pois eram submetidos ao Campus de Chapecó, como Campus universitário. Com essa alteração, eles também tiveram um processo de expansão e de ampliação sem precedentes.

As parcerias institucionais tiveram seu papel na superação das dificuldades relatadas pelo Professor. Pessoas e instituições foram de grande ajuda para que a então recém-autorizada Universidade pudesse cumprir com os requisitos legais, mas, ainda mais que isso, com a sua responsabilidade de qualidade do ensino.

A Unoesc, na década de 1990, avançou não somente em termos de acesso ao ensino superior, mas também do ponto de vista da capacitação do corpo docente. Até a instalação da Universidade, a Instituição atendeu à legislação em termos de titulação, mas ainda se precisava avançar muito. Não somente a Unoesc, mas também outras universidades, passaram a ter que comprovar, no mínimo, um terço do seu quadro docente com titulação de mestrado ou doutorado. Na ocasião, a Unoesc tinha dificuldades de atender a esse dispositivo legal. Então, a saída foi investir financeiramente na política de capacitação de docentes em nível de mestrado e doutorado e para isso, a Unoesc celebrou alguns convênios com outras IES. A nossa grande parceira nessa política de capacitação foi a Universidade Federal de Santa Catarina, sobretudo na Área das Engenharias, através de seu Centro Tecnológico, com o apoio do então Reitor Professor Diomário de Queiróz, grande amigo de Joaçaba e da Unoesc, uma das pessoas importantes nesse processo de implantação e consolidação da Unoesc. Evidentemente que outras universidades também contribuíram; celebramos alguns convênios para a oferta de mestrados interinstitucionais, assim como doutorados, e isso possibilitou um avanço acadêmico bastante significativo para a Universidade. Portanto, trabalhou-se na época em três frentes: na profissionalização da gestão, na expansão do ensino superior e na capacitação dos docentes.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

O olhar para o futuro, a partir de uma Instituição com 50 anos de contribuição para a região, traduz-se em uma análise do que é a Unoesc para Santa Catarina e para o Brasil. O quanto foi realizado e o que ainda está sendo construído são expostos nas palavras seguintes: É uma experiência que não só permite olhar para o futuro, como também vai aqui um pouco de carga emocional subjetiva, uma vez que completei 30 anos de casa. Eu poderia dizer que a minha vida profissional se confunde com a minha vida pessoal e familiar. Em primeiro lugar, só tenho a agradecer a essa Instituição pela oportunidade que me deu de crescimento profissional e pessoal. A Unoesc possui um significado não somente para a vida dos profissionais que aqui trabalham, mas também para os discentes que aqui já se formaram. Ela tem um significado imensurável, um significado social para a região Oeste do Estado de Santa Catarina. Sem a Unoesc nessa região, certamente, nós teríamos uma outra configuração universitária, e talvez nem universitária, uma configuração de ensino superior totalmente diferente. Estariam aqui aquelas instituições de ensino superior privadas, algumas hoje já instaladas, com fins meramente mercadológicos, sem um olhar comunitário, como possui a Unoesc, e sem ter em sua missão o propósito de participar do processo de desenvolvimento social, cultural, educacional e econômico dessa região. A Unoesc, por ser uma instituição comunitária, sempre teve em sua missão esse compromisso social com o seu entorno. Sem a Unoesc, certamente não teríamos os indicadores socioeconômicos, educacionais e culturais que hoje temos na região. Evidentemente que também sem a participação da comunidade regional, a Unoesc não seria o que é; teria imensas dificuldades em se instalar e crescer como cresceu se não fosse a participação dos municípios e das lideranças, sejam elas empresariais, sociais ou políticas. Então, eu diria que aqui está um componente histórico que precisa ser analisado e estudado. Quando uma instituição universitária se coloca numa região como esta, disposta a democratizar o acesso ao ensino superior, a participar do processo de desenvolvimento regional, e faz isso em parceria com as entidades e com as comunidades, encontra-se aquilo que é o ingrediente comunitário necessário para o sucesso de qualquer instituição. Diferentemente disso, eu imaginaria a Unoesc restrita a uma instituição voltada para os seus próprios muros, sem inserção regional, deixando de ser comunitária. Isso, hoje, seria inimaginável.

Finalizando suas palavras, o Professor Luiz Carlos Lückmann imagina os próximos 50 anos da Unoesc. Sua visão é embasada na autoridade de quem esteve presente nos momentos decisivos da Instituição e que, portanto, conhece-a como poucos:

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Vejo a Unoesc, no futuro, como uma Instituição cada vez mais comprometida com o desenvolvimento regional, desafio que se propôs no seu Projeto de Universidade ainda nos anos 1990. Vejo a Unoesc consolidando a pós-graduação stricto sensu, vejo a Unoesc atuando com uma competência bem maior na pesquisa, e vejo, sobretudo, uma Universidade ainda mais disposta a mudar, arrojada nas suas mudanças e atenta ao contexto da educação superior não só do País, como do mundo. O processo de internacionalização que a Unoesc vem liderando na região e no Estado de Santa Catarina tem mostrado exatamente que ela está no caminho certo, mas que precisa continuar sempre mudando e de adequando à realidade dos jovens que nela ingressam. Hoje os jovens buscam na universidade não somente uma formação profissional, mas também uma perspectiva de vida diferente dessa que se encontra atualmente. E é isso que a Unoesc busca constantemente.

1996, Professor Luiz Carlos Lückmann empossando os dirigentes da Unoesc Joaçaba

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Professor Lückmann como Reitor da Unoesc (1996-2000)

2000, Professor Lückmann e Professor Santo Rosseto por ocasião da transição da Reitoria

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Anos 1990, Professor Lückmann e Professor Cimadon na Unoesc Campos Novos

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Santo Rossetto O Professor Santo Rossetto, o segundo Reitor da Unoesc, infelizmente já nos deixou. Faleceu em 2007, aos 77 anos. Homem de grande erudição, impressionou a todos que o conheceram e conviveram com ele por sua capacidade intelectual, sua sabedoria e seu humanismo, certamente frutos de sua educação familiar e de uma vida dedicada aos estudos, dentro e fora do Brasil. Nascido na Cidade catarinense de Quilombo, em 27 de outubro de 1930, sua área de conhecimento era a Filosofia, na qual obteve seu grau inicial e também o seu Mestrado, este cursado na Bélgica. Como gestor, o Professor deixou sua marca na Unoesc. Assumiu no período em que a Instituição estava em pleno processo de afirmação como universidade regional, ciente das suas limitações e potencialidades. Nesses quatro anos, muitas foram as contribuições do Professor e sua equipe, na época composta pelos Professores José Mauro Lehmkuhl, como Vice-reitor de Graduação, Luiz Carlos Lückmann, Vice-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, e Antônio Carlos de Souza, Vice-reitor de Administração. Contudo, não foi somente como gestor que o Professor contribuiu, mas, sobretudo, com sua lucidez e conhecimento sobre os cenários onde a Unoesc deveria atuar e a missão que estava destinado a cumprir. Primeiramente, apresentamos uma breve síntese do período da gestão do Professor Santo Rossetto, entre os anos 2000 e 2004:

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Aspectos administrativos: nesse sentido, houve a reforma estatutária da Funoesc e da Unoesc, bem como a nova redação do regimento de ambas. Essas readequações permitiram acelerar processos burocráticos, bem como simplificar questões patrimoniais, tributárias e de atribuição de cargos e funções. Ainda no campo administrativo, cumpre citar a ampliação do número de cursos de graduação no período, além da implantação do programa de avaliação institucional, bem como da reformulação das políticas de pesquisa e extensão a de ação comunitária; Aspectos estruturais: considerando os recursos humanos e físicos, a Unoesc, sob a gestão do Professor Santo Rossetto, ampliou, melhorou e consolidou seu plano de cargos e salários, sua estrutura de marketing e o plano de benefícios para os funcionários. No que se refere a recursos físicos, foi idealizado um novo espaço para a Reitoria, bem como reformas pontuais em todos os campi; Aspectos do ensino na graduação: o setor foi bastante dinâmico no período. Os docentes da Unoesc puderam se capacitar em questões como estratégias pedagógicas; os coordenadores de curso receberam subsídios para melhoria dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs); os setores afins, como Avaliação Institucional, Ensino a Distância, Programas de Formação Interna e Externa, atuando em conjunto com a Vice-reitoria de Graduação, possibilitaram uma otimização da oferta de ensino em todos os cursos; e diversos projetos para agregar qualidade acadêmica, como a Vigília Intelectual, os Fóruns de Graduação, a Pedagogia Universitária e a Formação de Empreendedores, também foram implantados no período; Aspectos do ensino na pesquisa, na pós-graduação e na extensão: por meio da Vice-reitoria, coordenada pelo Professor Luiz Carlos Lückmann, foram ofertadas dezenas de programas de extensão, como a Alfabetização Solidária, a Inclusão Digital e a Universidade da Terceira Idade; em relação à pesquisa, houve a criação da Editora Unoesc, como instrumento para disseminação dos resultados científicos, a instalação de três pré-incubadoras, além das reformulações das políticas, diretrizes e regulamentações voltadas à pesquisa; e na pós-graduação, foram aprovados diversos Cursos de Mestrado: em Educação, em Saúde Coletiva e em Administração de Negócios, além do Mestrado Interinstitucional de Psicologia. Também se destacou o aumento da oferta de cursos de especialização em todos os campi. As convicções do Professor Santo Rossetto certamente foram decisivas para a criação e consolidação da Unoesc como uma universidade regional e voltada para a comunidade. Teremos que recorrer aos registros de alguns depoimentos do Professor

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do ano 2003, quando ele exercia a direção da Instituição, para disponibilizar aos leitores um pequeno fragmento da sua visão privilegiada: A regionalidade, a transparência, a isenção de lucro, a não distribuição de dividendos, para que a instituição seja realmente pública, onde os dirigentes, os mandatários da instituição não sejam proprietários. O meu desejo é que estas categorias nos diferenciassem em muitas das IES particulares que estão proliferando. Quando nós dizemos que a regionalidade é uma marca da Unoesc, temos que ter a real percepção do que é uma região. O que determina a região é um espaço que tem uma única realidade, não apenas geográfica, mas cultural, política e econômica, que se estabelece como mesorregião. Então, se a Unoesc é regional ela tem que ter essa percepção da regionalidade. E aí qual é o papel da Universidade? Articular com o setor privado a formação dos recursos humanos necessários à região.

A respeito da criação da Universidade, o Professor entendia que as motivações eram diferentes, mas que, ao final, o projeto se consolidou acerca de uma característica virtuosa, não de oportunismo. Esse fato fez a Unoesc nascer em um ambiente muito salutar, nos seguintes termos: A criação da Universidade do Oeste de Santa Catarina deu-se por razões diversas, algumas contraditórias entre si. À época, havia os que acreditavam ser possível construir uma universidade que pudesse incluir esta vasta região ao cenário da educação superior catarinense por meio de um projeto único e integrado de universidade. Havia, igualmente, os que aderiram a esta idéia por conveniências, uma vez que, isoladamente, aquelas fundações que se integraram à Unoesc não juntavam as condições para se criar uma universidade nos moldes exigidos pelo Ministério da Educação de então.

Finalizando os depoimentos do Professor, em 2003 o então Reitor admitia suas preocupações, mas fazia questão de frisar a sua crença na capacidade de realização da Universidade e de seus colaboradores. Quando indagado sobre que futuro vislumbrava para a Unoesc, que desafios ela teria que superar e, ainda, as dificuldades que enfrentava e certamente surgiriam no futuro, sua resposta não poderia ser mais contundente:

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Vou colocar esta questão em dois prismas: um otimista e outro, não digo pessimista, mas de uma forma que pode gerar receios. O lado otimista: se a Unoesc continuar nesse processo de amadurecimento da sua autopercepção enquanto universidade regional, voltada para dar respostas às grandes questões regionais, a minha visão é de que é uma instituição que está dentro das tendências do futuro. Ela não busca apenas ser mais uma universidade, mas ela busca ser uma universidade nova, tendente a responder ao conhecimento científico, tecnológico e cultural neste estágio em que vive o processo de desenvolvimento regional. Portanto, é uma universidade nova. Por outro lado, eu temo é que a Universidade não consiga ter os recursos materiais e financeiros suficientes, sobretudo, para ser aquilo que ela realmente quer ser. Ou se avança na parceria com o Estado na busca de recursos permanentes, em que o Estado, por força de lei, tem que canalizar recursos para manter este sistema que ele elogia e que ele criou, porque não há governador que não elogie e não há dirigente que vem de outro estado e que não perceba isso, então acho que tem que avançar, no sentido de suas obrigações e são obrigações permanentes, não eventuais. Então, o medo que tenho é que isso se retire e que a gente não consiga mais manter por força só das mensalidades, cuja demanda pode se extinguir [...] este é o meu maior e único temor.

Como referido anteriormente, o Professor faleceu no ano 2007. Portanto, não teve a oportunidade de perceber que, felizmente, o seu temor não se concretizou, pois a Unoesc soube dialogar com o setor público, conseguindo, por meio de articulação política com as demais instituições comunitárias do Brasil, aprovar a lei que reconhece o modelo comunitário e que possibilita às instituições dessa natureza melhores condições de funcionamento.

Professor Santo Rossetto como Reitor da Unoesc (2000-2004)

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Anos 2000, Professor Santo Rossetto cumprimentando o Professor Luiz Carlos Lückmann. À direita, o saudoso Professor Antonio Adolpho Maresch

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

2004, Professor Santo Rossetto na transmissão do cargo de Reitor ao Professor Aristides Cimadon

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Genesio Téo O Professor Genesio Téo, Presidente da Funoesc e Vice-reitor da Unoesc Xanxerê, é natural do Município catarinense de Jaborá, sendo, portanto, conhecedor da realidade do Oeste catarinense. Ele relata um pouco da sua história pessoal e da sua inserção no ensino superior e, posteriormente, na Unoesc. Na verdade, a minha história pessoal é que sou filho de pequenos agricultores, e na busca de perspectivas, como tantos outros no Oeste, ingressei para estudar no seminário em Jaborá, mas somente por um curto período, porque ali não era possível concluir a educação básica. Assim, precisei me transferir para completar o ensino médio. Concluída essa etapa, naquele momento não havia condições de prosseguir os estudos, e a solução foi procurar uma inserção profissional, para logo em seguida retomá-los. Fiz isso inicialmente em Joaçaba, em 1974, para no ano seguinte prosseguir em Concórdia, já que havia uma nova oportunidade lá. Assim, concluí o ensino técnico em Contabilidade. A partir daí surgiu outra perspectiva em Faxinal dos Guedes, na então unidade da Sadia. Com isso, acabei indo residir em Xanxerê. Minha graduação foi em Economia, e na mesma lógica concluí algumas especializações na área Tributária, na área Contábil, que era a minha área profissional. A essa altura, recebi com muita satisfação um convite para exercer a docência de alguns componentes curriculares na Unoesc, já no ano 1991, e tenho sido Professor na Universidade deste então. Fui escolhido para exercer a função de dirigente no dia 06 de junho de 1996. Na ocasião, passei a responder pela Diretoria Geral do Campus de Xanxerê, e a partir dessa nova responsabilidade, começou uma nova etapa do meu relacionamento com a Unoesc. Em 2002, prosseguindo meu caminho formativo, ingressei no Mestrado em Administração na UFSC.

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Sobre os primeiros passos do ensino superior na região, o Professor foi testemunha ocular das situações de carência retratadas anteriormente: Em 1980, quando eu cheguei em Xanxerê, não havia nenhuma perspectiva, nenhum curso superior em Xanxerê, absolutamente nada, apenas o ensino fundamental e médio, pelos colégios públicos e pelo Colégio La Salle, tendo este último, na época, um Curso Técnico em Contabilidade. O primeiro curso superior em Xanxerê foi criado pela Femae, o Curso de Ciências Contábeis, em 1987, seguido do Curso de Pedagogia.

O Professor explica como foram os primeiros tempos da Unoesc Xanxerê. Pelo seu relato, é facilmente perceptível que as dificuldades eram muitas, e que mesmo a comunidade xanxerense tinha suas dúvidas se a Instituição poderia crescer e se tornar sustentável. Tenho a alegria de ter podido empreender um trabalho interessante na Unoesc, de muito crescimento, de muitas mudanças, especialmente para o Campus de Xanxerê, pois na época o Campus apresentava uma série de questões que precisavam ser resolvidas, havia também um endividamento altíssimo, e para dificultar ainda mais, só existiam dois Cursos, Ciências Contábeis e Pedagogia, tendo em torno de 280 alunos. Havia muitos problemas de gestão e de outros tipos, então eu assumi a direção pressionado por uma parte da população e um grupo de amigos que buscavam uma solução para o Campus de Xanxerê. Naquela época era comum o discurso de inviabilidade para o ensino superior na Cidade. Muitos não acreditavam em uma solução, mas eu tive a felicidade de encontrar pessoas que não pensavam dessa forma e que me ajudaram – autoridades, professores e toda uma equipe – e nós conseguimos fazer um bom trabalho. Em meio a tudo isso veio o desafio de exercer a Presidência da Funoesc, e, a partir de 2004, passei a desempenhar ambas as funções – Dirigente do Campus de Xanxerê e Presidente da Funoesc – as quais desempenho até a presente data.

