A combinação entre arte e arquitetura costuma provocar transgressões de normas e padrões que, muitas vezes, culminam em novas (est)éticas. Mas, para tanto, é necessário aguçar o olhar, despir-se de certezas e orientar-se sob novos imaginários e perspectivas. As esculturas monumentais de Joana Vasconcelos têm muito desses caminhos.
Em Extravagâncias, sua maior exposição individual no Brasil, com curadoria de Marc Pottier e em cartaz no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, até maio de 2024, a artista portuguesa extrapola os limites do prédio batizado com o nome do mestre que o projetou para, de maneira hiperbólica, encaixar-se plenamente em sua arquitetura.
“Foi um desafio colocar as gigantes obras de arte da Joana dentro da obra de arte que é o icônico espaço do Olho do museu, mas a ousadia deu muito certo”, comenta Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON. Destaque da exposição, a grandiosa instalação Valquíria Miss Dior (foto acima), criada este ano para o desfile da marca em Paris, mede mais de 7 m de altura por 24 m de extensão.
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Elaborada com um mix de crochê de lã, tecidos da grife, adereços, LED e outros materiais manipulados pela equipe de 50 pessoas que atuam no ateliê da artista, a imensa escultura destaca o valor do trabalho artesanal – na moda, inclusive – e ressalta a relevância da economia criativa na sociedade global. Também estão no MON Valquíria Matarazzo (ocupando, de forma inédita, a rampa do museu) e maquetes de outras obras emblemáticas, como Solitário, Castiçais, Sapato e Bolo de Noiva, que destacam a complexidade das criações de Joana, tão organicamente vinculadas ao design e à arquitetura.