Ferreira Torres nega esquema de «diplomas falsos»

23 abr 2008, 12:56
Julgamento de Avelino Ferreira Torres

Testemunha-chave vai ao MP denunciar mais supostas actividades ilegais

O ex-presidente da Câmara do Marco de Canaveses, Avelino Ferreira Torres, referiu esta quarta-feira que nunca comandou «um esquema de distribuição de diplomas falsos», refere a Lusa.

Este alegado esquema foi denunciado, terça-feira, no Brasil, por José Faria, a testemunha-chave no processo contra Ferreira Torres que decorre no Tribunal do Marco de Canaveses.

Em declarações proferidas antes de embarcar, em São Paulo, num voo de regresso a Portugal, José Faria afirmou que há funcionários da Câmara do Marco que «nunca atravessaram o Atlântico, nunca vieram ao Brasil e mesmo assim têm cursos em escolas brasileiras».

«São pessoas que eram funcionárias dele (Ferreira Torres), o mentor desses diplomas, e que usaram esses cursos apenas para subir de categoria na câmara», afirmou.

«Alguém lhe anda a pagar para ele dar essas entrevistas»


«Não sei absolutamente nada acerca disso [diplomas]. Isso é novo para mim», assegurou Avelino Ferreira Torres, considerando que as denúncias do seu ex-colaborador fazem parte de «uma estratégia que tem já a ver com as eleições do próximo ano».

Segundo Ferreira Torres, que nas últimas autárquicas se candidatou à presidência da Câmara de Amarante, apoiado pelo movimento «Amar Amarante», «alguém lhe anda [a José Faria] a pagar para ele dar essas entrevistas».

«Esta sucessão de entrevistas tem a ver com uns cartazes que o movimento «Amar Amarante», colocou há dias na cidade de Amarante a denunciar o negócio da Tabopan», afirmou.

O movimento «Amar Amarante» defende que deveria ter sido a autarquia local a adquirir a massa falida da ex-Tabopan (que faliu na década de 80) em vez de permitir que o seu património fosse parar às mãos de um grupo privado.

«Basta deste género de políticos no nosso país»


José Faria, que chega esta quarta-feira a Madrid vindo de São Paulo, no Brasil, seguindo posteriormente para Portugal, está convocado como testemunha-chave para confirmar a tese do MP de que funcionou como testa de ferro nos negócios, alegadamente ilícitos, do ex-presidente da Câmara do Marco de Canaveses.

O seu depoimento deve ser prestado, na próxima quarta-feira, no Tribunal do Marco de Canaveses.

José Faria, à partida de São Paulo, avançou que planeia denunciar os diplomas falsos e as supostas actividades ilegais do ex-presidente da Câmara Municipal.

«Contarei tudo o que sei. Chega, basta desse género de políticos no nosso país», disse aos jornalistas, em declarações no aeroporto de São Paulo.

A testemunha deverá chegar a Madrid perto das 14 horas locais (13 em Portugal), desconhecendo ainda se terá segurança policial na deslocação para Portugal.

Relacionados

Política

Mais Política

Mais Lidas

Patrocinados