“Hoje eu não devia ter saído da cama!”… que frase comum aos nossos ouvidos não é mesmo!? Quem nunca ouviu isso de alguém ou mesmo falou!? Geralmente nos referimos a um dia ruim, que coisas chatas nos acontecem e achamos que o “não sairmos da zona de conforto” nos protegeria!
Zona de conforto… eu amo e odeio este lugar! Amo pois nos sentimos seguros, protegidos… mas odeio pois nos deixa estagnados! O novo assusta, então é mais fácil eu depreciar o novo do que tentar pular nele, assim todos vão pensar que não tentei porque o novo é ruim, não porque estou morrendo de medo de me frustrar! Sinto que só vivemos quando saímos da famosa zona de conforto… estar nela não é viver, é sobreviver!
E quando o sentimento de “não devia ter saído da cama” fica tão intenso e tão duradouro que o pensamento se torna “que vontade de sumir”!? Aí já é o ponto de prestar atenção, pois não são questões chatas do cotidiano que estão incomodando, mas sim uma angústia que chega a ser física, aquela coisa na garganta que você não consegue engolir, a vontade de chorar… não é mais medo!É tristeza! Tristeza na alma!
Quando não agüentamos mais discutir, brigar, se revoltar, questionar, conversar, lidar… simplesmente nos exaurimos, abaixamos a cabeça e dissemos “não agüento mais”. É neste momento em que nos silenciamos.
Muita gente usa o silêncio como arma de um jogo, o famoso “ignorar”, isso é diferente! É birra, ego. A tristeza traz o silêncio genuíno, o silêncio da dor, quando faltam forças para se levantar, pois estamos usando as poucas que sobraram para não desabar.
Tem gente que agüenta pouco, outras agüentam muito tempo uma situação aversiva… cada um tem seus mecanismos de defesa, suas fugas, suas esquivas, mas qualquer que seja a pessoa com um emocional mais profundo do que uma colher de chá está suscetível a passar por isso… e como dói!
E o pior é saber que na maioria dos casos, o que dispara isso é algo tão pequeno… a famosa “última gota”. Para doer a alma, é necessário ter passado por inúmeras batalhas antes, estar exausto e, de tanto sofrimento acumulado, basta a última gota para transbordarmos.
Só eu já ouvi um “não foi por mal” nesta vida? Quantos “não foi por mal” são necessários para um balde transbordar? Cresci ouvindo da minha avó que de boas intenções o inferno está cheio e sinceramente nunca entendi exatamente esta frase, na sua essência mesmo… até eu crescer e ter que lidar com adultos!
Esperamos dos adultos posturas maduras, conscientes, respeitosas. Esperamos de um adulto a proteção que tínhamos dos nossos pais, afinal, “adultos são os que protegem”, tem um maior responsável por você!? Mas não… infelizmente o egoísmo reina! Suprir os desejos, as vontades, o AGORA, é o que vemos!
Lembro dos meus amigos de infância (que graças a Deus mantenho muitos até hoje), onde realmente estávamos lá um pelo outro, acho que tínhamos a influencia da televisão, dos “super amigos”, onde nos protegíamos e aprendemos que quando amamos alguém, não expomos esta pessoa, cuidamos dela, valorizamos, levantamos a moral, ajudamos, damos bronca quando necessário… agora crescemos…. viramos adultos e, salvo exceções, é cada um por si, principalmente nas relações conjugais. Tudo é descartável. O ego está acima de tudo e as pessoas são incapazes de pensar em como alguns atos delas podem ferir ou desestruturar o outro. Mas para que pensar no outro!? VAI VIVER O AGORA! É o agora que importa! É suprir seu desejo AGORA que vale a pena, não importa se vai machucar alguém, o que vale é realizar seu mimo.
E quando dentro da sua própria casa você se sente um intruso!? Quando você percebe que o respeito que sempre achou que tinha era apenas uma fachada social e tudo o que você acreditou ter conquistado cai por terra e que nem na sua própria família você tem mais aquele suporte que achou que tinha desde criança!?
Amor incondicional?! Não acredito nisso. “Te amo desde que você não me envergonhe!”, “te amo desde que você tenha os padrões que eu acho certo!”, “te amo desde que…!”… isso não é incondicional, é CONDICIONAL! Tem CONDIÇÕES! Ou você se adequa, ou sofre as conseqüências. Quer o meu amor? Se adeqüe.
Quando isso é com o namoradinho novo é fácil, você pode mandar ele plantar batatas, mas e quando isso vem da sua família? E do seu noivo depois de anos juntos?
Tristeza da alma… angústia, dor física, sensação de estar sozinho e pensamentos contínuos de como encontrar uma saída definitiva para isso, pois a sensação é de que nunca vai acabar. Pode melhorar um tempo, mas acabar não vai e, até quando uma luta pode durar!? Não existem vencedores em uma guerra… basta saber quem vai cair primeiro.
Costumo falar que não quero estar certa, quero ser feliz… pois é… infelizmente a nossa felicidade não depende só de nós e o desejo narcísico do outro de se sentir “vencedor” o cega a ponto de mesmo vendo que ganhou, insiste em chutar cachorro morto… isso satisfaz?
Pois é Vinicius, você também sabia o que era ver sua alma chorar e ter o coração como morada da tristeza… quanto tempo demorou para aquela vida de alegria e de novo você voltar a cantar!?
Só me resta silenciar…
Interessante o que vc diz. Não para!!!