Transformar um Campus que não atingia um número de 300 alunos na estrutura que ostenta hoje, certamente, não foi uma tarefa simples:

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

A primeira coisa que eu fiz quando assumi o Campus de Xanxerê foi uma revisão completa de todos os processos e procedimentos administrativos, e, principalmente, um planejamento de qual seria o caminho que Xanxerê devia tomar em relação ao ensino superior. Mas fizemos isso em um cenário onde tudo estava por fazer, por organizar. Por outro lado, felizmente havia um espaço de crescimento, pois existia uma grande demanda por cursos, por oportunidades. Com isso, a equipe estabeleceu o primeiro plano de ação de forma muito ágil para mudar imediatamente a questão da gestão inicial. Foi um processo delicado, envolvendo a substituição de colaboradores, a formação de uma equipe nova e, ainda, a instituição de regras de gestão claras e bem objetivas, o que me permitiu fazer com que o Campus voltasse a respirar um pouco melhor. É importante dizer que a minha formação profissional permitiu conduzir esse processo com o mínimo de desconforto possível. Depois da reorganização de fluxos e procedimentos, restava proceder a expansão da Unoec Xanxerê, mas essa tarefa exigia realocar a Instituição, pois observava limitações do espaço físico. Ela precisava de uma área própria, que pudesse ser gradativamente ampliada.

Enquanto tudo isso acontecia, a Unoesc estava localizada no Colégio Costa e Silva, em uma estrutura cedida pelo Estado. Naquele espaço não existia uma possibilidade de expansão, pelas próprias características do local. A Fundação ainda dispunha de um espaço alugado no centro da Cidade, mas ali a relação custo-benefício não era a ideal. Dentro do que se projetava, o Campus não poderia manter essas despesas, e a solução foi articular com o prefeito municipal a busca de uma alternativa para a Unoesc, ainda que fosse temporária. Essa alternativa era utilizar o espaço do Centro de Aprendizagem e Integração de Cursos (CAIC), que na época era uma construção nova, mas que estava praticamente desocupada. O Poder Público cedeu o uso de forma gratuita. Essa ajuda foi preciosa, pois assim foi possível exercer as atividades da Unoesc, e isso nos ajudou muito nos nossos passos iniciais, já que sem as despesas de aluguel, otimizaram-se os recursos. Além disso, tivemos um espaço que nos permitiu a expansão: foram criados os Cursos de Informática, de Administração e de Educação Física, os quais foram o pontapé inicial e fundamental para a retomada do Campus, começando a atender às demandas da região e principalmente a organizar a Instituição como ela deveria ser de fato.

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Contudo, essa medida, em que pese a sua importância, atendia a uma etapa inicial da expansão. Para concretizar todo o planejamento, a Unoesc precisaria de um Campus mais robusto, que pudesse abrigar mais salas de aula, laboratórios e todas as funcionalidades que uma universidade necessita. A partir daí a Unoesc entendia que estava conseguindo cumprir, ou pelo menos caminhando nesse sentido, aquilo que é o nosso dever como dirigente, organizar instrutivamente e oferecer oportunidades para os jovens da região, que buscavam o ensino superior com bastante demanda na época. Mas para nos instalarmos definitivamente, nós tivemos a felicidade de que, aqui onde nós estamos agora na sede, havia um terreno que foi doado alguns anos antes, onde havia sido começado uma construção, naquela altura ainda não finalizada. A Unoesc retomou as obras em 1997, concomitantemente ao período que estivemos alojados no CAIC. Nesse ponto a administração municipal se mostrou prestativa novamente, e aí foi possível a conclusão do bloco A, que era o que já estava iniciado. Sem parar em nenhum momento, foi-se em busca de mais recursos para a construção de mais um bloco, e no ano seguinte, 1998, foi finalizado o bloco B. Finalmente, em 27 de fevereiro de 1999, deu-se a inauguração da tão sonhada sede própria do Campus de Xanxerê, que está em funcionamento até hoje. A partir daí nós sempre tivemos o foco de trazer novos cursos e novas oportunidades para os jovens da região, implantando cursos que em toda a região Oeste de Santa Catarina não existiam. Temos muita satisfação de oferecer cursos como Arquitetura, Design, Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia, todos cursos que eram novidade e necessidade para Xanxerê e seu entorno. Isso fez com que conseguíssemos dar passos largos em direção ao desenvolvimento do ensino superior, tendo um crescimento muito rápido, o que, é claro, demandou um esforço muito grande na busca de recursos para a construção, pois tudo dependia da infraestrutura, cada curso novo era um espaço novo que precisava ser construído, mas felizmente nós fizemos isso com bastante trabalho, pois é o nosso papel aqui na direção propiciar as condições para a Universidade crescer e se estabelecer de forma sólida, e hoje nós trabalhamos o Campus com boa solidez econômico-financeira e também com perspectivas boas para o futuro.

De uma posição privilegiada, no sentido de quem acompanhou o início de tudo, o Professor Genesio Téo tem absoluta tranquilidade e autoridade para analisar o caminho trilhado até aqui e as perspectivas para o futuro:

Nos primeiros passos do ensino superior em Xanxerê, as principais necessidades da época se resumiam à infraestrutura, tanto no sentido de prover a comunidade com os cursos, quanto em relação aos recursos financeiros. Hoje, acho que as dificuldades se multiplicam um pouco, porque nós precisamos ainda pensar na

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infraestrutura; essa é uma situação permanente, porque ela precisa ser mantida, se não ampliada, sendo a busca por recursos incessante em qualquer instituição, e cada vez com mais dificuldade, porque a disputa pelos espaços e pelos recursos se torna cada vez maior. Assim, um dos desafios da Unoesc é acompanhar as vanguardas tecnológicas, atendendo às novas exigências dos jovens que vêm para a universidade muito mais críticos e atentos à qualidade do ensino superior, por isso é sempre necessário o aprimoramento do serviço acadêmico, buscando a qualificação constante da técnica e do relacionamento interpessoal. Outro desafio constante é manter o equilíbrio econômico-financeiro de suas contas, porque não há instituição que sobreviva sem cumprir com os seus compromissos econômico-financeiros, aprendendo a conviver com o novo cenário e as novas formas de oferecimento de ensino superior.

Mas a Unoesc está preparada para esses desafios. Ao deixar sua mensagem final, o Professor faz questão de dizer que a Unoesc é grata a todos que ajudaram e se preocuparam de uma forma ou de outra para que a Universidade pudesse se viabilizar em Xanxerê. Os recursos humanos da Unoesc são, de acordo com o Professor, o grande diferencial da Instituição: A Unoesc tem uma vantagem muito grande, que é a composição da sua equipe de dirigentes, professores e funcionários, que trabalham em sintonia, e todos, indistintamente, com uma dedicação muito especial à causa comunitária da Unoesc, e isso faz com que ela seja diferente de muitas instituições e organizações. Essa equipe também busca acessar às novas tecnologias rapidamente, transformando-as em ferramentas que darão condições para o desenvolvimento de soluções às diversas necessidades do corpo discente e da comunidade em geral.

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1999, Professor Genesio Téo inaugurando a Unoesc Xanxerê

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2016, Professor Téo em ato de posse como Presidente da Funoesc

2013, Professor Téo recebendo, como Presidente da Funoesc, o certificado de Responsabilidade Social da Instituição

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Vitor Carlos D’Agostini O Professor Vitor Carlos D’Agostini, Vice-reitor da Unoesc São Miguel do Oeste, há 20 anos disponibiliza seus conhecimentos e sua dedicação ao ensino superior. Nascido no Rio Grande do Sul, o Professor reside em Santa Catarina desde os primeiros anos de vida, inicialmente na Cidade de Maravilha, onde estudou até o ensino médio, quando ingressou na Faculdade de Direito, na Universidade Regional de Blumenau (FURB), obtendo o grau de Bacharel. Posteriormente, na mesma Instituição, concluiu a Especialização na área de Direito Administrativo. Já na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) obteve o grau de Mestre, também na área do Direito. Ingressou na Unoesc em 1998, inicialmente como Professor horista, mas logo a seguir assumiu a Procuradoria Jurídica do Campus. No ano 2003 passou a fazer parte da Pró-reitoria de Administração e, posteriormente, passou a desempenhar a função de Vice-reitor de Campus. Por ter acompanhado os processos de instalação do ensino superior na região, o Professor entende que a Unoesc foi fundamental para as mudanças socioeconômicas do Oeste catarinense, não somente em razão da oferta dos cursos, mas também por sua atuação na região. O Professor descreve como eram as questões do ensino antes e após a instalação da Unoesc: A região Oeste, para além do Município de Chapecó, era completamente desassistida em termos de ensino superior. Eu mesmo experimentei essa situação, pois tive que, diariamente, percorrer 200 km para estudar em Chapecó, o lugar mais próximo que oferecia formação em nível superior. Portanto, as tratativas de implantar uma universidade regional – que pudesse resolver as demandas do ensino superior e de atividades

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ligadas a ele – teriam que contemplar a abertura de um Campus no Extremo-Oeste catarinense que pudesse atender à comunidade da fronteira com a Argentina e proximidades. Assim, os primeiros cursos passaram a ser oferecidos em São Miguel do Oeste, ainda com estrutura de terceiros e com grandes desafios em relação ao corpo docente. Mas, paulatinamente, cada dificuldade foi sendo vencida, melhorando estruturalmente, aprimorando o corpo docente e ampliando a oferta de cursos, de modo a contemplar todas as áreas do conhecimento. Os processos internos e externos sempre foram conduzidos com responsabilidade, prudência e planejamento, de forma que a Unoesc São Miguel do Oeste experimentou um crescimento contínuo e gradativo, chegando ao ponto em que está hoje.

Mesmo sendo a região, em termos geográficos, mais distante da Capital do Estado e das maiores cidades de Santa Catarina, demográfica e economicamente falando, São Miguel do Oeste experimentou uma situação similar às dificuldades vividas pelos outros Campi da Unoesc. Nesse sentido, o Professor registra um detalhe importante: a contribuição externa. Neste ponto, é preciso salientar que, externamente, muitas foram as pessoas e entidades que colaboraram com a Unoesc, nos mais diversos níveis. Mas não se pode deixar de fazer um registro em especial, pois se trata de uma pessoa que, na condição de administrador do Município de São Miguel do Oeste por duas vezes, além de exercer o mandato de Deputado, contribuiu decisivamente para que a Unoesc de São Miguel seja o que é hoje. Trata-se do Ex-prefeito Luiz Basso, que na condição de uma liderança política da região, foi um dos batalhadores para que a Universidade fosse implantada aqui. Pela lembrança do nome do Ex-prefeito, fica registrada a colaboração de todos os outros, mas sem dúvida esse nome é decisivo do ponto de vista de articulação da Universidade com o Poder Público. Do ponto de vista interno, muitas são as pessoas que se dedicaram de corpo e alma à viabilização da Universidade. Enumerar e citar todas seria impossível, mas é importante dizer que as articulações internas funcionaram perfeitamente graças à competência e à responsabilidade de todos.

O Professor Vitor, na condição de Gestor da Unoesc São Miguel do Oeste, tem plena consciência dos desafios que a Instituição enfrenta e já enfrentou. Ao fazer a reflexão do período, o Professor demonstra prudência e sabedoria para externar a significação da Unoesc para a comunidade:

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Os desafios que a Unoesc enfrentou e enfrenta são inúmeros, de grande e pequena complexidade. Mas eles foram superados e o estão sendo nesse momento. É importante deixar claro que a Unoesc tem a total consciência do que representa para o País. E isso fica muito explícito em dois pontos principais. Primeiro, a Universidade atingiu um patamar que consolidou a oferta dos cursos, conseguiu qualificar e manter um corpo docente com a titulação adequada, bem como criou as condições materiais de trabalho ao corpo técnico-administrativo. Ainda nesse sentido, as instalações físicas da Unoesc hoje estão em excelente nível de qualidade, e os espaços de ensino são plenamente suficientes para as necessidades dos estudantes e da comunidade. Assim, o desdobramento natural disso é que a Unoesc não necessita mais de uma busca incessante por novos cursos, mais estudantes, ou construir mais Campi ou unidades. O que é necessário é qualificar, incessantemente, aquilo que hoje é ofertado e que, com as dinâmicas pertinentes, vai sendo modificado, ou seja, a Universidade acompanha as demandas da sociedade. Nesse sentido é que vem o segundo ponto. O objetivo e a razão de ser da Unoesc são os seus compromissos com a sociedade. A Unoesc é uma instituição que tem como prerrogativa atender àquilo que a comunidade necessita, seja na prestação de um serviço especializado, seja na capacitação de uma área, seja na oferta de um novo curso. A interlocução da Unoesc com a sociedade é uma das preocupações dos seus dirigentes, desde o coordenador do curso, do setor, até o Reitor e seus Vice-reitores. Assim é que consolidamos a imagem de uma instituição verdadeiramente comunitária, que busca na sociedade a sua razão de existir, e é para essa sociedade que dedica sua competência e seus esforços. É motivo de orgulho para todos aqueles que vivenciam na Unoesc essa imagem, historicamente construída.

Os 50 anos da Unoesc são motivo de celebração, mas sobretudo de reflexão. O Professor encerra suas observações apreciando esse momento, mas consciente do que o futuro reserva para a Unoesc: Neste momento dos 50 anos de existência da Unoesc, a primeira ponderação, sem dúvida, é de agradecimento a todos que acreditaram no poder do conhecimento e da disseminação do mesmo. Porque tão ou mais importante do que produzir novos conhecimentos é disseminá-los, colocá-los à disposição da sociedade. Então, todos aqueles que são movidos, motivados por essa convicção recebem os agradecimentos da Unoesc. Complementando essa prerrogativa, não se pode deixar de mencionar novamente o compromisso da Unoesc com a comunidade. Se nos primeiros tempos do ensino superior a situação era de superar desafios para a sobrevivência, hoje o desafio é a manutenção da Unoesc nos níveis atuais, mas buscando a sua excelência articulada com as demandas da comunidade. A nossa identidade, aquilo que nos define como Instituição é a

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busca permanente de uma resposta rápida e eficaz aos anseios da comunidade. É com esse pensamento e com essa energia que planejamos a Instituição e que executamos nossas ações e metas.

1996, o então Governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Evangelista Vieira, na inauguração da Unoesc São Miguel do Oeste

A trajetória do Professor Vitor Carlos D’Agostini como dirigente iniciou em 2003 no cargo de Pró-reitor de Administração, tornando-se, posteriormente, Vice-reitor do Campus

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1999, inauguração da Unoesc Maravilha

2005, Professor Vitor inaugura a Unoesc São José do Cedro

2011, Professor Vitor inaugura as novas estruturas da Unoesc Pinhalzinho

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Ricardo De Marco O Professor Ricardo De Marco, Vice-reitor da Unoesc Chapecó, é diplomando pela própria Unoesc. Natural de Xanxerê, conhece muito bem a realidade regional, tanto como acadêmico quanto como gestor. Inicialmente, o Professor explica suas origens e trajetória acadêmica: Eu fui acadêmico da Unoesc, e já na época comecei minha participação nos conselhos de gestão, como representante dos estudantes no Campus de Xanxerê. Após concluir o Curso de Administração, ingressei em Ciências Contábeis, obtendo o título nesse Curso também. O meu Mestrado é na Administração, com ênfase em Estratégia e Desempenho. Neste ano, doutorei-me em Educação e Gestão do Ensino Superior.

Na sequência, o Professor explica a sua caminhada profissional, sempre ligada às questões gerenciais, o que o fez optar pela gestão do ensino, mencionada anteriormente: Já desde a graduação eu atuava no ramo de supermercados, então eu iniciei a minha trajetória profissional nesse ramo. Ao concluir o Curso de Ciências Contábeis, ou seja, num período relativamente curto, eu já era gerente administrativo de um supermercado em Xanxerê, com 110 funcionários, uma empresa de porte. Enfim, já estava totalmente envolvido na área de Gestão. A partir do momento que concluí a segunda graduação, optei por cursar algumas especializações, pois no meu entender eram necessários novos desafios. Percebi, ainda, que onde eu estava, o crescimento profissional seria de certa forma limitado, e eu também queria estudar mais, fazer mestrado, doutorado. Desejava ainda acumular experiências na gestão industrial, pois na gestão comercial era algo que, àquela altura, eu tinha certo domínio. Tive uma conversa muito clara com os meus empregadores na época, pois é algo do meu modo de ser, que eu precisava mudar

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de ramo. Assim, ingressei na Alcaplas, uma indústria de plástico localizada em Xanxerê. Foi uma experiência de dois anos muito produtiva, e nesse período é que surgiu a primeira oportunidade para atuar na docência, pois recebi um convite do Senac, com disciplinas na área de Gestão. Logo em seguida, surgiu novo convite, dessa vez da Unoesc, uma vez que eu tinha formação tanto na área de Gestão quanto na área Contábil, e a experiência de docência no Curso de Design, oferecido pelo Senac. Tudo aconteceu muito rápido, em pouco tempo de Unoesc surgiu a oportunidade de coordenar o Curso de Administração.

