A “Carne Mirandesa” é o expoente máximo da produção da Raça Bovina Mirandesa, que em harmonia com as condições edafo-climáticas, aliado ao saber fazer de quem a produz, resulta num produto de referência nacional e internacional.

A Raça Bovina Mirandesa possui características genéticas próprias que associadas a um sistema de alimentação natural conferem à carne qualidades organoléticas ímpares. Destaca-se, a excecional tenrura e suculência, aromas e sabores que a diferenciam de qualquer outra carne de bovino. A “carne Mirandesa” deu origem a um prato que é um dos ex líbris da gastronomia portuguesa, em particular da transmontana, a famosa “Posta Mirandesa”.

A região de produção é composta por seis concelhos do Distrito de Bragança, designados pelo solar da raça, sendo eles os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Bragança e Macedo de Cavaleiros.

O maneio alimentar é caraterizado pela especificidade das suas pastagens naturais, designadas tradicionalmente por lameiros, característicos do nordeste transmontano pela razão destas possuírem uma composição florística própria, aliada ao facto desta região se situar acima dos 500 m de altitude, constituindo deste modo as condições que fomentam a base alimentar do gado adulto.

Os animais adultos necessitam de apoio alimentar, sendo estes alimentados com um conjunto muito diversificado de forragens que os criadores produzem para satisfazer as suas necessidades quando os lameiros não têm erva, podendo destacar os fenos de aveia, feno de lameiro, as milharadas, as ferrãs e o nabal. No caso dos animais jovens o leite materno assume papel preponderante, podendo ser suplementados com farinhas oriundas de cereais nobres.

Apesar da Denominação de Origem Protegida (DOP) ser comercializada em duas categorias; vitela e novilho, a categoria de vitela assume praticamente a totalidade da carne comercializada. Ao nível visual a carne de vitela apresenta uma cor rosa claro, com uma gordura de cor branca e distribuição homogénea, com grão fino, consistência firme e ligeiramente húmida.

Para garantir a genuinidade da Carne Mirandesa, o sistema de controlo e certificação permite assegurar a rastreabilidade no decurso de toda a fileira, desde o nascimento do animal até ao ponto de venda.

Os animais de Raça Mirandesa após o seu nascimento são inscritos no Livro Genealógico, onde os seus progenitores se encontram já identificados com recurso a marcadores genéticos.

A rotulagem obrigatória é complementada pela rotulagem facultativa na qual se destaca a marca “Carne Mirandesa”, a identificação do animal, o maneio alimentar, o seu produtor e local de produção.

Todas as explorações estão sujeitas a um sistema de controlo que é exercido por técnicos da Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa e pela Organização Privada de Controlo e Certificação (OPC), garantindo que o caderno de especificações da DOP “Carne Mirandesa” é cumprido.