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Viver em Portugal

Conheça a 'cidade de 15 minutos' que atrai brasileiros para Lisboa

O Edu Hub em Lisboa, na parte inferior com os campos de futebol: inserido no Parque das Nações

Conceito de redução do tempo gasto nos deslocamentos que ganhou impulso na pandemia de Covid-19, a “cidade de 15 minutos” começa a ser realidade em Lisboa. Erguido em uma área de 28 mil m2 da capital, que no passado serviu em parte a projetos industriais, o United Lisbon Education Hub hoje é cenário de uma revolução urbana e digital através de um entrelaçado centro de tecnologia, trabalho, habitação e educação a uma caminhada de distância. Algo muito próximo do condomínio fechado, comum no Brasil, mas sem grades em Portugal.

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A meio do caminho tanto do aeroporto quanto do Parque das Nações, o Edu Hub é um ecossistema onde estão a nova escola internacional da capital, a United Lisbon, e o Atlantic Station, um prédio de dois andares com 600 m2 e estrutura para 30 start-ups e empresas inovadoras.

É possível para um brasileiro trabalhar enquanto os filhos estudam ao lado. A menos de 15 minutos de distância de bicicleta, por exemplo, o Martinhal Residences é opção de moradia e completa a estrutura para necessidades básicas de estilo de vida.

Imaginadas pelo urbanista colombiano Carlos Moreno, as cidades de 15 minutos têm este tempo máximo de deslocamento, a pé ou de bicicleta, para fazer atividades diárias sem estresse, tumulto e trânsito, o que tem sido cada vez menos fácil em Lisboa e no Porto.

Inaugurada na pandemia, em setembro de 2020, a United Lisbon é a âncora do projeto. Voltada para uma fatia de mercado com alto poder aquisitivo, formada sobretudo por investidores estrangeiros, a escola bilíngue tem 300 alunos de 35 nacionalidades, 75% são estrangeiros e 30 estudantes são brasileiros, segundo informou a fundadora Chitra Stern. Pagam entre € 10 mil (R$ 63 mil) e € 24 mil (R$ 153 mil) por ano para acesso ao ensino com currículo americano e inglês como idioma principal.

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— Estas famílias podem trabalhar, estudar e morar aqui. É um bairro fantástico, com tudo em volta (cultura, natureza, lazer, esporte, serviços e gastronomia) e que agora fica completo com este conceito — disse Stern.

Panorama do Edu Hub, em Lisboa

A ideia não nasceu de maneira aleatória, mas sim para ocupar uma lacuna estratégica no centro da capital. Stern integrou a força-tarefa do governo de Portugal para atrair investimento estrangeiro em 2017, ano em que a comunidade brasileira no país voltou a crescer após seis anos estagnada. 

— Foi um trabalho pro bono ao lado do Ministério da Economia, Secretaria de Turismo, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e Ministério de Negócios Estrangeiros para atrair investimento. Detectamos que uma das fraquezas era que não havia escolas internacionais no centro e isso era uma barreira para investimento, porque os pais, e as empresas, não querem vir se não têm escola para os filhos — disse Chitra, ressaltando que “muitos brasileiros chegarão em janeiro de 2021”.

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O objetivo é alcançar os 1,2 mil alunos e expandir em breve para além da escola e da Atlantic Station, criando um complexo residencial dentro do Edu Hub com três prédios e 400 apartamentos. A ideia é que cinco mil pessoas possam conviver no ecossistema com tudo que for essencial, sem precisar de carros ou do transporte público, reduzindo a emissão de gases poluentes, tráfego e estresse.

— Mas tudo seguro e controlado digitalmente, com acesso por cartões — explicou Chitra, que, segundo ela, investiu nos projetos de revitalização da área onde havia uma antiga universidade e um complexo farmacêutico sem dinheiro público e ao lado do marido, Roman Stern. Ambos detém o Elegant Group e são donos do Martinhal, rede hoteleira e residencial do qual Chitra é diretora de marketing.

Aliás, o Martinhal Residences tem previsão de ficar pronto no próximo ano e 60% das unidades foram vendidas, sendo 20% para brasileiros. Os preços partem dos €340 mil (R$ 2,1 mihões) e chegam a € 5,3 milhões (R$ 33 milhões).

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Escritório compartilhado no Atlantic Hub, em Lisboa

Já o Atlantic Station está em pleno funcionamento e deverá abrigar em breve uma grande  empresa internacional com atuação no Brasil. Fundador da consultoria para internacionalização de empresas brasileiras Atlantic Hub, que gere o espaço, Eduardo Migliorelli diz que o Edu Hub mudou tudo no negócio.

— Tinha uma sala no Chiado, mas os empresários brasileiros queriam pôr a empresa ao lado da minha, fazer as mesmas conexões e agora isso é viável, porque virou um spot atraente. Os pais deixam os filhos na escola e têm tempo para fazer negócios, conhecer novos empreendimentos que estão vindo do Brasil e, quem sabe, investir neles.  Mudou tudo — contou Migliorelli.

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Parte da área que abrigará empresa internacional com atuação no Brasil dentro do Atlantic Hub

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