Contudo, a chegada do Professor Ricardo à Unoesc é um episódio digno de registro, pela quantidade de atividades concomitantes e pela dinâmica do processo. O relato a seguir ilustra bem o contexto da época: Ainda como acadêmico da área Contábil, mas com a experiência prática na área de Gestão, e também pelo fato de já haver concluído duas especializações nessa área, a Unoesc acenou com esta oportunidade. Era duplamente interessante, pois além da atuação na gestão do ensino, também abria o caminho para a academia, visto que era meu desejo ingressar no mestrado, e posteriormente no doutorado. Assim, eu aceitei o desafio, iniciei na coordenação do Curso de Administração, e por força de estar à frente desse Curso, estudei também a modalidade de Administração Empresarial regular. Ainda na época a Unoesc oferecia uma outra habilitação, chamada de Gestão de Negócios. Então eu coordenava essas duas habilitações (Habilitação Empresarial e Gestão de Negócios). Nos dois anos seguintes, concluí o Curso de Administração naquela modalidade, e a partir daí definitivamente eu passei a pertencer à área acadêmica educacional. Renunciei ao meu trabalho na indústria e constituí uma empresa de consultoria empresarial em paralelo à coordenação do Curso, função que exerci por mais algum tempo, até ingressar no mestrado. O relato do Professor é precioso para se entenderem as condições da época. Ao mesmo tempo que se aprofundava na academia, o Professor também acumulava ainda mais experiências no mercado de trabalho, como se pode constatar na sequência: A partir do ingresso no mestrado, acabei me afastando da atividade de consultoria, mas entremeando o mestrado, mais perto da sua finalização, surgiu uma nova oportunidade, bastante atrativa do ponto de vista profissional, que era a direção administrativa de um grupo empresarial relativamente grande da Cidade de Faxinal dos Guedes. Acabou que nesse período eu fiquei dividido, toda manhã eu trabalhava nessa empresa, e à tarde e à noite eu coordenava o Curso de Administração e dava aula. Fiquei nessa atividade bastante corrida até que surgiu o convite para a Unoesc Chapecó, na unidade que existia na época. Este certamente

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era um desafio importante para mim, e funcionou como um divisor de águas, porque se eu não tivesse uma oportunidade dessa natureza, talvez eu tivesse feito a opção pelo mercado empresarial, com o qual me identifico muito.

Finalizando essa etapa da sua trajetória, o Professor Ricardo comenta sobre sua chegada em Chapecó e o início da organização da Unoesc, que depois se tornaria um Campus: Assim, os oito anos que passei na coordenação do Curso, entendo que já era um tempo bastante razoável, e eu já estava me sentindo com aquele ímpeto de avançar um pouco mais. Já com o mestrado concluído, efetuei a transferência para Chapecó, num primeiro momento fazendo o deslocamento diário Xanxerê-Chapecó, até a mudança definitiva. Digo isso porque é preciso uma presença plena, não tem como você se dividir, então eu tomei essa decisão, que parece simples, você se mudar tão próximo, mas não importa a distância, mudança sempre vai fazer um giro na vida das pessoas. E ainda quando eu me mudei pra cá, a minha esposa descobriu que estava grávida, e aí acumulou tudo, mas enfim, estamos estabelecidos aqui e conseguimos avançar em meio a toda essa turbulência e concorrência do ensino superior, conseguimos consolidar bem a Unidade.

Na época, a Unoesc Chapecó estava iniciando suas atividades. O Professor Ricardo entendia o potencial de crescimento que havia na Unoesc, mas do mesmo modo sabia das dificuldades e dos desafios que viriam: A Unoesc Chapecó, na época Unidade, nós transformamos em Campus ao longo do tempo e percebemos que nos tornamos para o mercado do ensino superior de Chapecó um ponto competitivo, reconhecido e visto com um padrão de qualidade distinto dos demais. Isso nos alegrou muito, inclusive porque era uma missão que me foi dada pela Reitoria no momento do início da minha gestão. Obviamente que a ambição inicial de quando a Unoesc voltou para Chapecó era de se tornar um centro de excelência, e excelência na concepção da palavra, só que ao longo do tempo, foi se revelando que isso não é tão simples assim de se consolidar; uma coisa é a vontade de fazer, e isso todos nós temos, mas, infelizmente, a nossa região tem uma característica que precisamos entender. Para se oferecerem cursos de alto padrão de qualidade, ela não se dispõe a arcar com o custo dessa estrutura, então é preciso encontrar um limite de qualidade e excelência superior, mas que caiba dentro dos padrões do que a região entende como valor. Pois se não for dessa forma, na região de Chapecó, como é bem servida pelo transporte aéreo, que aumenta em muito as possibilidades, quando algo

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é de alto padrão, há sempre a possibilidade de se buscar em outros lugares, e as pessoas procuram marcas já consolidadas de alta excelência.

Esse ponto é crucial para se entender como a Unoesc Chapecó se diferencia das demais estruturas. A relação da marca Unoesc na região de Chapecó é bem diferente, como se pode perceber na descrição seguinte e também nas posteriores:

A Unoesc é uma universidade comunitária, e é preciso entender que em Chapecó existem dezenas de instituições, das mais variadas organizações e objetivos, e para que nós possamos nos inserir nesse nível, há uma trajetória que tem que ser construída. Entendo que a Unoesc está nesse caminho por opção institucional. Por exemplo, nós temos o Mestrado Profissional em Administração, o Programa de Doutorado em Administração e o Programa de Mestrado em Direito, mas isso tem que ir se sedimentando ao longo do tempo, consolidando nossos professores e criando uma identidade para isso. Lógico que esse é um grande desafio, que temos de cumprir nesse primeiro momento, nesse ambiente altamente turbulento (no sentido da competitividade). É frequente que alunos da Unoesc se transfiram para vários players de mercado. É preciso mencionar que Chapecó é uma das únicas, se não a única Cidade do País onde existem duas instituições comunitárias, duas instituições públicas de ensino, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), além das instituições privadas e confessionais. Estas são um aspecto muito forte do ensino superior, e isso causa uma pressão muito grande em todas as áreas, e dificilmente se consegue mitigar todos os fatores de atuação de mercado que essas instituições possuem, ou seja, é muito difícil reverter a favor da Unoesc. Obviamente, eles têm algumas competências que às vezes você não consegue atingir, porque elas são fragmentadas, mas de modo geral é isso, um ambiente de trabalho intenso para se manter firme nessa linha de qualidade e de captação de alunos, e a gente tem tido êxito. Posso dizer com toda tranquilidade que aumentamos o número de alunos nos últimos anos, neste ano rompemos uma barreira, uma meta que era preciso atingir, ou seja, ultrapassar o número de 2.000 alunos na graduação. Ainda, é preciso acrescentar que na pós-graduação a Unoesc vem se consolidando, com números expressivos, entre o stricto sensu e o lato sensu, uma marca nossa bem forte, e esses são os caminhos trilhados até o momento.

A Unoesc Chapecó atua em uma região onde há muitas instituições de ensino superior e, portanto, uma situação de disputa de mercado diferenciada. Além disso, existem, como o Professor demonstrou anteriormente, duas universidades

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comunitárias e duas universidades públicas. Isso quer dizer, também, que a comunicação e a atuação com a sociedade devem considerar esse cenário. A esse respeito, o Professor é bastante objetivo: De leitura geral, a Unoesc enfrentou um crescimento orgânico ao longo da sua trajetória em todas as comunidades, então, se não existiam competidores para o ensino superior, como é que ela cresceu? A sociedade necessitava, por exemplo, do Curso de Direito; a partir disso, a Unoesc se organizava e abria o Curso, a demanda era natural, então, ela experimentou esse crescimento orgânico em todos os campi, esse pioneirismo nas regiões de atuação lhe dá uma identidade própria. Em Chapecó isso é diferente, pois quando da primeira experiência da Unoesc aqui, essa identidade se diluiu, houve a cisão com a Unochapecó. Assim, a Unoesc, ao retornar para Chapecó, teve que buscar novamente essa identidade. Logo nos primeiros anos, a Unoesc teve que estreitar suas relações com a comunidade e com o Poder Público, para mostrar o seu caráter comunitário e o seu compromisso com a sociedade. Com o tempo a gente foi conversando com as pessoas, com as entidades, e percebemos o que eles valorizam da Unoesc, uma postura acadêmica e de qualidade. Nossa estratégia foi então uma espécie de inversão do movimento das atividades. Nós promovemos as ações e convidamos a comunidade a participar, e ao invés de irmos ao encontro, nós chamamos eles para vir para cá. Isso vem produzindo bons resultados, porque podemos mostrar, com foco bem definido, que a Unoesc consegue ter um controle maior das ações e consegue ser mais objetiva. De toda forma, essa questão da identidade ainda vai tomar um bom tempo para ser assimilada. Até porque nós estamos em uma fase de implantação de cursos para todas as áreas do conhecimento, algo que outras instituições já têm construído temporalmente.

Mostrar à comunidade a qualidade e o compromisso da Unoesc com a formação superior é um desafio constante e que envolve várias questões. Continuando a reflexão anterior, o Professor acrescenta mais alguns aspectos importantes: Para que a comunidade valorize o que fazemos e se integre ao nosso meio, até pela nossa posição geográfica aqui em Chapecó, é um processo bastante complexo. É preciso considerar que, mesmo ainda estando próximo ao centro da Cidade, estamos na região com menor densidade da população de Chapecó, e com a agravante de nos localizarmos na contramão do principal acesso [o Professor se refere ao acesso para o Município de Coronel Freitas]. Muitos alunos da Unoesc, que estão aqui porque reconheceram a qualidade do que fazemos, se deslocam diariamente de ônibus, porém, como o ônibus ruma para as outras instituições também, eles acabam tendo que resolver isso por conta própria. É importante mencionar fatos

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como este para que se entenda que existem ferramentas que fogem ao nosso controle, o que vale dizer que essas opções que se apresentam vão muito mais em favor das demais instituições do que da Unoesc. Contudo, isso motiva ainda mais a criar elementos de qualidade que façam com que o estudante se sinta atraído para vir para cá, uma situação que nós identificamos e que vem dando essa roupagem, essa imagem de posicionamento de qualidade. Uma das formas é a infraestrutura, então nós damos muita atenção a pequenos detalhes da infraestrutura, para citar um só exemplo, a climatização de todas as salas de aula; em termos de Unoesc isso já é algo padronizado, mas em Chapecó não é assim, têm instituições que ainda estão buscando essa condição, e a Unoesc tem isso em todos os ambientes. Somem-se a isso outras situações, a atuação dos cursos e a preocupação com a qualidade. É perceptível quando um estudante oriundo de outra instituição dá seu testemunho, é no sentido de uma sensação de mais seriedade, até pelas características das edificações da Unoesc. Nós temos esse perfil na marca, e para nossa satisfação, a comunidade, cada vez mais, reforça a ideia de que na Unoesc você tem que vir para estudar, nos outros lugares têm mais de outras coisas. Isso é bem interessante, então, a consolidação disso tudo é fruto também de um esforço muito grande de reengenharia interna, do controle dos cursos, dos gastos, dos investimentos a serem feitos e do equilíbrio financeiro para que as coisas se mantivessem em ordem. Finalizando, é preciso mencionar a atuação de mercado especificamente; os cursos da Unoesc são unificados, mas são necessários diferenciais, para que a oferta de cursos em Chapecó seja vista pelo estudante, desde a característica de curso, matriz curricular e perfil formativo, como algo atraente diante das outras opções. Nos demais Campi da Unoesc é um pouco diferente. Essa construção é permanente, mas a Instituição está trabalhando para ir se ajustando e melhorando conforme o tempo. O custo de mensalidade, por exemplo: existem cursos que em Chapecó, como o Curso de Direito, possuem um valor mais alto de mensalidade, e isso é cabível na realidade da região. Mas não serve como regra para todos os cursos. É algo muito sensível, que tem que ser trabalhado caso a caso. Mas de forma geral, os ajustes estão progredindo de acordo com o planejamento, e o movimento é bastante satisfatório no sentido dos resultados que a Unoesc deseja para a sociedade.

A Unoesc, por sua fundação pioneira, chega ao seu cinquentenário. Nesse momento, o Professor Ricardo De Marco se dirige à comunidade chapecoense e regional, destacando a certeza dos objetivos da Instituição: Este momento é muito apropriado para a mensagem que eu quero deixar. É um sentimento de gratidão para com a comunidade de Chapecó e região, por ter acolhido o retorno da Unoesc. Apesar das questões de identidade, como comentamos anteriormente, que são inerentes ao processo, nesse período a comunidade abraçou de tal modo a Unoesc em Chapecó que nós temos que agradecer fortemente o carinho e a acolhida,

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o desvelo das associações comerciais, industriais e empresariais, do Poder Público municipal, da Secretaria de Desenvolvimento Regional, enfim, de todos os órgãos formativos institucionais que compõem a matriz gestora da região. A comunidade acolheu de forma muito carinhosa a Unoesc, e isso respalda muito o nosso trabalho, no sentido de reforçar o compromisso da Unoesc em demonstrar ao longo do tempo que ela é uma Instituição que de fato está preocupada com a formação de pessoas, com uma formação de alta qualidade. A Unoesc pretende formar, além de profissionais com as suas habilidades técnicas e competências, cidadãos que contribuam para o desenvolvimento local e regional de onde ela atua. Esse sentimento fica muito forte à medida que ao longo do tempo as pessoas nos identificam como uma marca confiável e sólida, ao mesmo tempo, nos remete à responsabilidade de continuar fazendo esse trabalho sério. Falando popularmente, nós não fugimos dos nossos critérios, mas o que eu quero dizer com isso é que independente das interferências de mercado que nós temos, da pressão de mercado que nós temos, algo que nós não abrimos mão é da boa formação e da qualidade dos nossos cursos, do nosso corpo docente, das nossas aulas, da nossa infraestrutura. Porque isso está na nossa visão, na missão da nossa Instituição e no modelo de ser comunitária, sendo este um dos motivos pelos quais a comunidade vem demonstrando o carinho pela Unoesc. A comunidade pode continuar depositando a sua crença nesse modelo, no modelo comunitário, pelo fato de que há um reinvestimento de todos os seus recursos nele mesmo, ao contrário de alguns modelos, nos quais esses recursos não são revertidos para a comunidade. Fica evidente, assim, o tipo de ganho que a Unoesc possibilita para Chapecó e região em relação a outros players de ensino superior. Os ganhos que a gente oferece são muito maiores, e a comunidade vem reconhecendo isso ao longo do tempo, e isso nos remete a um sentido de responsabilidade ainda maior, de continuar fazendo as coisas para a comunidade, respondendo às demandas da comunidade à altura, e nós sabemos que temos condições de bem atendê-los, então eu acho que essas são questões determinantes para o futuro da Instituição, e passa por aí a questão dos desafios. Acrescento que a sustentabilidade da Instituição passa pela capacidade de adaptação a essas necessidades sociais e de demonstrar para a sociedade que esse modelo comunitário atende tão bem às necessidades sociais e que nós conseguimos entregar tão bem e com valor superior àquilo que está posto no mercado, eu acho que essas são situações que cabem a nós ir sedimentando ao longo do tempo, passando para todo o tecido social que vale a pena apostar na Unoesc.

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2015, Professor Ricardo De Marco e Vice-presidente da Chapecoense, Jandir Bordignon, por ocasião de celebração de convênio para a Pesquisa na Área da Fisiologia com os atletas da base do Clube

Professor Ricardo e Prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, certificam aluna da Universidade da Melhor Idade (UMIC). A Unoesc é referência em programas de extensão universitária

2017, Professor Ricardo e demais dirigentes em ato de início do Programa de Doutorado em Administração, um grande diferencial para a região Oeste de Santa Catarina

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Ildo Fabris O Professor Ildo Fabris, Vice-reitor da Unoesc Videira, é natural de Descanso, no Extremo-Oeste catarinense. Sua trajetória na Unoesc é longa, sempre contribuindo com a formação e o desenvolvimento da região. O Professor descreve a sua chegada à Unoesc e suas experiências profissionais anteriores. Profissionalmente, antes de iniciar as atividades junto à Unoesc, eu fui bancário por 28 anos, trabalhei no antigo BESC, hoje Banco do Brasil, na área de gerência regional e na área de gerência em nível de agência. A formação profissional é a de Ciências Contábeis, sendo que cheguei à Universidade no ano 2000. Iniciei na coordenação do Curso de Ciências Contábeis, na Unoesc Videira, função que desempenhei até o ano 2016. No início de 2017 eu assumi a Vice-reitoria do Campus, então essa é a trajetória; bancário por 28 anos e depois na Unoesc Videira desde 2000. Aqui na Unoesc, como coordenação de curso, participamos de todas as possíveis reuniões, assembleias, câmaras, conselhos, e nesse meio tempo, no ano 2002, eu concluí o meu mestrado na Área de Ciências Contábeis, no Programa da FURB (Universidade Regional de Blumenau). A respeito do ensino superior na região, o Professor compreende, com a autoridade de quem viveu o processo intensamente, tanto o contexto regional quanto o papel da Unoesc. À frente do curso de Ciências Contábeis e da Vice-reitoria de Campus, contribuiu de diversas maneiras para o crescimento da instituição.

