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Insetos

UE aprova larva de besouro como 1º inseto para consumo humano

Agtechs preveem crescimento rápido do mercado, mas "fator eca” pode exigir mais tempo

A Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) aprovou, ontem, as larvas-de-farinha (larva do besouro Tenebrio molitor) como o primeiro inseto seguro para o consumo humano na Europa.

A decisão abre caminho para que as larvas sejam usadas inteiras e secas para diversas receitas e, inclusive, como farinha para fazer biscoitos, massas e pão.

Pessoas já gostam de insetos em diversas partes do mundo como, Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia.

A EFSA disse que descobriu que as larvas do Tenebrio molitor eram seguras para serem comidas “como um inseto inteiro seco ou na forma de pó” após uma aplicação da empresa francesa de criação de insetos Micronutris.

“Seus principais componentes são proteína, gordura e fibra”, disse o comunicado, mas alertou que mais pesquisas precisam ser feitas sobre possíveis reações alérgicas aos insetos.

A medida da UE é a etapa necessária antes que as autoridades de cada um dos 27 países pertencentes ao bloco possam decidir se permitem que as larvas do besouro sejam vendidas a consumidores finais.

A expectativa é haver uma grande concorrência de agtechs pelo mercado e algumas delas, como a Insect, já saíram na frente.

Apesar do nome, larvas de farinha são larvas de besouro, e não vermes, e já são usadas na Europa como ingrediente de ração para animais de estimação.

A crescente indústria de insetos na Europa comemorou a decisão e tem expectativa que as autoridades nacionais dêem a permissão para comercialização ao público até meados deste ano.

“O lançamento deste documento realmente representa um marco importante para a comercialização mais ampla de insetos comestíveis na UE”, disse Antoine Hubert, presidente da Plataforma Internacional de Insetos para Alimentos e Rações, em um comunicado.

A EFSA, com sede na Itália, tem mais pesquisas sobre insetos no cardápio humano e também deve examinar se os grilos e gafanhotos são adequados para o consumo.

Diversas partes do mundo – incluindo Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia – já gostam de comer barras de insetos, hambúrgueres de grilo e outros alimentos à base de insetos.

Eles, inclusive, já estão disponíveis para consumo humano em pequeno número de países da UE e são mais amplamente produzidos para utilização na alimentação animal.

A indústria afirma que o mercado europeu de produtos alimentícios à base de insetos cresça rapidamente nos próximos anos até alcançar cerca de 260 mil toneladas em 2030.

Fator “ECA”

Alguns sociólogos, no entanto, acreditam que as barreiras psicológicas particularmente fortes na Europa exigirão tempo até que os vermes amarelos comecem a voar das prateleiras dos supermercados de lá.

“Existem razões cognitivas derivadas de nossas experiências sociais e culturais – o chamado ‘fator eca’ – que tornam a idéia de comer insetos repelente para muitos europeus. Com o tempo e a exposição, essas atitudes podem mudar”, disse Giovanni Sogari, pesquisador da Universidade de Parma em Itália a um jornal local.

A EFSA disse que recebeu 156 pedidos de avaliações de segurança de “novos alimentos” desde 2018, cobrindo tudo, desde alimentos derivados de algas a uma variedade de espécies de insetos.

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