Para 83% dos curitibanos, trânsito e cidade seriam melhores se mais pessoas andassem de ônibus

BRT

De acordo com pesquisa, 95% dos curitibanos se declararam felizes com a cidade. Boa parte do resultado se dá devido ao sistema de transportes. Mesmo assim, população tem a consciência da necessidade de melhorias e 83% dos entrevistados veem nos ônibus a solução para os problemas de trânsito e melhoria na qualidade de vida. Mário Roberto Duran Ortiz

Para 83% dos curitibanos, trânsito e cidade seriam melhores se mais pessoas andassem de ônibus
De acordo com pesquisa, 95% das pessoas entrevistadas gostam de morar na capital do Paraná
ADAMO BAZANI – CBN
A grande maioria dos moradores de Curitiba, no Paraná, que nesta sexta-feira dia 29 de março completou 320 anos, gosta de morar na cidade.
De acordo com os dados do levantamento de satisfação do Instituto Paraná Pesquisas, que ouviu 700 pessoas entre sábado dia 23 de março e segunda-feira, dia 25 de março, 95% dos entrevistados revelaram que estão felizes com Curitiba. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira, que foi aniversário da cidade.
No entanto, diversas áreas ainda desagradam os curitibanos. Para 23%, se pudessem mudar algo na cidade, seria a segurança. Dos entrevistados, 71,14% não têm boas estimativas em relação à área e acreditam que a violência deve aumentar nos próximos dez anos.
Já para 14% dos entrevistados, a área da saúde precisa de mudanças, mas o cenário neste caso, diferentemente do que ocorre com a segurança, é de otimismo. De acordo com a pesquisa, 40% acreditam que a saúde pública deve ter melhorias nos próximos dez anos.
O trânsito é um problema a ser mudado por 8,8% dos entrevistados. Do total de pessoas consultadas, 79,14% acreditam quem o trânsito vai piorar nos próximos dez anos.
Mas o cidadão de Curitiba está ciente que é no ônibus que está a solução para o problema.
Ainda de acordo com o Paraná Pesquisa, 83% dos 700 entrevistados acreditam que o trânsito e a qualidade de vida só vão melhorar em Curitiba se mais pessoas andarem de ônibus.
E para isso, os entrevistados pedem ampliação do número de linhas e corredores de ônibus, bem como a colocação de mais veículos de alta capacidade, como os ônibus articulados e biarticulados.
A cidade de Curitiba junto com a região metropolitana, formando a RIT – Rede Integrada de Transporte, é pioneira na concepção dos BRTs – Bus Rapid Transit, que muito mais que simples corredores, são sistemas que integram a cidade, qualificam urbanisticamente os locais onde servem e oferecem maior comodidade aos passageiros, como estações que protegem os usuários da chuva e do sol e que têm plataformas no mesmo nível do assoalho dos ônibus, oferecendo acessibilidade.
Atualmente, Curitiba e a região Metropolitana têm cerca de 80 quilômetros de corredores ou faixas com exclusividade para ônibus.
Este número deve aumentar com a ampliação da Linha Verde, que é um avanço do sistema atual de BRT. A Linha Verde possui capacidade para veículos maiores, mais pontos de ultrapassagem para evitar filas de ônibus nas estações, áreas com canteiros de flores e árvores, ciclovias e pistas para caminhadas, o que mostra que o BRT é um sistema que se integra ao meio urbano e não destoa dele.
A linha Verde liga o Terminal Pinheirinho ao Atuba, mas há previsão de ela se estender agora para o Contorno Sul da Cidade até a Copa de 2014, embora que a prefeitura admitiu atrasos nas obras.
Há também projeto que prevê a continuação do corredor pela BR 116 até Fazenda Rio Grande, cidade vizinha de Curitiba, após a conclusão da duplicação da rodovia.
Mas de acordo com a pesquisa, o curitibano está disposto a deixar mais o carro em casa se houver uma ampliação nos espaços preferenciais para os ônibus e uma melhoria na qualidade dos serviços com mais investimentos públicos em transportes.
O modelo de transporte adotado em Curitiba serviu de exemplo para vários sistemas que conseguiram ampliar as vantagens do BRT, como o Transmilênio, na Colômbia, e o Transantiago, no Chile, que também tomaram como base outro sistema brasileiro de transportes: o Corredor Metropolitano ABD, que liga as zonas Sul e Leste de São Paulo por municípios do ABC Paulista, com uso inclusive de trólebus, ônibus totalmente elétricos, que não emitem poluição.
De acordo com o instituto, grande parte da satisfação do curitibano em relação à cidade se dá devido aos transportes, mas os cidadãos têm a consciência de que são necessários investimentos parta que os serviços acompanhem o crescimento do local.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. fabio maia ferreira disse:

    O sistema de transporte em São Paulo está totalmente largado de mão, abandonado, sem falar do caos e transito caótico em nossa Cidade. E a nova administgração é “Molenga” demais.

  2. Marcos 2013 disse:

    Se em São Paulo é assim, imagine aqui em Belo Horizonte…
    Enquanto a maioria das capitais brasileiras investem em ônibus articulados e biarticulados, piso-baixo, híbridos, de energia solar etc, a capital mineira não vai além de ônibus comuns, de motor dianteiro, que vão diminuindo de tamanho a cada ano, cada vez mais lotados e desconfortáveis. Nas linhas metropolitanas da grande BH então nem se fala, a maioria dos veículos são verdadeiros sucatões cujas tarifas são proibitivas. Há anos a cidade é dominada por um cartel que sucateia os ônibus e ainda impede o avanço do metrô na cidade. BRT de BH? As obras estão lentas, com dois anos de atraso, e o cartel não descarta usar a frota atual para o BRT pois não querem investir em veículos articulados. O trânsito de BH irá piorar e muito nos próximos anos, pois a população prefere usar seus carros particulares a terem o desgosto de andar de ônibus pela cidade.
    Curitiba é um modelo a ser seguido.

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