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Eu tive a satisfação de poder acompanhar o crescimento do Campus de Videira aqui na região, quando, após uma série de experiências profissionais da atividade bancária, que me levaram a residir em várias cidades, em 2002, fixei residência em Videira. Posso afirmar com tranquilidade que testemunhei todos os movimentos do ensino superior, desde a situação em termos de cursos que eram oferecidos naquela oportunidade, até o crescimento que houve com o Campus, na oferta de novos cursos, e toda a preocupação que se teve com a formação profissional em todo esse período. A participação da Unoesc sempre foi muito efetiva com a comunidade, e eu sempre uso uma expressão quando faço uma palestra ou quando estou conversando com alguém, que a região de Videira, e agora a região como um todo, não seria a mesma se não fosse pela existência da Universidade, pois ela teve um papel muito importante no desenvolvimento da região. Vale dizer isso no sentido da formação de bons profissionais, na formação de empreendedores, no auxílio da condução das atividades e na participação dos seus colegiados na comunidade. Então, a Universidade teve uma grande responsabilidade nisso tudo. A comunidade em geral reconhece o papel decisivo do Campus de Videira, porque, certamente, o Município não seria o mesmo sem esses profissionais liberais, empreendedores, inovadores, todos que são egressos dos nossos cursos e hoje estão auxiliando no desenvolvimento regional. Então, eu vejo que a Universidade teve um papel muito grande no desenvolvimento da região, além do mais, eu costumo sempre também dizer que os profissionais que querem ter um êxito lá fora, que querem se sobressair sobre os demais, têm que ter como preocupação a sua formação superior, independente do curso, independente da profissão que vão exercer, eles têm que direcionar os seus atos para o ensino e a graduação. Mas, e o mais importante, que seja um ensino de qualidade, no qual realmente vão adquirir experiência, que seja em uma universidade onde eles possam usufruir de suas infraestruturas e se capacitar, uma universidade que tenha essa preocupação de oferecer ao seu acadêmico, ao seu futuro profissional, condições, realmente, de aprendizado, então essa é nossa visão e o nosso objetivo, assim como dirigente, agora, do Campus de Videira.

O Professor prossegue na mesma linha de raciocínio, mostrando os desafios contínuos em relação ao desenvolvimento regional e à consolidação do ensino superior: Realmente os desafios são muitos e contínuos. Contudo, é preciso pontuar algumas referências. O primeiro grande desafio que a Universidade teve é já no seu nascedouro, em 1976, o mesmo ano que eu cheguei a Videira, na primeira estada em termos de atividade bancária. Então eu posso afirmar que acompanhei a criação da nova Universidade, desde a origem, em 1972, do Curso de Ciências Contábeis. Já nessa ocasião eu tive a oportunidade de frequentar os seus primeiros anos nesse Curso, então o grande desafio naquela oportunidade foi convencer o público geral de que a Universidade seria uma das opções para o desenvolvimento regional. Eram inúmeras as

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reuniões com os líderes aqui da Cidade, eu participei de muitas, e procurávamos agregar as pessoas que tinham essa mesma visão, ou seja, que entendiam a importância da Universidade.

Para a superação dessa barreira, o Professor destaca o papel das lideranças videirenses e da região: A utilidade da Universidade para a região, a sua importância para o desenvolvimento regional é algo que foi discutido desde a época da criação da primeira Fundação, que foi a Femarp. É muito importante citar que o auxílio dos líderes da comunidade, das pessoas envolvidas e preocupadas com o desenvolvimento sempre foi muito presente. Essas lideranças estiveram presentes nas missões da Universidade, nos eventos, nas reuniões, enfim, em todas as situações em que era necessário reafirmar a importância da existência da Universidade. Além disso, muitas pessoas que passaram pelo Poder Público, empresários, profissionais liberais, fizeram parte do quadro inicial da composição da Universidade, muitos dos quais se formaram no tempo em que a Universidade está atuando na região. Hoje continuam desenvolvendo suas atividades aqui na região, proporcionando o desenvolvimento, então eu acredito que esse foi o grande desafio daquela oportunidade, mas eu faço questão de mencionar novamente que as pessoas hoje, e mais ainda, as que comandam entidades e corpos públicos, têm uma interação muito grande com a Unoesc, com a direção do Campus de Videira, e é isso, essa troca de experiências é que tem dado essa sustentabilidade. Trazendo isso para o momento atual, sabe-se que a concorrência é muito acirrada e que as modalidades de ensino se flexibilizam, e nem sempre com a qualidade necessária. Aquele trabalho inicial previsto das universidades comunitárias, como a nossa, que têm uma programação, que têm uma perspectiva de qualidade de ensino, que têm uma perspectiva de manter a sua estrutura, com instalações físicas, laboratório, biblioteca e professores capacitados, depara-se com essa dificuldade. Por isso, nós temos a certeza de que, se houver, se continuar essa parceria de comunidade e Unoesc Videira, direção de Campus e professores, certamente esses desafios serão suportados. Essa interação gera uma sustentabilidade para o Campus se manter na época atual.

Como gestor da Unoesc Videira, o Professor salienta a importância do trabalho em equipe e da constante articulação com a sociedade: A partir de 2017, quando iniciamos a gestão da Unoesc Videira, aqui eu preciso abrir um parênteses, que nós estamos juntos com o Professor Gilson Leidens, que é o nosso diretor de graduação, e com o Professor Gladimir Duarte, que é o nosso gerente administrativo, nós assumimos com o objetivo de fazer com que o nosso

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Campus retomasse aquelas suas atividades com a comunidade, que tivesse uma participação ativa, efetiva e com resultados junto a todas as entidades da região. Nossa intenção com isso era poder fazer com que o nosso Campus mantivesse muito forte a sua identidade de uma Universidade preocupada com o desenvolvimento regional. Então, uma das primeiras ações nossas implantadas desde 2017 foi exatamente nesse sentido, aproximar ainda mais a Universidade da comunidade, por meio da participação em projeto de extensão, de inserção em conselhos e em órgãos consultivos, e nós envolvemos todos os coordenadores de cursos nessas atividades. Eles aceitaram a ideia e abraçaram a comunidade, e hoje nós estamos com inúmeros projetos de extensão sendo aplicados, produzindo inúmeros benefícios em relação à comunidade. Então, um dos grandes desafios para nós foi exatamente a intensidade dessa atividade, não estávamos acostumados a fazer esse gerenciamento de atividades com a aplicação prática para a comunidade, e no ano passado [2017] nós conseguimos fazer com que a imagem do Campus de Videira tivesse realmente aquele papel que sempre batalhamos, que era o de ser vista como uma Universidade prestativa, onde a qualidade de ensino está em primeiro lugar, e é participativa na sociedade. Esse foi um dos grandes desafios; é lógico que a Universidade de Videira também tem um compromisso assumido com os seus colaboradores em regularizar essa nossa parte estrutural, física, para que possamos dar melhores condições de trabalho e melhor qualidade de ensino, e isso está numa fase de adaptação e conclusão. Mas o mais importante para nós dirigentes, e o que nos leva à satisfação é que a Unoesc Videira voltou a ser vista pela comunidade como uma Universidade respeitada, onde o nosso corpo docente é comprometido, onde eles realmente estão na sala de aula, realmente integrados ao processo, estão preocupados com o aluno e com a qualidade do ensino. Isso para nós foi a maior satisfação depois que assumimos, e toda essa parte estrutural, física e financeira, que é necessária para que a gente possa continuar crescendo, vem sendo organizada desde o ano passado, mas merece um estudo de planejamento um pouco mais elaborado, mas certamente nós atingiremos os nossos objetivos.

Voltando ao tema da gestão da Unoesc Videira, o Professor Ildo enfatiza sua satisfação em articular todo o grupo envolvido nessa Instituição. Também lembra o cuidado com a educação básica, acolhida na Unoesc:

Também a gestão do Campus é uma grande satisfação, pois é muito diferente administrar a Universidade como um todo, os nossos 15 cursos, os nossos 70 técnicos administrativos, os nossos mais de 100 professores, e todas essas influências que têm aí em desenvolvimento de atividades. Mas, para quem é dirigente e tem uma equipe comprometida como nós temos aqui em Videira, é possível tranquilamente ter bons resultados. Então, resumindo, temos boas pessoas conosco na direção do Campus, temos coordenadores de cursos comprometidos, temos técnicos administrativos que estão alinhados ao nosso planejamento de educação, e o mais importante, todos os professores que fazem parte dos nossos cursos estão comprometidos com a

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Universidade. Somando tudo isso, consideramos um privilégio estar à frente da Universidade. Eu não posso deixar de falar um pouco do Colégio Superação, o “nosso colégio”. É importante que se registre isso, é um colégio que está de igual nível aos melhores colégios de ensino fundamental e médio que nós temos aqui na região; hoje nós estamos com 408 alunos, são alunos que se destacam, são participativos, alunos que se formam no ensino médio e estão conseguindo acesso aos cursos profissionalizantes. A estrutura do Colégio Superação, que nós oferecemos aos nossos alunos, é diferente dos outros colégios, pois é formada por toda a infraestrutura que a Universidade tem, como laboratórios, biblioteca e professores. Tudo o que nós oferecemos para a graduação, se estende também para o aluno do ensino fundamental e médio, e isso tem sido um diferencial muito grande para a nossa Cidade. Assim, é importante reforçar que o Colégio Superação vem formando seus alunos há muitos anos para a atividade acadêmica e profissional, possibilitando que exerçam sua cidadania e tornem-se protagonistas do seu futuro.

O Professor Ildo Fabris termina a sua explanação da melhor maneira possível: dirigindo-se ao elemento fundamental da Universidade, o estudante.

Eu não poderia deixar de dizer que além da importância da Unoesc Videira na região durante todo esse percurso, em relação a tudo que ela pode ainda vir a oferecer, nós temos que dirigir as nossas ações à qualificação profissional, àquilo que se pode tirar da Universidade, que é a possibilidade de ela formar bons profissionais e preparar o indivíduo para o mercado de trabalho. E nada mais gratificante para nós que estamos à frente do que encontrarmos pessoas no mercado de trabalho, donos de empresas, pessoas que retornam à Unoesc e vêm fazer parte do nosso quadro de docentes e técnicos e que estão aqui junto conosco preparando os profissionais. E todas essas ações se transformam no desenvolvimento da nossa região. Eu gostaria de deixar para os jovens, aqueles que estão conosco e os que poderão vir para a Universidade, uma mensagem muito simples: preparem-se para a vida profissional, busquem conhecimento, especialização, não fiquem à espera de que alguém venha oferecer algo de graça para vocês, então, jovens, busquem ensino fundamental e médio, busquem uma graduação que atenda às suas necessidades, sejam profissionais qualificados para que possam enfrentar o mercado de trabalho nessa turbulência de concorrentes de hoje, então, busquem a graduação que lhe é de agrado, busquem as especializações que forem necessárias para desenvolverem sua vida profissional, sempre com a certeza de que a Unoesc, como um todo, oferece essas condições a todos.

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

2000, inauguração do Centro Administrativo da Unoesc Videira. Nesse mesmo ano o Professor Ildo Fabris iniciou suas atividades na Universidade como Coordenador do Curso de Ciências Contábeis

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

2017, Professor Ildo toma posse como Vice-reitor da Unoesc Videira

2018, Professor Ildo com gestores do Campus e Secretário de Educação de Videira, Geancarlos Farinon, por ocasião do recebimento de carta da Prefeitura do Municipío parabenizando a Unoesc Videira pela conquista da nota máxima do Enade para o Curso de Pedagogia. A Unoesc se destaca na avalição de seus cursos

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Cronologia dos Dirigentes Cronologia dos Dirigentes da FUOC e Funoesc Fundação Universitária do Oeste catarinense (FUOC): Diretor-geral: Jaime Scherer – 1968 a 1972 Diretor-geral: João Eduardo de Souza Varella – 1972 Diretor-geral: Aurivan Massignan – 1972 a 1974 Diretor-geral: Nilton José de Carvalho – 1974 a 1977 Diretor-geral: Antônio Adolfo Maresch – 1977 a 1986 Diretor-geral: Darci Fuga – 1986 a 1990 Diretor-superintendente: Aristides Cimadon – 1990

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc): Presidente: Flávio Brandalise – 1992 a 1996 Presidente: Antonio Osvaldo Conci – 1996 a 2000, 2000 a 2004 Presidente: Genesio Téo – 2004 a 2008, 2008 a 2012, 2012 a 2016 Presidente: Genesio Téo – 2016 a 2020

Cronologia dos Dirigentes da Unoesc – Reitoria No início dos anos 1990 a Unoesc passou a ser universidade, embora seu reconhecimento só tenha ocorrido em 14 de agosto de 1996. Portanto, no primeiro período de gestão (1992 a 1996), mesmo que por lei fosse possível utilizar a nomenclatura “Reitor”, utilizou-se o termo “Diretor-geral”.

Gestão de 1992 a 1996 Reitor (Diretor-geral): Aristides Cimadon Pró-reitora-geral de Ensino: Reni Cecília Iop Pró-reitor-geral de Ensino: José Mauro Lehmkuhl Pró-reitor-geral de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão: Luiz Carlos Lückmann Pró-reitor-geral de Administração: Nelson Denardi

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Gestão de 1996 a 2000 Reitor: Luiz Carlos Lückmann Pró-reitor-geral de Ensino: Vicente de Paula Sousa Pró-reitor-geral de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão: Eduardo Gelinski Junior Pró-reitor-geral de Administração: Anacleto Ângelo Ortigara

Gestão de 2000 a 2004 Reitor: Santo Rossetto Pró-reitor de Administração: Antônio Carlos de Souza Pró-reitora de Ensino: Neusa Maria dos Santos Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão: Luiz Carlos Lückmann

Gestão de 2004 a 2008 Reitor: Aristides Cimadon Pró-reitora de Ensino: Ana Beatriz Brancher Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão: Luiz Carlos Lückmann

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Gestão de 2008 a 2012 Reitor: Aristides Cimadon Vice-reitor Acadêmico: Luiz Carlos Lückmann Vice-reitor Acadêmico: Nelson Santos Machado Vice-reitor de Campus – São Miguel do Oeste: Vitor Carlos D’Agostini Vice-reitor de Campus – Videira: Antônio Carlos de Souza Vice-reitor de Campus – Xanxerê: Genesio Téo

Gestão de 2012 a 2016 Reitor: Aristides Cimadon Vice-reitor Acadêmico: Nelson Santos Machado Pró-reitor de Graduação: Ricardo Marcelo de Menezes Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão: Fábio Lazzarotti Vice-reitor de Campus – São Miguel do Oeste: Vitor Carlos D’Agostini Vice-reitor de Campus – Videira: Antônio Carlos de Souza Vice-reitor de Campus – Xanxerê: Genesio Téo Vice-reitor de Campus – Chapecó: Ricardo Antônio De Marco

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Capítulo III – A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Gestão de 2016 a 2020 Reitor: Aristides Cimadon Pró-reitor de Graduação: Ricardo Marcelo de Menezes Pró-reitora de Graduação: Lindamir do Carmo Secchi Gadler Pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão: Fábio Lazzarotti Vice-reitor de Campus – São Miguel do Oeste: Vitor Carlos D’Agostini Vice-reitor de Campus – Videira: Antônio Carlos de Souza Vice-reitor de Campus – Videira: Ildo Fabris Vice-reitor de Campus – Xanxerê: Genesio Téo Vice-reitor de Campus – Chapecó: Ricardo Antônio De Marco

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Capítulo IV

O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)



Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

HUST, a responsabilidade de um Hospital Regional e Universitário A história de sucesso da Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc) também se consolida na Área da Saúde com a doação dos bens, direitos e obrigações do Hospital Santa Terezinha à Funoesc, concretizada em Assembleia Geral no dia 04 de dezembro de 2004, com a finalidade de transformá-lo em Hospital de Ensino. A partir dessa data inicia-se um novo marco da saúde regional. A visão e o espírito comunitários foram determinantes para a realização desse histórico acontecimento, e com uma história de mais de 72 anos de atividade, o então Hospital Santa Terezinha passa não somente a se chamar Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), mas passa a ter também uma nova concepção de valores, princípios e filosofia de atuação, com a missão de “Prestar atendimento médico-hospitalar, de forma Alciomar Antonio Marin, Diretor-geral do HUST em 2018

a proporcionar o restabelecimento da saúde dos pacientes,

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

promover o ensino e a pesquisa, atuando de forma decisiva na transformação da realidade social e no desenvolvimento da região Meio-Oeste de Santa Catarina.” A implantação do Hospital Universitário, além de servir de campo de aprendizagem para a prática de atividades curriculares dos estudantes de Medicina e demais áreas das Ciências da Vida, contribui para formação de profissionais de saúde e desenvolvimento tecnológico em uma perspectiva de inserção e integração em rede aos serviços de saúde regional. O HUST é um complexo hospitalar estratégico do Ministério da Saúde e tem uma grande missão social, destacando-se na comunidade em que está inserido. É um hospital de referência regional, abrangendo mais de 55 municípios e uma população de mais de 600 mil habitantes que buscam em nossa Instituição uma saúde com qualidade e condições dignas de atendimento e resolutividade. Hoje o HUST é referência em alta complexidade em Oncologia e Neurocirurgia, além das especialidades em Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, Obstetrícia, Pediatria, Traumatologia, Cardiologia, Bucomaxilofacial, entre outras especialidades médicas de média complexidade, além de ser Porta Aberta na Rede de Urgência e Emergência. A importância do HUST para a atenção à saúde de toda a região pode ser evidenciada e comprovada pela variedade de programas e pelo volume de atendimentos e procedimentos realizados anualmente aos pacientes (essas informações são publicadas anualmente no Relatório Social da Funoesc), além da busca incansável de atender a todos os seus usuários de forma humanizada. O HUST trabalha de acordo com princípios e valores, com respeito e dignidade às pessoas, que são o seu foco, por meio da excelência das práticas assistenciais e humanas, cumprindo os princípios ético-profissionais. Honestidade, comprometimento e trabalho em equipe multiprofissional complementam os valores que a Instituição adota como basilares de sua conduta. Com a efetivação de projetos futuros e alinhados às diretrizes da nossa Funoesc, com responsabilidade, princípios e valores, persistiremos diariamente para que o HUST se fortaleça cada vez mais para “Ser um centro do conhecimento científico e excelência na prestação de serviços de saúde”, lembrando que o bem maior é a vida das pessoas; essa é nossa principal missão, e é por meio de pequenos esforços diários que conseguiremos as grandes conquistas.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Equipe Gestora do HUST em 2018: Alciomar Antonio Marin – Diretor-geral, Roger Polo – Diretor Técnico, Patrícia Zílio Tomasi – Gerente Pedagógica, Caetano Raphael Cardoso – Gerente de Qualidade, Mayara Martina Abatti Chiamulera – Gerente de Enfermagem, Rodrigo Bet – Gerente Administrativo, Magali Sartori – Contadora, Adriano Johann – Gerente Operacional.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

