Informações Ambientais

Efeito estufa: o vilão do aquecimento global

Efeito estufa: o vilão do aquecimento global
Gás carbônico

Cada vez que se queima petróleo, carvão mineral e florestas, aliado à ação das indústrias que poluem o ar, são introduzidos bilhões de toneladas por ano de gás carbônico (CO2) na atmosfera, promovendo, assim, o aquecimento do planeta. É a este fato que se dá o nome de efeito estufa. O metano (CH4) é outro principal gás causador do efeito. Eles formam uma camada envolvendo a Terra e absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo que a radiação escape para o espaço e aquecendo a superfície do planeta.

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o CO2 é o principal “culpado” pelo aquecimento global, sendo o gás de maior emissão – aproximadamente 78% – pelos humanos. O metano é produzido pela decomposição da matéria orgânica; e também é resultado da produção e distribuição de combustíveis fósseis (gás, petróleo e carvão). Se comparado ao CO2, também é mais perigoso: o metano é mais eficiente na captura de radiação do que o CO2. O impacto comparativo de CH4 sobre a mudança climática é mais de 20 vezes maior do que o CO2, isto é, uma unidade de metano equivale a 20 unidades de CO2.

O efeito estufa é considerado um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida no planeta, uma vez que sem a presença destes gases e vapor d’água a temperatura média seria muito baixa – cerca de 18ºC negativos -, inviabilizando a sobrevivência de diversas espécies. Contudo, o efeito estufa se torna um problema quando é agravado.

A mudança na concentração dos gases desestabiliza a troca natural de energia (calor). Essas alterações ocorrem, principalmente, em função do aumento insustentável das emissões de gases de efeito estufa por atividades humanas. A partir da Revolução Industrial, o homem passou a liberar quantidades significativas de gases, em especial o dióxido de carbono.

O aumento da concentração faz com que a camada de gases fique cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e ocasionando o aquecimento global. Até próximo do ano 1900, a concentração de CO2 na atmosfera era de aproximadamente 300 partes por milhão (ppm). Hoje, essa concentração está quase atingindo 400 ppm. O aumento anual tem sido de dois ppm. Se esse nível ultrapassar 500 ppm, a Terra ficará superaquecida, comprometendo a sequência da vida.

Consequências

Caso não haja um retrocesso na emissão de gases, o efeito estufa poderá ocasionar uma infinidade de modificações no espaço natural e, automaticamente, na vida do homem. Dentre muitas, as principais são:

– Água. Haverá menos chuva e uma multidão de vítimas da escassez da água. Os desertos vão aumentar e os fluxos dos rios diminuir, podendo faltar água nas torneiras e em canais de irrigação, como já acontece com a atual crise hídrica;

– Mudanças climáticas drásticas, onde lugares de temperaturas extremamente frias sofrem elevações e áreas úmidas enfrentam períodos de estiagem. Além disso, o fenômeno pode levar áreas cultiváveis e férteis a entrar em um processo de desertificação;

– Desastres naturais. Auemnto significativo na incidência de grandes tempestades, furacões ou tufões e tornados, podendo afetar a produção agrícola em todo o mundo, prejudicando o fornecimento de comida para a população;

– Perda de espécies da fauna e flora em distintos domínios naturais do planeta;

– Derretimento das calotas polares. Com isso, haverá aumento no nível do mar e desaparecimento de diversas ilhas e regiões litorâneas, causando uma total reconfiguração dos continentes como conhecemos atualmente;

– Doenças típicas de países quentes – malária e dengue – poderão chegar aos países anteriormente mais frios.

Controle

Os processos naturais no solo e reações químicas na atmosfera ajudam a remover estes gase da atmosfera, assim como medidas artificiais, mais diretas. No caso do CO2, o sequestro de carbono é a principal solução, conforme apontou o portal O Eco, seja ele natural ou artificial: nos oceanos, florestas e outros locais os organismos, por meio de fotossíntese, capturam o carbono e lançam oxigênio na atmosfera. As atuais técnicas de captura de carbono ou reproduzem ou visam reforçar as formas naturais. São exemplos o reflorestamento e o sequestro geológico de carbono, uma forma de devolver o carbono para o subsolo que é comprimido, transportado e depois injetado em um reservatório geológico.

Já o controle do gás metano é mais complicado. Na pecuária, a redução da emissão de metano está ligada à melhoria da dieta do gado – nutrição dos animais que minimizam as perdas de nutrientes -; à melhoria dos pastos – fertilização adequada dos solos -; e outras medidas que reflitam numa produção mais eficiente e, consequentemente, que resulte em menores ciclos de produção.

Gases de efeito estufa

– Vapor d’água (H2O). Encontra-se em suspensão, principalmente, nas camadas baixas da atmosfera (Troposfera), cobrindo uma faixa vertical de cerca de cinco quilômetros;

– Dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2). É emitido como resultado das inúmeras atividades humanas, como o uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). A quantidade dele na atmosfera aumentou 35% desde a era industrial;

– Gás metano (CH4). Produzido pela decomposição da matéria orgânica. É abundante em aterros sanitários, lixões e reservatórios de hidrelétricas, e também na criação de gado – a pecuária representa 16% das emissões mundiais de gases de efeito estufa – e cultivo de arroz. Tem poder de aquecimento global mais de 20 vezes maior que o dióxido de carbono;

– Óxido nitroso (N2O). A emissão deste gás resulta, principalmente, do tratamento de dejetos animais, uso de fertilizantes, queima de combustíveis fósseis e alguns processos industriais. Possui poder de aquecimento global 310 vezes maior que o CO2;

– Gases fluorados. São poderosos gases de efeito estufa sintéticos emitidos a partir de uma variedade de processos industriais. Eles são usados como substitutos para substâncias que destroem o ozônio estratosférico (por exemplo, os clorofluorocarbonetos, hidroclorofluorcarbonos e halons). Estes gases são normalmente emitidos em quantidades menores, mas como são potentes, muitas vezes são referidos como gases de alto potencial de aquecimento global. Podemos citar os gases fluorados: Hexafluoreto de enxofre (SF6), utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de calor; Hidrofluorcarbonos (HFCs), usados como substitutos dos clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores; e Perfluorcarbonos (PFCs), que são utilizados como gases refrigerantes, solventes, propulsores, espuma e aerossóis.

Fontes: O Eco, WWF