PAULO NOZOLINO, ORACLE

Exposição na Galeria Quadrado Azul, em Lisboa, de 15 de setembro a 10 de dezembro de 2022.

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Na folha de sala, lemos:

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“Oracle” é o mais recente trabalho de Paulo Nozolino. Depois da aclamada exposição “Le reste est ombre”, no Centro Georges Pompidou, em Paris, ao lado de Pedro Costa e Rui Chafes, que decorreu entre junho e agosto, o fotógrafo volta a Lisboa após um interregno de sete anos.

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Se “Loaded Shine”, o trabalho anterior, se erguia sobre um plano fechado, asfixiante mesmo, onde o homem se debate com a destruição do seu próprio espaço e a humanidade caminha no sentido inverso ao sol, “Oracle” cresce de forma oposta, apontando para um percurso tão espiritual quanto profano, assente num regresso às origens de uma Europa clássica e profética. Nozolino junta obras que se espraiam no tempo desde 2013 a 2020 e passam por lugares como Nápoles, a Sicília ou Buenos Aires para nos interpelar com aquilo que interroga o ser humano: a sua capacidade de estar na terra e no céu, ser mortal e ser eterno, poder e contra-poder. A dualidade que leva à procura que sempre será conhecimento, mas também temperamento. A viagem, porque há sempre uma viagem em Nozolino, já não se faz à ruína, vai direta à construção. Sem ponto de chegada a não ser o presente, parte daquela Grécia Antiga, onde tudo se aprendeu.

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Paulo Nozolino, Oracle.  Agrigento, 2019 – Cefalú, 2019.

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António Bracons, Aspetos da exposição, 2022

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A exposição de Paulo Nozolino, “Oracle”, está patente na Galeria Quadrado Azul, em Lisboa, na Rua Reinaldo Ferreira, 20-A, de 15 de setembro a 10 de dezembro de 2022.

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Paulo Nozolino. Lisboa, Portugal, 1955. Vive e trabalha entre Lisboa e Paris.

Paulo Nozolino é uma das figuras centrais da fotografia contemporânea. O seu percurso começa na década de 70 em Londres, para onde foi viver. Paris, desde o final dos anos 80 e durante toda a década de 90, é a sua base para uma longa série de viagens no Mundo Árabe, bem como na Europa do pós-queda do Muro de Berlim. Livros como Penumbra e Solo traduzem bem as suas preocupações políticas com uma sociedade em mutação. Regressa a Portugal em 2002 depois de Paris lhe ter consagrado uma exposição antológica – Nada – na Maison Européenne de la Photographie. Em 2005, o Museu de Serralves, no Porto, convida-o para nova antológica – Far Cry –, expondo pela primeira vez o trajecto de um fotógrafo português.

Artista frontal, Nozolino encara a fotografia como a vida, usando-a tanto para compreender o mundo como a si próprio e levando-a até aos limites das suas interrogações, das suas respostas e das suas vivências. Não há espaço para complacências no seu trabalho. Destruição significa destruição, morte é morte. Ciclos constantes no seu tempo histórico por excelência, o século XX, e ainda mais vivos no momento presente, como é afirmado nos seus mais recentes trabalhos, bone lonely, Makulatur, Usura e Loaded Shine.

O reconhecimento público acompanha a obra do artista desde o início. São disso reflexo prémios tão relevantes como a Villa Médicis (1994), em França, ou o Grande Prémio Nacional de Fotografia (2006) e o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores (2013), em Portugal.

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Pode conhecer mais sobre a obra de Paulo Nozolino no FF, aqui.

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