HUST, um legado comunitário

A

Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc) mantém o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), localizado na Cidade de Joaçaba, no Meio-Oeste catarinense. Todavia, o Hospital é estratégico, não somente para Joaçaba, mas para toda a mesorregião Oeste, além da Serra Catarinense. Tanto é verdade que a decisão de sua construção é fruto

de uma mobilização da comunidade, que não mediu esforços para solicitar ao Poder Público que o sonho de um hospital se tornasse realidade. Sua construção remonta aos anos 1940, mais precisamente ao ano 1946, sendo, portanto, um marco da história local. Na década seguinte, em 1955, tem na sua construção a figura de liderança do Frei Edgar Loers, que além de Padre era competente Engenheiro, um personagem importante da história joaçabense. Apesar de todo o esforço do Frei Edgar e da comunidade em geral, a sua inauguração, no entanto, apenas foi possível em 1958, em decorrência das grandes dificuldades de obtenção de recursos para o término da obra, que somente concluiu o seu primeiro piso em 1957, quando iniciou oficialmente suas atividades. O segundo piso, contudo, foi concluído somente 10 anos depois. Mas dali em diante, as melhorias foram se sucedendo, embora dentro de uma perspectiva gradual. Aos poucos, o Hospital foi se constituindo uma referência no âmbito regional, atendendo pacientes de todo o Oeste catarinense. Todavia, as situações de carência acompanhariam o Hospital até o século XXI. Em que pese a dedicação do grupo gestor, da classe médica, das lideranças políticas e da comunidade em geral, os avanços necessários foram sendo incorporados muito lentamente. As novas construções, os novos equipamentos, a alocação de recursos humanos, tudo isso precisou de muita articulação, muita dedicação e, principalmente, muita espera para que enfim o ato se concretizasse. Em 2004, com a criação do Curso de Medicina, houve uma aproximação entre Hospital e Universidade que resultou na transformação do Hospital Santa Terezinha em Hospital Universitário Santa Terezinha. A partir daí a entidade seria carinhosamente Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

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chamada pela população de HUST, mas a mudança de nome foi somente um detalhe. Tudo se alterou de forma significativa, como veremos a seguir. Primeiramente, até então a área construída era de 4.000 m², número que aumentou para 13.600 m² atualmente, onde são disponibilizados aproximadamente 180 leitos, em diferentes estratégias de atendimento, dos procedimentos mais simples aos mais complexos. Cuidar do maior Hospital da região, que atende aproximadamente 150 mil pessoas por ano, é uma tarefa que a Universidade, por meio do Curso de Medicina e dos recursos humanos, financeiros e estruturais, vem cumprindo com excelência. O compromisso comunitário da Unoesc se materializa nos dados que expomos, sintetizando que 90% dos atendimentos efetuados pelo HUST são de usuários do Sistema Único de Saúde, possibilitando, assim, saúde de qualidade à população. O HUST se constituiu uma referência em Urgência e Emergência, Neurocirurgia e Oncologia. Outros serviços importantes, como Cirurgia Geral, Ortopedia e Diagnóstico por Imagem seguem o mesmo padrão de qualidade. As novas construções, que podemos visualizar aqui, atestam as transformações positivas que a entidade experimentou. Observando-se os números a seguir, é facilmente constatável que o Hospital cresceu em tamanho, mas também se qualificou em recursos humanos e materiais e potencializou a sua capacidade de oferecer os mais modernos tratamentos, fazendo com que os habitantes da mesorregião Oeste e da Serra catarinense não precisem mais enfrentar longas viagens para realizar os procedimentos necessários, que somente eram possíveis nos grandes centros. Em termos de atendimentos, têm-se, considerando os dados dos últimos anos, em média, 32.000 internações/ano, das quais mais de 80% são Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

referentes ao Sistema Único de Saúde (SUS). Já os atendimentos ambulatoriais, pela mesma dinâmica de cálculo anterior, passam de 150.000/ano, com cerca de 90% oferecidos pelo SUS. Em relação a cirurgias, são aproximadamente 6.000/ano; mais de 1.000 partos/ano e inúmeros procedimentos específicos, de grande impacto na qualidade de vida da população: exames laboratoriais (mais de 100.000/ano), anatomia patológica, radiologia, ultrassonografia, tomografias diversas, eletrocardiografias, hemoterapia, endoscopia, gasometria, retossigmoidoscopia, colonoscopia, broncoscopia, entre outros. O HUST, no período de gestão da Funoesc, teve três dirigentes até 2018, a saber: A Professora Dorvalina Lange, gestora entre 2005 e 2007, é profissional da Área das Ciências Contábeis e foi docente desse Curso, coordenando-o por vários anos. Além disso, respondeu pela Vice-reitoria de Campus na Unoesc no período de 2004 a 2005. Entre os anos 2007 e 2016, coube ao Professor Adgar Zeferino Bittencourt a gestão do HUST. Odontólogo de formação, foi docente e gestor da Área de Ciências da Saúde da Unoesc, além de disponiblizar Professora Dorvalina Lange, Diretora-geral do HUST entre 2005 e 2007

Professor Adgar Zeferino Bittencourt, Diretor-geral do HUST entre 2007 e 2016

ao HUST a sua capacidade de articulador político, pois no seu período de administração, muitos foram os convênios

celebrados e os recursos próprios e estatais investidos, que resultaram na ampliação e qualificação dos serviços ofertados. A partir de 2016, assumiu como gestor o Professor Alciomar Antonio Marin, Profissional da Área da Administração, Recursos Humanos e Marketing. Sua gestão tem por responsabilidade manter os avanços conquistados e projetar o HUST para o futuro, mediante as novas características acadêmicas e profissionais da área da saúde e bem-estar social.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Sensibilização acadêmica e promoção da vida

A

visão do HUST expressa com propriedade o cuidado da Entidade com a vida humana: “Ser um centro do conhecimento científico e excelência na prestação de serviços de saúde.” No cumprimento dos pressupostos dessa visão, primeiramente do ponto de vista interno, continuamente são

realizadas capacitações envolvendo os colaboradores sobre o tema Humanização, como palestras, mesas-redondas e dinâmicas diversas. Em datas especiais, acontecem homenagens a mães e pais, campanhas de esclarecimento, como o Setembro Amarelo, o Outubro Rosa e o Novembro Azul, além de confraternizações para homenagear os colaboradores aniversariantes. Ainda do ponto de vista interno, existe o Espaço Colaborador, uma sala com poltronas e televisão onde os funcionários podem descansar e recarregar suas energias; em parceria com o Curso de Psicologia da Unoesc Joaçaba, o Hospital conta, também, com o serviço de Psicologia Organizacional; e, em conjunto com o setor de Recursos Humanos da Unoesc, por meio da Educação Continuada, realizou mais de 600 treinamentos e capacitações internas e externas, buscando estimular competências e habilidades profissionais e desenvolver a excelência de seus colaboradores.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Na perspectiva externa, são vários os projetos que trazem ânimo, conforto e carinho aos pacientes e pessoas em atendimento: a) Projeto Alegria no Ar: ação desenvolvida pelas Professoras Maria Esther Traverso e Rita Trevisol e a Assistente Social Samara Leorato com alunos dos Cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Odontologia e Ciências Biológicas da Unoesc, com periodicidade semanal. De rostos pintados, vestindo fantasias – palhaços ou personagens conhecidos –, os acadêmicos circulam pelo Hospital distribuindo sorrisos e abraços, objetivando oferecer conforto e alegria aos pacientes; b) HUST e comunidade: esse Projeto tem como objetivo mostrar a realidade hospitalar, seus números e estrutura à população, promovendo encontros com representantes da sociedade civil. Entre fevereiro e dezembro de 2017 o Diretor-geral do Hospital, Alciomar Marin, recebeu integrantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), do Lions Clube Cruzeiro, alunos do Centro Social Marista de Joaçaba, além de representações da Associação Comercial e Industrial do Oeste catarinense (ACIOC), do Sindicato do Comércio Varejista do Meio-Oeste catarinense (Sindilojas), do Serviço Social da Indústria (Sesi) e da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC); c) Pronon: em maio de 2017, o HUST iniciou os atendimentos no Ambulatório da Saúde da Mulher para Pacientes Oncológicas. O Projeto é amparado pela Lei n. 12.715/2012, que instituiu o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da Oncologia. Essa Lei possibilita que pessoas físicas e jurídicas contribuam com doações para projetos de apoio à atenção oncológica e se beneficiem de deduções fiscais no imposto de renda. O Programa, que prevê a prestação de serviços médico-assistenciais com duração de dois anos, contou com o apoio financeiro das empresas: Instituto Renner, Enercan Campos Novos Energia S.A., Portonave S.A. (Terminais Portuários de Navegantes), Fecoagro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina), Scherer S.A. Comércio de Autopeças, Grupo Pegoraro e Specht Produtos Alimentícios Ltda.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Em sete meses de vigência (maio a dezembro de 2017), o Pronon possibilitou o atendimento a pacientes de 28 municípios da região de abrangência, independentemente da patologia, conjugando medidas preventivas, diagnósticas e terapêuticas. Constituem a equipe do ambulatório um coordenador, um médico ginecologista e uma técnica de enfermagem; d) Espaço Pedagógico: o HUST serve também como campo de ensino, pesquisa e extensão aos Cursos de Graduação em Medicina, Enfermagem, Psicologia, Odontologia, Fisioterapia, Técnico de Enfermagem e Técnico em Radiologia, além de prestar assistência à comunidade nos diversos níveis de complexidade. Os docentes dos cursos da saúde utilizam o HUST como centro de ensino, citando-o em suas aulas teóricas, possibilitando conhecimentos e aliando a teoria à prática desenvolvida no Hospital.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Outro ponto importante nesse sentido são as comissões, comitês e núcleos. Esses grupos atuam promovendo a humanização hospitalar. São compostos por profissionais de diferentes áreas, trabalhando a sensibilidade e o comprometimento com a dignidade humana. Têm como objetivo difundir e consolidar a criação de uma cultura de humanização democrática, solidária e crítica, criando alternativas e soluções que ajudem a melhorar o atendimento e o trabalho em termos de humanização dos serviços. Essas comissões são: Comissões de Humanização; Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; Comissão de Documentação Médica, Estatística e Óbito; Comissão de Farmacovigilância; Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT); Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN); Comitê Transfusional; Comitê de Bioética; Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; Comissão de Cuidados Paliativos; e Núcleo de Segurança do Paciente. Além destas, existe a Comissão de Residência Médica (Coreme), cuja importância estratégica nos obriga a ampliar sua descrição e atuação. A Coreme é uma instância auxiliar da Comissão Nacional da Residência Médica (CNRM) e da Comissão Estadual de Residência Médica do Estado de Santa Catarina (CERMESC), incumbida de planejar, coordenar, supervisionar e avaliar os Programas de Residência Médica ofertados pela Unoesc/HUST. A Coreme buscou o aperfeiçoamento da formação médica com o ensino de pós-graduação, caracterizado por meio da organização de programas de treinamento em serviço no ambiente médico-hospitalar e ambulatorial, desenvolvidos sob a supervisão de profissionais médicos, designados como preceptores, escolhidos entre os integrantes do Corpo Clínico do HUST e do Colegiado do Curso de Medicina da Unoesc. No Hospital Universitário Santa Terezinha são ofertados os programas de Residência em Clínica Médica, Residência em Cirurgia Geral e Residência em Radiologia e Diagnóstico por Imagem.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Organização, estrutura e desenvolvimento

O

HUST atende diretamente todo o Meio-Oeste catarinense, uma região com 55 municípios e aproximadamente 600 mil habitantes. Para responder com qualidade a esse desafio, conta com uma equipe composta por 473 colaboradores, entre médicos, enfermeiros, funcionários, técnicos, professores e auxiliares.

Estruturalmente, o HUST possui 13.600 m² de área construída, onde se realizam atendimentos, cirurgias, internamentos

e demais atividades. Contudo, alguns pontos dessa estrutura merecem ser detalhados mais profundamente, pelo impacto social que causam. Em termos de Oncologia e Neurocirurgia, pode-se afirmar com segurança que o HUST é referência em termos de alta complexidade, tendo atendido 4.480 pacientes oncológicos em 2017. Outros números importantes no mesmo sentido: para o mesmo período, foram realizados 7.249 cirurgias e 1.425 partos, incluindo partos normais, cesáreos e curetagens. Somam-se a esses números 778 sessões de hemodiálise. O número de internações chegou a 10.665 em 2017, período em que foram servidas 320.832 refeições e 451.697 quilos de roupa foram lavados.

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

1946, em Joaçaba, construção de parte da estrutura onde atualmente se encontra o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Ainda citando dados de 2017, o Centro de Diagnóstico de Imagens (CDIH) realizou 19.524 exames de anatomia patológica, 43.547 radiologias (raios X), 14.405 ultrassonografias, 13.943 tomografias, 5.704 eletrocardiografias, 1.189 endoscopias, 112 broncoscopias, 496 colonoscopias, 18 retossigmoidoscopias, somados a 8.686 gasometrias e 1.770 exames imuno-histoquímicos. Relacionando números e valores financeiros, a Instituição destinou para atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (atividade hospitalar) mais de R$ 39 milhões, beneficiando mais de 31 mil pessoas. Cumpre mencionar que, em termos de relevância social, existe uma preocupação de superar o que dispõe a legislação que trata sobre a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60%. Em internações hospitalares, o HUST atingiu o percentual de 83,32% de pacientes (paciente por dia), e nos atendimentos ambulatoriais, alcançou o percentual de 93,84%. Finalizando essa descrição estrutural, é preciso citar o novo Centro Cirúrgico, inaugurado em 2017, pois seu espaço foi revitalizado e ampliado, com um acréscimo de 500 m², passando para 791,28 m². Neste espaço também se abriga, com 216,38 m², a Central de Materiais Esterilizados (CME), Juntos, Centro Cirúrgico e CME totalizam uma área de 1.007,66 m². As fotos a seguir mostram como o HUST se transformou nos últimos anos, sendo hoje uma referência em saúde para o Sul do Brasil:

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

Serviço de imagem – década de 1970

Serviço de imagem – década de 1980

Centro Cirúrgico – década de 1980

O HUST em 2018

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Capítulo IV – O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST)

O HUST em 2018

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Capítulo V

Escolas de educação básica da Funoesc: Colégios Expressivo e Superação



Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

As escolas de educação básica da Funoesc e suas perspectivas

A

Funoesc entende que o ensino superior é a etapa final de uma formação que se inicia nos primeiros anos do indivíduo, ou seja,

na educação infantil. Uma educação que se pretende eficaz não pode deixar de conceber a trajetória do aluno como um todo, garantindo que em cada etapa, em cada nível de ensino sejam alocados os conhecimentos e saberes pertinentes. É dessa forma que a Funoesc mantém, em

Professora Nádia Cristina Bonai Rodrigues, Diretora Pedagógica do Colégio Expressivo em 2018

Professora Rosangela Maria Fontana, Coordenadora-geral do Colégio Superação em 2018

Xanxerê e Videira utilizando os mesmos valores do ensino superior, os Colégios Expressivo e Superação. As equipes de professores e funcionários, plenamente

capacitadas para as suas atribuições, condizem com o processo educativo de modo que a trajetória do estudante possa conduzi-lo à Universidade de forma gradual, segura e eficaz.

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Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

A educação básica organiza o trabalho do ensino infantil até os anos iniciais do ensino fundamental, priorizando atividades lúdicas, pois o aprender consistido em atividades gratificantes e prazerosas resulta em retorno mais consistente. Nesse propósito, tanto nos anos finais do ensino fundamental quanto no ensino médio, ressalta-se a importância da formalização e aplicação de conceitos, que se caracterizam por embasarem e representarem os primeiros passos em direção à construção das competências para a concepção do profissional holístico que o mercado requisita. Nessa perspectiva, a educação básica ofertada pelos Colégios da Funoesc propõe-se, por meio de seu Projeto PolíticoPedagógico, a dar visibilidade ao compromisso social com a formação ética de seus educandos, a partir da observação de que há uma reconfiguração do cenário mundial, e, por consequência, um novo perfil de cidadão começa a despontar, com perspectivas e necessidades que buscam resgatar valores éticos e humanísticos. Esse cidadão que está se perfilando nos mostra como a educação escolar deve se organizar, alterando o sentido do aprendizado, o qual não serve mais para “ganhar a vida” ou “para a vida”. O aprendizado é a vida, e a vida é o aprendizado. Durante o período escolar o aluno deve compartilhar conhecimentos, criar amizades e desenvolver habilidades que até então não haviam sido instigadas. Assim, considerando-se que é na educação básica que se fortalecem as bases de conhecimento e de formação de caráter que os alunos trazem de casa, os Colégios Expressivo e Superação se propõem a desenvolver um

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Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

trabalho baseado na consolidação de valores educacionais, sociais e humanos. Além disso, proporcionam, anualmente, simulados, participação em olimpíadas de conhecimento e palestras envolvendo os mais variados temas e momentos culturais, atividades com as quais buscam reforçar os valores humanos. Nesse sentido, percebe-se a importância de, em parceria com as famílias, contribuir para o desenvolvimento de competências socioemocionais. Para isso, família e escola devem ter a plena certeza de que amor também se demonstra com firmeza no estabelecimento de limites e responsabilidades, sendo esses princípios básicos para a formação de um cidadão. E por acreditarem que a família é parte integrante e fundamental no processo de ensino e aprendizagem, os Colégios organizam durante o ano momentos em que ela se faz presente na escola, com o intuito de aumentar os laços e a relação amistosa entre toda a comunidade escolar. A Funoesc tem clareza de que a educação de qualidade é um bem e um direito do qual ninguém pode ser privado, pois ela é fundamental para o desenvolvimento de um povo e da sociedade. Com tal prioridade, busca os subsídios básicos, cumprindo sua missão com determinação, que é dar suporte ao desenvolvimento integral do indivíduo que ora se desenha. Para a Funoesc e para os Colégios Expressivo e Superação, investir em educação básica de qualidade é a base para a formação humana, social e cultural de qualquer criança. Somente poderemos ter cidadãos bons se tivermos bons alunos, pessoas dignas que consolidem todos os conhecimentos adquiridos, valorizando a tríade família, escola e sociedade. Nesse contexto, os Colégios da Funoesc reafirmam o compromisso da Instituição com o desenvolvimento da educação básica no Oeste e Meio-Oeste catarinense, acompanhando e implementando as inovações pertinentes à legislação, bem como intermediando estratégias pedagógicas de vanguarda que colaborem para a eficácia do processo cognitivo do aluno. Resta, ainda, destacar que, para a educação básica, ensinar é colaborar para que educadores e educandos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É contribuir com nossos alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional, a fim de transformar efetivamente a sociedade. É nisso que cremos, é isso que nos move e nos dá o rumo para o trabalho, exaltando nossos diferenciais.

