Economia

Maior projeto eólico do país entra em consulta pública

Preço de mercado já superou tarifas garantidas às eólicas
Preço de mercado já superou tarifas garantidas às eólicas
tiago miranda

O parque eólico da Iberdrola para as margens do Tâmega, onde a empresa espanhola está a construir aquele que será o maior complexo hidroelétrico em Portugal, terá 73 eólicas, com uma potência total de 453 megawatts

A Iberdrola planeia espalhar 73 eólicas pelo complexo eólico do Tâmega que poderá tornar-se o maior do país, se se concretizar. Alguns detalhes são revelados no âmbito da consulta pública, que estará aberta de 2 de setembro a 14 de outubro.

O projeto em consulta pública conta com dois parques que formam o complexo, um a norte e outro a sul do rio Tâmega. No Parque Norte prevê-se uma potência nominal de 211 megawatts (MW), gerados a partir de 34 torres eólicas. O Parque Sul deverá contribuir com 242 MW, correspondentes a 39 aerogeradores, o que se traduz num total de 453 MW para o complexo.

Os maiores parques eólicos ligados à rede em Portugal são o Alto Douro (253 MW) e Alto Minho (264 MW), de acordo com o relatório relativo a dezembro de 2018 publicado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren).

De acordo com o apurado pelo Expresso, estes parques eólicos vão representar um investimento de 450 milhões de euros para a Iberdrola.

No Tâmega, o projeto será composto por torres com cerca de 115 metros de altura, pás com cerca de 83 metros de comprimento e aerogeradores com uma potência unitária de 6,2 MW.

A energia produzida seguirá por uma rede subterrânea de média tensão, de 30 quilovolts (kV), e vai ser elevada a uma tensão superior através de uma linha elétrica aérea de 400 kV ou 60 kV. “No caso de serem selecionadas linhas elétricas a 60 kV será necessária uma subestação adicional em cada um dos parques, de modo a elevar a tensão em duas etapas distintas”, explica a Iberdrola no texto da consulta.

No mesmo texto, a empresa confirma que irá recorrer à solução de hibridização, ou seja, pretende aproveitar a capacidade de injeção na rede elétrica que será utilizada pelas três barragens que constituem o sistema eletroprodutor do Tâmega, e que ainda estão em construção.

A Iberdrola possui, atualmente, apenas 92 MW de capacidade eólica instalada em Portugal, longe das líderes EDP Renováveis, Finerge e Iberwind.

No resumo não técnico do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), define-se como objetivo do projeto aumentar a produção anual nacional de energia elétrica a partir de uma fonte renovável não poluente – o vento – em 1.150 gigawatts-hora (GWh) por ano, “contribuindo fortemente para as políticas nacionais e comunitárias”.

Mesmo após a implementação de medidas consideradas residuais, o EIA aponta alguns impactos negativos, como a perda de habitats e de áreas de povoamento florestais, a alteração da paisagem e a exposição de recetores sensíveis a emissões acústicas. A favor, o estudo destaca a geração de energia renovável e a diversificação do tecido económico municipal.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: aboliveira@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas