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A ODISSEIA DE HOMERO

O poema de Homero, A
Odisséia, foi composto em
hexâmetros, para ser
cantado por aedos ou
rapsodos.

A “Odisséia” é a história
da longa viagem de
Ulisses (Odisseus), em
seu retorno para casa,
depois da guerra de Tróia
(nostoi).
A Guerra de Tróia foi um
conflito bélico entre aqueus,
um dos povos gregos que
habitavam a Grécia Antiga, e
os troianos, que habitavam
uma região da atual Turquia.

Esta guerra durou


aproximadamente 10 anos e
aconteceu entre 1300 e 1200
a.C.
O mito da guerra de Tróia é um
mito fundador da cultura
ocidental.

Tem início com uma disputa,


proposta pela deusa Éris, a
deusa que promovia discórdias
e embates entre mortais e
imortais.

Éris, em um banquete no
Olimpo, oferece um pomo de
ouro para a mais bela das
deusas.
Páris, filho de Príamo, soberano de Tróia, foi
escolhido como juiz pelas deusas Hera, Atena
e Afrodite, para definir qual delas era a mais
bela.

Hera prometeu poder e riquezas ao principe


Páris , para que lhe desse o seu voto.

A deusa Atena, prometeu sabedoria e


vitórias.

O jovem, porém, escolheu Afrodite, que


prometera o amor da mais bela mulher sobre
a terra.
A mais bela entre as mulheres era Helena,
filha de Zeus e Leda, irmã de Clitemnestra, e
dos gêmeos Castor e Polux.

Quando tinha onze anos, Helena foi raptada


pelo herói  Teseu, mas seus irmãos a levaram
de volta a Esparta.

Helena teve muitos pretendentes poderosos,


reis e heróis, e seu pai adotivo, Tíndaro,
temia que a escolha da princesa pudesse
despertar a fúria dos preteridos.
Por fim, Odisseu, rei de Ítaca, um dos
pretendentes, resolveu o impasse,
propondo que todos jurassem proteger
Helena e o marido que ela escolhesse.

Helena se casou com Menelau, que se


tornou rei de Esparta.

Auxiliado por Afrodite, Páris seduziu


Helena e a raptou, levando-a para Tróia.
Os gregos, honrando o juramento,
uniram seus exércitos e navegaram em
direção a Tróia.
Gregos e troianos começaram uma
guerra sangrenta, que durou cerca de
dez anos, e é descrita por Homero em
seu poema Ilíada.

Um dia, os troianos perceberam que o


acampamento grego estava vazio, e
imaginaram que a guerra, finalmente,
havia chegado ao fim.

Na praia, havia um enorme cavalo de


madeira, que os troianos levaram para
a cidade, acreditando ser um presente
dos gregos.
À noite, soldados gregos saíram de
dentro do cavalo e abriram os
portões da muralha.

Os troianos não conseguiram reagir


e foram vencidos pelos gregos.

A idéia de construir um cavalo oco,


de madeira, que escondesse os
melhores soldados em seu bojo, foi
do esperto Odisseu.
Durante muitos séculos, acreditava-
se que a Guerra de Tróia fosse
apenas mais um dos mitos da
mitologia grega.

Com a descoberta, em 1870, de um


sítio arqueológico na Turquia, por
Heinrich Schlieman (1822-1890), foi
possível comprovar que a guerra
narrada por Homero poderia ter
realmente ocorrido, mas movida,
certamente, por interesses
econômicos.
Localização
da antiga
Tróia.
Passagem do
Helesponto,
por onde
chegavam
mercadorias do
Oriente.
Um breve resumo das rapsódias, ou cantos, do poema épico
A Odisséia, de Homero (século VIII a.C.).
Canto I ao Canto IV

Na invocação à musa, no início do primeiro canto,


o poeta expõe uma parte do plano da obra. Fala
das aventuras de Ulisses, mas não da vingança
contra os pretendentes.
 
A história começa quase dez anos depois do final
da guerra de Tróia.

Todos haviam voltado para casa, menos Ulisses,


que se encontrava na ilha de Ogigia, com a Ninfa
Calipso.
Numa assembléia, os deuses discutem o destino
de Ulisses e Zeus decide que devem ajudar o
herói a voltar a Ítaca.

Atena vai ao encontro de Telêmaco, filho de


Ulisses, disfarçada de Mentes, rei dos Táfios.
Homero descreve com detalhes os móveis, os
utensílios e os costumes da época.

No salão, um aedo começa a cantar o regresso


dos aqueus. Penélope pede para que ele cante
outro canto e Telêmaco repreende a mãe e
afirma que a culpa pela ausência de seu pai é de
Zeus, por ser ele a decidir a sorte dos homens.
Telêmaco convoca uma assembléia,
para pedir uma embarcação, pois
pretende ir em busca de notícias de
seu pai.

O pedido é negado, mas Atena o


ajuda e ele parte de Ítaca.
 