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Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

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Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

Colégio Expressivo Localizado na Cidade de Xanxerê, passou a funcionar em fevereiro de 2003 sob a direção da Funoesc. Além da oferta dos Ensinos Fundamental e Básico, o Colégio oferece também o pré-vestibular. Possui uma área construída com mais de 4.000 m2, onde os estudantes desfrutam de salas de aula, laboratório de ciências físicas e biológicas, laboratório de informática, ampla biblioteca, sala de artes, área para recreação e eventos, espaço verde e ginásio de esportes, este com 1.037 m2 de estrutura física. Alinhado à missão da Unoesc, o Colégio tem como pilares a qualidade do ensino, o diálogo constante e o profissionalismo. São fatores como esses que traduzem a confiança crescente dos pais na Instituição, que, por sua vez, conta com professores habilitados e periodicamente capacitados, assistidos constantemente por uma equipe técnica formada nas áreas administrativa, psicológica e pedagógica. Em seu corpo de dirigentes, cabe a Carlos Barp, Gerente Administrativo da Unoesc Xanxerê, sob plena supervisão do Vice-reitor do Campus, a responsabilidade pela Direção Geral. Diretamente vinculada ao dia a dia do Colégio está a Professora Nádia Cristina Bonai Rodrigues, que atua como Diretora Pedagógica.

Professores do Colégio Expressivo em 2018

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Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

Colégio Superação A Escola de Ensino Fundamental e Médio da Universidade do Oeste de Santa Catarina, situada em Videira, foi fundada em março de 1990. Depois de várias mudanças, a partir de 2001, passou a ser denominada Colégio Superação e a atender com maior excelência e engajamento comunitário aos Ensinos Fundamental e Médio. Inserido na estrutura organizacional da Unoesc Videira, o Colégio Superação está sob a responsabilidade da Vice-reitoria e Diretoria de Graduação do Campus, cabendo a elas, juntamente com as coordenações pedagógicas, a tomada de decisões no âmbito geral da Unidade escolar. O espaço físico no qual o prédio escolar está alocado é amplo, com uma área construída de 18.944,77 m². Possui à sua disposição: amplas salas de aula, ginásio de esportes, sala de dança e academia de ginástica, biblioteca universitária, biblioteca infantil, laboratórios de ciências e informática, central de cópias, auditório e salão nobre, ambulatório, cantinas e restaurante, área arborizada e estacionamento próprio. A equipe gestora do Colégio é composta pela Coordenação Geral, a cargo da Professora Rosangela Maria Fontana, pela Coordenação Pedagógica, sob os cuidados da Professora Elis Regina Dana Schutz, pelo Orientador Educacional, o Professor Marco André Serighelli, pela Psicopedagoga Marlene Fabris, e pelas Secretárias Juliana Pinheiro M. Matos e Sirlei Heineck.

Professores do Colégio Superação em 2018

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Capítulo V – Escolas de educação básica da Funoesc: Colégio Expressivo e Colégio Superação

2018, Colégio Expresivo em Xanxerê

2018, Colégio Superação em Videira Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina

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CapĂ­tulo VI

Funoesc para toda a vida (Depoimentos)



Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Muitos são os atores que fizeram da Funoesc uma instituição sólida e comprometida. Ao longo das cinco décadas de sua existência, dirigentes, professores, colaboradores e agentes políticos disponibilizaram seus conhecimentos e sua dedicação para superar cada entrave, cada desafio desse caminho. O que é possível apresentar aqui é uma pequena amostra desse grupo de pessoas que construíram a sua história em conjunto com a Fundação e que contribuem ainda hoje com o seu desenvolvimento.

Darci Fuga, um dos primeiros funcionários, Ex-professor e Exdiretor-geral da FUOC

dúvida, isso que inspirou as lideranças de Joaçaba a tornar material esse desejo. Capitaneados pelo Prefeito Udilo Antônio Coppi, que encaminhou projeto de lei à Câmara de Vereadores, Joaçaba viu nascer a FUOC por meio da Lei n. 545, de 22 de novembro de 1968. Há 50 anos, portanto, lutávamos para trazer um curso superior para a região, pois nossos jovens ficavam à margem do acesso ao ensino universitário. Após penosos esforços no sentido de ampliar a oferta de cursos e a construção de nosso Campus Universitário, aqui estamos para festejar o cinquentenário da Funoesc, sucessora da FUOC, no exemplar trabalho de dar aos nossos jovens a oportunidade de uma formação profissional de alto nível.

contexto das demais coirmãs catarinenses e reconhecida nacionalmente. Na esteira do ideal daqueles iniciantes, os atuais dirigentes prosseguem com garra e dedicação semelhantes, na missão de tornar a Unoesc fonte de criação e irradiação do saber a toda a comunidade acadêmica. Como ex-funcionário, ex-professor e exdirigente, tenho fé inabalável de que a Unoesc sempre encontrará nas pessoas de seus acadêmicos e ex-acadêmicos, individualmente considerados, como de todos os segmentos da sociedade em geral, o apoio indispensável para o seu fortalecimento. Rendo, por final, as homenagens mais profundas àqueles que iniciaram e aos que dão continuidade a esta grande obra.

É bem provável que a fase inicial foi marcada ou caracterizada por certo amadorismo, até justificável, pois não havia caminhos trilhados antes, nem experiências em que se espelhar. Havia, porém, uma vontade decidida e firme de se conseguir implantar o ensino superior em nossa Cidade. Sou particularmente testemunha de todo o trabalho dedicado e a colaboração prestada pelos mais variados segmentos da comunidade regional para a consecução do ideal que norteava a atuação daqueles que abraçaram a missão.

Uma Universidade representa o crescimento econômico, tecnológico e social de uma comunidade, e a sua construção é obra do trabalho e do desejo dessa mesma comunidade. Foi, sem

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Pouco a pouco a profissionalização foi implantada, até como necessidade a que não se poderia fugir, para que a Fundação pudesse alcançar a idade adulta e respeitada de hoje. Hoje decorridos 50 anos, a FUOC, transformada em Funoesc, impõe-se como instituição de ensino superior respeitada no 261


Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Davi José Frozza, um dos primeiros funcionários da FUOC

Quero explicitar o meu contentamento e engrandecimento por ter tido a sorte de compartilhar uma ideia que deu certo. Dizem que todas as ideias dão certo, isto é, frutificam, basta despertá-las. A Unoesc (Universidade do Oeste de Santa Catarina) teve início na década de 1960 como FUOC (Fundação Universitária do Oeste catarinense), em Joaçaba, SC. Retornara havia pouco tempo de São Paulo, e estava no lugar certo e na hora certa, tivera a graça de participar do start desse grandioso empreendimento. Um grupo de amigos – educadores, empresários, profissionais liberais, políticos e representantes de associações de classe – teve a brilhante ideia de trazer para Joaçaba um curso superior. A princípio, cogitava-se em Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Direito ou Pedagogia. Optou-se por Administração, em virtude da demanda regional, haja vista o grande número de empresas, pequenas e médias, instaladas em Joaçaba e Herval d´Oeste e também nas cidades vizinhas

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congregadas pela AMMOC. Essa ideia contou com a incondicional aquiescência e comprometimento de importantes personalidades de Joaçaba, dentre elas o Juiz Classista Darci Fuga, o brilhante Advogado Doutor Eduardo Antônio de Souza Varella (in memoriam), o bem-sucedido Empresário Aurivan Massignan (in memoriam), o Professor e Poeta Pedro Grisa (in memoriam), o Doutor Nilton Carvalho, representante da Prefeitura dessa próspera Cidade, o benevolente e competente Contabilista Adolfo Maresch e o proeminente Professor Alceu Totti Silveira. Enfim, muitas pessoas de bem prestaram o seu trabalho voluntário e o espírito empreendedor para que a Fundação trouxesse o primeiro curso superior, Administração de Empresas, para Joaçaba. Eu fui convidado pelo Doutor Darci Fuga, um dos mentores desse projeto, para coordenar os trabalhos administrativos e a instalação do primeiro escritório no Edifício Pedrini. Eu fora o primeiro funcionário registrado daquela Instituição, o que muito me orgulha. Recordo-me, com saudade e uma certa nostalgia, das exaustivas discussões e conversações para se chegar consensualmente a bom termo na condução do processo de autorização do Curso pelo MEC e sua implementação. Sabíamos o que queríamos, mas nem sempre éramos bem-sucedidos em nossos propósitos e tomadas de decisões, em nossas justificativas e reivindicações. Mas nenhum empecilho nos deteve nessa empreitada. O grupo nunca perdeu as esperanças ou se deixou abalar pelas dificuldades financeiras, burocráticas, ou pelas vaidades políticas e jogos de interesses. O entusiasmo dessas pessoas e a humildade com que se devotaram a essa causa foram imprescindíveis para se alicerçar o grande sonho de fazer do Oeste de Santa Catarina

um polo de excelência em educação superior. Só poderia acontecer o que aconteceu. Hoje a Unoesc, cuja matriz está sediada em Joaçaba, congrega milhares de pessoas e disponibiliza à população diversos cursos em diferentes áreas. Joaçaba destaca-se como um dos melhores municípios do Brasil pela qualidade de vida de sua população, pelos índices elevados de educação, bem-estar social e desenvolvimento humano. A minha gratidão a esses despojados visionários é indescritível, imensurável; dignifica-me como pensador e cidadão brasileiro ter dado minha modesta contribuição a essa obra que ao completar 50 anos já se projeta muito além de seu tempo, escrevendo social, cultural e cientificamente a história catarinense e do Brasil para as futuras gerações, constituindo-se como um vertedouro de novas inteligências que estão, tenho absoluta certeza, revolucionando significativamente o mundo das ideias e dos negócios, o meio ambiente, a ecologia e a convivência em sociedade. O que mais me emociona, contudo, é a convicção de que uma semente plantada com carinho germinará permanentemente sonhos exequíveis, como o futuro planejado antecipadamente, a paz social e a prosperidade para todos os cidadãos. Parabéns, Funoesc! E a todos que colaboraram de uma maneira ou de outra para que essa semente germinasse e prosperasse até aqui, e que assim seja para todo o sempre.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Osmar Mena Barreto, um dos primeiros funcionários da FUOC e funcionário da Unoesc em 2018

Dorvalina Lange, Ex-professora e Ex-dirigente da Unoesc e HUST

Vicente de Paula Sousa, Ex-próreitor-geral de ensino da Unoesc

Tenho muito orgulho e eterno agradecimento por fazer parte da história da Unoesc, que me acolheu e permitiu, ao lado de profissionais capacitados, realizar os trabalhos que me foram conferidos. A Unoesc tem impacto direto no crescimento da região, desde a formação de profissionais capacitados, como também no fomento para a inovação e consequente surgimento de novas oportunidades através da criação de novas empresas. O diferencial da nossa região, outrora esquecida, com toda a certeza, hoje na sua exuberância, tem a Unoesc como a propulsora dessa transformação. “A Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” (Paulo Freire).

A Funoesc, desde sua fundação, sempre foi e será uma gigante Instituição na construção do ensino superior, fonte do conhecimento e da busca pelo crescimento de todo o grande Oeste catarinense. Ela faz parte da minha vida e da vida da minha família. Ter contribuído com profissionalismo, ética e responsabilidade na condição de acadêmica, Professora e Dirigente, tanto da Universidade quanto do HUST, foi muito prazeroso e gratificante. Creio que sou um pequenino grão de areia colocado com muita alegria na construção dessa gigante Instituição. Isso é um orgulho sem dimensão! Parabéns e bênçãos de Deus à gigante Funoesc pelos seus 50 anos de vida.

“Uma vida só tem sentido quando fazemos com que ela tenha sentido.” Com esse pensamento é que guardo as lembranças dos mais de 30 anos de convivência pessoal e profissional na Instituição que me acolheu em janeiro de 1975 e da qual me desliguei somente em julho de 2005. Tive as melhores oportunidades de minha vida e pude retribuir com meu esforço e dedicação a confiança que sempre em mim foi depositada, e digo, com muito orgulho, para mim e para todos, que minha vida pessoal se confunde com a Unoesc. Sem sombra de dúvidas a história do Oeste e Meio-Oeste catarinense nos mostra que a caminhada FUOC/Unoesc representou e representa a grandiosidade de uma Instituição que deixa seu legado com quadros profissionais em todas as áreas. Seu crescimento e desenvolvimento nessa região pujante forma uma verdadeira simbiose pelos desafios e conquistas que todos compartilhamos.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Maria de Lourdes Brancher, Ex-professora da Unoesc

Miriam de Fátima Reis Brancher, Ex-professora da Unoesc

Elisabete Carlesso, Professora e funcionária da Unoesc em 2018

Quando olhamos para trás e vemos a distância percorrida nesses 50 anos, podemos constatar as grandes conquistas que nossa Universidade foi capaz de realizar. A semente foi plantada, e muitos trabalharam com paciência, confiança e sabedoria para germinar, crescer, florescer e frutificar o saber. Parabéns, Funoesc!

A Unoesc faz parte da história da minha família, fui Professora; meu marido, Jerry Brancher, foi também Professor e Diretor do Curso de Direito, e meu filho se formou Advogado e foi também Professor. Ela representa o progresso e o futuro da região. Acompanhando a trajetória de nossos exalunos, constatamos que o conhecimento adquirido aqui revelou pessoas capazes de sobressair-se em seus campos de ação.

A Unoesc surgiu no final da década de 1960 como FUOC, quando nasci, e veio com toda a força daqueles que queriam o desenvolvimento da região. O meu ingresso como estudante do Curso de Administração foi quase junto com o de funcionária, no ano 1987, uma época em que não havia computador ou informatização e o debate verbal era constante. Das reuniões surgiam ideias e ideais, e a Universidade foi se consolidando por meio de parcerias e muito trabalho. Não consigo imaginar o Meio-Oeste catarinense sem a Universidade, e isso é o que ela significa para mim: o desenvolvimento social, cultural, ambiental e econômico da região e o meu desenvolvimento como pessoa e profissional.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Osmar De Marco, Procurador Jurídico da Funoesc em 2018

Anacleto Ângelo Ortigara, Ex-próreitor-geral de Administração da Unoesc

Neusa Bordignon, Secretária Acadêmica Geral e Procuradora Institucional da Unoesc em 2018

A Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc), que já se chamou FUOC, é a grande responsável pelo desenvolvimento do Meio-Oeste e Oeste catarinense. A Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) são frutos da vontade tornada realidade. É uma alegria imensa ter feito, e ainda fazer, parte da criação, da disseminação, e da estruturação do ensino superior no Meio-Oeste e Oeste do Estado.

A Unoesc é um fator de emancipação em pelo menos três dimensões: na dimensão pessoal, porque oportuniza o indivíduo a vencer os obstáculos cognitivos, tanto para o exercício profissional quanto para o convívio social; na dimensão coletiva, porque promove a inclusão de pessoas no mercado de trabalho, através do desenvolvimento de suas competências para lidar com os diferentes desafios emergentes; e na dimensão do desenvolvimento local e regional, porque consegue reverter a saída de talentos para outras regiões, criando condições para aplicar os diversos recursos em iniciativas situadas em sua base territorial. A criação da Instituição Unoesc foi e é determinante para a sustentabilidade social, econômica e ambiental em toda a região de sua abrangência.

A Unoesc foi idealizada/concebida para propagar conhecimento e estimular o desenvolvimento da sua região de abrangência e para abrir caminhos viabilizando e multiplicando a realização dos sonhos da sua gente... E assim o fez!

Contabilizei 39 anos de registro profissional na Unoesc. Por dois anos fui Professor substituto no Curso de Administração. Fui, também, Diretor da Faculdade de Administração de Joaçaba (Fajo), por meio da qual pude colaborar e influenciar na criação do Curso de Direito. Fui chefe do Departamento de Ciências Jurídicas, coordenei o estágio do Curso de Direito e, depois, o próprio Curso. Já há algum tempo sou Procurador Jurídico Geral da Funoesc/Unoesc/HUST.

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É imenso o orgulho de fazer parte dessa família que me acolheu t​ em mais de 30 anos; outorgou-me uma profissão, reacendeu a esperança, promoveu oportunidades, agregou habilidades​e ​transformou os meus dias. É gratificante ver a Instituição que alicerçou minha vida se destacando na vanguarda do desenvolvimento da nossa terra. A cada dia que passa sua missão segue cumprindo, profissões vai difundindo e caminhos construindo; sonhos acalentando, conquistas consolidando e corações agradecidos inflamando. Assim é a Unoesc: parte integrante de nossas vidas!

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Eliane Salete Fillippim, Ex-professora da Unoesc

Claudio Luiz Orço, Professor e Diretor de Graduação da Unoesc Xanxerê em 2018

Ricardo Marcelo de Menezes, Ex-pró-reitor de Graduação e Professor da Unoesc em 2018

A Unoesc é parte fundamental da minha trajetória profissional. O convívio com essa comunidade universitária me trouxe descobertas e entusiasmo para persistir na busca por conhecimento transformador e desenvolvimento de competências. Nessa Instituição pude exercitar criatividade e recebi apoio para executar inúmeros projetos inovadores que criamos coletivamente, sobretudo na Área das Ciências Humanas e Sociais, no Curso de Administração, no Mestrado Profissional e Doutorado em Administração. O foco em alcançar as condições para a formação profissional em alto nível, especialmente para a região Oeste de Santa Catarina, tem sido a força mobilizadora que impulsiona quem faz parte da Unoesc a superar desafios e ser obstinados por aprendizado contínuo e significativo.

É importante registrar que a Unoesc – Instituição em que cursei minha segunda graduação e na qual trabalho há quase duas décadas – me proporcionou, enquanto acadêmico e Professor, uma excelente oportunidade de formação inicial e continuada, resultando num crescimento pessoal e profissional que eu não teria conquistado em nenhuma outra instituição de ensino superior. Os resultados alcançados na Unoesc só foram possíveis pela caminhada aqui trilhada, principalmente pelo papel e compromisso social e científico que a Unoesc tem demonstrado nesses anos de atuação junto à comunidade. Os princípios e os valores emanados pela Instituição representam uma grande oportunidade de desenvolvimento regional. Portanto, não podemos falar da região Oeste de Santa Catarina sem falar dessa grande Instituição de ensino superior que tem demonstrado a sua contribuição para o desenvolvimento regional.

A Unoesc é parte da minha vida há muito tempo. Desde o ideal de poder ingressar em um curso superior, ainda no ensino médio, até os dias atuais, pois, além de me formar no Curso de Direito, pude integrar o quadro docente da Instituição. Como eu, certamente muitos jovens desde a década de 1970 tiveram a oportunidade de uma formação superior e de poder continuar habitando a nossa região, contribuindo com o desenvolvimento e gerando massa crítica para mudar a forma de pensar, planejar e executar esse desenvolvimento. É com esse orgulho que continuamos acreditando que o ensino superior e a Unoesc fazem a diferença nessa grande região e esperamos poder continuar renovando essa Universidade por um caminho que possa estar cada dia mais integrado ao desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, aliado às demandas sociais e sensíveis às necessidades das pessoas.

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Sady Zago, Professor e Ex-coordenador de Curso da Unoesc

Rogério Walmor Mueller, Secretário Acadêmico da Unoesc Videira em 2018

Vinicius Benetti Miola, diplomado na Unoesc Joaçaba

A Unoesc, para mim, tem um significado muito importante. Meu pai, mestre de obras, participou da construção do primeiro prédio da Universidade, então a minha ligação com a Instituição vai muito além dos 35 anos de dedicação como Professor e Engenheiro. Na Unoesc, além de prédios, construí amizades. Deixamos nossa marca ajudando no desenvolvimento da nossa região. Meus três filhos se formaram aqui, prova do meu reconhecimento e confiança nessa Instituição. Sinto orgulho em ter a Unoesc como parte da minha história e da minha família.

A frase “Unoesc, fazendo parte da sua vida” traduz com muita propriedade a relação que construí com a Instituição. São mais de 30 anos de convivência, dedicação e aprendizado. E, ao longo desse tempo, posso afirmar que a Unoesc já se tornou uma extensão da minha casa, faz parte da minha família. Da mesma forma, a Instituição promove, entre outras ações, a disseminação do conhecimento, a preocupação com o meio ambiente, a qualificação de profissionais, a criação e o aprimoramento de tecnologias, tornando-se fundamental para o desenvolvimento econômico e social da nossa região.

Natural de Capinzal, desde pequeno eu sempre ouvi falar da Faculdade e de sua importância para o Meio-Oeste de Santa Catarina. A Unoesc, sendo a Instituição de ensino superior pioneira na região, trouxe a possibilidade de uma formação universitária de qualidade para muitas pessoas, tornando-se parte essencial do cotidiano da sociedade na qual está inserida. Eu fui uma dessas pessoas beneficiadas pela educação oferecida por essa Instituição. Formado no ano 2015, posso afirmar que vivi alguns dos melhores anos da minha vida cursando Medicina em Joaçaba. Os professores, os colegas e a faculdade fazem e sempre farão parte da minha vida, como peças fundamentais no alcance do objetivo de me tornar um bom profissional. Só tenho a agradecer pela minha história construída dentro da Unoesc, por tudo que aprendi e vivi nos meus seis anos de faculdade e, ainda, pelas oportunidades advindas dessa educação.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Maira Ramos, diplomada na Unoesc Joaçaba

Morgana Zago, diplomada na Unoesc Videira

Eduardo Rigo, aluno da Unoesc Joaçaba em 2018

Estudar na Unoesc me surpreendeu de diversas maneiras. Ingressei no curso com 17 anos e hoje, com 21, o meu progresso profissional e pessoal é notável, e isso se deve, em grande medida, aos professores brilhantes que tive, aos eventos diversificados que pude participar, à ótima infraestrutura da universidade e ao fato de a Unoesc fazer com que eu não me sentisse só mais uma aluna, mas parte de um projeto grandioso e cheio de oportunidades. Formei-me em 2018, convicta de que minha graduação não foi apenas uma formação acadêmica, mas uma experiência transformadora. Obrigada Unoesc e parabéns Funoesc pelos seus 50 anos!

Para a região de Videira a Unoesc possui uma importância imensa. Considerando o número de jovens da região e as empresas de grande porte, a Universidade é como uma base, pois possibilita a formação e a capacitação destes para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Para mim, em especial, a Unoesc foi um marco que dividiu a antiga Morgana para a Morgana que agora presta seu depoimento. Durante os cinco anos do Curso de Direito obtive um grande crescimento jurídico e profissional, após apresentar meu artigo em banca e ser elogiada pelo trabalho por professores que tenho muito respeito e admiração, ter sido aprovada na prova da Ordem dos Advogados do Brasil sem ter concluído o Curso e ter adquirido muito conhecimento que me preparou e prepara a cada dia para entrar no mercado de trabalho. Além disso, a Universidade possibilitou sentimentos de carinho e empatia com colegas e professores que, diante da boa convivência, tornaram-se grandes amigos.

A Unoesc significa avanço e contribuiu diretamente para o meu crescimento pessoal e ingresso na vida profissional. Representa também um papel essencial na formação de acadêmicos de alto nível, possibilitando-lhes a inserção no mercado de trabalho. Além de formar cientificamente, a Universidade está preocupada com a região, não só vejo isso como também faço parte de trabalhos desenvolvidos em parceria com a comunidade; se pensarmos em fatores importantes para o futuro, observamos que o incentivo à cultura e à educação são primordiais para construirmos uma sociedade melhor.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Tamara Bernardi, aluna da Unoesc Xanxerê em 2018

Evandro Fleck, aluno da Unoesc São Miguel do Oeste em 2018

Jessica Bertolini, aluna da Unoesc Chapecó em 2018

O amor e a inquietude pelo conhecimento fazem com que inúmeros acadêmicos busquem ascensão pessoal e profissional. Ao abrir suas portas para que assim o façam, a Universidade do Oeste de Santa Catarina contribui com a formação humana, atribuindo novos valores à busca por esse conhecimento. Logo, para mim, a Unoesc é a propulsora para o alcance dos objetivos que me instigam à realização acadêmica, fomentando a concretização de um sonho. Atuando na comunidade, a Universidade está empenhada na melhoria da qualidade de vida por meio de serviços prestados de forma gratuita, impulsionando o desenvolvimento regional, o que também possibilita aos acadêmicos integrar teoria e prática e alçar voos cada vez maiores na busca pelo sucesso.

Estar na Unoesc hoje representa para mim a realização e concretização do sonho do curso superior; no meio acadêmico agrego conhecimento teórico, podendo conciliar com a prática, buscando, assim, o desenvolvimento pessoal e profissional. Para a nossa região, a Universidade auxilia no desenvolvimento e crescimento, pois capacita e forma profissionais que fazem a diferença no dia a dia.

A Unoesc é a melhor instituição de ensino em nossa região. Os professores são altamente qualificados e nos prepararam para o mercado de trabalho. O corpo docente junto com a coordenação nunca mediu esforços para ajudar os alunos, e sempre esteve à disposição para fazer com que eles se sintam à vontade. A coordenação é incrível, pois se relaciona com cada aluno e se importa com suas dificuldades. A experiência de realizar o curso na Unoesc tem sido inesquecível, obtive muitos conhecimentos, tanto na teoria quanto na prática. Isso me faz acreditar que estudar nessa Instituição foi a melhor escolha que fiz. Muito obrigada, Unoesc!

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Antônio Diomário de Queiroz, Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de 1992 a 1996

Armindo Haro Neto, Prefeito de Joaçaba de 2001 a 2004

Sérgio Eliziário Fabrin de Carli, Diretor-presidente do Hospital Santa Terezinha em 2004

A Unoesc representa o sonho realizado do acesso à educação superior de qualidade para os joaçabenses e para os jovens do interior de Santa Catarina. Contribui, assim, para o processo de desenvolvimento sustentado pela qualificação dos seus formandos e pelos novos conhecimentos da pesquisa científica, projetando um futuro melhor para todas as famílias da região.

Em 2004 o, na época, Hospital Santa Terezinha foi repassado para a Unoesc, tornando-se um Hospital Universitário. Vimos isso como uma importante oportunidade de crescimento para a Unidade. E, de fato, esse momento foi um divisor de águas. A principal vantagem foi a de que os universitários passaram a realizar suas práticas dentro do Hospital. Eles ganharam em conhecimento, e, ao mesmo tempo, serviços foram ampliados e pesquisas passaram a ser realizadas, contribuindo para melhorar a saúde da população.

Inicialmente, o Hospital Santa Terezinha era filantrópico, com a administração independente do setor público. A iniciativa de doá-lo para a Universidade partiu dos quadros do Hospital e teve o apoio da diretoria, que encaminhou a discussão para uma assembleia com os sócios. Após amplo debate, decidiu-se fazer o repasse para a Funoesc, conciliando com o Curso de Medicina que havia sido implantado na Unoesc. Foi uma decisão histórica dos sócios, de muita sabedoria e com uma visão de futuro extraordinária, pois o Hospital, que na época tinha 65 anos, já havia cumprido a sua missão até aquele momento, mas precisava de um salto para o futuro. A doação para a Fundação oportunizou a modernização de equipamentos, o crescimento das instalações e, com a administração profissionalizada, criaram-se todas as condições para que hoje fosse um dos melhores hospitais do Estado de Santa Catarina e do Sul do Brasil.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Vitor Detoni, Secretário da Diretoria do Hospital Santa Terezinha em 2004

Roger Polo, Diretor Técnico do HUST em 2018

Mayara Martina Abatti Chiamulera, Gerente de Enfermagem do HUST em 2018

A doação do Hospital Santa Terezinha para a Unoesc foi uma transferência de responsabilidade social. A intenção foi entregar o Hospital para quem tinha competência legal e técnica para geri-lo profissionalmente, pois a diretoria da Unidade era voluntária. Além disso, essa transferência atendia, na época, tanto ao interesse da comunidade quanto ao da Universidade, que precisava ter um hospitalescola. Concluído o repasse para a Unoesc, foi possível uma busca maior de recursos, não apenas junto ao Ministério da Saúde, mas também ao Ministério da Educação, que transformaram o Hospital no que é hoje: uma grande referência regional.

O Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) proporciona ações de saúde a pessoas de todas as classes sociais, fundamentadas em excelência organizacional, incluindo ensino e pesquisa. Com atendimento equânime nos diversos setores, como urgência e emergência, clínica médica, ortopedia, oncologia clínica e cirúrgica, ginecologia e obstetrícia e pediatria, oferece aos moradores da região Meio-Oeste catarinense serviços de qualidade inquestionável. No dia a dia do HUST estão inseridos médicos residentes e acadêmicos da Área das Ciências da Vida da Unoesc (Cursos de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Odontologia), sendo um verdadeiro dínamo para a Instituição. Por ter localização estratégica na região e contar com profissionais competentes nas diversas áreas, o HUST solidifica Joaçaba como centro de referência em saúde.

O HUST valoriza a importância da vida e o cuidado com as pessoas. Diante dessa premissa, oferta serviços e desenvolve suas equipes para o atendimento qualificado e humanizado aos que o procuram. O compromisso do Hospital transcende o cuidado com o paciente, visto que há o cuidado com a estrutura que o cerca, a família e a comunidade.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Rodrigo Bet, Gerente Administrativo do HUST em 2018

Adriano Johann, Gerente Operacional do HUST em 2018

Patrícia Zílio Tomasi, Gerente Pedagógica do HUST em 2018

A humanização do atendimento é parte de um plano maior para alcançar mais eficiência e resultados. Quando há integração e uma comunicação mais direta entre os pacientes e os profissionais da saúde, cria-se um vínculo de afeto e carinho. Quem sabe atender bem ao seu paciente está fazendo muito mais por ele. É por isso que o HUST investe tanto no atendimento humanizado.

A humanização dentro do ambiente hospitalar mais que enriquece o atendimento, valoriza o ser humano com dignidade e respeito. O HUST busca essa relação de empatia para melhor atender aos pacientes, valorizando a qualidade técnico-científica dos serviços prestados a toda a comunidade.

Produzir e compartilhar conhecimento são ações desenvolvidas no HUST, além de apoiar o aprimoramento profissional por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, unindo a investigação científica ao serviço comunitário humanizado. O HUST tem atuado como centro difusor do conhecimento com os projetos de pesquisa, com os programas de residência médica e como campo de estágio para os cursos de graduação na área da Saúde da Unoesc.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset, Professora do Colégio Expressivo de Xanxerê em 2018

Mônica Tavares de Barros, Professora do Colégio Expressivo de Xanxerê em 2018

Gabrieli Ozelame Ferrarez, aluna do do Colégio Expressivo de Xanxerê em 2018

Uma lição de amor e excelência: assim defino o percurso educativo do Colégio e Pré-Vestibular Expressivo! Em 2014 tornei-me Professora do Colégio Expressivo, o qual, de forma plural, conjuga a interdisciplinaridade de saberes e, de forma singular, contribui para a construção de sujeitos da própria história de vida, incentivando a autonomia e o protagonismo. Já atuei no Ensino Fundamental II e atualmente ensino os alunos do Ensino Médio. Ser Professora do Expressivo traduz-se num misto de amor, de felicidade, de paixão pela docência e de desafio constante ao trabalhar com adolescentes que nos instigam a sermos melhores a cada dia! Gratidão a Deus por fazer parte dos 50 anos de história da Funoesc!

Ser Professora no Colégio Expressivo me traz a certeza de estar contribuindo para a formação de cidadãos que farão da nossa cidade e região um lugar melhor para viver, pois trabalhamos firmados em valores éticos. Aqui posso trabalhar dentro de uma prática pedagógica na qual eu acredito, que visa à formação integral do aluno, e onde me sinto totalmente realizada. Quando contemplo tantos jovens que saem preparados para o mercado de trabalho e para a vida, tenho certeza de estar fazendo minha parte, contribuindo para uma sociedade mais justa e humana. Fazer parte desta história é motivo de grande orgulho para mim, e sou grata pela oportunidade de poder cooperar em prol de um objetivo tão nobre: a arte de ensinar!

O Colégio Expressivo foi peça fundamental para meu desenvolvimento escolar e excepcional para minhas aprovações em vestibulares e conquistas pessoais, visto que, além de apresentar excelência na educação com uma ótima estrutura física e um quadro profissional completo, encontramos uma segunda família no Colégio. Como aluna de terceirão, essa aproximação do corpo docente, direção e funcionários gera confiança e apoio emocional, que fortalecem nossos objetivos e nos incentivam a superar os obstáculos, visando ao sucesso de nossas maiores metas.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Mikael Maraschin, egresso do Colégio Superação de Videira

Ildo Fabris Junior, Juiz de Direito do Estado de Santa Catarina e egresso do Colégio Superação de Videira

Alexandre Fabris, egresso do Colégio Superação de Videira

Foi no Colégio Superação/Unoesc que estudei durante parte do ensino fundamental e por todo o ensino médio. Justamente nesse período desenvolvi o meu gosto pelos estudos graças ao incentivo de muitos professores, como a participação em olimpíadas do conhecimento de matemática, química, história e astronomia. Dessa forma, o Colégio Superação incentiva o desenvolvimento das aptidões do aluno e com o acompanhamento e a dedicação dos professores sanam nossas dificuldades. Atualmente (2018) sou graduando em Engenharia Química na Universidade Federal de Santa Maria e sinto-me grato pelo Colégio Superação ter me provido todos os meios para atingir esse objetivo.

