Mais de 30 canções, de diversas fases da longa carreira de Chico Buarque, desde os primórdios à novíssima ‘Que Tal um Samba?’, passando pela dedicatória a Portugal e ao 25 de Abril, ‘Tanto Mar’: foi este o alinhamento que o músico brasileiro apresentou, no passado fim de semana, nos dois concertos que deu no Pavilhão Rosa Mota, no Porto. Esta quinta-feira, chega ao Campo Pequeno, em Lisboa, para o primeiro de três espetáculos esgotados naquela sala (os seguintes realizam-se sexta e sábado, dias 2 e 3 de junho, respetivamente).
Nos concertos do Porto, as primeiras seis canções do alinhamento foram cantadas apenas por Mônica Salmaso, que se mantém em palco para, em dueto com Chico, voltar a interpretar vários temas. As palavras de Chico Buarque, que em abril veio a Portugal receber o Prémio Camões que lhe fora entregue em 2019, cingiram-se sobretudo às canções, havendo pouco ‘diálogo’ com o público. As exceções terão sido, na primeira noite, algumas referências espirituosas ao bizarro caso em que se viu envolvido: no ano passado, o veterano apresentou um pedido em tribunal para que Eduardo Bolsonaro, filho do antigo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, retirasse de uma publicação nas redes sociais um tema da sua autoria, ‘Roda Viva’. Mas a juíza considerou que faltava um documento que comprovasse que a canção de 1967 era, efetivamente, de Chico Buarque. No Porto, e segundo a reportagem do “Público”, o carioca garantiu que não compra canções, acrescentando, jocosamente: “mas posso vender.”
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