O filho de Ulisses, acompanhado
pela deusa, chega a Pilo, no palácio
de Nestor, que conta sobre o
assassinato de Agamêmnon.
Telêmaco segue para Lacedemônia,
onde são recebidos por Menelau.

Helena e seu marido relembram as


façanhas de Ulisses.

Enquanto isso, em Ítaca, os


pretendentes à mão de Penélope
decidem armar uma cilada para
Telêmaco.
Canto V ao canto VIII

Em nova assembléia dos deuses,


Atena volta a pedir pelo retorno de
Ulisses.

Zeus envia Hermes para exigir que


Calipso libertasse Ulisses.

Com restos de madeira, o herói


constrói uma jangada e abandona a
ilha.
No mar, enfrenta a ira de Poseidon e é
lançado à terra dos Féaces, onde é
encontrado pela princesa Nausica, filha do
rei Alcino.

Guiado por Atena, Ulisses chega ao palácio,


onde é bem recebido.

Ulisses sofre ao ouvir o canto do aedo


Demódoco, sobre a querela entre Ulisses e
Aquiles, o caso amoroso entre Afrodite e
Ares e sobre o cavalo de Tróia.
Canto IX ao canto XII

Depois de louvar o canto do aedo, Ulisses revela sua


identidade e dá início à narrativa de suas tribulações,
desde que havia abandonado Tróia.

Essa narração abrange quatro cantos, marcados pelo


maravilhoso marítimo. Ulisses chega à costa da Trácia,
saqueia a cidade de Ísmaro, mas foge do contra-ataque
dos Cícones.

Contornam o promontório de Maleia, passam além de


Citera e, nove dias depois, chegam à terra dos Lotófagos.
Seguem até a ilha dos Ciclopes, próximo à ilha de
Capri (Sul da Itália). De lá, navegam para a ilha
Eólia (Stromboli).

Depois de seis dias e seis noites, chegam à cidade


de Lamo, a terra dos Lestrigões (Sardenha), e onde
são expulsos. Prosseguem viagem até a ilha de Eéia
(Aiaia), onde vivia Circe.
 
A feiticeira Circe liberta Ulisses, mas ele deve
buscar o conselho de Tirésias, no extremo do
oceano, na morada de Hades. O adivinho indicaria
a rota para que Ulisses retornasse a sua ilha.
Canto XIII ao canto XXIII

Partida de Ulisses da ilha dos


Féaces e sua chegada a Ítaca.

No palácio, é reconhecido por


seu velho cão Argos e por
Euricléia.

Uma nova prova é proposta


aos pretendentes. Ulisses
revela sua identidade e,
auxiliado por Telêmaco, mata a
todos.
Canto XXIV

Hermes conduz a alma dos pretendentes ao


Hades. As sombras dos mortos conversam
sobre o ocorrido em Ítaca.

Ulisses vai visitar seu pai, Laertes e revela


sua identidade.

Atena interfere para evitar que a vingança


dos parentes daqueles que haviam sido
mortos se transforme em uma guerra
sangrenta (vendeta).
ALGUMAS DAS CARACTERÍSTICAS FORMAIS DA ODISSÉIA
 
O texto, atualmente, está dividido em 24 cantos ou rapsódias.

Foi escrito em metros hexâmetros, ou seja, metros de seis pés.

Início in media res, ou seja, o narrador inicia o relato num momento


adiantado da ação e recupera depois os fatos anteriores por meio de
analepse, de um movimento temporal retrospectivo.

Observa-se a autonomia das partes (Schiller).


A linguagem épica apresenta
os deuses, os objetos e a
natureza com riqueza de
detalhes.

Observa-se na construção das


frases, o uso frequente de
epítetos como recurso
mnemônico.

Os epítetos são palavras ou


expressões que aparecem
associadas a um nome para
qualificá-lo.
CARACTERÍSTICAS TEMÁTICAS DA ODISSÉIA

O grande tema é o da viagem do retorno do


herói (nostoi).
 
Alguns dos temas secundários:
A fidelidade / infidelidade feminina.
O príncipe desventurado que reivindica justiça.
O disfarce do herói e a crise de identidade.

Nota-se a ausência do amor como tema.


Uma das fontes da Odisséia
é um texto egípcio que
conta a viagem rumo ao
país dos mortos, no “Belo
Ocidente”.

Observe-se que um dos


episódios da Odisséia é,
justamente a chegada de
Ulisses à terra dos mortos.
As odisseias na Odisseia: Italo Calvino

Quando parte de Ítaca, Telêmaco busca


pela narrativa que será a Odisséia. No
palácio de Menelau, ouve a aventura
fantástica do velho do mar e tem a notícia
de que Ulisses estava na ilha de Calipso.

Na corte dos feacos, Ulisses ouve um


aedo, cego como Homero, que canta as
aventuras de Ulisses, as suas aventuras.
Depois, começa a contar, ele mesmo, a
sua história. No relato, chega ao Hades e
Tirésias prediz a seqüência da história.
Na Telemaquia, no episódio das
sereias, tem-se a questão do
retorno do herói.

O retorno deve ser identificado,


pensado e relembrado: o perigo é
que possa ser esquecido antes
que ocorra.

A prova do esquecimento se
apresenta no início de seu
itinerário (lotófagos).
A perda da memória é uma ameaça que
surge com o convite dos lotófagos, com
os elixires de Circe e com o canto das
sereias. Ulisses deve ficar atento para
não esquecer o retorno, o caminho a
percorrer: a Odisséia.

Para o aedo e o rapsodo o verbo


“esquecer” é o mais negativo e esquecer
o retorno é esquecer o nostoi (poemas do
retorno dos heróis).

A memória só conta quando mantém


junto a marca do passado e o projeto do
futuro.
As fábulas populares apresentam
dois tipos de transformação
social, sempre com final feliz: de
cima para baixo e depois de novo
para cima; de baixo para cima.

As primeiras exprimem o desejo


de restauração de uma hipotética
ordem precedente.

As outras, o desejo popular de


uma reviravolta dos papéis
sociais e dos destinos individuais.
Os infortúnios do príncipe e
da rainha desventurada
associam a imagem da
pobreza com a idéia de um
direito subtraído, de uma
justiça a ser reivindicada
(ponto que será
fundamental para toda a
tomada de consciência da
época moderna).
No inconsciente coletivo, o príncipe
disfarçado de pobre sugere que
cada pobre é na realidade um
príncipe usurpado, que deve
reconquistar o seu reino e ter
reconhecida sua verdadeira
identidade.

Sobre a identidade do herói:


Ulisses salva a vida trocando o
nome para Ninguém; é
transfigurado em um velho
mendigo e reconhecido apenas por
seu cão Argos.
A crise de identidade é
geral na segunda metade
da Odisséia: Ulisses não
reconhece Ítaca.

Euricléia reconhece
Ulisses por uma cicatriz;
Penélope, pelo segredo da
fabricação do leito; o pai
por uma relação de árvores
frutíferas.
O relato que Ulisses faz a Eumeu, a
Antinous e a Penélope é outra
Odisséia:

Uma história de naufrágios e


piratas, mais verossímil do que a
história que contara ao rei dos
féacos.

Ulisses, o “cretense”, conta que


encontrou Ulisses em viagem por
outros países que não são narrados
na Odisséia.
No início da Odisséia, as primeiras
evocações do herói são sobre a Guerra
de Tróia.

Há duas histórias de simulação:


quando entra disfarçado na cidade e
quando idealiza o cavalo de madeira.

As habilidades de Ulisses (habilidade


manual e simulação) também são
encontradas em Penélope.
Se Ulisses é um simulador, todo
o relato que faz ao rei dos
feacos pode ser mentiroso.

Algumas dessas aventuras


(Polifemo, Calipso) são
confirmadas em outras partes
da Odisséia pelo narrador, pelas
discussões dos deuses e por
Menelau (Velho do Mar).
 
As diversidades do estilo
fantástico poderiam ser
atribuídas às montagens
de tradições de diferentes
origens.

Por outro lado, o relato de


Ulisses em primeira
pessoa é outra
característica que revela o
substrato mais arcaico da
narrativa.
Os heróis épicos não têm aventuras
fabulares, com monstros e encantos.

E esta é a novidade da Odisséia: um


herói épico, como Ulisses, é colocado
em situações “de um tipo de saga*”
mais arcaico, de raízes xamanísticas.

É aqui que Homero manifesta sua


verdadeira modernidade: além de herói
épico, Ulisses é aquele que suporta a
dor, a fadiga e a solidão.
O mundo de sonho espelha
o mundo real em que
vivemos: angústia, terror e
dores das quais o homem
não pode escapar.

Será que a Odisséia não é o


mito de todas as viagens?

Talvez para Ulisses-Homero


a distinção entre
verdade/mentira não
existisse.
Talvez ele narrasse a mesma
experiência ora como mito, ora
como vivido.

Saga- Narrativas em prosa,


históricas ou lendárias,
nórdicas, redigidas
principalmente na Islândia, nos
séc. XIII e XIV.

Para os romanos, “saga” era um


dos nomes dados às feiticeiras.
BIBLIOGRAFIA

AGUIAR E SILVA, Vítor Manuel. Teoria da Literatura. Coimbra: Livraria


Almedina,1969.

ARISTÓTELES. Poética.

CALVINO, Ítalo.

EIKHENBAUN, B.. et all. Teoria da literatura: formalistas russos. Porto


Alegre: Globo, 1973.

SOUZA, Roberto Acízelo de. Teoria da literatura. São Paulo: Ática, 2007.

AMORA, Antonio Soares. Introdução à teoria da literatura. São Paulo:


Cultrix, 1973.

MOISES, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1992.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Faculdade de Letras-LIBRAS

Profa. Dra. Sueli Maria de Oliveira


Regino

Goiânia

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