Estudei na Unoesc do primeiro ano do ensino fundamental até a graduação, e posteriormente na especialização.

A experiência de estudar no Colégio Superação durante o ensino médio proporcionou o aprimoramento do conhecimento e o direcionamento para a minha área de interesse profissional. O excelente material de apoio e o constante trabalho dos profissionais do Colégio realmente fizeram a diferença. Atualmente, formado em Ciências Contábeis, com MBA Executivo em Direito Tributário e concluindo a segunda faculdade (Curso de Direito), colho os frutos do período de estudos durante a adolescência.

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Iniciei juntamente com as primeiras turmas da Esavi/Etavi, com a tia Luciane como primeira professora, participando inclusive do desenvolvimento da logo da escola, cujo resultado foi a representação de um peixe. Depois as séries foram mudando, assim como os nomes da Instituição, mas a preocupação com a qualidade de ensino foi uma constante. Prova disso é o resultado alcançado pelos alunos que passaram pela Funoesc, bem como pelo cinquentenário que este ano comemora.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Jorginho Mello, Deputado Federal em 2018

Pedro Francisco Uczai, Deputado Federal em 2018

Dioclesio Ragnini, Prefeito de Joaçaba em 2018

A educação é o bem mais sagrado que você pode receber e transmitir a outro ser humano. Por isso, tenho extremo orgulho de ser parceiro de uma instituição de ensino que chega aos 50 anos com uma história de sucesso, trazendo desenvolvimento e fortalecendo nossa região. Parabenizo os reitores, especialmente o Professor Aristides Cimadon, os diretores e professores da Unoesc pelo trabalho de ensino, além de congregar o Hospital Universitário Santa Terezinha, que cuida da saúde da população de mais de 50 municípios da região. Com muito orgulho, tive o privilégio de ser aluno e de crescer como pessoa e homem público que sou.

Os 50 anos da Funoesc estão profundamente entrelaçados com a história da região Oeste catarinense. Não é possível pensar as várias transformações econômicas, sociais e culturais regionais sem considerar a presença da Fundação, sobretudo de sua universidade, sob o ponto de vista do conhecimento, da extensão universitária, das pesquisas acadêmicas desenvolvidas e da formação dos profissionais em diferentes áreas. Merece nossa referência especial o fato de a grande maioria dos profissionais formados pela Instituição permanecerem na região, interferindo diretamente nas diferentes áreas do conhecimento e promovendo o desenvolvimento regional. Parabéns e vida longa à Funoesc!

A História da Funoesc está diretamente ligada à história do desenvolvimento da nossa região. Durante meio século foi responsável pela formação de milhares de profissionais para o mercado de trabalho, sempre atuando com responsabilidade e com foco no empreendedorismo. Quando olhamos para o passado, vemos a história de nosso Município ligada a essa Instituição, e ao olhar para o futuro, visualizamos a Funoesc caminhando a passos largos, junto com Joaçaba, rumo à excelência.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Avelino Menegolla, Prefeito de Xanxerê em 2018

Wilson Trevisan, Prefeito de São Miguel do Oeste em 2018

Luciano Buligon, Prefeito de Chapecó em 2018

A história de Xanxerê pode ser considerada em duas fases: antes e depois da instalação da Unoesc. A Universidade hoje representa uma das maiores fontes de desenvolvimento de Xanxerê, pois são milhares de alunos, professores, profissionais e fornecedores que vêm para o município, vivem e se desenvolvem por meio do trabalho relacionado à Unoesc. A universidade estimula a economia de Xanxerê desde o setor alimentício até o imobiliário. Também é importante destacar os altos investimentos que a Unoesc realizou e realiza para a constante melhoria e ampliação de sua estrutura física, qualificando seus laboratórios, sobretudo os do Curso de Medicina Veterinária, um dos únicos do Sul do Brasil que agrega um Hospital Veterinário, altamente equipado e com profissionais qualificados. A Unoesc faz parte da história do nosso Município e temos muito orgulho de tê-la em Xanxerê.

A Unoesc é motivo de orgulho para São Miguel do Oeste e região. É uma Instituição que proporciona formação de qualidade à população e atua de forma integrada à comunidade, apoiando iniciativas públicas que beneficiam a todos. Foi propulsora do ensino superior no Oeste e Extremo-Oeste catarinense e ajudou a transformar a realidade regional, possibilitando aos jovens a permanência em suas cidades de origem e a aplicação dos conhecimentos adquiridos em benefício da nossa economia e da nossa gente. O caminho de desenvolvimento e qualidade de vida que desfrutamos tem muito a ver com a Unoesc.

A Unoesc foi a primeira Universidade da nossa região. Ela tem uma característica de desenvolvimento comunitário, e a história de Chapecó e de Santa Catarina estão divididas entre “antes da Unoesc” e “depois da Unoesc”. Em todos os municípios em que a Universidade atua, ela provoca um crescimento excelente, já que capacita as pessoas e estimula que os profissionais que se formam em seus cursos permaneçam na região, desenvolvendo-a constantemente. A Unoesc representa a qualidade que nós queremos e precisamos para o crescimento e qualificação das nossas comunidades.

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Dorival Carlos Borga, Prefeito de Videira em 2018

Silvio Alexandre Zancanaro, Prefeito de Campos Novos em 2018

Nilvo Dorini, Prefeito de Capinzal em 2018

A Educação, em todos os seus níveis, é um dos pilares do desenvolvimento regional. A Unoesc como entidade de ensino superior também tem um papel vital nesse processo, formando profissionais qualificados e realizando pesquisa e extensão na busca constante de alternativas para o crescimento local. A Unoesc Videira, sobretudo, tem contribuído para o crescimento da região, em especial da nossa Cidade, que se tornou referência em ensino superior em razão da atuação da Universidade.

A Unoesc representa para o nosso Município, e toda a região, a realização de muitos sonhos. O crescimento da Instituição em toda a sua história se deve a profissionais qualificados e engajados. A Unoesc faz parte de um desenvolvimento histórico e amplo em todas as áreas da região, além de ser consolidada como Instituição de grande renome nacional, reconhecida por proporcionar e oferecer excelentes cursos em graduação, extensão e pósgraduação. Em nosso Município já são inúmeros Administradores, Agrônomos, Médicos Veterinários e Pedagogos preparados para exercer suas profissões. Temos orgulho de ter essa Instituição levando o nome de Campos Novos para todo o Brasil. Parabéns, Funoesc, pelos 50 anos de história e sucesso.

A Universidade do Oeste de Santa Catarina é vital para o desenvolvimento da educação e a formação de profissionais em toda a região Oeste do Estado. Ao longo da sua história inúmeros acadêmicos foram preparados, formados e receberam suporte da Universidade. Por ser uma instituição daqui, proporciona maior facilidade para acessar ao conhecimento de qualidade, sem precisar se deslocar a outros centros. Parabéns, Funoesc, pelos 50 anos formando pessoas para a vida!

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Capítulo VI – Funoesc para toda a vida (Depoimentos)

Rosimar Maldaner, Prefeita de Maravilha em 2018

Mario Afonso Woitexem, Prefeito de Pinhalzinho em 2018

Antônio Plinio de Castro Silva, Prefeito de São José do Cedro em 2018

A presença dessa Instituição junto à nossa comunidade e o impacto que ela provoca na região são extremamente positivos e vão muito além da graduação, alcançando a inserção comunitária e social. É a Universidade em que conquistei minha formação, no Campus de Maravilha, em uma época em que nem sonhava ser prefeita e, mesmo assim, já tinha consciência de que a Unoesc transformou Maravilha, deu uma condição nova para a Cidade e para a região na produção de conhecimento, contribuindo com o desenvolvimento regional, com a capacitação de líderes e a formação de um capital humano excepcional que contribui com a sociedade.

Definir a importância da Unoesc no Município de Pinhalzinho, em palavras, é praticamente impossível. Mas ela fica bem clara na evolução que nosso Município tem em todas as áreas. Com a entrada dos alunos da Unoesc em nosso mercado de trabalho, bem como com as parcerias que a nossa Administração tem com a Universidade em vários projetos, conseguimos, por meio da inovação, criar formas de desenvolvimento que trazem cada vez mais uma melhor qualidade de vida para nossa população. Em resumo, o desenvolvimento do Município de Pinhalzinho está totalmente ligado à inovação e à criação que a Unoesc traz.

Não há como separar o desenvolvimento tecnológico, cultural, econômico e social de uma determinada região do vínculo com o meio universitário. Nesse caso especial, a Funoesc, com os seus 50 anos de existência, marcou e marca a história de crescimento, em todos os aspectos, do Grande Oeste catarinense. Parabéns!

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Celebrar também é agradecer

A

lcançar o cinquentenário é um marco. Possuir uma história de cinco décadas, para uma instituição, é o momento para uma série de reflexões. É olhar para trás e perceber o quanto se caminhou, os avanços conquistados, as dificuldades superadas, os desafios vencidos. É perceber a importância de não ter desistido, de ter prosseguido quando os caminhos

se tornam estreitos. Isso vale para todas as pessoas e para todas as instituições. Na Funoesc, no alto dos seus 50 anos, foram milhares de pessoas que contribuíram direta e indiretamente com sua missão de promover qualidade acadêmica e assistencial na mesorregião Oeste de Santa Catarina, e tantos outros que usufruíram das diversas oportunidades oferecidas pela Fundação e puderam, assim, crescer e protagonizar mudanças significativas em suas comunidades. A Funoesc orgulha-se de ser expoente em tudo o que se propõe, sobretudo quando constata que o esforço empenhado à transformação da realidade social gera muitos resultados, tanto pelos serviços prestados a milhões de pessoas quanto pela formação acadêmica e disseminação de conhecimentos de alto valor agregado, motivando a administração de projetos comunitários que viabilizam e enaltecem a ética e a cidadania. Portanto, celebrar o cinquentenário da Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Funoesc), mantenedora da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), do Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), do Colégio Expressivo de Xanxerê e do Colégio Superação em Videira, é, sobretudo, proferir um mar de agradecimentos. Porque a Funoesc, mais que qualquer outra instituição, faz-se de pessoas5. E são muitas as que merecem agradecimento pelos mais variados motivos.

____________ 5

Algumas das pessoas citadas neste texto já faleceram. Todavia, cabe à Funoesc enaltecer seus nomes e suas memórias, com especial carinho e reconhecimento pelo altruísmo e dedicação com que auxiliaram a Fundação nos seus momentos primordiais e mais desafiadores.

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Correndo o risco de não agradecer a todos com a justa intensidade, mas com a certeza de que a Funoesc não pode se eximir desse ato, vamos iniciar a pauta de agradecimentos com a lembrança de alguns dos principais agentes políticos que contribuíram para a criação, consolidação e expansão da Instituição. Em Joaçaba, os Ex-prefeitos Raul Furlan, Evandro Santos Magalhães de Freitas, Normélio Zílio e Afonso Dresch, cada qual em seu mandato, impulsionaram a construção do complexo da estrutura física. Cumpre, ainda, registrar que a aprovação da Lei n. 545/68 ocorreu na gestão do então Prefeito Udilo Antônio Coppi. Foi por uma plêiade de abnegados líderes comunitários que a Instituição foi criada e impulsionada para o seu crescimento. É imprescindível mencionar o Irmão Marcílio Casarotto e o espaço do Colégio Frei Rogério, que abrigou o primeiro curso (Administração). Inúmeras pessoas dedicaram seus trabalhos para iniciar aquilo que hoje é a Universidade do Oeste de Santa Catarina, mantida pela Funoesc: Darci Fuga, Osmar Mena Barreto, Pedro Grisa, Davi José Frozza, Vicente de Paula Sousa, Antônio Adolpho Maresch, Alexandre Muniz de Queiroz, Jayme Scherer, Sergio Nogara, Nilce Massignan Salvador, a Congregação Religiosa dos Irmãos Maristas, a Congregação Religiosa das Irmãs Salvatorianas, Jerry Brancher, Lauro Salvador, Ivan Bonato, Eulo Balvedi, Darcy Laske, Dulce Zanini, Francisco Ansiliero, Aurivan Massignan, João Eduardo de Souza Varella, Irineu Weiller, Nilton José de Carvalho, Nelson Pedrini, David Mandryk, Adgar Zeferino Bittencourt e José Mauro Lehmkühl. Na Unoesc São Miguel do Oeste, o Ex-prefeito Luis Basso, batalhador do ensino superior. Os Dirigentes e Professores Anacleto Ângelo Ortigara, Helio Wasun, Ademar Quadros Mariani, Loris João Basso, Celso Bedin, Jarci Antônio de Martini, Abele Casarotto, Maria Antonieta Wasun Mariani e Neusa Santos. Na Unoesc Videira, os empresários Saul Brandalise e Flavio Brandalise, os Dirigentes e líderes comunitários Nelson Denardi, Darci Martinelo, Paulo Fioravante Penso e Dante Martorano, e os Professores Ernani Tadeu Rizzi e Idovino Baldissera. Na Unoesc Xanxerê, os Professores Roberto Mauro Dallagnol e Narciso Feiten. Os agentes políticos que se empenharam em viabilizar o ensino superior na região foram muitos. Primeiramente, os Prefeitos da AMAI na época da implantação da Fundação Educacional dos Municípios do Alto Irani (FEMAI): Abilio Vlademir Debortoli (São Domingos), Altaneu Bertolin (Galvão), Anelsi Cesar Danielli (Vargeão), Antoninho Rossi (Ponte Serrada), Rovilho Bortoluzzi (Xanxerê) , Leonir Marcon (Faxinal dos Guedes) e Valdir Sgarbossa (Abelardo Luz). Também o nome de Jair Silveira, Presidente da Câmara de Vereadores na época da implantação

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da FEMAI, precisa ser lembrado. Ainda no campo dos agentes políticos, os Prefeitos de Xanxerê que decretaram a doação de terrenos são de grande importância: Avelino Menegolla, Doilio Moschetta e Julio Cezar Bodanese. Em termos de lideranças regionais, os nomes de Plínio Sadler, Antonio Osvaldo Conci e da Professora Reni Iop têm seu lugar nessa trajetória. De forma mais ampla, os Ex-governadores Colombo Salles, Antônio Carlos Konder Reis , Jorge Konder Bornhausen, Paulo Afonso, Pedro Ivo Campos e Espiridião Amin Helou Filho. Por meio de leis, decretos e subvenções orçamentárias, colaboraram significativamente para a aquisição de acervo e equipamentos e na construção de espaços físicos em vários municípios onde a Unoesc está presente. Ainda nesse sentido, dois Ex-ministros da Educação, nos anos 1990, atuaram para que a Unoesc fosse reconhecida como Universidade: primeiramente Murílio de Avelar Hingel, durante a tramitação do processo, e Paulo Renato de Souza, já no momento de assinatura da autorização do credenciamento. Nesse rol de figuras ilustres, não se pode deixar de mencionar o Professor Rodolfo Pinto da Luz, que por diversas vezes aportou recursos para a infraestrutura da Unoesc, particularmente à reconstrução da biblioteca assolada por um incêndio, em Chapecó, e Lauro Ribas Zimmer, sem o qual a Universidade não possuiria seu decreto de credenciamento em 1996. Ainda, o Ex-governador Luís Henrique da Silveira que, quando Ministro, propiciou a instalação do primeiro laboratório de informática. Em todos os municípios onde a Unoesc está instalada, os clubes de serviço, a Câmara de Diretores Lojistas, as Associações Comerciais e Industriais, a OAB e vários conselhos profissionais, bem como lideranças desses setores, nunca deixaram de atender e colaborar com a Instituição, formando, assim, a teia necessária de relações de sucesso.

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Rumo ao Centenário Neste momento de imensa alegria, a Funoesc deseja envolver toda a comunidade em um fraterno abraço, partilhando, dessa forma, suas conquistas, avanços e expectativas. Que tenhamos um futuro no qual a prodigalidade e as grandes realizações nos permitam continuar firmes e resolutos na caminhada que, pelo equilíbrio e solidez, nos levará a uma sociedade cada vez mais progressista, ética, justa e melhor para todos.

Genesio Téo Presidente da Funoesc



Referências AUDY, Jorge. A inovação, o desenvolvimento e o papel da Universidade. Estudos Avançados, v. 31, n. 90, p. 75-87, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v31n90/0103-4014-ea-31-90-0075.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2018. DIAS SOBRINHO, José. Concepções de universidade e de avaliação institucional. In: TRINDADE, Hélgio (Org.). Universidade em Ruínas: na república dos professores. Petrópolis: Vozes, 1999. DIAS SOBRINHO, José. Educação superior, globalização e democratização: qual universidade? Revista brasileira de educação, n. 28, p. 164-173, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n28/a14n28.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2018. GUIA GEOGRÁFICO BAHIA. Disponível em: <http://www.bahia-turismo.com/index.htm>. Acesso em: 31 ago. 2018. SISTEMA ACAFE. Sobre a ACAFE. Disponível em: <http://www.new.acafe.org.br/acafe/>. Acesso em: 22 out. 2018. SKYSCRAPERCITY. Imagens antigas da região Sul. Disponível em: <https://www.skyscrapercity.com/showthread. php?t=1429346&page=4>. Acesso em: 18 jun. 2018. TEIXEIRA, Anísio. Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro: FGV, 1989. UNOESC. Plano de Desenvolvimento Institucional 2018-2022. Joaçaba: Ed. Unoesc, 2018.

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